Madelaine
Acho que nunca passou pela minha cabeça que em um sábado à noite eu estaria desembarcando em um avião em Austin. Nem sei por que isso me surpreende, já que há algumas semanas eu tinha um apartamento, um carro, um emprego e um energúmeno que eu chamava de noivo. E agora... Bem, pode se dizer que eu estou voltando para a casa dos meus pais. Quase trinta anos morando com os pais. Seria cômico se não fosse trágico. Uma casa que eu nunca fui capaz de tirar um tempo para visitar. E mesmo que seja no meio do mato, isso não é uma justificativa. Escolhi parar de lamentar o meu fracasso pessoal e fazer o papel de filha, de uma boa filha. Receber a ligação da minha mãe, e saber que quase perdi meu pai, me desmontou. Não saberia descrever tudo que senti ao ouvir cada palavra dita pela voz embargada de minha mãe, mas remorso, isso eu consigo afirmar que senti e ainda estou sentindo. Como eu pude ser tão negligente? Como eu pude colocar o meu trabalho a frente das pessoas que eu mais amo no mundo? Que filha horrível eu fui todo esse tempo. Saber que meu pai estava prestes a perder a fazenda para o banco, e que foi esse um dos motivos que fez com que ele tivesse o ataque. Aquela fazenda era o sonho dele, a sua herança. Eu não vou permitir que meus pais percam a fazenda. Aquela lugar é a vida deles. E de agora em diante terá que ser a minha. Me aproximo da esteira puxando a minha mala, tudo que eu tinha estava ali dentro agora. Dailah e Candice acham que eu estou cometendo uma loucura indo para um lugar que praticamente não está no mapa. Mas os meus pais são tudo que tenho agora e eles precisam de mim, eu sei que preciso deles. Usaria todo o dinheiro que havia me restado para auxiliar meus pais, não era muito, mas teria um bom uso para eles. Meu pai tinha feito alguns empréstimos afins de melhorar a fazenda, fazer barracões, montar ordenhas e comprar tanques para o resfriamento de leite. Mas a desvalorização da produção acabou fazendo com que meu pai levasse um prejuízo que ele não imaginava. Os juros do banco se tornaram cada vez mais abusivos, ao ponto de meu pai não conseguir pagar mais. Ele poderia ter me perguntado e eu poderia tê-lo orientado, mas eu estava ocupada demais dando a minha vida para aquele banco desgraçado, ocupada demais para ser uma filha atenciosa. Dou uma olhada no lugar, é grande e movimentado. Tento solicitar um uber para ir para hotel, mas é quase uma missão impossível. Nunca tinha estado em Austin, mas aparentemente ela não se defere das demais capitais. Noto que perto da saída tem um ponto de táxi. Estou cansada demais para ficar insistindo no aplicativo e sigo até o ponto. O senhor simpático com voz estalada me ajuda com a mala enquanto procuro o endereço do hotel no celular, me aconchegando no banco traseiro do carro em seguida. Talvez fosse imprudência minha escolher um hotel tão caro. Mas eu merecia, depois de um voo com escalas e na classe econômica, eu merecia uma cama confortável e espaçosa. Ainda mais sabendo que para chegar até o município de Sweetwater eu teria que passar desconfortáveis horas em um ônibus. A quanto tempo eu não entrava em um, no máximo os para locomoção em aeroportos. Meus pais não sabiam que eu estava indo. Pois minha mãe havia me proibido de deixar a minha vida em New York por causa dela e do meu pai, mal ela sabia que eu já não tinha mais nada. Talvez eu devesse me incomodar com a sua proibição e recusa em me ter por perto auxiliando ela com meu pai, mas no fundo eu sabia que minhas ações haviam resultado em tal atitude, todas as ligações recusadas, todas as repreensões e pedidos para que não me ligasse. Tudo isso por causa daquele trabalho. A minha obsessão por reconhecimento quase custou as pessoas que mais amo no mundo. Eu fui cega a ponto de não perceber que eu havia aberto mão do que mais importava. Meus pais, minha família. Tudo isso a custo de que? Eu quase havia perdido o meu pai, e eu jamais me perdoaria se o pior tivesse acontecido. Não fiz o papel de filha, o mínimo se quer. A vida deles estando um caos e eles não podiam contar com sua única filha. Porque ela era uma egoísta que só pensava em uma m*****a promoção. Eu não podia falhar com eles agora. Por isso estava indo com toda coragem para uma fazenda que eu só conhecia pó uma ou duas fotos, que ficava perto de uma cidade que tinha no máximo oito mil habitantes. Ao menos eu não estava mais chorando agarrada ao travesseiro e quase adquirindo uma diabete por comer tantos doces. — Oh moça...