Acertando as contas

Capítulo 11

— Revisou tudo direitinho? Não quero que venha reclamar depois. — Retrucou todo eloquente.

— Depois quando?

Se aproximou juntando os braços na sua extensa escrivaninha.

— Olha que posso muito bem retornar ao mundo dos vivos e puxar sua perna. — Ditou sombrio.

— Ai para!

Dei dois tapas no ombro dele, fazendo-o se distanciar meio esquisito. Sua expressão exalava complexidade.

— Uma mulher nessa idade com medo de fantasmas? Não acredito nisso.

— Pense o que quiser. — Dei língua, demonstrando um desrespeito incomum entre nós.

— Nossa Safira, que modos são esses?

— Desculpe. — Respondi toda sem graça.

— Melhor pedir diretamente ao seu chefe.

— Deixa pra lá.

Voltei a olhar seriamente o documento. Lendo até o final decidi assinar logo, já que não tinha outro jeito.

***

Meses depois tudo parecia normal, nenhum problema sério à vista, portanto prosseguir normalmente com o meu trabalho.

— Nicol está bastante coradinho essa manhã. — Disse Solano, pegando na bochecha gordinha do meni
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