Nos Braços Do Inimigo Do Meu Ex Marido
Nos Braços Do Inimigo Do Meu Ex Marido
Por: EMY FERNANDES
Capítulo 1 - Decepção

O dia que deveria ser de celebração se tornou o pior da minha vida.

– Se você estiver mal, posso ficar em casa com você. – ofereci, me sentia mal em deixa-lo doente e sozinho em casa.

Eu tinha uma viagem de negócios para tratar de uma possível parceria com outra companhia, as meu marido, João, acordou indisposto e doente, então, eu estava dividida entre ficar com ele e comemorar seu aniversário, ou ir nessa viagem.

– Não precisa. – respondeu, como sempre, sem humor. – Eu vou ficar bem.

Já tem um tempo que João está assim, tão frio e distante, agindo de forma arredia comigo, eu não sei mais o que fazer, já tentei de tudo para recuperarmos aquela chama de amor que nos envolveu quando nos casamos, mas parece que nada do que eu faço é suficiente.

– Hoje é seu aniversário, meu amor, eu gostaria... quero dizer, acho que podemos comemorar juntos. – falei esperançosa.

Eu esperava que ele pelo menos me desse um abraço, um beijo, me desejasse feliz aniversário, mas as coisas estavam estranhas entre nós e João não parecia disposto a muda-las.

– Não, tudo bem, não vai fazer diferença. Escuta, peça o motorista para leva-la ao aeroporto, não poderei ir. – afirmou e saiu do quarto.

Vi minha vida se tornar aos poucos, uma bagunça. Desde que meus pais morreram, eu não tinha mais ninguém a quem contar, a não ser João, depois que herdei a companhia da família, nos casamos e no começo foi tudo maravilhoso, até que ele se tornou o que é hoje, totalmente apático a mim.

Respirei fundo e tentei manter a calma. Organizei minha bolsa de viagem e fui me despedir dele, mas João estava ocupado falando ao telefone e apenas acenou. O motorista já estava aguardando no carro. Saímos em direção ao aeroporto, percebi os olhares de George pelo espelho, acho que ele percebeu que havia algo de errado em meu semblante.

Olhei para a janela do carro quando paramos em um sinal vermelho. Algo me chamou atenção.

Havia duas crianças brincando na calçada de uma casa, pareciam felizes e sorridentes. Essa imagem despertou memórias que eu nem mesmo sabia que ainda estavam ali em minha mente. Quando eu era criança, tinha um amigo muito próximo, era vizinho da minha família, um garotinho gordinho que estudava na mesma escola que eu, eu o protegia das provocações dos outros colegas e ele cuidava de mim como um bom amigo. Até o dia em que ele se mudou e perdemos o contato. A lembrança daquele garotinho gordinho e gentil serviu para aliviar a pressão que estava se formando em minha cabeça.

Quando o carro andou, eu me perguntei internamente: Onde estaria aquele garotinho que marcou minha infância?

Entre tantos pensamentos e perguntas, chegamos ao aeroporto.

– Gostaria que eu esperasse, Margarida?

– Não, George, obrigada. – dei um sorriso triste.

– Tem certeza? Vou ficar. – insistiu.

George é o motorista da família desde que meus pais eram vivos, ele me viu crescer e se tornou o único amigo que eu tenho atualmente.

– Não, João está doente e eu preciso que você esteja lá, caso ele piore e precise de socorros. – expliquei.

Ele acenou, não muito feliz. Acho que George não se dá muito bem com João e eu nunca entendi o motivo, mas faz seu trabalho sem reclamar ou questionar.  Nós nos despedimos e ele voltou para casa.

Enquanto aguardava no saguão, fiquei pensando... Será que João está assim por que eu trabalho demais? Ou pelo bebê que perdemos um tempo atrás? Aquilo foi um golpe duro em nós dois, me senti muito culpada, sei que João queria muito aquele filho.

Olhei para o relógio, a chamada para meu voo estava prestes a acontecer. Mas, meu coração me dizia para voltar para casa e aproveitar meu aniversário ao lado do meu marido. Pensei diversas vezes, quando eu não podia me conter mais de ansiedade. Tomei a decisão.

Vou voltar, João precisa de mim e talvez eu esteja muito ausente mesmo, por isso estamos tão distantes.

Saí para fora do aeroporto e peguei o primeiro taxi que passou. Eu estava animada para fazer a surpresa, planejava fazer muitas coisas com meu marido, tentar consertar as coisas entre nós.

O táxi me deixou no portão da nossa mansão.

A casa estava silenciosa, talvez João estivesse no quarto indisposto, então entrei em casa sem avisar, com um misto de ansiedade e esperança. Fui direto para o nosso quarto, queria surpreendê-lo e dizer que comemoraríamos juntos meu aniversário.

Quando cheguei ao corredor, algo estranho chamou minha atenção.

Algo que fez meu coração se agitar pela primeira vez em muito tempo.

Havia roupas jogadas na porta do meu quarto. Roupas masculinas e... femininas. Roupas que não eram minhas. Ouvi o barulho da porta sendo fechada e corri para ver se conseguia ver algo.

Meu coração deu um salto no peito. O ar ficou pesado, e um nó se formou na minha garganta.

Ouvi sons abafados de gemidos e risadas. Meu corpo inteiro tremia. Eu torcia para ser um engano, para estar interpretando tudo errado.

Coloquei o ouvido na porta tentando entender o que se passava ali.

Então, ouvi uma risada baixinha e uma voz feminina falando.

– Onde Margarida está? É sério que ela nunca desconfiou de nós? – debochou.

Meus olhos se arregalaram, a voz parecia familiar, mas eu não conseguia me lembrar exatamente de onde era. Talvez o nervosismo estivesse tomando conta de mim.

– Não, ela não é inteligente o suficiente. – João respondeu. — Você é linda, querida, muito mais linda que minha esposa chata e fria – sua risada de escárnio partiu meu coração.

– Não pode ser... – sussurrei horrorizada.

Senti as lágrimas banhando meu rosto, foi impossível contê-las. Eu não podia acreditar, João estava com outra mulher, dentro do meu quarto, e a julgar pelas roupas no chão, não havia outra explicação.

Ele estava me traindo.

— Se divorcie logo. Não quero esperar mais tempo, ela não é boa o suficiente para você — a mulher falou e novamente riu.

— Eu prometo, vou me livrar dela muito em breve — respondeu ele, convicto.

– Como você consegue dormir com ela?- perguntou com a voz fina, soltando um gemido logo em seguida.

– Não se preocupe, meu amor, sempre que eu preciso ficar com aquela frígida, eu imagino que é você.

Eu senti o chão sumir. O que estava ouvindo? Aquilo era real? Minha garganta queimava, minha mente gritava, mas tudo que saiu foi um soluço estrangulado de raiva e tristeza.

Me culpei imensamente quando perdi nosso bebê. João me culpou também. Disse que era porque eu trabalhava demais, que meu corpo não era forte o suficiente para gerar nosso filho. Desde então, venho diminuindo o ritmo de trabalho para me dedicar à família. Achei que ele estava distante por tudo que aconteceu conosco, mas não... ele estava com outra mulher esse tempo todo.

A raiva começou a se espalhar pelo meu corpo como fogo, mas eu ainda estava atônita e horrorizada, minhas pernas pareciam prestes a ceder. Eu queria sumir dali, queria apagar essa conversa da minha mente e preservar meu coração. Mas não há como evitar o inevitável, então, eu descobri que existem formas de se quebrar, mesmo estando inteira. Porque nesse dia, meu coração e tudo que eu sentia por João se quebrou.

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