Mel
— Preciso ir ao banheiro — aviso assim que chegamos na metade do corredor.
— Quer que eu te acompanhe? — Abby se oferece, mas quer saber? Acho que está tudo de boa por hoje.
— Não. Eu não vou demorar. — E nos separamos pela primeira vez desde que a megera louca resolveu pegar no meu pé. Parece suicídio, não é? Mas acredito que depois da vergonha que Brenice passou em público ela deva ficar em sua incubadora por alguns dias. Oh droga, eu não podia estar mais enganada! Penso, quando largo a minha bolsa no balcão e ligo a torneira, molhando levemente o meu rosto e assim que abro os olhos, e me encaro no espelho percebo a porta se abrir atrás de mim. Brenice entra no cômodo com as capivaretes logo atrás dela. Uma das garotas fecha a porta e eu me preparo para o ataque. A loira me olha dos pés à cabeça enquanto caminha sem pressa para o lado, dando espaço para as outras me ilharem. A merda toda é que eu não sou boa de briga. Sério, eu nunca precisei brigar com ninguém na vida, mas se precisar arranco algumas mechas de cabelos hoje.
— Pensou que ia se safar do fez comigo, alma penada? — Alma penada? Sério? Nossa, ela é péssima com xingamentos! Atrevida, arqueio as sobrancelhas e dou de ombros.
— Não sei do que você está falando, capiv... Brenice.
— Você estragou um vestido de quinhentos dólares! — Ela range.
— Put’s! Você gastou quinhentos dólares naquela porcaria de vestido! — Ah, qual é? Eu não me segurei e parece que ela não gostou muito, pois logo veio para cima de mim, e como arma usei os meus livros e joguei na cara da maluca. As meninas também avançaram, mas para a minha salvação os meus amigos invadiram o banheiro feminino e Dani bradou erguendo o bendito celular.
— Tem certeza de que querem fazer isso? Eu terei todo prazer de filmar cada cena e depois mostro para o conselho da faculdade o quão a filha do diretor é exemplar. — As meninas param no ato e encaram o meu pessoal. Oh Deus, eles são os meus heróis! — Tenho certeza de que isso não será nada bom para a carreira do seu pai aqui em Campbell e no mínimo você seria expulsa. — Ele conclui com a câmera aponta para ela. Brenice bufa irritada, trinca os dentes, fecha as mãos em punho e volta a me fitar apontando um dedo em riste em seguida para mim.
— Isso não vai ficar assim! — Ela ruge e sai empurrando a todos que estão no seu caminho e a capivaretes saem logo atrás dela. Respiro fundo e aliviada. Isso me faz ter a certeza absoluta de que não estarei a salvo até realmente pisar em solo popular e ser contagiada por ele. E eu preciso fazer isso o mais rápido possível.
— Você está bem? — Faço um sim com a cabeça e as meninas começa a me ajudar a juntar os meus materiais que estão espalhados pelo chão. No horário do almoço começo a fazer uma seleção de partidos que me ajudarão a me tornar tão popular quando a capivara enraivecida.
— Que tal o Ethan? — Kell sugere. — Ele até que é bem bonitinho e é o mais chegado ao príncipe de gelo do Aiden.
— Ah, não! Ele é muito atirado — resmungo desgostosa.
— E que tal o Kevin? Ele é bem mais velho do que você e pode te proteger. — Abby fala olhando o marmanjo da cabeça aos pés. — Olha aqueles músculos, menina, dá vontade de apertar!
— Ei, eu estou bem aqui, sabia?! — Stan protesta e isso faz todo mundo olhar para os dois.
— O que foi isso? — Dani questiona curioso e acredite, aqui todos estamos bem curiosos com essa cobrança repentina. No entanto, a nossa amiga abre um sorriso largo e envolve o pescoço do moreno de pele clara e de cabelos ondulados que chega à altura do seu pescoço.
— Lembra daquela parada com o racha? — Fazemos sim com a cabeça. — Estávamos tão eufóricos no final de tudo, que rimos feito dois malucos e quando vimos, já estávamos nos beijando e nos agarrando. Foi um Deus nos acuda!
— Ora, seus danadinhos, vocês estão namorando e não disseram nada?! — Kell ralha e em meio as risadas parabenizamos o primeiro casal da nossa tropa. Sobre a minha passagem para a fronteira dos badalados, isso ficou para depois, mas preciso resolver isso antes que a Brenice dê um jeito de dar cabo da minha pobre vida acadêmica.
No final da tarde eu já estava de banho tomado, o meu jantar já estava pronto e eu estava completamente sem ter o que fazer. Meter a cara nos livros não era uma opção e eu não tenho uma amiga de quarto para jogar conversa fora, também não tenho uma TV para me distrair. Que saco, hein? Preciso ver isso com os meus pais. Enfim, estou no tédio. Acho que me acostumei com toda essa adrenalina de cada dia, mas agora só me resta me jogar no sofá e ler um bom livro. Um sorriso enorme se acre nos meus lábios quando alguém b**e a minha porta e claro, o pessoal deve estar na mesma vibe que a minha. Contudo, hoje é segunda e devemos respeitar a regras, certo?
