NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT -Tia Tari! A senhora demorou. - me aproximo dele e nos abraçamos. Se pudesse ficaria um bom tempo assim, abraçá-lo se tornou uma das minhas coisas preferidas. -Oi ragazzo (garoto). Você está bem? - sento-me ao seu lado, Khalil fica um pouco distante, apenas observando. Acho que não sabe muito bem como agir, o que imagino se normal. -Sim, o tio Apolo e a tia Jasmim me trouxeram café na cama. - comenta animado.- veio em uma bandeja e tudo, tinha bolo, frutas, tinha até um negócio lá que eu não lembro o nome, mas era muuuito gostoso. - dá ênfase no muito. - Nunca ninguém tinha me tratado assim, parece até que eu sou alguém importante. - sorri. - conversamos bastante, eles me avisaram que a senhora estava vindo. E o tio Apolo me ajudou a tomar banho. -Tio Apolo e tia Jasmim? Vejo que já gostou muito deles. - aperto seu nariz de leve em um gesto de brincadeira. -Muuuito! Mas não fique com ciúmes, a senhora continua sendo minha preferida. - Acho
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV OZIÇIVIT Desde que descemos do carro o Formiga olha encantado para tudo, é engraçado sua expressão. Vou ao seu lado e o Khalil vai empurrando sua cadeira, a casa já está toda adaptada para ele. -Essa é sua casa Formiga. - digo abrindo a porta, entramos e ele sorri animado olhando para a sala de estar. -É enorme! Igual dos filmes.- comenta, mas então seu olhar vai até as escadas, e imagino o que passa em sua cabeça. -Aqui tem elevador, não será necessário se preocupar com as escadas. - ele arregala os olhos. -Isso é incrível, obrigado por me adotarem. -Não me agradeça por isso.- peço alisando seu cabelo. - Seu quarto ainda não está decorado, porque quero que escolha cada detalhe.- explico empurrando sua cadeira de rodas até o elevador. -É muito chique.- comenta quando as portas do elevador se fecham. - Tem perigo de cair? - Não pense nisso garoto, é seguro.- responde bagunçado o cabelo dele, que ri gostando da interação. A interação deles é natura
Nojo. Raiva. Tristeza. É tudo uma mistura, aqueles malditos acabaram com tudo que eu tinha, levaram desde a minha virgindade até minha vontade de viver. Malditos, eu preferia estar morta. Limpo as malditas lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto, mesmo não querendo mais chorar, é como se eu não conseguisse parar, é como se meus olhos sangrassem, mas em vez de sangue, são lágrimas, é como uma dor latente. Os desgraçados, que me desgraçarão, devem pagar, mas não perante a lei, não é suficiente, eu sei que meus irmãos estão atrás deles, mas acho que nem isso é suficiente. Pego a esponja e esfrego todo meu corpo pela quinta vez, o hilário é que me sinto ainda mais suja. Observo meu corpo, minha pele está toda avermelhada, esfrego ainda mais. As lágrimas ficam mais intensas, grito, choro, passo minhas unhas pela pele com tamanha força que sinto a ardência da pele ferida, mas não me importo. Ainda sinto o toque deles. Ouço suas vozes, como se ainda sussurrassem em meu ouvido. "Sua v
NEFERTARI AMBROGETTI Seguro com as mãos trêmulas de raiva os papéis que mudam drasticamente meu futuro, estou possessa de puro ódio, como ele pode fazer isso comigo? Ah babbo, como pode fazer isso comigo? Eu o amo, mas isso! Isso foi demais. Foi o estopim, me sinto... traida, decepcionada. O Apolo fala mais algumas coisas, entretanto não dou a mínima, ele foi nem teve a decência de me dizer o que tinha feito enquanto estava vivo. -Quanto tempo faz que você sabe disso?.- pergunto ficando de pé e balanço a m*****a folha, todos estão em silêncio agora.- Não me diga que todos já sabiam? -Sim sabíamos.- Hades é o primeiro a falar, sua voz é calma. E calmaria agora só me dá mais raiva. -Quanto tempo?- questiono e o Apolo intervém. -Isso não tem relevância.- diz passando a mão no cabelo. -Óbvio que tem, vamos diga. -Já faz um tempo, mas isso não é relevante.- responde Hades e abre um pacotinho de amendoim. -Eu vou matar vocês!.- digo e ele coloca um amendoim na boca, e isso só
