Depois de um divórcio que a libertou de um casamento infeliz, Priscila finalmente começa a reconstruir sua vida. Mãe dedicada e mulher determinada, ela aceita o convite da dona da loja onde trabalha para assumir a gerência. Entre prateleiras organizadas e novos desafios, ela se dedica ao filho adolescente e à nova fase que começa a florescer. O que Priscila não esperava era que um dos amores do passado reaparecesse de forma tão inesperada. Everton Antunes, agora um CEO milionário e poderoso, entra na loja como um furacão. Arrogante, intenso e possessivo, ele não está disposto a deixá-la escapar outra vez. Entre segredos do passado, cicatrizes ainda abertas e uma paixão que ressurge com força total, Priscila se vê dividida entre proteger o coração... ou se jogar de vez nos braços do homem que nunca deixou de mexer com ela. Será que o amor é capaz de resistir ao tempo, às feridas e aos novos caminhos que a vida impõe?
Leer másSophie Narrando Eu não vou descansar.Enquanto a Priscilazinha estiver no caminho, eu não vou ter paz. Everton é meu, sempre foi, e ele pode até tentar negar agora… mas eu sei que, no fundo, ainda sente alguma coisa. Sempre sente. Ele só tá confuso, enfeitiçado por essa mulherzinha com cara de santa e ar de coitada.Ela acha que pode aparecer com esse papel de mãe solteira batalhadora e conquistar o homem que eu moldei pra ser o que é hoje? Por favor. Everton cresceu ao meu lado. Quem conhece os fantasmas dele, as ambições, os limites e as fraquezas sou eu. Não essa qualquer aí.Eu vi o jeito que ele me olhou naquela última vez… tentando disfarçar, mas os olhos não mentem. E não importa se ele tá bravo agora. Vai passar. Sempre passa. A raiva dele nunca dura, principalmente quando eu me aproximo do jeito certo.E se eu tiver que sujar minhas mãos pra tirá-la do caminho… que seja.Já descobri o ponto fraco da Priscila. Já vi onde ela mora. Conheço os horários dela. Sei que ela tem um
Everton Narrando Quando ela abriu a porta, meu coração deu um pulo no peito.Priscila. Linda, com aquele olhar desconfiado e firme. Sempre tão forte, mesmo quando eu sabia que ela estava tentando esconder o quanto eu ainda a afetava. Ela não disse nada de imediato, só me encarou como se estivesse tentando decifrar se eu era real ou só mais um problema batendo à porta.E, sinceramente? Eu não a culpo. Eu ferrei tudo. De novo.— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou, com aquele tom que misturava surpresa, raiva contida e... algo mais. Algo que me deu esperança.Por um segundo, eu congelei. Queria falar tudo, dizer que não parei de pensar nela desde o dia em que a vi de novo. Que aquele lenço antigo que mandei era só a primeira desculpa pra bagunçar tudo nela de novo. Mas eu fiquei em silêncio. Eu não sou bom com sentimentos. Eu ajo, corro atrás, tomo decisões rápidas... mas com ela? Eu travo.— Eu... precisava falar com você, Pri — foi tudo que consegui dizer, e até isso saiu c
Priscila Narrando O sábado estava sendo mais tranquilo do que eu imaginava. Após a correria da semana, eu realmente precisava de um momento só meu, mas a ideia de fazer um almoço diferente me animou. Então, mandei mensagem para a Lívia, minha amiga de longa data, convidando-a para almoçar aqui em casa. A gente sempre se diverte quando se encontra, e eu estava precisando de algo leve, sem a pressão do trabalho ou dos problemas. Só um bom papo e comida gostosa.Ela chegou mais tarde, um pouco atrasada como sempre, mas com aquele sorriso grande e contagiante, que já me fazia rir só de olhar. Preparei uma mesa simples, mas acolhedora, com um cardápio que eu sabia que ela adoraria: risoto de camarão e uma salada fresquinha para acompanhar. A gente se sentou à mesa e começou a conversar sobre tudo. Falamos sobre o trabalho, a vida, e até sobre a minha recente separação, algo que, apesar de ser um tópico difícil, parecia mais leve com ela ali.Lívia sabia o que eu passei, o quanto eu lutei
Luiz Fernando Meu nome é Luiz Fernando, tenho 30 anos e, pra quem não me conhece, sou um cara com os cabelos castanhos e os olhos escuros, que, de tanto tentar ser forte, perdeu um pouco da suavidade no olhar. Meu corpo, sempre em forma, é mais fruto de disciplina do que de vaidade — mas no fundo, sei que me cuido por querer manter a aparência de quem tudo dá certo, até quando as coisas não vão bem.Eu sou aquele tipo de cara que, por fora, parece ter tudo sob controle, mas por dentro… bem, por dentro, a história é outra. E se alguém me perguntasse como eu cheguei até aqui, eu diria que a dor foi o meu guia. Não é fácil aceitar que a vida que você idealizou, o futuro que construiu, simplesmente desmorona. Mas foi exatamente isso que aconteceu.Eu nunca imaginei que um dia veria o fim do meu casamento com Priscila. Ela foi minha parceira, minha companheira, e, por muito tempo, foi a única razão pela qual eu acreditava que tudo valia a pena. A ideia de perder o que tínhamos me consumiu
