Madelaine
Sabe quando temos a sensação de que estamos vivendo um pesadelo? Pois eu tenho me sentido assim todos os dias. Desde o momento em que descobri que o filho da puta do meu ex-noivo tinha vendido o meu apartamento, meu carro e ido embora para os Alemanha. E agora postava fotos românticas com a minha antiga vizinha Camille. Ele me fez de idiota de todas as formas que se pode imaginar. Como eu pude ser tão idiota e não perceber nada? Todas aquelas conversas entre os dois no corredor, e ele sempre falando que estava dando dicas de investimento para ela. Ele estava era investindo aquele pau mediano na minha vizinha. Por que aquele filho da puta me deu aquele anel? Anel que eu joguei pela janela do uber, duvido muito que aquilo tinha algum valor. E se tinha espero que quem encontrar tenha muito mais sorte do que eu. Roubada e traída, uma combinação e tanto. O filho da puta me deixou literalmente na merda. E como ele conseguiu fazer isso? O desgraçado me fez assinar a droga de uns papéis que passava o meu apartamento para ele. Ele aproveitou o momento em que eu estava atolada de trabalho, o que fez com que eu confiasse nele a ponto de assinar os documentos sem ler. Toda vez que me lembro disso eu quero socar a minha cara. Eu não pude reaver nada que foi vendido. Nem meu carro, nem meus móveis, nada. Só havia me restado as coisas que eu levei para a viagem. E sabe o que é pior nisso tudo? Quando tentei encontrá-lo indo procurar seus pais, descobri que ele tentou fazer a mesma coisa com eles. Mas a irmã que ele dizia ser uma megera conseguiu impedir. E era por isso que ele dizia que a família o odiava, que ninguém acreditava nele e que todos o excluíram. E eu sentia pena do fingido toda vez que ele dizia isso. Que ódio. E errado desejar a morte de alguém? Porque eu tenho desejado todo dia que aquele crápula morra. Tomara que ele morra sufocado por aqueles peitos com litros de silicone que Camille tem orgulho de ostentar. Tudo o que um dia senti por Alvim, qualquer resquício de amor, se transformou em ódio. E talvez nem amor existisse, era tão cômodo, ele me iludiu me oferendo algo que por um momento eu quis e eu caí que nem um patinho. Será que aquele filho da puta vinha planejando isso em todos esses anos? Mordo o travesseiro abafando o grito. Eu colei chiclete na cruz? E para completar a minha tragédia grega, depois de saber que eu tinha sido praticamente roubada, descubro que promoção que era para ser minha foi dada para Alisson uma novata com quem Teddy estava transando. Fiz tantos questionamentos. Um mês na Europa para nada, apenas para dar a chance para aquele patife me roubar e fugir para outro país com outra. Então eu surtei, surtei quando vi que todo meu esforço, que trabalhar que nem uma condenada não tinha servido de nada. Quebrei toda a minha sala e falei tudo que estava entalado, inclusive o fato de Teddy estar transando com Alisson mesmo estando casado a anos, tudo isso com toda gestão na Towerbank reunida e olhando atentamente para mim. E para finalizar com chave de ouro joguei café quente em Teddy. E claro que isso resultou na minha demissão, e Teddy fez questão de dizer que se depender dele eu não consigo emprego em lugar algum. Minha vida foi virada de cabeça para baixo. Estou morando de favor no apartamento de Dailah. O que recebi pela minha rescisão não é muito, mas daria para eu alugar um apartamento e ir me virando. Mas eu não tenho vontade de levantar da cama. Acho que não tenho mais lágrimas para chorar. Viro de barriga para cima encarando o teto, para não ver o caos que está o quarto, embalagens de chocolate, salgadinho e biscoito, afinal são as únicas coisas que sinto vontade de comer. Sinto um vazio. Meu coração pesa, como se carregasse um mundo de