Meu Deus! Onde vou estacionar meu carro? Que loucura é essa?
Continuei procurando por uma vaga e estacionei assim que achei uma na porta da minha casa.
— Você finalmente chegou, por onde andou? — questionou, Maro toda afobada e arrumada para uma festa.
— Dona Sandra chegou? — Acompanhei ela que me puxava pelo braço.
— Dona Sandra está no seu quarto te esperando — olhou-me. — Vou terminar de me arrumar — avisou saindo rapidamente, sem me deixar perguntar qualquer coisa.
Entrei no meu quarto e encontrei dona Sandra e sua filha muito nervosas me esperando.
— Nossa, você demorou! Já tomou banho? — Perguntou dona Sandra se aproximando.
— Que pergunta é essa? — Questionei incrédula.
— Você tem cinco minutos para tomar banho — disse me ignorando.
— Vai logo Kau... — pediu Hester, a noiva.
— Eu já tomei banho, o que deu em vocês?
— Melhor ainda — resmungou dona Sandra. — Sente-se aqui — pediu, me puxando e
Mais um capítulo postado. Espero que gostem. E me conte o que acharam da história. Um grande abraço.
Três anos depois...Tanta coisa mudou durante esses anos. Julian é um homem incrível, me ajudou a procurar ajuda, fui acompanhada por psicóloga, um grupo de apoio e até um de oração que dona Sacha tinha costume de ir, achou que eu deveria ir também. Acredito que me ajudou muito.Mesmo assim, foi uma luta para tirar esse sentimento de mim, lembranças doloridas vieram à tona, cenas de quando eu me cortava, na época parecia uma coisa boa, mas hoje lembrar desses momentos me fazem sofrer muito, dói saber que eu me machucava, tive crises de ansiedade, na época eu nem sabia que tinha isso, ninguém sabia de nada, passei por tudo isso sozinha.O grupo e a psicóloga me ajudou a entender que nada disso foi culpa minha. Cresci vendo meus pais brigarem o tempo todo, achava que era o jeito que eles se amavam, não entendia o porquê de brigarem tanto, isso me afetou profundamente. Achava que para demonstrar amor tinha que machucar as pessoas, não s
Copyright © 2019 Tania GiovanelliDireitos autorais do texto original ‘Não vou dizer sim’’ – Fundação Biblioteca NacionalTodos os direitos reservados.Capa: Carol MoreiraDiagramação: Tatiane SouzaRevisão: Tatiane SouzaLicença de imagens: PngtreeNenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização por escrito do autor.Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Nomes, lugares e acontecimentos descritos são frutos da imaginação da autora.Giovanelli, TâniaNão vou dizer sim/Tânia Giovanelli - São José do Rio Pardo -SPTânia Giovanelli, setembro de 2019.Literatura Nac
— Kau, o que está fazendo nesse quarto? Que barulhos são esses? O que você tá aprontando menina? — Gritou Maro, a governanta, esmurrando a porta do lado de fora do meu quarto.Rapidamente guardei todas as minhas coisas, desliguei o notebook e troquei de roupa. Maro, não podia me ver assim, ninguém podia. Isso era um segredo só meu.— KAU, TA QUASE NA HORA DO SEU CASAMENTO — Berrou brava.— Já vou abrir, só um minuto — falei terminando de me vestir e fui abrir a porta logo em seguida.Maro bufou, não sabia por que estava tão brava. Este casamento era contra a minha vontade e ela sabia muito bem disso.— Menina, seu pai me mata se você atrasar. O que estava fazendo trancada neste quarto? — disse entrando rapidamente e colocou o vestido de noiva na cama.— Estava assistindo um filme pelo notebook — respondi ignorando aquele vestido ridículo.— Um filme a essa hora? está querendo provocar seu pai? Você já tomou banho? — Caminhou a
Minutos depois estava a caminho da cidade da minha mãe. Ela partiu quando eu tinha apenas seis anos, então as lembranças que tinha dela eram poucas. Era muito nova para entender o que estava acontecendo, só lembro que eles brigavam muito. Hoje, com vinte e dois anos, consigo entender que o maior culpado de ela ter nos deixado foi meu pai.Jonathas Almeida era uma pessoa extremamente difícil de conviver, era autoritário de mais, achava que poderia mandar em todos. Vivia mal-humorado, não sorria e só pensava nos negócios dele.Que mulher aguentaria um homem assim? Entendia que ela não possuía outra escolha, por esse motivo tinha muita vontade de encontrá-la.Passei a viagem toda imaginando em como seria nosso reencontro, se ela me reconheceria e se ainda sentia algum sentimento por sua filha. Suspirei, notando que vários olhares dentro do ônibus eram direcionados a mim.Ri fraco, acho que eu também ficaria horrorizada em ver uma noiva fugitiva.