Priscila Narrando Acordei mais tarde do que o normal, e por alguns segundos, fiquei ali deitada, ouvindo o silêncio gostoso da casa. O sol invadia meu quarto pelas frestas da cortina, aquecendo meus pés. Estiquei o corpo devagar, sentindo o alívio de não precisar correr, não precisar vestir a pressa como roupa de trabalho.Levantei, prendi o cabelo em um coque frouxo e fui direto pra cozinha. Ainda de pijama, com os pés descalços no chão frio, comecei a preparar o café da manhã. O cheiro do pão tostando na sanduicheira, o barulhinho do café coando... tudo isso me dava uma sensação de normalidade que eu prezava com todas as forças.Hoje era só eu e o meu filho. Ele ainda dormia, mas sabia que logo apareceria com os cabelos bagunçados, arrastando os pés e com fome de um leãozinho.Enquanto quebrava os ovos na frigideira e mexia distraidamente, pensei em tudo que havia acontecido nos últimos dias. Sophie aparecendo na loja... Everton se reaproximando... Meu coração parecia um campo de b
Sophie Narrando Eles acham que eu sou o problema. Que sou a ex louca, a vilã da história. Mas ninguém se pergunta o que me fez ser assim. Ninguém quer saber o que eu suportei enquanto ele ficava indo e vindo, entrando e saindo da minha vida como se eu fosse uma opção. Como se eu fosse descartável.Ver aquela loirinha toda certinha com ele me deu náuseas. Priscila. Até o nome tem cara de mulher boazinha, dessas que fingem que são doces, mas no fundo são frias, calculistas. Ela conseguiu o que eu queria sem nem se esforçar. E ainda quer bancar a superior.Quando descobri onde ela trabalhava, foi quase divertido. Saber que ela é só uma gerente de loja e ainda se acha melhor do que eu... ri sozinha. Claro que eu fui lá. Me montei inteira, como uma cliente rica, poderosa. Pedi pra ser atendida por ela só pra ver de perto o que o Everton tanto viu naquela mulher.E quer saber? Ela ficou desconcertada. Foi delicioso. O olhar dela querendo manter a pose, o medo escondido atrás de uma falsa f
Everton Narrando Se Priscila acha que vai se livrar de mim tão fácil assim, está muito enganada. Eu sei que estou mexendo com as emoções dela, eu sei que ela não vai me esquecer, e eu não vou deixar isso acontecer de novo. Não vou ser descartado dessa maneira, não depois de tudo que passamos, de tudo que eu senti por ela. Não é fácil, nem para ela nem para mim, mas agora é pessoal.Eu a vi indo embora, a vi fechar aquela porta, e algo dentro de mim me dizia que era a última vez que eu iria ver a Priscila daquele jeito. Ela estava se afastando, se guardando, e isso me deixava ainda mais determinado a fazer o que fosse preciso para deixá-la entender que eu não sou mais o mesmo. Que o Everton de antes, aquele que a deixou ir, não existe mais. Eu mudei. E se ela quiser me afastar, vai ter que lidar comigo de outra maneira.Mas antes de resolver isso com ela, preciso entender o que está acontecendo com Sophie. Eu sabia que ela estava voltando a fazer das suas, mas agora ela foi longe dema
Priscila Narrando Eu sabia que algo estava errado. A maneira como aquela mulher entrou na loja, como se fosse a dona do lugar, com aquele sorriso provocador e olhar de quem já havia vencido a batalha antes de começar. Cada palavra dela foi como uma agulha fincada, me fazendo questionar o que estava acontecendo. E, pior, como tudo o que ela dizia mexia comigo de um jeito que eu não queria sentir.Mas eu não poderia demonstrar nada. Não na frente dela.Eu sou gerente, certo? Sou a mulher que está controlando sua vida, suas escolhas, sua carreira. Eu não tenho espaço para ser vulnerável, para ser mexida por uma ex do passado, por alguém que já não faz parte da vida de Everton. Eu não posso ser fraca. Não posso.Mas, caramba, como é difícil ignorar a provocação dela. Ela sabia exatamente o que estava fazendo. Não me bastava ser profissional e atender aquela mulher como qualquer cliente. Não. Ela precisava me tocar, me fazer lembrar de Everton de um jeito que eu não queria.— Ele sempre d
Sophie Narrando Meu nome é Sophie. Tenho 30 anos muito bem vividos e aproveitados. Cabelos ruivos, intensos como minha personalidade. Lisos, brilhantes, caem até o meio das costas e nunca passam despercebidos. Meus olhos são castanho-claros, com aquele tom dourado que costuma prender olhares por tempo demais. E eu sei disso. Sempre soube.Sou o tipo de mulher que entra em um ambiente e todos param para olhar. Não porque eu peço atenção, mas porque ela me pertence. Sempre fui assim. Sabe aquela mistura de classe, beleza e um toque de perigo? Então. Eu sou isso.Everton me conheceu no auge. Eu era tudo o que ele achava que queria. Inteligente, independente, envolvente. E eu gostava do jogo. De ver como ele tentava me controlar… e fracassava. Mas com o tempo ele foi ficando mais frio, mais distante. Até que, um dia, simplesmente decidiu que não fazia mais sentido.Como se alguém como eu pudesse ser descartada assim, como um acessório velho.Mas tudo bem. Eu dei o tempo dele. Fiquei na m