fracassos. Minha vida estava perfeitamente estruturada, cada detalhe meticulosamente planejado. Me sinto impotente, a vida que eu conhecia desapareceu. Estou perdida. Não consigo ter forças para me reerguer, não consigo pensar em uma saída. Eu queria o colo da minha mãe e um abraço apertado do meu pai, mas se quer tenho coragem de ligar para eles. Como vou dizer que sua única filha perdeu tudo, que foi feita de idiota pelo namorado. Que perdi meu emprego e agora moro de favor. Eles se orgulham de mim. Como eles se sentiriam sabendo que eu fracassei? Meus pais vivem no interior de Texas, tem uma fazenda e trabalham com resfriamento de leite. Eu nasci em New York, meus pais viveram aqui por vinte e um anos, mas os dois nasceram no interior de Texas. Eles vieram para New York tentar a vida depois do meu avô praticamente expulsar os dois da fazenda. Pela história que meus pais contam, meus avós não aceitavam o relacionamento do meu pai com minha mãe por ela não ser rica, ela era filha de um casal de empregados da fazenda, que infelizmente morreram em um acidente de ônibus, minha mãe tinha quatorze anos na época e como não tinha mais ninguém, continuou na fazenda, trabalhando nos afazeres domésticos e foi assim que ela e meu pai se aproximaram. E bonita a história de como descobriram que estavam apaixonados um pelo outro. E mais linda ainda é o fato de meu pai ter lutado por minha mãe, tendo a escolhido quando ele era tudo o que ela tinha. Eles são completamente apaixonados um pelo outro, algo raro, acho que são a exceção. Meu pai estudou, se formou e passou em concurso do estado. Ele amava a vida aqui, mas sentia falta do interior, da vida no campo, dizia que seu sonho era ter um pequeno sítio. Eles nunca foram visitar os meus avós, e toda tentativa de contato era recusada. Eu nunca os conheci. E sabendo de tudo que fizeram, eu nunca senti vontade. Quando eu estava no colegial soubemos do falecimento da minha avó meses após o ocorrido meu pai ficou arrasado por não poder se despedir. E depois quando eu terminei a faculdade meu avô faleceu e meu pai sendo filho único era o único herdeiro da fazenda onde ele e minha mãe viveram toda sua infância e adolescência. Não foi uma decisão fácil para meu pai, mas com o apoio da minha mãe, ele escolheu deixar tudo em New York e se mudarem para o interior de Texas. Eu não podia me opor a ideia, pois sabia que esse era o maior desejo do meu pai. Eu escolhi ficar, estava começando a minha vida aqui, e jamais conseguiria viver em uma fazenda no interior, meus pais me deram total apoio Como a nossa casa era grande demais só para mim, encorajei meus pais a vendê-la. E passei a dividir o apartamento com Candice até me mudar para o meu. Nunca fui visitá-los na fazenda, não tinha tempo por causa das pós-graduações e o trabalho, eram eles que sempre vinham me ver. Mas já faziam quase dois anos que eles não vinham, eu não tinha tempo para dar atenção a eles e acabava sempre ficando de avisar o melhor momento deles virem. Eu mal falava com eles no telefone, pedi para minha mãe não me ligar se não fosse emergência pois estava ocupada demais no trabalho para falar com ela ou meu pai. Uma filha horrível. Tudo isso para perder minha promoção e ser escorraçado do banco como se eu tivesse uma doença contagiosa. Respiro fundo contendo o nó que se forma em minha garganta.Madelaine A batida forte na porta faz eu me sentar na cama.— Abre a porta Maddy! — Dailah grita do outro lado.Faço uma careta.— Não estou me sentindo bem — digo.E não é exatamente uma mentira.— Você está assim a dias. Já chega, abre a porta! Não me faça pegar a cópia da chave — diz firmemente.Não posso esquecer que estou na casa dela de favor, ela tem todo direito de fazer isso.