Quando voltei para a realidade percebendo que estávamos sozinhos e que os guardas passaram sem me ver. O empurrei na hora.— O que pensa que está fazendo? Quem te deu permissão para me beijar — perguntei, meu coração batia descompassado e minhas pernas estavam trêmulas. Eu queria esganá-lo.— Tá reclamando do que? Você retribuiu sem hesitar — zombou.— Precisei retribuir, eu estava sendo perseguido pelos guardas, essa foi a única forma de me esconder — respondi sem graça, notando que meus pães e o pacote de biscoito estavam pisoteados no chão e minha barriga continuava roncando.— Então você é uma ladrazinha, mas porque está vestida de noiva? — Questionou me examinando.— Não sou ladra e é uma longa história. Contarei depois que me arrumar uma roupa e pagar algo para eu comer, estou morrendo de fome — pedi muito sem graça novamente.— Te pago um belo café da manhã e te compro roupas novas com uma condição.— Que condição?— Minha mãe é
— Ah, Julian, conta outra, é claro que você sabe o que tem nesse quarto.— Juro que eu não sei! Esse quarto está trancando já faz seis meses. Ouço muitos barulhos a noite, mas não faço ideia do que se trata — explicou muito sem graça e muito confuso.— Tudo bem, dou minha palavra que não entrarei nesse quarto. Agora preciso de um banho e dormir um pouco. Sou muito grata por me acolher na sua casa. Seria terrível passar mais uma noite na rua. Em troca desse favor, tentarei ser uma noiva bem convincente.— Obrigado pela ajuda, Kau. Tome seu banho que eu vou ver se dona Chica pode pegar algumas roupas da filha dela para te emprestar, Ana tem uns vinte anos, acredito que essa também seja a sua idade. Chica é mãe da nossa cozinheira. Assim que o almoço estiver pronto te chamo.— Na verdade, farei vinte e três em duas semanas. Agradeço por me arrumar algumas roupas. Vou lá então — subi as escadas e fui para o quarto de hóspedes que Julian me mostrou.En
— Mãe, quem tem um compromisso com a Bianca é você. Nunca aceitei essa ideia louca de ser noivo dela. Eu falei que tinha uma namorada e não acreditaram em mim. Pois é, ela está aqui e estamos juntos já faz um ano, prefiro me casar com ela que eu amo, do que com aquela garota esnobe e ridícula que escolheu para mim — explicou bastante irritado.— Filho, Bianca é uma atriz jovem e famosa, faz vários filmes nacionais e novelas, pode te ajudar a entrar nesse meio. É o seu sonho — argumentou decepcionada.Fiquei ali só observando a discussão deles. Eu sabia que esse noivado não era real, então essa briga boba não surgia efeito em mim. Esse casamento nunca iria acontecer mesmo.— Não, esse não é meu sonho, é o seu. Nunca quis ser ator de cinema — gritou muito nervoso.— Quando você era pequeno, dizia que queria ser como eu.— Quando eu era pequeno, disse tudo, eu cresci mãe e meu sonho é ser médico. Será que agora podemos almoçar? — Perguntou sentando-se do m
Julian respondeu ao beijo sem nenhuma hesitação e enquanto ele explorava minha boca com muita necessidade, tentei abrir os olhos algumas vezes para ver se os capangas do meu pai haviam ido embora. Para a minha sorte tinham acabado de partir. Fiquei aliviada e no mesmo instante me afastei do Julian.— Assim vamos ser bem convincente — sorriu safado.— Julian, preciso de um favor — o ignorei. — Preciso ir em um salão de cabelereiro, você conhece algum?— Sim, conheço o que minha mãe costuma ir, mas a essa hora deve estar lotado. Porque precisa ir? E por que parece preocupada?— Julian, te beijei para me esconder.— Se esconder... de quem? — Perguntou confuso.— Meu pai tem muitos amigos e alguns deles vieram atrás de mim, quando os vi te beijei — menti mais uma vez.Não contaria para ele que eram os capangas do meu pai, pensaria que estava mentindo a respeito de ser pobre e não queria isso. Só não conseguia entender como foram me procurar just