— Qual é, gente, hoje não vai rolar... — digo assim que abro a porta para eles, mas não é eles quem está no corredor dos dormitórios e o meu sorriso perde toda a sua frequência. — Aiden?! O que você faz aqui?!
— Eu preciso conversar com você. Será que eu posso entrar?
— Não!
— Eu prometo que serei rápido! — Eu mal pude rebater e ele imediatamente invadiu o meu pequeno espaço. Bufei, respirei fundo, cruzei os braços e revirei os olhos, e sem ter muito o que faze aceitei a sua presença e fechei a porta.
Aiden— Onde você estava, porra? Por um instante pensei que a polícia tinha te prendido. — Ethan rosna assim que saio do carro. Realmente foi por pouco. Se não fosse aquela estradinha de terra não sei o que teria acontecido, ainda mais quando resolvi atrasar a minha retirada para pegar aquela garota sem noção parada no meio do reboliço de pessoas. O que deu em mim? Não sei. A verdade é que eu nem conheço a garota direito para me importar, mas se quer saber, não há arrependimentos.— Você sabe como eu sou — ralho presunçoso, erguendo as mãos para o alto.— É isso aí, garoto! — A rapaziada agita batendo as mãos e de cara Kevin me entrega uma cerveja.— Aqui está a sua parte. — Ethan mete a mão no bolso lateral do seu jeans e tira algumas notas verdinhas de lá. Com um sorriso largo folhei o pequeno montante e o guardo na minha carteira.— Estou indo, galera! Preciso de um banho e daqui a três horas tenho que estar de pé e meter a cara nos estudos — falo, deixando o nosso cumprimento de s
Aiden— Valeu, Dani! Tchau, galera! — Escuto a voz da minha solução assim que ela sai de um corsa vermelho e a vejo entrar no prédio de dormitórios feminino. Meu coração acelera só de pensar em aborda-la ali mesmo. Mas covardemente não vou. Merda, você precisa resolver isso, Aiden e essa garota é a sua solução. E se ela não aceitar? Quer dizer, ela mal me conhece e as poucas vezes que nos vimos eu fui um babaca assistindo as sandices de Brenice a humilhando. Merda, Aiden, você está fodido, cara! Ok, mas você a ajudou por duas vezes, isso deve valar alguma coisa, certo?— É, deve valer. — Portanto, me encorajo e caminho para dentro do prédio. Dentro do corredor levo algum tempo andando de um lado para o outro e encarando a porta fechada vez ou outra. Qual é, Aiden, desde quando se tornou um covarde? Respiro fundo, solto o ar pela boca, me aproximo da porta fechada e me forço a bater na madeira.— Qual é, gente, hoje não vai rolar... — A porta se abre e uma garota de cabelos loiros quas
MelBatom vermelho, ou rosa? Saia ou calça jeans? Cabelos soltos ou presos? Meu Deus, e isso importa? Não é de verdade, Melissa. Ok, estou nervosa. Não é todo dia que marco de sair com um suposto namorado. Merda! A verdade é que eu nunca tive um namorado de verdade na vida. O quê? Eu não tinha tempo para essas coisas, precisava estudar de dia e ajudar o meu pai de noite. Agora isso. Cabeça de vento, é isso que você é! O bom é que eu não preciso beijar na boca. Porque isso sim, seria um desastre ecológico, porque eu nem sei como se faz isso. Ah vai, não me taxa de inocente porque isso eu não sou. Eu só não tenho experiência em certas coisas e vê se mantém esse bico fechado. Esse será um segredinho só nosso. Ralho mentalmente para o meu reflexo no espelho. E quer saber? Nada de batom, um vestido de tecido está de bom tamanho e os cabelos? Um rabo de cavalo serve. Prontinho! Sorrio para o espelho, mas não gosto do que vejo e de quebra faço birra para a minha imagem mostrando-lhe a língua
A noite eu estava sentada no sofá com alguns livros separados em cima da mesinha de centro e tomando uma xícara de chá sem tirar os meus olhos da porta. É, ele está atrasado. Um atraso de quase meia hora. Minutos depois, coloquei a xícara vazia em cima da mesinha e me deitei no sofá e com outra carreira de minutos já estava bisbilhotando através da janela. Ele não vem. Sibilei em pensamentos e me livrei do vestido azul escuro de alcinhas com um cumprimento acima dos joelhos para pôr um pijama, depois arrumei os meus cabelos para prendê-los em um coque frouxo e bagunçado, e calcei as pantufas de coelho para ir guardar todo o material. Idiota! Resmungo frustrada e no segundo seguinte alguém bate à porta.Não! Não pode ser ele, porque se for lhe darei uma boa bronca!— Por onde você andou?! — rosno assim que abro a porta e dou de cara com um Aiden suado e ofegante.— Eu tive um imprevisto, me desculpe!— Imprevisto? Aiden, para isso dar certo você precisa ter compromisso!— Isso não vai
