NEFERTARI AMBROGETTI
Assim que decidi adotá-lo, o que foi ontem, entrei em contato com meu advogado, que prontamente me atendeu. Mas me iludi, acreditei que seria fácil, o que deveria realmente ser, já que é a máfia que controla as coisas por aqui, mas alguém está dificultando as coisas, hoje pela manhã recebi uma mensagem do meu advogado dizendo que recebeu um email que afirmava que não poderia iniciar a solicitação que ele tinham mandado ao ministério, não informaram o porquê. Então vim até o Apolo, para que ele me explique. -Eu vou adotar o bambino.- afirmo entrando em seu escritório. Nada vai mudar minha decisão, não agora que finalmente deixei os temores de lado. -Sim, eu soube. - diz me olhando nos olhos, ele parece muito cansado. - Ontem mesmo pedi ao advogado que iniciasse o processo, e hoje pela manhã ele disse que me foi negado, mas não faz sentido, eu pedi ontem, como posso já ter uma resposta? Aí eu pensei, isso só pode ser a máfia, ou estou errada? -Não sorella, você está certa. O conselho não se agrada das suas últimas atitudes, de adiar incansavelmente o seu casamento. Eles entraram em contato, me informaram que você só poderá adotar essa criança quando se casar com Khalil. - tomo uma longa respiração. -Desgraçados. Malditos! - eu sabia, mas agora tendo a confirmação fico com mais raiva. Eles não iriam perder essa oportunidade de me obrigar, não deixam passar nada! -Eu avisei, você só piorou tudo, agora se decida, o que vem primeiro? -Então agora é assim? -Sim, ou você casa, ou esse bambino nunca será seu figlio. O que vai ser? - pergunta se sentando na poltrona, suspiro. Meu orgulho não me valerá de nada agora, não deixara aquele ragazzo feliz, ou o fará bem. Engulo todo meu orgulho, e quase tremendo de raiva respondo. -Esse mês parece ótimo para um casamento. - as palavras saem quase que como brasa da minha boca. Apolo se limita a balança a cabeça positivamente, ele não está feliz, apenas conformado assim como devo ficar. *** Ainda não acredito que esses miseráveis conseguiram o que queriam! Era para ser no meu tempo, quando EU quisesse, e não eles impondo. Deveria estar conformada, mas é de minha natureza não está. Mas não posso deixar o formiga do jeito que está. Não posso deixar que ele sofra mais do que já sofreu, ainda não contei da minha decisão para ele, nem sei se vai gostar. Serei sua mãe, cazzo. Logo eu que prometi a mim mesma que não entraria nessa de maternidade, não depois de tudo que passei. Mas a maternidade simplesmente invadiu minha vida, novamente. Estou entrando totalmente no escuro, e pela primeira vez depois de muito tempo sinto aquele medo voltando. Mas eu não sou mais aquela Nefertari. Não sou. Suspiro. E repito, para ver se assim as dúvidas me dão algum sossego. -Figlia? Como foi sua conversa com seu fratello? - questiona mamma entrando na sala, estou de costas para ela. Viro-me e ela me olha atenciosa. -O casamento será esse mês, pode preparar tudo? Eu sinceramente não tenha ânimo para isso. -Nem precisava pedir, só irei precisar que faça a prova do vestido. -Tudo bem. Mamma? - Sì, amore? -Acredita que posso esta cometendo um erro em adotar o Formiga? - questiono e ela suspira, depois sorri. -Não, eu não acredito. Se dê uma chance minha piccola (pequena). E eu estarei aqui, para te ajudar, auxiliar no que precisar. -Eu irei precisar mamma, depois do... eu nunca achei... não quero errar com o Formiga. -Olhe para mim, você vai errar minha figlia, assim como eu errei, como todos os pais, porque não somos perfeitos, a maternidade é uma montanha-russa de emoções. Com o tempo tanto você quanto o Formiga vão se adaptando, e não vamos esquecer do Khalil. - suspiro. -Khalil? Como posso não o conhecer e já o odiar? -Você não o odeia, você odeia a situação colocada, não se esqueça que ele também não escolheu esse casamento. - dou de ombros, eu sei que ele também não tem escolhas, mas isso não diminui minha irritação. *** KHALIL IVANKOV ÖZÇIVIT - Esse mês? - questiono surpreso, meu avô sorri animado. -Sim, ela caiu em si e escolheu finalmente o mês para o casamento. E nós, escolheremos o dia. - diz feliz. - como hoje é dia 06, que tal dia 26? Daqui a 20 dias. -Pode ser.