— O homem fala dando uma olhada rápida para mim — Chegamos. Ele para o carro quase de frente ao prédio alto e robusto, leio o nome do hotel escrito em dourado em destaque sobre o gramado muito bem iluminado. Foi mais rápido do que eu imaginava. O homem desce a minha bagagem, e insiste em me acompanhar até a recepção para levá-las, acabo aceitando pois ele é muito convincente. Após me deixar na recepção ele se despede agradecido pelo pagamento e mais ainda pelos trinta reais de gorjeta. O check-in é feito rápido, me deixando impressionada com agilidade e organização, aparentemente valeu a pena ter pagado um rim na estadia. O hotel é exatamente igual as imagens que vi já Internet, elegante, espaçoso, com bar e restaurante próprio. Tão bom quanto aos que já me hospedei no exterior. Tomaria um banho, pediria algo para comer e descansaria o suficiente para aguentar algumas horas em um ônibus, que só Deus sabe a procedência. Só queria ter minha vida de volta. Será que é pedir muito? Pelo jeito é.Madelaine Ganhei anos de vida depois de um banho quente. Era tudo que eu precisava depois de um voo horroroso na classe econômica com uma escala desnecessária, acho que as empresas aéreas fazem isso de propósito.Termino de secar o cabelo no instante em que vejo que Dailah está me ligando por vídeo.Ela não iria desistir até que eu atendesse, já que não havia respondido as mensagens dela.Ela e Candice eram um poço de preocupação.— Oi — atendo segurando o celular e me sentando na cama.— Ela atendeu Candice, sua vadia desnaturada...— grita, e vejo Candice surgir detrás dela.— Estou exausta, quis tomar um banho antes de ligar para vocês — ajeito o cabelo olhando minha imagem na tela.Dailah revira os olhos.— A gente estava preocupada com você — Candice fala pegando o celular da mão de Dailah.Dou uma risadinha.— Estou bem, e ainda na civilização — brinco.Ela balança a cabeça de um lado para o outro.— Sabe o que eu a Dailah pensamos disso, ainda mais você indo assim, sem nem fal
Madelaine Fico desapontada. Se esse homem flertasse comigo, ele nem precisaria de muito esforço. Uma frase e eu já estaria com as pernas abertas.Mas eu não tenho uma sorte dessas.Coloco o celular sobre a mesa vendo as mensagens no grupo que tenho com as meninas Reclamando e se lascando S.A, e o único grupo de WhatsApp que tenho e se alguma de nós três sairmos, acontece a terceira guerra mundial. Madelaine: Já cheguei no bar.Dailah: Algum cowboy gostoso?Madelaine: Cowboy não, mas... tem um boy maravilhoso aqui.Me arrependo de falar do homem no instante em que Dailah começa a digitar.— Boa noite! — um garçom jovem com o rosto marcado por algumas acnes me estende o cardápio.— Boa noite! Obrigada — sorrio simpática e ele assente com a cabeça.Noto que o senhor testosterona está mais uma vez olhando em minha direção. Engulo em seco passando os olhos pelas páginas do cardápio, tentando encontrar os vinhos.— Procura por algo em específico? — o rapaz pergunta parecendo notar minha a
Madelaine Pisco os olhos diversas vezes enquanto formulo uma resposta.— Não estou acostumada com esse tipo de bebida — faço uma careta involuntária.Ele dá uma risadinha.— Por isso sempre escolho cerveja, não tem erro — ergue a longneck pela metade em sua mão, dando um gole na mesma em seguida.— Admiro quem consegue beber isso, é tão amargo — mais uma careta involuntária.Que merda eu estou fazendo? — Se importa se eu me sentar? — aponta para a cadeira.Meu cérebro vai entrar em ebulição. Será que Deus resolveu me dar um dia de sorte depois de toda merda que passei? Quem sou eu para reclamar?— Não, não, fique à vontade — falo rápido demais para o meu gosto.Será que ele me deixa sentar nele?Ele puxa a cadeira e se senta. Coloca a longneck sobre a mesa e passa a me olhar.Minhas bochechas estão pegando fogo. Consigo sentir o frescor sutil do seu perfume.— E que tipo de bebida gosta? — ergue a sobrancelha.— Vinho, amo vinho — confesso, tamborilando os dedos na mesa.— Interes
