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O Bebê Do CEO Viúvo
O Bebê Do CEO Viúvo
Por: Kelly romântica
A vida e a morte não dão trégua

O Bebê Do CEO Viúvo

Capítulo 1

- O funeral vai acontecer daqui a meia hora senhor Drummond, deseja que eu peça ao seu motorista para se preparar?

- Onde ele está agora?

- Almoçando.

Respirei bem fundo enquanto olhava desolado meu bebê desamparado pela segunda vez nessa mesma vida.

- Deixe-o comer em paz, não irei no velório daquela senhora. - Ditei com rancor, por acaso ela não pensou no contrato onde dizia que devia viver pelo menos dezoito anos?

- Mas era a babá do seu filho senhor…

Olhei-o intensamente, demonstrando minha máxima revolta com apenas uma rajada.

- Desculpe.

Meu secretário pessoal abaixou a cabeça, juntando as mãos uma na outra. O pé direito virado para trás dava sinais do seu nervosismo ao ousar me contrariar. Ele mais do que ninguém sabia o quanto meu temperamento havia sofrido mudanças depois da minha viuvez forçada.

- Tudo bem. - Coloquei as mãos no bolso enquanto solicitava a funcionária destaque do hotel levar Nicol de volta ao seu quarto. Ela ficaria de guarda até selecionar uma nova substituta. 

- Então o que eu faço?

- Simples. - Comecei a falar saindo do escritório da presidência. - Ligue para a floricultura e mande arrumar uma linda coroa de flores. Dona Beta amava rosas e margaridas. Está anotando, Solano?

- Sim. - Respondeu por trás de mim.

Entramos no corredor vermelho antes de chegar no elevador presidencial.

- Mande uma boa quantia de dinheiro para a família dela, vamos cobrir esse gasto extra, além do pagamento do salário dobrado. Minha maior decepção foi ter a contratado. Os familiares não imaginavam o triste fim que ela se daria. Como pude ser enganado por aqueles olhos gentis?

- A depressão pode pegar qualquer um senhor.

Descemos cinquenta andares para chegar no saguão e enquanto passava os últimos favores para aquela mulher, pensava e me questionava sobre essa palavra “depressão” 

Ernes foi o meu primeiro amor, nos casamos bem jovens. Naquela época me sentia invencível por ter a mulher dos meus sonhos, todavia toda história de amor tem sua outra versão, aquela sombria. Aquela que ninguém quer passar.

- Senhor, Drummond. Bom dia.

- Bom dia chefe.

Meus funcionários do hotel me cumprimentavam didaticamente enquanto caminhava rapidamente. Não tinha o trabalho de olhá-los um a um, nem se tinha algum integrante novo, afinal tenho uma boa equipe de rh para fazer as demais contratações, além das demissões. O departamento pessoal também cuidava de tudo relacionado aos pagamentos. Ou seja, nunca tive problema com isso, nem me interessava em me meter. Ernes era muito boa em contratar pessoas boas para o nosso hotel, sempre confiei na sua dedicação com o ramo hoteleiro. A minha ossada era a parte do gerenciamento. A gestão que o meu pai fundou.

- Tem um encontro marcado às…

- Que encontro? - questionei-o parando distante da portaria. Verifiquei de relance o porteiro de idade sendo gentil com uma garota. 

- Com aquela atriz que está fazendo muito sucesso na mídia.

Coloquei o óculos escuro, me sentindo sufocado com essa menção “encontro”

- Quem marcou essa porra?! Desmarque agora! 

Ele se sacudiu todo com a minha ação verbal. 

- Senhorita Victoria deseja contribuir com o seu luxuoso hotel, senhor. Não podemos dispensar colaboradores.

- Por que não? Por acaso estamos falidos?

- Claro que não. - Apressou-se a dizer. Endireitando suas lentes distintas.

- Então por qual razão precisamos daquela metida a besta? Ela que se foda!

- Chefe? - perguntou assustando com o meu temperamento.

- A esquece.

Liguei para um empregado trazer meu outro automóvel. Precisava urgentemente dirigir um pouco.

- Mas tarde conversamos, quero ficar off por alguns minutos.

- Vai lá vê-la?

Lancei um olhar de advertência, fazendo ele fechar a boca com um zíper imaginário. 

Em seguida, adentrei no meu veículo de passeio.