AidenNessa vida eu já fiz de tudo. Trabalhei um tempo como encanador, mecânico, ajudante de feira de rua, frentista de posto de gasolina, mas atuar como ator é a primeira vez e acredito que estou me saindo muito bem. É claro que a parceria contribui e muito para esse sucesso. Baixinha, morena de tom claro e suave, cabelos negros e ondulados que chegam a alcançar metade das suas costas e porra, quando a beijo a deixo molinha! Eu sei que não sou nenhum galã de cinema, mas sei que sou gostoso ao ponto de as garotas suspirarem por mim, mais daí a se entregar plenamente a um beijo tão simples é foda no sentido mais extremo que consigo imaginar. Ou seja, ela não é tão exigente e as minhas notas estão garantidas. Fazer a galera aceitar que estou namorando a Melissa Jones foi a parte mais complicada. Eles sabem que sou exigente com a mulherada. No mínimo elas precisam ter belas curvas, bumbum empinado, coxas grossas na proporção certa e uma cintura fina que eu possa pegar e apertar. A altura
Aiden — Ah... oi! — Ela gagueja.— Oi! O que faz aqui?— Ah, eu... trouxe um bolo de chocolate. — Faço um sim com a cabeça, olhando para o embrulho de plástico transparente em suas mãos e sorrio.— Estou vendo. Como descobriu onde eu moro? — Ela dá de ombros.— Quem não sabe onde Aiden Cole mora? — Meu sorriso se amplia.— Boa resposta! — E de repente ficamos sem assunto. E eu me sinto um babaca porque não sei como reagir a isso. Quer dizer, eu nunca trouxe uma garota aqui. Sério, eu não tinha em mente manter um relacionamento, portanto, o meu cantinho é um lugar restrito para as garotas.— Eu não devia ter vindo. — Ela diz me despertando e faz menção de me dar as costas.— Não, foi perfeito você ter vindo!— Você tem certeza? — Faço um sinal positivo para ela.— Se queremos que eles acreditem que estamos juntos, então, é uma boa você vir aqui. — Ela sorri. Droga, é lindo vê-la assim! — Vem, eu vou te apresentar pra galera. — Levo uma mão a base da sua coluna e a conduzo para dentro
Mel— Você o quê?! — Abby rasga uma interrogação gritante no meio do corredor do shopping. Para a minha sorte ele não está tão cheio, mas ela está certa, é de se admirar quando uma falsa namorada vai à casa do seu falso namorado sem ser convidada. Pior ainda, sem avisar e ainda leva um bolo de padaria para ele. Contudo, não foi tão ruim assim, certo? Eu tive a oportunidade de conhecer um lado meigo do Aiden com exclusividade e aquele cantinho com céu estrelado e tudo mais nem de longe esconde o cara especial que ele é. A pergunta é, por que ele se esconde na figura de um rapaz que não tá nem aí para o mundo? Aiden faz questão de mostrar que se importa com ele mesmo e ninguém mais, mas na verdade, ele não é assim. Me pergunto o que há de errado em se importar com a pessoa que está ao seu lado. Nada, não tem nada de errado em se importar. — Por que você foi lá? — Eis a pergunta que estou me fazendo desde tomei aquela decisão absurda.— Eu sei lá! — A verdade é que eu tive a sua companhi
Mel— Ah, oi!— Nós estamos programando um passeio para esse final de tarde. Não quer vir conosco?— Hum... passeio? — Elas fazem um sim animado para mim. Não é estranho que isso venha assim tão repentinamente? Ou o nosso plano está dando muito certo, ou elas estão armando para mim. — E a Brenice? — Procuro saber.— Oh, querida ela já aceitou o fato de que Você e Aiden estão juntos e concorda que você é uma de nós agora. — Receosa, eu olho para o Aiden, porém, ele tem um sorriso largo e parece acreditar nas meninas, mas não posso esconder que estou com o pé atrás.— Desculpe, meninas, mas tenho um compromisso com o meu namorado para essa noite.— Ah, que pena! Amanhã então? — Chego a balbuciar sem saber o que dizer.— Pode ser. — É isso! Amanhã estarei pisando em um terreno que eu não conheço, mas ficarei de olhos bem abertos.— Por que não foi com elas? — Aiden pergunta assim que as garotas se afastam.— É pra ser sincera? — Ele meneia a cabeça. — Ainda não confio nelas. Você acredit