*Capítulo retirado do livro do APOLO (livro 1)
1 ano e alguns meses antes em LAS VEGAS: NEFERTARI AMBROGETTI Passo um batom vermelho, e vejo meu reflexo no espelho. Estou pronta. Pego minha Glock e coloco em minha coxa. Estou com um vestido vermelho que possui uma fenda e um decote em V. Ajeito meus seios no decote, hora do show, já sinto a adrenalina correr em minhas veias, amo isso, que os jogos comecem. Saio do meu quarto, fecho a porta e ando vagarosamente pelo corredor indo até o elevador, adoro o fato que um vestido longo e um belo decote pode trazer quase uma nova identidade. Chego no corredor, aperto o botão e aguardo. Entro, seleciono o térreo, quando as portas estão fechando uma mão impede. Ergo minha sobrancelha direita quando as portas se abrem e um homem elegante entra. Não só elegante, ele exala luxúria e sexo, e pelo cabelo bagunçado aposto que era isso que estava fazendo. Ele me olha e sorri de lado, continuo seria. -Boa noite.- devolvo o cumprimento com um sorriso de lado. Reparo que ele me observa, ignoro, não demora muito e as portas se abrem, quando ele faz menção de falar saiu rapidamente, estou sem tempo para flertes. Me dirijo para entrada do hotel, que está bem movimentado, Las Vegas, a cidade que nunca dorme, é como um jovem em busca de adrenalina. -Senhorita. - Me chama Ethan se passando por taxista, ele abre a porta do táxi e entro. -O rato já chegou no esgoto? - questiono assim que ele da partida. -Sim, e com três amiguinhos. -Apenas três? Tem certeza? -Sim. O Yan já está lá. -Ótimo. Fique por perto. Cinco minutos depois, chegamos ao casino Venetian. O Ethan abre a porta, desço. O local já tem bastante gente, pessoas estúpidas que acreditam que ficaram ricos, para nós é óbvio que isso não ocorrerá, tudo aqui é controlado, inclusive os ganhadores. Entro sem nenhum problema, as máquinas já estão ligadas e as apostas já foram iniciadas. Vou até o bar e peço conhaque. Bebericando a bebida eu observo os jogados, em especial Ichiro Kobayashi. Vejo que ao seu lado está o Samuel, um dos meus. Ele conversa com o Ichiro, que olha em minha direção, sorriu sedutora e levanto meu copo em sinal de brinde. Ele sorri malicioso. Me viro para o bar e espero, eles sempre fazem o mesmo. -Senhorita?- um garçom me chama. -Sim? -O Sr. Kobayashi. - diz apontando para o Ichiro. - Gostaria que a senhorita se juntasse a ele, para que assim o desse sorte no jogo. -Claro, será uma honra.- termino meu drink, deixo o copo sob a bancada e me direciono ao Ichiro, que em nenhum momento desvia seu olhar de mim, isso mesmo querido. -Ichiro Kobayashi, é um prazer.- diz segurando minha mão e deposita um beijo na mesma. Sorriu. -Afrodite D'angelo. - minto, ele sorri animado. -Afrodite, você é belíssima, deusa da sedução.- diz e as apostas se iniciam, fazendo com que ele volte sua atenção para a mesa. - me diga uma cor. - olho para as cores disponíveis. -Preto, como a escuridão de uma noite sem luz. - ele me olha. -Você não é como as outras. Gosto disso. Preto, 100 fichas.- faz sua aposta -Não é alto para a primeira aposta? - finjo uma preocupação, eles adoram. -Confio no seu palpite. Deseja beber alguma coisa? -Estou bem, já bebi o suficiente. -Preto. - anuncia -Parece que estou com sorte. - sorriu e ele me olha encantado, isso mesmo se encante. -Um ponto para mim, ganhei um ponto com você também?-indaga pegando novamente minha mão e a beija sem desviar o olhar do meu. Me aproximo dele até seu ouvido e sussurro. -Pode-se dizer que sim, Ichiro.- deposito um beijo perto de seu ouvido. ◆◆◆ Após os flertes e apostas, tenho toda sua atenção de fato para mim, nos embalamos em um beijo, ele deixa claro o que quer. Mas preciso levá-lo daqui. -Vamos para algum lugar. - sussurro suave parando o beijo. -Não sei.- responde rindo e voltando a me beijar. Estamos em uma sala mais privada. -Aqui não me parece um bom lugar, por favor, em outro lugar teremos mais tempo.- digo colocando minha mão por baixo de sua camiseta. - O que eu poderia fazer com você? És tão forte, alto. - finjo inocência enquanto passo minhas mãos em seus braços, e beijo seu pescoço. Ouço sua risada. -Acho que consigo me defender de você senhorita Afrodite.- cede colocando seu braço ao redor da minha cintura e me puxando para si. Sorriu maliciosa, mas por dentro queria sacar logo minha arma. -Deixe-me cuidar de você, querido.