— Não precisa, já vou abrir! — grito jogando o cobertor no chão.Vou até a porta me esquivando da bagunça.— O que foi? — pergunto, abrindo a porta vendo Dailah me olhando com os braços cruzados e com uma expressão nada amistosa.Coço os olhos, vendo Candice surgir atrás de Dailah me olhando com uma expressão incrédula.— Meu Deus! — Ela fala cobrindo a boca com as mãos.— Eu te disse — Dailah fala olhando para ela.— Eu não acredito que você está nesse estado Maddy — Candice fala colocando as mãos na cabeça.Olho para meu pijama manchado e levando o braço aproximando o meu rosto da axila sentindo um od
DanielMinha mãe diz que estou virando bicho do mato e acho que ela tem razão. Chego no hotel, exausto e agoniado. Passei o dia inteiro em Austin, e isso já foi suficiente para mim. O barulho constante dos carros, as sirenes, e a pressa das pessoas me deixaram tonto. O cheiro de fumaça e a luz artificial me sufocam. Parece que tem uma eternidade desde que morei aqui. Só consigo pensar na tranquilidade da fazenda e como eu queria estar lá agora.Não consigo me imaginar vivendo aqui novamente. A cidade grande não é para mim. É engraçado me lembrar do quanto eu desejava morar na cidade grande quando ainda era garoto e vivia na fazenda.Só Erin para me fazer passar um dia todo aqui. Minha irmã sabe muito bem como ser convincente. E também seria egoísta da minha parte não participar dos eventos de sua formatura. Meus pais também fariam picadinho de mim se eu não viesse. Estou orgulhoso dela, minha irmã caçula já é uma mulher formada em odontologia, parece que foi ontem que ela
MadelaineAcho que nunca passou pela minha cabeça que em um sábado à noite eu estaria desembarcando em um avião em Austin.Nem sei por que isso me surpreende, já que há algumas semanas eu tinha um apartamento, um carro, um emprego e um energúmeno que eu chamava de noivo. E agora... Bem, pode se dizer que eu estou voltando para a casa dos meus pais.Quase trinta anos morando com os pais. Seria cômico se não fosse trágico.Uma casa que eu nunca fui capaz de tirar um tempo para visitar. E mesmo que seja no meio do mato, isso não é uma justificativa.Escolhi parar de lamentar o meu fracasso pessoal e fazer o papel de filha, de uma boa filha.Receber a ligação da minha mãe, e saber que quase perdi meu pai, me desmontou. Não saberia descrever tudo que senti ao ouvir cada palavra dita pela voz embargada de minha mãe, mas remorso, isso eu consigo afirmar que senti e ainda estou sentindo.Como eu pude ser tão negligente? Como eu pude colocar o meu trabalho a frente das pessoas que eu mais amo
Madelaine Ganhei anos de vida depois de um banho quente. Era tudo que eu precisava depois de um voo horroroso na classe econômica com uma escala desnecessária, acho que as empresas aéreas fazem isso de propósito.Termino de secar o cabelo no instante em que vejo que Dailah está me ligando por vídeo.Ela não iria desistir até que eu atendesse, já que não havia respondido as mensagens dela.Ela e Candice eram um poço de preocupação.— Oi — atendo segurando o celular e me sentando na cama.— Ela atendeu Candice, sua vadia desnaturada...— grita, e vejo Candice surgir detrás dela.— Estou exausta, quis tomar um banho antes de ligar para vocês — ajeito o cabelo olhando minha imagem na tela.Dailah revira os olhos.— A gente estava preocupada com você — Candice fala pegando o celular da mão de Dailah.Dou uma risadinha.— Estou bem, e ainda na civilização — brinco.Ela balança a cabeça de um lado para o outro.— Sabe o que eu a Dailah pensamos disso, ainda mais você indo assim, sem nem fal
