Sete anos depois... — Vai, filhão! Vai, filhão! Diferente do que presumiu, Aiden se tornou um paizão. E acredite, ele não perdeu uma só madrugada e parecia nunca se cansar disso. Perdi as contas de quantas vezes saí da minha cama pela madrugada e o encontrei sentado na cadeira de amamentação dando mamadeira para o nosso filho, enquanto contava-lhe vantagens sobre as suas aventuras como piloto de corrida, ou sobre os troféus que ganhara praticando o seu hobby preferido no mundo. Algumas vezes me peguei rindo ao vê-lo dormindo na cadeira com Jasper adormecido e aconchegado no seu tronco. Desde então, eles se tornaram amigos inseparáveis e eu mal tive trabalho de levá-lo para a escola, ou para o aniversário de um coleguinha. Como veem, Aiden se tornou mais do que um pai, ele também era o seu companheiro. — Joguei, papai! — Desperto quando o nosso filho grita animado, jogando a bola na sua direção. Eu penso que os traumas simplesmente não existem mais, que Aiden os superou de uma vez a
MelSol, mar, águas límpidas, animais marinhos para salvar, amigos da escola... Ah que saudade disso tudo, de casa, dos meus pais! O mundo universitário às vezes pode ser cruel para uma garota de interior como eu. Do lado masculino o que importa é o meu corpo e as curvas que ele tem, mas do lado feminino a concorrência é tão grande que elas chegam a passar por cima de qualquer um como um trombudo trator desgovernado. Mas a verdade é que não tenho interesse de agradar ninguém aqui. No entanto, para sobreviver na Campbell University é necessário enfrentar algumas batalhas ou encontrar algum refúgio. E sério, um refúgio para a primeira semana de aula até que não seria tão ruim. Penso assim que ponho os meus pés dentro do campus e percebo todos os olhares caírem em cima de mim como se eu fosse uma estrela de Hollywood, mas não se engane, não é exatamente esse pensamento que eles têm de mim. Meu nome é Melissa Jones, mas algumas pessoas mais próximas me chamam de Mel. Como mencionei eu mor
Aiden A vida nunca foi fácil para mim, nada veio fácil, eu tive que lutar para chegar aonde eu cheguei. E acredite, não é nada fácil quando você tem um pai alcoólatra e uma mãe omissa. Se não fosse a minha tia Lina talvez até nem existisse mais. Mas eu nunca desisti, lutei a cada dia, mesmo escutando de muitos que eu nunca chegaria a lugar nenhum. Devo muito a minha tia, mas para me tornar um advogado, preciso ir mais além e nessa parte ela não vai conseguir me ajudar. Não com um salário de costureira e ainda tendo que sustentar a casa sozinha. Contudo, uma noite eu me sentei de frente para ela e disse: estou saindo de casa, tia. Acredite, doeu como o inferno ter que vê-la chorar e me garantir uma vaga no posto de gasolina. Eu simplesmente não podia aceitar, não queria terminar os meus dias em uma bomba de gasolina e quem sabe um me tornar um alcoólatra coo o meu pai. Então arrumei as minhas malas e dirigi por horas até Nova York. Agora eu só precisava garantir o meu sustento e uma va
Aiden— Como foi a sua prova? — Ethan pergunta assim que me acomodo em uma cadeira do refeitório. Olhar para a cara azeda dele me diz muit6o sobre o estrago de uma puta ressaca.— Não foi — ralho bebericando o café forte e amargo, e faço uma careta no processo.— Também não cheguei a tempo. — Ele resmunga ajeitando os óculos escuros.— Eu sabia que não ia dar certo!— Relaxa, cara! A gente recupera. — No fundo ele está certo. É só a primeira nota e eu posso repor sem problemas, mas não posso continuar assim.***Três meses depois...Quando eu era criança tinha um certo fascínio pelas corridas de carro, mas nunca pensei que ela me daria a diretriz para construir o meu futuro. E sempre fui bom no volante, mas Nova York me proporcionou uma experiência ímpar. Eu só preciso saber onde vai rolar com antecedência o dia e a hora, estudar o local, as suas curvas e trilhas para não ter surpresas e garantir a grana. Depois cada um leva a sua parte. Ethan, Richard e Kevin dividem cinquenta por ce