***

Depois de bater um papo com o senhor porteiro, tomei coragem e vim me candidatar a vaga no hotel Ernes. Aqui seria a minha última parada, já que nos outros estabelecimentos se importam mais com a minha aparência do que com o meu currículo. Tudo bem que era falso, porém segundo a especialista nessa questão, passaria ilesa diante de olhares questionáveis do pessoal do rh. 

Precisava urgentemente de um emprego, um novo lar. Um novo começo.

Andei devagar admirada com tanta riqueza, segurando as alças da mochila com tanta satisfação que não enxerguei um ser que acabou travando a minha passagem.

- Oh, perdão. - Comentei ao me equilibrar sem a sua ajuda.

O rapaz de pescoço longo, ar de arrogante e nariz fino, me olhava com muita antipatia.

- O que uma sem teto está fazendo no hotel Ernes? - Disse sem hesitação ao examinar meticulosamente minhas roupas gastas. 

Não pude carregar nada da minha antiga vida, nem mesmo as minhas boas roupas.

Quando ameacei a argumentar ele bruscamente me pegou pela blusa e começou discretamente a me pôr pra fora.

- Espere! Vim pela vaga de…

- Você?! - Debochou fazendo muxoxo. - Não está pária para cuidar do nosso príncipe.

- O quê? Como assim? Tem alguém da realeza hospedado aqui? Que legal! - Falei empolgada.

Consegui me desvencilhar dele segundo as táticas de alta defesa aprendidas na internet. Nesse mundo cruel uma garota precisava aprender alguma coisa dessa categoria.

- Seu pivete! - Esbravejou e segundos depois fez uma rápida reverência para uma hóspede muito bonita quando passou olhando curiosa para nós dois. 

Quase pedi ajuda ali naquele momento de dificuldade. 

Ficamos nessa, eu tentando ultrapassá-lo e ele não me deixando atravessar.

- Olha, só quero uma chance de me candidatar.

— Nem que a vaca tussa, minha filha!

Sorri, achando graça da sua expressão verbal, não condizente com o seu estilo.

— Você é o concierge deste local? Deveria ter mais educação ao se expressar no seu ambiente de trabalho.

— Olha sua…

Levantou a mão esquerda e um vulto do passado me cegou instantaneamente. Dando-me medo de antemão, uma paralisia gélida paralisou todas as minhas terminações nervosas. Causando até mesmo palpitações, sentindo as mãos suadas.

— O que está acontecendo aqui concierge?

Ao som destemida dessa voz pude voltar ao presente, disfarçando o que somente eu perceberia.

— Secretário, essa daqui quer…

O homem distinto pigarreou seriamente enquanto colocava seus braços para trás do corpo.

— Esqueceu o treinamento? — Olhou-me detalhadamente, se compadecendo do meu real estado. Bem diferente do outro ali todo sem graça com a situação.

— Não, mas essa garota não tem aptidão.

— Hu! - Bati o pé mirando-o com raiva. - Nem ao menos quis olhar meu currículo.

Dei língua.

— E por acaso tem algum senhorita? — Perguntou relatando ódio eterno a minha pessoa.

— Claro que tenho aqui oh!

Peguei a pasta de dentro da mochila, quase jogando o papel na fuça desse mané.

— Então concierge, leve a moça para a equipe dos recursos humanos. Estamos sempre precisando de pessoal novo.

Continuou a me olhar, mas sua olhada não me constrangia. Ele aparentava ser da turma dos bonzinhos.

— S-sim, pode deixar comigo secretário.

— Boa sorte, senhorita.

— Obrigada… — Disse-lhe enquanto se despedia rapidamente ao ir na direção de outra parte desse hotel.

— Não fica aí parada oh mocreia de final de feira.

Fiquei indignada quando voltei a mirá-lo, mas o imbecil já se adiantava nos passos. Com essas pernas de garças torcia para que tropeçasse nela e caísse de cara no chão. Desfazendo aquela rinoplastia mal feita.

— Tô indo!

Corri atrás dele, enviando desculpas sinceras pelo caminho para os funcionários que ali transitavam. Além da bela recepcionista que olhou aquilo tudo quieta, mas estando em choque pelo seu colega de trabalho.

Mesmo assim fiquei contente, sabia que a chance de sair do poço estava prestes a terminar. Uma nova realidade se iniciava, e seguraria com todas as minhas forças. Com toda a minha alma.

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