Espionagem furada

Capítulo 3

Passar a noite em uma cama desconhecida não estava sendo uma tarefa fácil, minha ansiedade se encontrava a mil. Ainda mais depois da contribuição daquele estimado senhor. Relembrei dele, daquele rosto pacífico de estrutura fina, completando com aquele queixo irresistível. Com um furinho no meio.

— Acho que não seria nada demais bisbilhotar o hotel à noite, já que ele fica aberto vinte e quatro horas.

Dei um salto, impulsionando as pernas para fora do colchão. Procurei apressadamente na mochila um conjunto de moletom escuro. Fiquei radiante ao pegar a peça de cima com capuz. Calcei as chinelas do hotel, já que havia trago somente um par de sapatos fechados. Um com cadarços.

Me arrumei dando uns pulinhos, contagiada com a empolgação de espionar.

Sai do quarto devagar, encostando a porta ao abandonar o local.

Caminhei saindo daquele andar, mas ao chegar em outros corredores mais luxuosos percebia aqueles quadros de artistas. Não me dando conta os níveis que havia subido.

Cansada de tanto usar as escadas de serviço, acabei usando o elevador, no entanto não havia percebido antes de entrar que era exclusivo do grande CEO.

— Droga! Devia ter olhado a placa gigante logo na entrada, sua burra.

Tentei retornar para baixo, mas alguém do andar de cima acessou antes, deixando-me aflita

Acabei indo para o primeiro andar, e nesse correria coloquei os óculos escuros para disfarçar meu rosto. Além de me virar assim que as portas se abriram de supetão.

— Ué, quer dizer boa noite.

Segurei nas laterais do capuz com o coração quase saindo pela boca.

— Boa… — Tentei disfarçar a voz ao me encolher no cantinho. — noite.

Pigarrei ao ancorar as mãos no fundo do elevador, o secretário gentil parecia querer tentar olhar o meu rosto.

— Ahhh… senhorita Victoria, não é mesmo?

— O quê? Sim, claro. Quem mais seria a essa hora?

Quem é essa mulher? E porque diabos estou me passando por ela? Oh céus… meus dias nesse hotel estão contados.

— Se queria ir vê-lo era só ter marcado uma hora comigo, então… — Se distanciou ao me ver tatear mudando de direção para sair desse cubículo o mais rápido possível. — Quer ir ao quarto do Sr. Drummond.

— Oh não…

As portas foram fechadas bem diante dos meus olhos, me sentindo imensamente frustrada pelo ocorrido comecei a roer as unhas. O desespero toma conta do meu ser.

— Não precisa se fazer de tímida comigo, misturar algum tipo de relacionamento íntimo com os negócios poderá fazer muito bem para o senhor CEO. Sabe… O empresário nunca vai confessar, mas desde a morte de sua querida esposa ele se sente muito sozinho. Ernes deixou uma lacuna em seu coração.

Meu Deus…

Tocada por essas palavras meu peito deu um nó, além de sentir os olhos lacrimejar.

Mas de repente sua mão tocou no meu ombro, deixando-me inquieta internamente.

— Sua companhia não o fará mal. Portanto, aproveite essa chance. Poder ser a única.

Assim que as portas foram escancaradas ele me deu uma leve empurradinha, quase caí no processo.

— Vai fundo garota! — esbravejou super alegre.

Apenas abanei a mão, escondendo o lado do rosto.

O secretário se foi, descendo para o último andar. Demoraria para desfazer os percurso então prossegui, achando uma única porta.

— Por enquanto não posso retornar.

Me debati, batendo em meus ombros. Pensando o quanto essa estupidez poderia me trazer sérios problemas.

Escutei um barulho vindo de trás da porta, então me escondi debaixo da mesinha de flores localizada no cantinho. 

Tive sorte dele ter saído apressado, falando aos berros no celular. Estava brigando seriamente com esse alguém ao ponto de sair furioso. Imaginei a cabeça dele vermelha, saindo fogo dos cabelos.

Sr.Drummond pegou o elevador, e eu aproveitei a chance para entrar em sua residência. Não tinha outra saída além de me esconder até ele voltar. Não podia ficar tão vulnerável, visível para uma criatura aparentemente impaciente.

Deixei a porta encostada da mesma maneira que havia largado, em seguida passei pelos anexos do seu requintado suite presidencial. Estava na penumbra, então precisei tomar cuidado para não esbarrar em nada, sou meio estabanada.

Tirei os óculos, focando no quarto. Ainda bem que havia trago as minhas lentes, usar os de grau com constância me dava ardência no osso do nariz.

— Posso me esconder debaixo da cama até ele chegar, espero ele pegar no sono profundo, dessa forma posso tentar escapar daqui sem ser vista. Plano idiota, eu sei. Ah!

Passei as mãos no capuz, removendo.

Escutei um som estranho vindo daquele quarto, e a curiosidade venceu o medo do que podia encontrar por lá.

Quando me vi meus pés haviam me levado, e acabei me deparando com uma linda fofura.

— Olá, pequenino.

Deitado naquele berço de madeira maciça, me atrevi a tocá-lo, mesmo parecendo tão delicado. O menino nasceu prematuro, todos diziam.

— Então você é o pequeno príncipe de quem todos comentam? Tão cute cute…

Aquela mãozinha agarrou fortemente no meu dedo, demonstrando uma determinada força embora estar vivendo num corpo tão frágil. Abriu lentamente os olhos. Automaticamente notei a semelhança. Ele possui olhos iguais aos meus.

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