Madelaine
Ganhei anos de vida depois de um banho quente. Era tudo que eu precisava depois de um voo horroroso na classe econômica com uma escala desnecessária, acho que as empresas aéreas fazem isso de propósito. Termino de secar o cabelo no instante em que vejo que Dailah está me ligando por vídeo. Ela não iria desistir até que eu atendesse, já que não havia respondido as mensagens dela. Ela e Candice eram um poço de preocupação. — Oi — atendo segurando o celular e me sentando na cama. — Ela atendeu Candice, sua vadia desnaturada...— grita, e vejo Candice surgir detrás dela. — Estou exausta, quis tomar um banho antes de ligar para vocês — ajeito o cabelo olhando minha imagem na tela. Dailah revira os olhos. — A gente estava preocupada com você — Candice fala pegando o celular da mão de Dailah. Dou uma risadinha. — Estou bem, e ainda na civilização — brinco. Ela balança a cabeça de um lado para o outro. — Sabe o que eu a Dailah pensamos disso, ainda mais você indo assim, sem nem falar nada para os seus pais — fecha o semblante. — Ela enlouqueceu Candice — ela faz uma careta prendendo o cabelo em um coque. — Gente, meu pai está doente, cheio de problemas, eles precisam de mim — afirmo. — Mas poderia ser só uma visita, não ir para ficar de vez — Dailah insiste. Eu pensei nessa possibilidade, porém quando minha mãe contou sobre tudo que estava acontecendo e o risco de perder a fazenda, eu soube que eles precisavam de mim, e eu já não tinha mais nada em New York. Não queria ficar incomodando Candice e Dailah, elas já tinham as suas vidas. — Você não vai aguentar morar no meio do nada — Candice fala. Fácil não seria, mas eu precisava. Balanço a cabeça. — Você está na casa da Dailah? — pergunto buscando desviar o assunto. — Luan está de plantão, e Dailah não estava a fim de sair hoje, vamos ver um filme e comer porcaria — levanta um pacote de bala de goma. — E está faltando você aqui, sua desnaturada — Dailah grita. — Eu já estou com saudades — falo fazendo um beicinho. — Acho bom que esteja — Candice fecha a cara. Eu queria estar lá com elas agora. — Bom, como viu, estou bem — dou um sorriso amarelo — Vou pedir algo para comer e tentar dormir — digo. — O QUE!? — Dailah grita tomando o celular da mão de Candice. — Aí...não grita Dailah — Candice a repreende. — Você enlouqueceu? Está na terra do country, dos melhores barzinhos, terra dos cowboys, e vai pedir algo para comer e tentar dormir? — É isso mesmo — confirmo dando um sorrisinho. — Você vai passar uma maquiagem, vestir uma roupa gostosa e vai sentar em um desses barzinhos maravilhosos que eu sei que tem aí — fala com o dedo erguido. Dou uma risada. — Não ri de mim sua vadia — fecha a cara. — Não é uma boa ideia, amanhã vou pegar estrada em um ônibus que nem vende passagem online — argumento. — Maddy! Dailah tem razão, você devia sair e tomar uma bebida sei lá... Talvez uma bebida me fizesse bem. Por um instante salivo por uma taça de vinho. — Está tarde, e eu estou cansada — suspiro. — Você se enfiar no meio do mato Maddy, aproveite o seu último dia na civilização, e não vem com essa de que está tarde, não é nem meia noite ainda — insiste. Candice dá uma risada. — No hotel que você está tem um bar não é? Lembro de ver nas fotos que você me mostrou — Candice fala, ficando ao lado de Dailah. Invés de pedir serviço de quarto, descer para beber uma taça de vinho e comer alguma coisa, não seja uma ideia tão ruim. — Talvez eu faça isso — digo sem muito ânimo. — Quem sabe você não encontra um cowboy e tira a prova sobre o que dizem sobre eles — Dailah diz bastante empolgada. Dou uma risada. — O que dizem sobre eles? — Candice pergunta tentando pegar o celular. — Eles têm uma pegada surreal, queria experimentar — se abana. — Não obrigada — digo. — Esqueci que você só gosta de engomadinhos — Dailah faz uma careta — Não é isso, é que esses homens mais rústicos não fazem muito o meu tipo...