Nos braços do Cowboy
Nos braços do Cowboy
Por: Laura Ivanish
Um

Madelaine

Sabe quando temos a sensação de que estamos vivendo um pesadelo? Pois eu tenho me sentido assim todos os dias.

Desde o momento em que descobri que o filho da puta do meu ex-noivo tinha vendido o meu apartamento, meu carro e ido embora para os Alemanha.

E agora postava fotos românticas com a minha antiga vizinha Camille. Ele me fez de idiota de todas as formas que se pode imaginar.

Como eu pude ser tão idiota e não perceber nada?

Todas aquelas conversas entre os dois no corredor, e ele sempre falando que estava dando dicas de investimento para ela. Ele estava era investindo aquele pau mediano na minha vizinha.

Por que aquele filho da puta me deu aquele anel? Anel que eu joguei pela janela do uber, duvido muito que aquilo tinha algum valor. E se tinha espero que quem encontrar tenha muito mais sorte do que eu.

Roubada e traída, uma combinação e tanto.

O filho da puta me deixou literalmente na merda.

E como ele conseguiu fazer isso? O desgraçado me fez assinar a droga de uns papéis que passava o meu apartamento para ele.

Ele aproveitou o momento em que eu estava atolada de trabalho, o que fez com que eu confiasse nele a ponto de assinar os documentos sem ler.

Toda vez que me lembro disso eu quero socar a minha cara.

Eu não pude reaver nada que foi vendido. Nem meu carro, nem meus móveis, nada.

Só havia me restado as coisas que eu levei para a viagem.

E sabe o que é pior nisso tudo? Quando tentei encontrá-lo indo procurar seus pais, descobri que ele tentou fazer a mesma coisa com eles. Mas a irmã que ele dizia ser uma megera conseguiu impedir.

E era por isso que ele dizia que a família o odiava, que ninguém acreditava nele e que todos o excluíram.

E eu sentia pena do fingido toda vez que ele dizia isso.

Que ódio.

E errado desejar a morte de alguém? Porque eu tenho desejado todo dia que aquele crápula morra.

Tomara que ele morra sufocado por aqueles peitos com litros de silicone que Camille tem orgulho de ostentar.

Tudo o que um dia senti por Alvim, qualquer resquício de amor, se transformou em ódio. E talvez nem amor existisse, era tão cômodo, ele me iludiu me oferendo algo que por um momento eu quis e eu caí que nem um patinho.

Será que aquele filho da puta vinha planejando isso em todos esses anos?

Mordo o travesseiro abafando o grito.

Eu colei chiclete na cruz?

E para completar a minha tragédia grega, depois de saber que eu tinha sido praticamente roubada, descubro que promoção que era para ser minha foi dada para Alisson uma novata com quem Teddy estava transando.

Fiz tantos questionamentos. Um mês na Europa para nada, apenas para dar a chance para aquele patife me roubar e fugir para outro país com outra.

Então eu surtei, surtei quando vi que todo meu esforço, que trabalhar que nem uma condenada não tinha servido de nada.

Quebrei toda a minha sala e falei tudo que estava entalado, inclusive o fato de Teddy estar transando com Alisson mesmo estando casado a anos, tudo isso com toda gestão na Towerbank reunida e olhando atentamente para mim. E para finalizar com chave de ouro joguei café quente em Teddy.

E claro que isso resultou na minha demissão, e Teddy fez questão de dizer que se depender dele eu não consigo emprego em lugar algum.

Minha vida foi virada de cabeça para baixo.

Estou morando de favor no apartamento de Dailah. O que recebi pela minha rescisão não é muito, mas daria para eu alugar um apartamento e ir me virando. Mas eu não tenho vontade de levantar da cama.

Acho que não tenho mais lágrimas para chorar.

Viro de barriga para cima encarando o teto, para não ver o caos que está o quarto, embalagens de chocolate, salgadinho e biscoito, afinal são as únicas coisas que sinto vontade de comer.

Sinto um vazio. Meu coração pesa, como se carregasse um mundo de fracassos. Minha vida estava perfeitamente estruturada, cada detalhe meticulosamente planejado.

Me sinto impotente, a vida que eu conhecia desapareceu. Estou perdida. Não consigo ter forças para me reerguer, não consigo pensar em uma saída.

Eu queria o colo da minha mãe e um abraço apertado do meu pai, mas se quer tenho coragem de ligar para eles.

Como vou dizer que sua única filha perdeu tudo, que foi feita de idiota pelo namorado. Que perdi meu emprego e agora moro de favor.

Eles se orgulham de mim. Como eles se sentiriam sabendo que eu fracassei?

Meus pais vivem no interior de Texas, tem uma fazenda e trabalham com resfriamento de leite.

Eu nasci em New York, meus pais viveram aqui por vinte e um anos, mas os dois nasceram no interior de Texas. Eles vieram para New York tentar a vida depois do meu avô praticamente expulsar os dois da fazenda. Pela história que meus pais contam, meus avós não aceitavam o relacionamento do meu pai com minha mãe por ela não ser rica, ela era filha de um casal de empregados da fazenda, que infelizmente morreram em um acidente de ônibus, minha mãe tinha quatorze anos na época e como não tinha mais ninguém, continuou na fazenda, trabalhando nos afazeres domésticos e foi assim que ela e meu pai se aproximaram.

E bonita a história de como descobriram que estavam apaixonados um pelo outro. E mais linda ainda é o fato de meu pai ter lutado por minha mãe, tendo a escolhido quando ele era tudo o que ela tinha.

Eles são completamente apaixonados um pelo outro, algo raro, acho que são a exceção.

Meu pai estudou, se formou e passou em concurso do estado. Ele amava a vida aqui, mas sentia falta do interior, da vida no campo, dizia que seu sonho era ter um pequeno sítio. Eles nunca foram visitar os meus avós, e toda tentativa de contato era recusada. Eu nunca os conheci.

E sabendo de tudo que fizeram, eu nunca senti vontade.

Quando eu estava no colegial soubemos do falecimento da minha avó meses após o ocorrido meu pai ficou arrasado por não poder se despedir. E depois quando eu terminei a faculdade meu avô faleceu e meu pai sendo filho único era o único herdeiro da fazenda onde ele e minha mãe viveram toda sua infância e adolescência.

Não foi uma decisão fácil para meu pai, mas com o apoio da minha mãe, ele escolheu deixar tudo em New York e se mudarem para o interior de Texas. Eu não podia me opor a ideia, pois sabia que esse era o maior desejo do meu pai.

Eu escolhi ficar, estava começando a minha vida aqui, e jamais conseguiria viver em uma fazenda no interior, meus pais me deram total apoio

Como a nossa casa era grande demais só para mim, encorajei meus pais a vendê-la. E passei a dividir o apartamento com Candice até me mudar para o meu.

Nunca fui visitá-los na fazenda, não tinha tempo por causa das pós-graduações e o trabalho, eram eles que sempre vinham me ver. Mas já faziam quase dois anos que eles não vinham, eu não tinha tempo para dar atenção a eles e acabava sempre ficando de avisar o melhor momento deles virem.

Eu mal falava com eles no telefone, pedi para minha mãe não me ligar se não fosse emergência pois estava ocupada demais no trabalho para falar com ela ou meu pai.

Uma filha horrível. Tudo isso para perder minha promoção e ser escorraçado do banco como se eu tivesse uma doença contagiosa.

Respiro fundo contendo o nó que se forma em minha garganta.

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