- sussurro em seu ouvido. -Vamos sair daqui.- responde apressado, sorriu. O homem tá quase se desfazendo na calça, seguro minha vontade de revirar os olhos. -Sim, por favor. - falo ansiosa. *** Entramos no carro, Ichiro está tão envolto em mim que não se dá conta que não é seu motorista que está a dirigir, ocupado demais beijando meu pescoço. Quando tomamos distância suficiente do cassino, eu o afasto de mim. -O que foi doçura?- pergunta sem entender, sorriu de lado e retiro minha arma da coxa. -Só quero te apresentar a minha Glock, ela não é linda?- Não o deixo responder e o pegando de surpresa dou uma coronhada e ele cai sobre mim. Reviro os olhos e jogo seu corpo para o banco. -Tudo certo? - pergunta Ethan, sem desviar seu olhar da estrada. -Acelere. - respondo olhando para o verme ao meu lado.NEFERTARI AMBROGETTI Já no bunker pego um balde com água e jogo na cara dele, que enfim acorda. Em cada país que temos territórios e consequentemente sócios, temos bunker, não tão grandes como o principal da Itália, mas tão necessários quanto. -Até que enfim, bela adormecida.- ele me olha e depois olha para si, preso em uma cadeira que ele reconhece que é de tortura. Ele tenta se mexer. -Não seja tolo, sabe muito bem que não vai conseguir sair, você já é familiarizado com isso. -Quem é você? - questiona nervoso. -A pergunta certa séria o que eu quero. -E o que você quer? -Nada demais, só algumas informações. -Informações? -Yakuza.- ele ri. -Você só pode ser louca, prefiro morrer.- diz com o queixo erguido. Dando uma de corajoso, sorriu de lado. -Sabe, eu imaginei que fosse dizer isso. -Deixe-me adivinhar, vai me tortura? Vá em frente, fui treinado para isso.- cospe. -Torturar? Ah sim, claro que faremos isso, não se preocupe.- caminho pela pequena s
NEFERTARI AMBROGETTI Como muitos diriam, hoje é o grande dia. E minha contribuição para que realmente seja emocionante, está sobre a cama, embalado de maneira cuidadosa para não amassar. Irei me casar? Cazzo (porra), sim. Mas será do meu jeito. Sorriu malandra, hora do show. Agora estou sozinha no quarto, mas antes tinha umas 15 pessoas me ajudando a ficar pronta e me enlouquecendo! Após arrumarem meu cabelo e maquiagem, expulsei todo mundo, deixando um pouco de lado a educação que mamma me deu. Pego meu celular e mando uma mensagem para o Ramsés, ele é meu irmão gêmeo, tem a obrigação de me ajudar, ser meu cúmplice. Impacientemente o espero, e quase vibro de alegria quando ouço alguém bater na porta, é ele. Destranco a porta e ele entra. -Por que diabos eu estou aqui?- questiona confuso, cruzando os braços. -Porque vai me ajudar a colocar o vestido. - simplifico indo até a cama. -Eu? Mas tem uma mulherada lá fora, que inclusive estavam aqui dentro. -Elas não servem, quero surpr
KHALIL IVANKOV ÖZÇIVIT -Sim. - responde contrariada. -Khalil, você aceita Nefertari como sua legítima esposa, prometendo ser fiel, amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da suas vida. Até que a morte os separe? - nessa hora minha mente me faz pensar na Mine, era para ser ela aqui. Engulo em seco, merda não é hora para pensar nisso. Olho para a Nefertari. -Sim. - respondo firme e ouço meu avô, minha mãe e pai suspirarem aliviados. -Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. - finaliza, coloco as mãos em sua cintura e a beijo, nada muito grandioso, foi mais parecido com um selinho, todos presentes batem palmas. *** NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT Após a cerimônia na igreja, nos direcionamos para a recepção que é na mansão da família. Está tudo bem decorado, não escolhi nada, fiquei completamente inerte a tudo isso. Além da recepção, aqui também vai acontecer o juramente, sem ele é
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT Enfim a festa termina, não aguentava mais acenar e parecer feliz, com um sorriso estúpido no rosto. Eu não via a hora de tudo isso acabar e ver o Formiga, odiei cada minuto que fiquei longe dele. Continuo na mansão, no meu quarto, subi para trocar de roupa, tirar meu lindo vestido preto. Shantal e Jasmim vieram para me ajudar e claramente para fofocar, minha cunhada é a primeira a falar. -Devo admitir que você enganou a todos muito bem. - comenta olhando para o outro vestido que se encontra da mesma forma que o deixei de manhã, o contraste de cor dos vestidos chega a ser engraçado, um tão branquinho, parece que vai sujar se encosta em qualquer coisa. -Só deu pena que esse belo vestido não foi usado. -Eu tive um baita susto quando te vi, não só eu. -Uma entrada memorável? E quanto ao vestido, posso doá-lo. -Sem dúvida alguma. - respondem ao mesmo tempo, rimos. -Agora me diz uma coisa, os votos do Khalil deu a entender que vocês já se co