— afirmo. — Vai se arrumar, coloque uma roupa que deixe gostosa, estaremos esperando uma foto — Candice fala agora segurando o celular. — Isso mesmo. E se encontrar um cowboy, me faz um favor. Senta gostoso nele — Dailah enfia na frente de Candice dando uma piscadela. Dou uma risada, pensando, que a última coisa que eu precisava era de sexo casual. Caminho pelo corredor que leva ao bar do hotel. As paredes do corredor são adornadas com quadros abstratos, e a iluminação é suave, criando uma atmosfera acolhedora e elegante. Aceitei que mereço uma bebida hoje, depois da viagem longa e de toda a merda que tenho vivido. E logo estarei longe da cidade grande e de tudo que estou acostumada. Uma despedida de toda agitação, Austin não é New York, mas parece um tanto agitada quanto. Sei que isso fará com que minhas amigas me deixem em paz. Mesmo sabendo que tudo isso é preocupação, e que elas querem me ver bem. Caminho em direção ao bar, meus saltos ecoando levemente no chão de mármore. Vestir este vestido preto foi uma escolha perfeita; discreto, mas com um corte que acentua minhas curvas de maneira sutil. Me sinto bem, confiante, como em muitos dias não sentia. E, honestamente, estava com saudade de usar saltos. A maquiagem é discreta, apenas um delineado leve nos olhos, mas o batom vermelho dá aquele toque de ousadia que senti que estava precisando. À medida que me aproximo do bar, ouço o som suave de conversas e o tilintar de copos. O bar é elegante, com poltronas de couro e mesas de madeira escura. Paro na entrada do lugar, olhando ao redor. Uma onda de insegurança paira sobre mim, mas escolho não ceder. É só um bar, e eu só vou tomar uma taça e vinho e comer algo leve. Não tenho com o que me preocupar. O local não está cheio, alguns casais que nem notam a minha presença. Passo os olhos pelo local, escolhendo onde iria me sentar. Dou alguns passos adentrando o lugar. A mesa de frente ao balcão parece atrativa. Tenho a sensação de estar sendo observada, e ergo o olhar, agora em direção ao balcão, onde um barman olha em minha direção. Mas não é isso que chama a minha atenção e sim o homem, sentando-se ali, segurando uma garrafa de Corona na mão, olhando diretamente para mim. E não é qualquer tipo de olhar. Eu deveria me incomodar, mas ao invés disso meus olhos percorrem cada centímetro dele. E, que homem, alguém como ele não passa despercebido. Ele veste um terno preto impecável, que destaca perfeitamente sua figura atlética. A camisa branca sem gravata dá um toque de despretensão sofisticada. Seus cabelos castanhos estão penteados para trás, revelando um rosto marcante com traços bem definidos, com uma fina camada de barba. Os olhos azuis, intensos e penetrantes, varrem o ambiente com uma mistura de curiosidade e confiança, um charme natural que o torna irresistível. Tento disfarçar, para que ele não perceba que estou o devorando com os olhos. Percebo que estou a centímetros da mesa que escolhi. Sinto os olhos dele ainda sobre mim. Deve ser algum tipo de pegadinha, eu não sou do tipo que chama a atenção de alguém tão gostoso assim. Nossos olhares de cruzam no instante em que me sento. E percebo que meus lábios estão curvados em um sorriso. Que merda eu acabei de fazer? Ele leva a longneck até os lábios, se vira para o balcão ficando de costas para mim.Madelaine Fico desapontada. Se esse homem flertasse comigo, ele nem precisaria de muito esforço. Uma frase e eu já estaria com as pernas abertas.Mas eu não tenho uma sorte dessas.Coloco o celular sobre a mesa vendo as mensagens no grupo que tenho com as meninas Reclamando e se lascando S.A, e o único grupo de WhatsApp que tenho e se alguma de nós três sairmos, acontece a terceira guerra mundial. Madelaine: Já cheguei no bar.Dailah: Algum cowboy gostoso?Madelaine: Cowboy não, mas... tem um boy maravilhoso aqui.Me arrependo de falar do homem no instante em que Dailah começa a digitar.