NEFERTARI AMBROGETTI Novamente me encontro no lugar que mais detém minha agonia, não sei como agir com tantas crianças, apesar de ter meus sobrinhos. Mamma pediu ao motorista para passar no instituto antes de irmos à empresa, hoje decidi não dirigi, sem contar que às vezes é bom ficar um tempo com a mamma, ela se torna mais suportável quando o assunto não é casamento, e falando em casamento, eu continuo a adiar o meu, é empolgante ver a raiva que estou a causar, está sendo uma ótima lição para o conselho e para os Özçivit, sou eu quem mando, mesmo quando pareço sem opções. Mamma, entrou no instituto enquanto eu optei novamente em ficar aqui fora. Olho em volta e vejo o local que a última vez me sentei, desta vez há um bambino lá, mas não é qualquer bambino, é o pobre ragazzo solitário. Ele olha com ar triste para as outras crianças, e faço uma coisa que não compreendo, meus pés me levam até ele. Cazzo (porra). Aproximo-me e assim que ele nota minha presença ele sorri, um sorriso in
NEFERTARI AMBROGETTI -Não vou me casar esse mês.- respondo tentando adiar novamente o casamento. Apolo revira os olhos impaciente. -Nefertari... já conversamos sobre isso, para que adiar? Não seja imatura. -Porquê eu quero, e não vou me casar esse mês.- sou petulante. -Sabe que podemos colocá-la sobre os ombros e obrigá-la, não sabe? - Indaga Hades. -Vocês até podem, mas nunca fariam isso, a consciência não permitiria. - Ramsés balança a cabeça positivamente. -É você está certa, na verdade, se eu pudesse te proibiria de casar com ele. -Céus, porque você não é o Capo? - pergunta e ele ri. -Porque eu sou o capo. - responde Apolo e revira os olhos. -Fratello, não irei me casar esse mês. - repito com uma cara de deboche. -E será em qual mês? -Talvez quando chegar a primavera.- sorriu de lado, ele se senta cansado. -Sabe que só deixará isso mais difícil, não sabe? -Mais do que já está?- reviro os olhos. Ele balança a cabeça negativamente, sei que posso estar sendo
NEFERTARI AMBROGETTI Após um longo dia na empresa, chego em casa. Estou muito cansada, mas nem é tanto cansaço físico, é mais mental. Subo para meu quarto, preciso de um banho. Tiro meu casaco e alguém b**e na porta, peço que entre, é a mamma. -Figlia, preciso que se sente. - diz deixando-me alerta. -O que houve?- seu rosto transmite nervosismo, e mamma não é de ficar assim. - É sobre o bambino do Instituto. - sua voz está igualmente tensa. -O que tem? Ele foi regatado? -Sim, está no hospital, é o Formiga figlia. - sinto meu corpo congelar. Só posso ter ouvido errado, mamma disse formiga -O quê? - minha voz sai inconsistente. -A tia dele estava o maltratando, os vizinhos denunciaram, ele está muito machucado, desnutrido, mas vai ficar bem.- diz e apenas ecoa na minha cabeça "é o Formiga figlia" "maltratado" "desnutrido" -O Formiga? Mamma, era para ele estar bem.- sinto um bolo na garganta. Eu preciso ver ele. - Sim, era.- fala com pesar. -Eu preciso vê-lo. E a cag
NEFERTARI AMBROGETTI Assim que decidi adotá-lo, o que foi ontem, entrei em contato com meu advogado, que prontamente me atendeu. Mas me iludi, acreditei que seria fácil, o que deveria realmente ser, já que é a máfia que controla as coisas por aqui, mas alguém está dificultando as coisas, hoje pela manhã recebi uma mensagem do meu advogado dizendo que recebeu um email que afirmava que não poderia iniciar a solicitação que ele tinham mandado ao ministério, não informaram o porquê. Então vim até o Apolo, para que ele me explique. -Eu vou adotar o bambino.- afirmo entrando em seu escritório. Nada vai mudar minha decisão, não agora que finalmente deixei os temores de lado. -Sim, eu soube. - diz me olhando nos olhos, ele parece muito cansado. - Ontem mesmo pedi ao advogado que iniciasse o processo, e hoje pela manhã ele disse que me foi negado, mas não faz sentido, eu pedi ontem, como posso já ter uma resposta? Aí eu pensei, isso só pode ser a máfia, ou estou errada? -Não sore