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT -E-eu, quantos anos ele tem? E qual é a história dele? - questiona realmente interessado, sua reação até que está sendo melhor que imaginado, e isso me deixou de certa forma... feliz? Não que sua opinião ou reação importasse, ninguém me impediria de adotar meu pequeno e criá-lo perto de mim. -Vou te contar tudo, mas antes vou pegar uma bebida, estou com a garganta seca. - me levanto indo até uma pequena adega presente na sala. Não seria minha casa se não tivesse pelo menos uma adega. -E antes que eu esqueça, tenho uma coisa para te entregar, aqui está. - diz retirando minha arma de sua cintura. - Sua Glock. - a coloca sobre a mesa de centro. -Obrigada. - agradeço, encho dois copos com uísque, e o entrego um, me sento e aliso minha querida arma. -Cuidei muito bem dela. - comenta e bebe um pouco da sua bebida. -Não fez mais que sua obrigação.- sorrimos, mas depois fico séria. Hora de contar tudo sobre o Formiga, e só de imaginar sinto um a
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT -Tia Tari! A senhora demorou. - me aproximo dele e nos abraçamos. Se pudesse ficaria um bom tempo assim, abraçá-lo se tornou uma das minhas coisas preferidas. -Oi ragazzo (garoto). Você está bem? - sento-me ao seu lado, Khalil fica um pouco distante, apenas observando. Acho que não sabe muito bem como agir, o que imagino se normal. -Sim, o tio Apolo e a tia Jasmim me trouxeram café na cama. - comenta animado.- veio em uma bandeja e tudo, tinha bolo, frutas, tinha até um negócio lá que eu não lembro o nome, mas era muuuito gostoso. - dá ênfase no muito. - Nunca ninguém tinha me tratado assim, parece até que eu sou alguém importante. - sorri. - conversamos bastante, eles me avisaram que a senhora estava vindo. E o tio Apolo me ajudou a tomar banho. -Tio Apolo e tia Jasmim? Vejo que já gostou muito deles. - aperto seu nariz de leve em um gesto de brincadeira. -Muuuito! Mas não fique com ciúmes, a senhora continua sendo minha preferida. - Acho
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV OZIÇIVIT Desde que descemos do carro o Formiga olha encantado para tudo, é engraçado sua expressão. Vou ao seu lado e o Khalil vai empurrando sua cadeira, a casa já está toda adaptada para ele. -Essa é sua casa Formiga. - digo abrindo a porta, entramos e ele sorri animado olhando para a sala de estar. -É enorme! Igual dos filmes.- comenta, mas então seu olhar vai até as escadas, e imagino o que passa em sua cabeça. -Aqui tem elevador, não será necessário se preocupar com as escadas. - ele arregala os olhos. -Isso é incrível, obrigado por me adotarem. -Não me agradeça por isso.- peço alisando seu cabelo. - Seu quarto ainda não está decorado, porque quero que escolha cada detalhe.- explico empurrando sua cadeira de rodas até o elevador. -É muito chique.- comenta quando as portas do elevador se fecham. - Tem perigo de cair? - Não pense nisso garoto, é seguro.- responde bagunçado o cabelo dele, que ri gostando da interação. A interação deles é natura
Nojo. Raiva. Tristeza. É tudo uma mistura, aqueles malditos acabaram com tudo que eu tinha, levaram desde a minha virgindade até minha vontade de viver. Malditos, eu preferia estar morta. Limpo as malditas lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto, mesmo não querendo mais chorar, é como se eu não conseguisse parar, é como se meus olhos sangrassem, mas em vez de sangue, são lágrimas, é como uma dor latente. Os desgraçados, que me desgraçarão, devem pagar, mas não perante a lei, não é suficiente, eu sei que meus irmãos estão atrás deles, mas acho que nem isso é suficiente. Pego a esponja e esfrego todo meu corpo pela quinta vez, o hilário é que me sinto ainda mais suja. Observo meu corpo, minha pele está toda avermelhada, esfrego ainda mais. As lágrimas ficam mais intensas, grito, choro, passo minhas unhas pela pele com tamanha força que sinto a ardência da pele ferida, mas não me importo. Ainda sinto o toque deles. Ouço suas vozes, como se ainda sussurrassem em meu ouvido. "Sua v