— Boa noite! — um garçom jovem com o rosto marcado por algumas acnes me estende o cardápio.— Boa noite! Obrigada — sorrio simpática e ele assente com a cabeça.Noto que o senhor testosterona está mais uma vez olhando em minha direção. Engulo em seco passando os olhos pelas páginas do cardápio, tentando encontrar os vinhos.— Procura por algo em específico? — o rapaz pergunta parecendo notar minha a
Madelaine Pisco os olhos diversas vezes enquanto formulo uma resposta.— Não estou acostumada com esse tipo de bebida — faço uma careta involuntária.Ele dá uma risadinha.— Por isso sempre escolho cerveja, não tem erro — ergue a longneck pela metade em sua mão, dando um gole na mesma em seguida.— Admiro quem consegue beber isso, é tão amargo — mais uma careta involuntária.Que merda eu estou fazendo? — Se importa se eu me sentar? — aponta para a cadeira.Meu cérebro vai entrar em ebulição. Será que Deus resolveu me dar um dia de sorte depois de toda merda que passei? Quem sou eu para reclamar?— Não, não, fique à vontade — falo rápido demais para o meu gosto.Será que ele me deixa sentar nele?Ele puxa a cadeira e se senta. Coloca a longneck sobre a mesa e passa a me olhar.Minhas bochechas estão pegando fogo. Consigo sentir o frescor sutil do seu perfume.— E que tipo de bebida gosta? — ergue a sobrancelha.— Vinho, amo vinho — confesso, tamborilando os dedos na mesa.— Interes
Daniel Ela entrou no bar e, desde então, não consegui tirá-la da cabeça nem por um segundo. Sentia o coração acelerar enquanto observava cada movimento dela. Meu nervosismo crescia à medida que tentava reunir coragem para ir até sua mesa. Então, percebi que ela tirou uma foto minha, pensando que eu estava distraído. Essa foi a deixa perfeita.Trocamos algumas palavras, e foi suficiente para me deixar fascinado. O som da risada dela é encantador, cada nota ressoa em minha mente. Estou completamente hipnotizado por essa mulher.Madelaine, ela não quer falar muito de si, e esse ar de mistério me deixa ainda mais interessado. Algo dentro de mim está incendiando, um desejo insaciável que ela despertou em mim.Por um momento pensei que poderia soar ofensivo, dizer claramente que a queria em minha cama.Mas o olhar penetrante, a forma como mordia o lábio, seu rosto erubescido, me fez acreditar que ela queria o mesmo que eu.Um misto de timidez e sensualidade. O que me deixa ainda mais sede
Daniel Ela hesita por um breve momento, mas caminha até a cama e obedece, abrindo as pernas. Seu rosto cora levemente, aumentando ainda mais minha excitação com sua timidez e delicadeza. Sinto que esta mulher tem o poder de me enlouquecer sem nem mesmo me tocar.Me aproximo, parando diante dela, tiro o paletó do meu terno. — Já lhe disseram o quanto sua boceta é linda? — pergunto, ajoelhando-me entre suas pernas. Ela, com uma expressão de surpresa, nega com a cabeça. Ela está depilada. Suas dobras em um tom rosado semelhante ao dos mamilos, o brilho entre as dobras declara que ela está tão excitada quanto eu.Sinto a urgência de penetrá-la, mas decido prolongar o momento, fazendo com que seu desejo por mim aumente ainda mais.— Abra mais as pernas — murmuro — Me mostre essa sua bocetinha linda.Aquela visão... Seus seios, sua boceta, sua barriga plana, seus profundos olhos azuis.— Vou te fazer gozar a com minha língua... — minha voz sai rouca — E depois com meu pau...Ela arfa.
