Voltamos para sua casa pensando no plano e como ele disse, Chica não estava em casa, nem sua mãe e nem mesmo a Ana. Havia chegado a hora de descobrir quem estava naquele quarto e o porquê.
— Julian, a porta está trancada. Você sabe onde está a chave?
— Minha mãe tem o costume de guardar tudo no seu quarto. Vamos logo procurar — disse me puxando pela mão.
Entramos no quarto de Sacha que era enorme. Tinha um close com tantas gavetas que não fazia ideia por onde começar.
— Olha na penteadeira que vou procurar no close e seja rápida — falou abrindo algumas gavetas e procurando, enquanto eu procurava na penteadeira.
Foi então que algo me chamou a atenção, notei um pequeno baú de madeira bem pequeno escondido atrás de um vaso na penteadeira.
— Olha o que achei — andei em sua direção com o baú na mão.
— Abre, para ver o que tem dentro — olhou-me aflito.
Sem pensar duas vezes eu abri e para minha surpresa tinha duas chav
A noite foi tensa, ouvi o tempo todo alguém chorando e uma movimentação na casa. Eu estava com fome, pois me deitei mais uma vez sem jantar. No entanto, com o barulho que vinha do andar debaixo não me atreveria a ir à cozinha.Resolvi fechar os olhos e tentar pegar no sono novamente, demorou um pouco, mas adormeci.Despertei com um braço sob mim e me assustei, virei devagarinho para ver quem estava do meu lado e notei que apesar do arranhão que tinha no rosto do Julian, ele dormia tranquilamente.Estranho, será que estou em seu quarto novamente? Tive um sonho muito louco, era um sexo bem selvagem, mas mal conseguia ver o rosto de quem estava comigo.Tentei sair dos seus braços bem lentamente, mas quando fui me levantar, ele me segurou pela mão.— Bom dia, Kau! — Desejou, sentando-se na cama.Esfregando os olhos de sono e me olhou de um jeito que parecia estar me despindo.— Como vim parar aqui? E por que me olha assim? — Questionei me
Cheguei na casa do Julian rezando para não encontrar com ele, eu só queria ir para o quarto, ficar sozinha para pensar um pouco. Por sorte não o encontrei.Faltava três horas para o jantar, não estava nenhum pouco animada. No entanto, sem muitas escolhas achei melhor tomar um banho e me arrumar. A noite seria longa e tediosa.Enquanto a água do chuveiro lavava meu corpo, tentei esquecer o que havia descoberto sobre minha mãe. Não havia nada que eu pudesse fazer naquele momento.Depois de colocar o vestido que Sacha escolheu, sequei meu cabelo deixando-o um pouco mais liso e me deitei um pouco na cama para esperar a hora passar. Acabei cochilando.— Kau, você está aí? — Despertei com alguém batendo na porta. — Kau... — gritou, dessa vez consegui reconhecer a voz que me chamava. Julian.No mesmo instante meu coração pareceu querer sair pela boca. Mesmo com um frio na barriga fui abrir a porta.— Por onde andou — perguntou ao me ver.— Sai um p
Não consigo acreditar no que meus olhos estavam vendo. O livro casei com um monstro estava na mesinha de cabeceira.Então, muito curiosa, fui me aproximando novamente e quando peguei o livro na mão derrubei algo que acabou fazendo barulho.— Sacha, é você? — Perguntou uma mulher puxando a cortina e quando ela me viu ficou branca como um fantasma. — Filha...Seu rosto empalideceu, não consegui sequer reagir a sua palavra, no segundo seguinte ele já havia desmaiado.Fiquei em choque enquanto a observava. Era minha mãe, mas estava muito diferente da foto do livro e da foto que eu tinha dela. Estava de cabelo curto e pretos, minha mãe sempre foi loira.— Mãe, acorda... — pedi dando leve tapinhas em seu rosto. — Mãe, por favor, acorda!— Eu estou sonhando... — resmungou abrindo os olhos.— Não, você não está. Sou eu, Kauana — respondi olhando-a com o coração disparado pela emoção.— Não pode ser minha filha, ela está morta. Deve ser alucina