Mel Definitivamente não tem comparação. A vida adulta longe dos pais é completamente louca e eu só descobri isso há poucas semanas convivendo com os meus novos amigos e claro que a Abby fez questão de me mostrar que não temos limites. Mas relaxe, as nossas saídas e curtições em nada tem interferido nas minhas notas. Eu jamais permitiria que isso acontecesse. O fato é que eu estou gostando de ter um pouquinho de liberdade e aprendendo a beber de um jeito divertido e descontraído com eles, coisa que só fazia com o meu pai a beira de uma fogueira nos fins de tarde na praia, porém, de forma bem contida. Sair para dançar? Não, a primeira vez aconteceu bem aqui e juro que nas primeiras horas até bateu um sentimento de culpa. Nossa, acredita que eu quis ligar para casa para pedir desculpas para eles? Mas logo após o meu segundo copo de cerveja eu já era a alegria em pessoa e me esqueci completamente da ousadia de sair do meu quarto quentinho, de largar todos aqueles livros grossos e cheios
MelVocê já foi a uma dessas festas de faculdade? Uau! Essa é a minha primeira e mesmo tendo participado de todos os preparativos, estou chocada! Os refletores, a decoração, as mesas, o salão para dança, o palco. Tudo inspira um megaevento, mas a gente sabe que os lados já estão separados, né? Alguns convidados começam a chegar e como a Abby havia imaginado, ninguém sabe quem é quem. Exceto pela capivara glamourosa que faz questão de se destacar. Pena que o bonitinho vai ser atingido pela nossa trama. Ela não larga dele mesmo. Enfim, vamos dar um tempo, a final queremos curtir um pouquinho dessa festa antes de começar todo o babado.— Ai, eu quero dançar um pouco! — Kell fala se sacudindo toda e logo a turma se anima. Dani com a Kell, o Stan com a Ruby e Robin com a Abby. Sobrei e isso não é bom, mas relevo decido pegar um refresco na espaçosa mesa.— Você é a Melissa, não é? — Forço a bebida a descer e encaro o gigante parado bem na minha frente. Detalhe, o seu nome é Ethan e eu já o
Mel__ Cara, eu nunca ri tanto na minha vida! — Dani comenta e uma nova onda de risadas divertidas e contorcidas se espalha dentro do Burger, chamando a atenção dos clientes em outras mesas.— Sério, aquela cena foi hilária!— E a cara que ela fez?Esses comentários me fazem pensar nas risadas que deram de mim todas as vezes que aquela vaca aprontou comigo. Mas devo admitir, isso foi épico e caramba, as visualizações já passam de três e isso em menos de uma hora e os likes não estão muito distantes disso, sem falar nos comentários que meu Deus... acho que criei um monstro. Então, vingança nunca foi o meu forte e eu sei que isso terá um retorno estrondoso, e que eu preciso estar preparada para qualquer coisa. O problema é não prever o que vem pela frente. Eu simplesmente terei que estar atenta a cada segundo. Como diz a minha quase centenária avó, pisando em ovos. Mas não vou estragar esse momento com as minhas especulações as cegas. Portanto, ergo o meu copo de cerveja atraindo a aten
MelEu nunca me vi em um... o que é isso mesmo? Um esporte? Vadiagem? Cara, eu estudo direito e, no entanto, estou me metendo no meio de um grupo jovens tomando cerveja e apostando altas notas em uma corrida completamente absurda. E pior, correndo um sério risco de ser presa só de estar aqui. Mas vamos admitir que a adrenalina que essas pessoas fornecem é coisa de louco. O ronco do motor avisa que a corrida começará em alguns segundos. A gritaria e a agitação dos apostadores são excitantes, e para a minha surpresa, Dani é um dos corredores. Stan e Robin se ajeitam em cima de um baú de um caminhão de pequeno porte e nos ajudam a subir. Daqui a visão da cidade é simplesmente fantástica e logo uma garota vai para o meio dos carros, ela faz um charme e dá o sinal para os pilotos. A gritaria junto aos roncos dos motores é ensurdecedora e eu me pego vibrando quando os carros dão a partida. O local escolhido pelos meninos nos dá uma visão ampla da corrida e caramba, eles realmente levam o pr