Madelaine Olho para o homem deitado ao meu lado, seu corpo seminu, cada curva, cada músculo definido, tão irresistivelmente gostoso que luto contra a vontade de me viciar naquele corpo. Eu tive o melhor sexo da minha vida. Que homem é esse? Com esse homem e um copo d’água eu passo um mês nesse quarto, fácil. Ele ergue o corpo me servindo mais uma taça de vinho tinto. Esses músculos, essa bunda coberta apenas pela sua cueca box preta, parece ser coisa de outro mundo. Minha boceta volta a latejar. E olha que estou até um pouco dolorida, o pau dele é a cereja do bolo. Pensava que algo desse tamanho só existisse em filmes pôrnos. Ele se vira, e me estende a taça com o vinho. Cubro meus seios com o lençol, segurando a taça. — Obrigada — agradeço, levando a taça aos lábios. Enquanto saboreio a bebida, tento não olhar para ele, não consigo deixar de pensar nos orgasmos intensos e inéditos que ele me proporcionou. Ele foi intenso, gostoso, e ao mesmo tempo carinhoso. Só de
Daniel O lado da cama vazio me faz abrir os olhos rapidamente. Me sento na cama e olho pelo quarto em busca da mulher que balançou todas as minhas estruturas. — Madelaine? — chamo, mas não obtenho resposta.Jogo o edredom para o lado e me levanto rápido.Passo as mãos pelos cabelos e esfrego os olhos, e sigo em direção ao banheiro que para minha infelicidade está vazio.Não há sinais das roupas dela pelo chão, somente as minhas, o que me faz constatar que ela foi embora enquanto eu ainda dormia.Fecho os olhos respirando fundo. Geralmente as mulheres com quem transo insistem em permanecer na minha cama quando acordo pela manhã. Depois de tanto tempo, a mulher que eu desejei que me acordasse com um Bom dia meloso, simplesmente vai embora enquanto eu durmo.Como ele foi embora assim? Foi a melhor transa da minha vida. Que mulher gostosa, que boca, que corpo, que boceta.Não me lembro de ter tanta química assim com alguém.Só de lembrar dela cavalgando no meu pau eu já estou duro e
Madelaine Estou aqui, sentada nesse ônibus velho, sujo e cheio de poeira, e me pergunto: será que eu morri e fui parar no purgatório? Ou estou em um ônibus que é cenário de filme de terror. É o segundo ônibus que pego hoje para chegar nessa cidade remota perto da fazenda dos meus pais. A cada solavanco, parece que estou sentada em uma pilha de pedras. Minhas costas estão gritando de dor e o cheiro de mofo está impregnado nas minhas narinas. Para completar, o ônibus está lotado de gente que aparentemente nunca ouviu falar em fones de ouvido. Tem uma mulher na minha frente assistindo a uma novela mexicana com o volume no máximo. Atrás de mim, um adolescente está jogando um jogo com efeitos sonoros que mais parecem tiros de canhão. E do meu lado uma senhora ouvindo a mesma música a uns cinco quilômetros até já decorei como se tivessem se juntado para me torturar. Claro, eu tinha que perder meus fones de ouvido hoje, né? Procurei na bolsa, nos bolsos, até nos lugares mais improvávei
Madelaine Desço do ônibus e aguardo o motorista tirar minhas duas malas do bagageiro com a cara de quem comeu e odiou, aparentemente ele não está nem um pouco satisfeito com o seu trabalho. E eu nem posso julgá-lo. Noto que as malas estão cobertas de poeira. Agradeço ao homem e ouço ele resmungar sobre o tamanho e o peso das minhas malas. É triste saber que tudo que você tem cabe dentro de duas malas. Não, eu não vou lamentar. O karma vai fazer todos os fios de cabelo de Alvim cair, e aquele pau fino nunca mais vai subir. Essa cidade, essa rodoviária, meu Deus, é o ápice do fim do mundo. Os bancos estão meio caídos, a pintura está descascada, não vejo se quer uma bilheteria ou um balcão de informações. Mas é claro que não vai ter algo assim aqui, estou em um buraco. Olho para os lados, tentando encontrar um ponto de táxi, mas já sei que isso é pedir demais. Um ponto de táxi? Aqui? Se tiver sorte, posso achar uma carroça estacionada. Nem sinal de vida. Decido me aproximar da ú