**Caelum POV**Desde o momento em que nossos lábios se encontraram, eu soube que não havia mais volta. A tensão no ar, palpável e elétrica, prometia uma jornada que eu nunca poderia ter imaginado. Passei tempo demais tentando resistir a isso, sufocando o desejo que crescia dentro de mim toda vez que ela estava próxima. Era como tentar conter uma tempestade em um frasco, e agora, com Isadora deitada em minha cama, os olhos brilhando na penumbra do quarto, entregando-se a mim sem reservas, toda a minha resistência se desfez como névoa ao sol.Ela era pura, inocente, mas havia um magnetismo nela que me puxava para um abismo do qual eu não queria mais escapar. Era como se a gravidade do seu ser tivesse sequestrado a minha razão, e eu me via cada vez mais perdido na profundidade dos seus olhos, onde um universo inteiro parecia se ocultar.Ajoelhado sobre ela, deixei meus dedos deslizarem por sua pele exposta, traçando um caminho lento e exploratório de sua clavícula até a curva da cintura.
Miguel POVA noite estava densa, e o silêncio do território era interrompido apenas pelo vento cortando as árvores e pelo som abafado dos meus próprios passos pelo quarto. Eu não conseguia ficar parado. O que ouvi mais cedo, a conversa entre Lirien e Isadora, estava queimando em minha mente, um incêndio que eu não conseguia apagar.Descendente dos Vorn.Aquelas palavras não apenas ecoavam, mas martelavam dentro de mim com um peso impossível de ignorar.Eu precisava pensar. Precisava entender o que aquilo significava.Mas, por mais que tentasse, tudo o que sentia era um nó apertado no estômago.Meus instintos gritavam que isso não era algo pequeno. Isso não era uma coincidência. Não era apenas um detalhe insignificante sobre uma jovem loba órfã que apareceu em nosso território.Isso era algo grande.E se eu estava certo… então talvez estivéssemos diante de um perigo que nem mesmo Caelum conseguiria prever.Fechei os olhos, respirando fundo, tentando organizar os pensamentos. Minha ment
POV ISADORA O silêncio do quarto foi a primeira coisa que notei ao acordar. Um silêncio pesado, quase estranho, contrastando com a intensidade da noite anterior.Meus olhos se abriram lentamente, piscando contra a luz suave que entrava pela janela. A sensação do lençol contra minha pele me fez lembrar do que havia acontecido. Meu corpo ainda carregava os vestígios do toque de Caelum, dos beijos ardentes, dos suspiros compartilhados na escuridão.Mas ele não estava ali.A ausência dele fez meu peito apertar.Me sentei devagar, puxando o lençol para cobrir meu corpo enquanto olhava ao redor. O quarto ainda carregava seu cheiro, um misto de madeira, terra e algo exclusivamente dele, algo que sempre me deixava tonta.Foi então que notei a caixa.Uma enorme caixa repousava sobre a cama, no lugar onde Caelum havia dormido. A madeira escura e os detalhes dourados a tornavam sofisticada, algo claramente feito sob medida.Engoli em seco antes de estender a mão e abrir a tampa com cuidado.Den
POV IsadoraO ar estava denso, pesado, como se algo prestes a acontecer estivesse pairando entre nós. Eu podia sentir o olhar de Caelum, queimando em minha pele, e meu coração ainda batia forte por causa da nossa conversa anterior. O jeito como ele me observava agora só aumentava o peso que eu sentia no peito.Ele estava quieto, mas sua presença parecia gritar, como se estivesse esperando algo de mim. Quando ele se aproximou, o chão sob meus pés pareceu ceder.Antes que eu pudesse processar, sua mão estava na minha cintura, firme, puxando-me para mais perto. O toque de Caelum era possessivo, quase como uma ordem, e meu corpo reagiu, um arrepio gelado subindo pela minha espinha.— Caelum… — minha voz falhou, um sussurro que quase se perdeu no ar.Ele não disse nada, mas os seus olhos estavam carregados de um desejo profundo. Então, sem mais palavras, ele se inclinou e seus lábios encontraram os meus. O beijo foi quente, urgente, mas havia algo mais. Algo possessivo, algo que não conseg