— Eles só vão parar se você aceitar casar comigo — disse quase sem força pelo tanto que apanhou do Julian e com um ar superior.Eu só queria que parecem de bater nele.— Tudo bem, você venceu. Me caso com você — quando falei isso, fez sinal para seus capangas pararem. Corri até o Julian desesperada, que já se encontrava desmaiado no chão.Sacha e minha mãe estavam assustadas, não conseguiram reagir, pareciam em choque.— Sacha, pelo amor de Deus, chame uma ambulância — gritei fazendo-a sair do choque em que estava.— Vamos, Kauana, precisamos ir — Oscar puxou-me com pressa.Não consegui controlar minhas lágrimas e chorei temendo pela vida de Julian.— Oscar, chega! Acabou... — disse meu pai aparecendo na porta do quarto de repente, nos impedindo de sair.— Assinamos um contrato Jonathas, você deve muito dinheiro ao meu pai, vai perder tudo se eu não me casar com sua filha — respondeu encarando-o.— É desse contrato que está falan
Despertei com o barulho da porta sendo aberta e após abrir os olhos levei um susto muito grande quando vi o médico do Julian me olhando confuso. Foi então que me dei conta que estava no quarto do Julian no hospital e deitada na cama com ele.Me sentei rapidamente fazendo Julian acordar. Fiquei muito envergonhada quando notei que estava de camisola.— Bom dia, Julian! Vejo que dormiu muito bem essa noite — cumprimentou o médico fazendo a Dona Sacha acordar, ela dormia na poltrona.— Está tudo bem, Doutor? — Perguntou dona Sacha se levantado.— Sim, está. Os exames ficaram prontos, Julian está muito bem, nos exames não deu nada, vou dar alta a ele e receitar remédio para a dor — respondeu entregando a receita para a mãe dele, enquanto a enfermeira me encarava estranho.Talvez se perguntando o que eu fazia ali de camisola?O médico saiu do quarto fazendo várias recomendações. Julian mesmo muito dolorido, se levantou da cama.— Alguém pode
Voltar para a casa do meu pai me deixava angustiada. Ali sempre me senti presa, a única pessoa que eu sentia falta era da Maro, ela sempre foi tão presente na minha vida que era como uma segunda mãe para mim. As palavras do Julian não saiam da minha cabeça. Nunca me apaixonei por ninguém e tudo isso era novo para mim. Mas o fato era que meus sentimentos por ele eram verdadeiros e eu precisava dizer a ele como realmente sou. Se eu não conseguia me entender, como ele me entenderia? Tudo isso me confundia. Sabia que não era normal gostar de sentir dor, mas para mim, era prazeroso e não tendia o porquê. — Kau... filha... chegamos — cutucou, me fazendo voltar para a realidade, eu estava com meus pensamentos longe. — Percebi, pai — falei, me assustando com a porta do helicóptero se abrindo. Meu pai me ajudou a descer. — KAU... Minha menina — gritou, Maro se aproximando. Ela correu em minha direção e quando finalmente estava na minha frente,
Meu Deus! Onde vou estacionar meu carro? Que loucura é essa?Continuei procurando por uma vaga e estacionei assim que achei uma na porta da minha casa.— Você finalmente chegou, por onde andou? — questionou, Maro toda afobada e arrumada para uma festa.— Dona Sandra chegou? — Acompanhei ela que me puxava pelo braço.— Dona Sandra está no seu quarto te esperando — olhou-me. — Vou terminar de me arrumar — avisou saindo rapidamente, sem me deixar perguntar qualquer coisa.Entrei no meu quarto e encontrei dona Sandra e sua filha muito nervosas me esperando.— Nossa, você demorou! Já tomou banho? — Perguntou dona Sandra se aproximando.— Que pergunta é essa? — Questionei incrédula.— Você tem cinco minutos para tomar banho — disse me ignorando.— Vai logo Kau... — pediu Hester, a noiva.— Eu já tomei banho, o que deu em vocês?— Melhor ainda — resmungou dona Sandra. — Sente-se aqui — pediu, me puxando e
Três anos depois...Tanta coisa mudou durante esses anos. Julian é um homem incrível, me ajudou a procurar ajuda, fui acompanhada por psicóloga, um grupo de apoio e até um de oração que dona Sacha tinha costume de ir, achou que eu deveria ir também. Acredito que me ajudou muito.Mesmo assim, foi uma luta para tirar esse sentimento de mim, lembranças doloridas vieram à tona, cenas de quando eu me cortava, na época parecia uma coisa boa, mas hoje lembrar desses momentos me fazem sofrer muito, dói saber que eu me machucava, tive crises de ansiedade, na época eu nem sabia que tinha isso, ninguém sabia de nada, passei por tudo isso sozinha.O grupo e a psicóloga me ajudou a entender que nada disso foi culpa minha. Cresci vendo meus pais brigarem o tempo todo, achava que era o jeito que eles se amavam, não entendia o porquê de brigarem tanto, isso me afetou profundamente. Achava que para demonstrar amor tinha que machucar as pessoas, não s