Daniel Ela entrou no bar e, desde então, não consegui tirá-la da cabeça nem por um segundo. Sentia o coração acelerar enquanto observava cada movimento dela. Meu nervosismo crescia à medida que tentava reunir coragem para ir até sua mesa. Então, percebi que ela tirou uma foto minha, pensando que eu estava distraído. Essa foi a deixa perfeita.Trocamos algumas palavras, e foi suficiente para me deixar fascinado. O som da risada dela é encantador, cada nota ressoa em minha mente. Estou completamente hipnotizado por essa mulher.Madelaine, ela não quer falar muito de si, e esse ar de mistério me deixa ainda mais interessado. Algo dentro de mim está incendiando, um desejo insaciável que ela despertou em mim.Por um momento pensei que poderia soar ofensivo, dizer claramente que a queria em minha cama.Mas o olhar penetrante, a forma como mordia o lábio, seu rosto erubescido, me fez acreditar que ela queria o mesmo que eu.Um misto de timidez e sensualidade. O que me deixa ainda mais sede
Daniel Ela hesita por um breve momento, mas caminha até a cama e obedece, abrindo as pernas. Seu rosto cora levemente, aumentando ainda mais minha excitação com sua timidez e delicadeza. Sinto que esta mulher tem o poder de me enlouquecer sem nem mesmo me tocar.Me aproximo, parando diante dela, tiro o paletó do meu terno. — Já lhe disseram o quanto sua boceta é linda? — pergunto, ajoelhando-me entre suas pernas. Ela, com uma expressão de surpresa, nega com a cabeça. Ela está depilada. Suas dobras em um tom rosado semelhante ao dos mamilos, o brilho entre as dobras declara que ela está tão excitada quanto eu.Sinto a urgência de penetrá-la, mas decido prolongar o momento, fazendo com que seu desejo por mim aumente ainda mais.— Abra mais as pernas — murmuro — Me mostre essa sua bocetinha linda.Aquela visão... Seus seios, sua boceta, sua barriga plana, seus profundos olhos azuis.— Vou te fazer gozar a com minha língua... — minha voz sai rouca — E depois com meu pau...Ela arfa.
Madelaine Olho para o homem deitado ao meu lado, seu corpo seminu, cada curva, cada músculo definido, tão irresistivelmente gostoso que luto contra a vontade de me viciar naquele corpo. Eu tive o melhor sexo da minha vida. Que homem é esse? Com esse homem e um copo d’água eu passo um mês nesse quarto, fácil. Ele ergue o corpo me servindo mais uma taça de vinho tinto. Esses músculos, essa bunda coberta apenas pela sua cueca box preta, parece ser coisa de outro mundo. Minha boceta volta a latejar. E olha que estou até um pouco dolorida, o pau dele é a cereja do bolo. Pensava que algo desse tamanho só existisse em filmes pôrnos. Ele se vira, e me estende a taça com o vinho. Cubro meus seios com o lençol, segurando a taça. — Obrigada — agradeço, levando a taça aos lábios. Enquanto saboreio a bebida, tento não olhar para ele, não consigo deixar de pensar nos orgasmos intensos e inéditos que ele me proporcionou. Ele foi intenso, gostoso, e ao mesmo tempo carinhoso. Só de
Daniel O lado da cama vazio me faz abrir os olhos rapidamente. Me sento na cama e olho pelo quarto em busca da mulher que balançou todas as minhas estruturas. — Madelaine? — chamo, mas não obtenho resposta.Jogo o edredom para o lado e me levanto rápido.Passo as mãos pelos cabelos e esfrego os olhos, e sigo em direção ao banheiro que para minha infelicidade está vazio.Não há sinais das roupas dela pelo chão, somente as minhas, o que me faz constatar que ela foi embora enquanto eu ainda dormia.Fecho os olhos respirando fundo. Geralmente as mulheres com quem transo insistem em permanecer na minha cama quando acordo pela manhã. Depois de tanto tempo, a mulher que eu desejei que me acordasse com um Bom dia meloso, simplesmente vai embora enquanto eu durmo.Como ele foi embora assim? Foi a melhor transa da minha vida. Que mulher gostosa, que boca, que corpo, que boceta.Não me lembro de ter tanta química assim com alguém.Só de lembrar dela cavalgando no meu pau eu já estou duro e
Madelaine Estou aqui, sentada nesse ônibus velho, sujo e cheio de poeira, e me pergunto: será que eu morri e fui parar no purgatório? Ou estou em um ônibus que é cenário de filme de terror. É o segundo ônibus que pego hoje para chegar nessa cidade remota perto da fazenda dos meus pais. A cada solavanco, parece que estou sentada em uma pilha de pedras. Minhas costas estão gritando de dor e o cheiro de mofo está impregnado nas minhas narinas. Para completar, o ônibus está lotado de gente que aparentemente nunca ouviu falar em fones de ouvido. Tem uma mulher na minha frente assistindo a uma novela mexicana com o volume no máximo. Atrás de mim, um adolescente está jogando um jogo com efeitos sonoros que mais parecem tiros de canhão. E do meu lado uma senhora ouvindo a mesma música a uns cinco quilômetros até já decorei como se tivessem se juntado para me torturar. Claro, eu tinha que perder meus fones de ouvido hoje, né? Procurei na bolsa, nos bolsos, até nos lugares mais improvávei