POV Caelum A revelação de Isadora não saía da minha cabeça. Desde que ela me contou sua verdadeira origem, minha mente estava um caos. Vorn. A última descendente de uma linhagem que deveria ter sido extinta. Uma linhagem de selvagens, ambiciosos e cruéis, que quase destruíram o equilíbrio entre os clãs. E agora, ela estava no meu clã. No meu território. Na minha cama. Eu não conseguia ficar parado. Meu corpo estava tenso, minha respiração pesada. Andava de um lado para o outro no escritório, sem conseguir focar nos documentos espalhados sobre a mesa. Como eu não percebi antes? O sangue dela, sua força, sua velocidade… Isadora não era apenas uma loba comum. Ela carregava em si um poder ancestral, algo que poucos poderiam entender. Mas, ao mesmo tempo… Ela não era como os Vorn que conhecemos. Ela não era cruel. Não era ambiciosa. Não tinha sede de destruição nos olhos. Pelo contrário. Ela era suave, mesmo quando era teimosa. Forte, mas não impiedosa. E isso me irritav
Caelum PoV O escritório estava silencioso, exceto pelo leve crepitar da lareira ao fundo. O brilho alaranjado das chamas projetava sombras vacilantes nas paredes de pedra, enquanto eu me recostava na cadeira de couro escuro, tamborilando os dedos sobre a mesa. Miguel estava à minha frente, sua expressão séria e atenta, aguardando minha ordem. Eu já havia tomado minha decisão. Só precisava pronunciá-la. — Preciso que descubra tudo sobre o passado de Isadora — minha voz soou baixa, mas firme. A expressão de Miguel se alterou ligeiramente, um brilho de incerteza cruzando seus olhos. Ele sempre cumpriu minhas ordens sem questionar, mas agora, eu podia ver que ele hesitava. — Você não confia nela? — perguntou, mantendo um tom neutro, mas direto. Respirei fundo, minhas mãos se fechando em punhos. Não era uma questão de confiança. Meu instinto gritava que Isadora não representava um perigo para mim ou para o clã. Mas o passado dela? Isso era outra história. — Confio nela
Desliguei o fogo e inspirei fundo, deixando o aroma do guisado de carne de coelho preencher meus sentidos. O caldo estava espesso e bem temperado, e a carne cozinhara até ficar macia. Tudo estava pronto. Soltei um suspiro, aliviada por ter conseguido terminar sem mais interrupções de Caelum. Mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim sentia falta daquela proximidade... daquele calor. Balancei a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos. Peguei um pano para limpar as mãos e saí da cozinha, seguindo pelo corredor até a sala principal da mansão. A luz suave das tochas iluminava o ambiente espaçoso, criando sombras douradas nas paredes de pedra. E ali, relaxado no sofá de couro escuro, estava Caelum. Ele estava reclinado contra os estofados, um dos braços jogado sobre o encosto do sofá, as pernas esticadas e cruzadas nos tornozelos. A camisa escura moldava seu peito largo, destacando os músculos firmes que se moviam sutilmente a cada respiração. Meu olhar deslizou por sua form
O jantar foi servido na longa mesa de madeira no salão principal. O cheiro do guisado de coelho se espalhava pelo ambiente, misturando-se ao aroma amadeirado do fogo crepitante na lareira. O calor tornava o ambiente mais aconchegante, mas não amenizava o peso da presença dos pais de Caelum sentados à nossa frente. Sentei-me ao lado dele, sentindo o olhar avaliador de Lirien e Aldric. Minha loba, Freiren, repousava dentro da minha mente, atenta a tudo. Lirien, a matriarca, mantinha sua postura impecável, os olhos afiados captando cada detalhe. Aldric, por outro lado, permanecia sério, mas sem a tensão de alguém que buscava confronto. Ele apenas observava, como se estivesse esperando que algo fosse revelado sem precisar perguntar. Assim que todos começaram a se servir, Lirien ergueu o olhar para mim, mexendo lentamente a colher dentro do prato. — Você que preparou? — sua voz era neutra, mas carregava um tom de curiosidade genuína. Assenti, mantendo minha postura firme. — S