Madelaine Fico desapontada. Se esse homem flertasse comigo, ele nem precisaria de muito esforço. Uma frase e eu já estaria com as pernas abertas.Mas eu não tenho uma sorte dessas.Coloco o celular sobre a mesa vendo as mensagens no grupo que tenho com as meninas Reclamando e se lascando S.A, e o único grupo de WhatsApp que tenho e se alguma de nós três sairmos, acontece a terceira guerra mundial. Madelaine: Já cheguei no bar.Dailah: Algum cowboy gostoso?Madelaine: Cowboy não, mas... tem um boy maravilhoso aqui.Me arrependo de falar do homem no instante em que Dailah começa a digitar.— Boa noite! — um garçom jovem com o rosto marcado por algumas acnes me estende o cardápio.— Boa noite! Obrigada — sorrio simpática e ele assente com a cabeça.Noto que o senhor testosterona está mais uma vez olhando em minha direção. Engulo em seco passando os olhos pelas páginas do cardápio, tentando encontrar os vinhos.— Procura por algo em específico? — o rapaz pergunta parecendo notar minha a
Madelaine Pisco os olhos diversas vezes enquanto formulo uma resposta.— Não estou acostumada com esse tipo de bebida — faço uma careta involuntária.Ele dá uma risadinha.— Por isso sempre escolho cerveja, não tem erro — ergue a longneck pela metade em sua mão, dando um gole na mesma em seguida.— Admiro quem consegue beber isso, é tão amargo — mais uma careta involuntária.Que merda eu estou fazendo? — Se importa se eu me sentar? — aponta para a cadeira.Meu cérebro vai entrar em ebulição. Será que Deus resolveu me dar um dia de sorte depois de toda merda que passei? Quem sou eu para reclamar?— Não, não, fique à vontade — falo rápido demais para o meu gosto.Será que ele me deixa sentar nele?Ele puxa a cadeira e se senta. Coloca a longneck sobre a mesa e passa a me olhar.Minhas bochechas estão pegando fogo. Consigo sentir o frescor sutil do seu perfume.— E que tipo de bebida gosta? — ergue a sobrancelha.— Vinho, amo vinho — confesso, tamborilando os dedos na mesa.— Interes
Daniel Ela entrou no bar e, desde então, não consegui tirá-la da cabeça nem por um segundo. Sentia o coração acelerar enquanto observava cada movimento dela. Meu nervosismo crescia à medida que tentava reunir coragem para ir até sua mesa. Então, percebi que ela tirou uma foto minha, pensando que eu estava distraído. Essa foi a deixa perfeita.Trocamos algumas palavras, e foi suficiente para me deixar fascinado. O som da risada dela é encantador, cada nota ressoa em minha mente. Estou completamente hipnotizado por essa mulher.Madelaine, ela não quer falar muito de si, e esse ar de mistério me deixa ainda mais interessado. Algo dentro de mim está incendiando, um desejo insaciável que ela despertou em mim.Por um momento pensei que poderia soar ofensivo, dizer claramente que a queria em minha cama.Mas o olhar penetrante, a forma como mordia o lábio, seu rosto erubescido, me fez acreditar que ela queria o mesmo que eu.Um misto de timidez e sensualidade. O que me deixa ainda mais sede
Daniel Ela hesita por um breve momento, mas caminha até a cama e obedece, abrindo as pernas. Seu rosto cora levemente, aumentando ainda mais minha excitação com sua timidez e delicadeza. Sinto que esta mulher tem o poder de me enlouquecer sem nem mesmo me tocar.Me aproximo, parando diante dela, tiro o paletó do meu terno. — Já lhe disseram o quanto sua boceta é linda? — pergunto, ajoelhando-me entre suas pernas. Ela, com uma expressão de surpresa, nega com a cabeça. Ela está depilada. Suas dobras em um tom rosado semelhante ao dos mamilos, o brilho entre as dobras declara que ela está tão excitada quanto eu.Sinto a urgência de penetrá-la, mas decido prolongar o momento, fazendo com que seu desejo por mim aumente ainda mais.— Abra mais as pernas — murmuro — Me mostre essa sua bocetinha linda.Aquela visão... Seus seios, sua boceta, sua barriga plana, seus profundos olhos azuis.— Vou te fazer gozar a com minha língua... — minha voz sai rouca — E depois com meu pau...Ela arfa.