- dou de ombros. Eu não me importo com o dia mesmo. -Então, daqui a 20 dias. Irei informar ao Apolo. - vibra meu pai, Omã -E eu irei para a Itália. Quero estar presente nesse momento, sem contar que adora a campainha da Atena. - minha mãe se levanta também animada. - Vejo que já viraram melhores amigas. - comento, adoraria pode compartilhar dessa alegria, mas simplesmente não tenho o que comemorar, e não quero fingir. -Algo do tipo. Atena, é uma das minhas, somos muito parecidas. Irei aproveitar e também ajudarei sua noiva com o vestido. -Dia 26 acaba esse mistério em torno do rosto dela.- debocho. -Filho, minha nora, ela é linda. -Imagino.- me limito a responder. *** Alguns dias depois: NEFERTARI AMBROGETTI Termino mais uma prova do vestido, quem escolheu o modelo foi mamma e minha sogra. Devo confessar que o vestido é bonito, gracioso, ele é estilo princesa, dá para acreditar? Princesa. Por hora aceitei, e me conformei, mas ontem me veio uma ideia, já que vou casar, me perguntei, por que não do meu jeito? Guardo uma surpresa para o grande dia. Me olho mais uma vez no espelho, esse lance de provar vestido é uma trabalheira. Saiu de frente do espelho e volto para o provador, só quero tirar isso, e só vê-lo no dia do casamento, que é daqui a cinco dias, menos de 1 semana. Cazzo. Ainda não acredito que isso vai mesmo acontecer. Tiro o vestido com ajuda da vendedora, meu próximo compromisso é com o formiga. Hoje é o dia que ele vai sair do hospital, ainda não contei a ele sobre a adoção, não quero contar antes de ter algo concreto, jamais quero iludi-lo. E conheço muito bem o conselho, eles podem muito bem colocar novos empecilhos para a adoção, novos requisitos. *** Chego ao hospital, ansiosa, nunca mais quero me afastar dele, e obviamente não perderia sua saída. Esse bambino já tem meu apego e carinho, uma coisa rara devido ao pouco tempo. Vou até o corredor de seu quarto, eu trouxe um pedaço de torta, ele me pediu ontem. Com um sorriso entro em seu quarto, mas ele não está. Esta apenas uma enfermeira. -Onde está o Francisco? - pergunto e ela me olha confusa. -Recebeu alta há duas horas. - meu sorriso se desfaz. -Mas, me foi dito que ele só sairia a tarde. -O médico veio e o deu alta mais cedo. - diz e sai do quarto. Que estranho, por que não fui informada? Bem, ele só pode estar no instituto, é melhor eu ir para lá. *** Chego ao instituto e já sou recebida pela Vânia, uma das mulheres que ajudam a cuidar dos bambini. -E o Formiga? - pergunto e ela me olha estranho. -O Formiga não está. - Como assim? Ele ainda não chegou? -Senhora, o Formiga foi transferido para outro instituto, sua mamma Atena, que cuidou de tudo. - minha mama? Mas que merda está acontecendo? -Ah sim, claro. Eu tinha me esquecido, grazie. - respondo voltando para o meu carro. Transferido? Isso não faz sentido nenhum. Dio mio, onde está o formiga?NEFERTARI AMBROGETTI Assim que chego na casa do Apolo, sou informada que ele já espera em seu escritório. Então o safado já sabia que eu vinha, tudo tão arquitetado, que raiva. Já consigo imaginar tudo, e de quem deve ter sido o plano todo. -Buongiorno, sorella. -Buongiorno? Para quem, Fratello? Onde está o Formiga? - questiono e ele suspira. -Ele está bem, em um local seguro, e com vários bambini. - informa, e aponta para a cadeira em sua frente para que eu sente. -Por que isso?- questiono me sentando. -O conselho não confia na sua palavra, então para garantir que você não vai desistir, eles me pediram para deixá-la longe do bambino. -Figli de puttana! (Filhos da puta) -Sorella, não me alegra fazer isso, mas você sabe que uma ordem deles não pode ser descumprida. -Eu sei, odeio isso. Quando eles vão parar de se intrometer? -Quando você casar.- diz o óbvio. Tudo é por causa desse maldito casamento. -Então em cinco dias ele estará comigo? -Tem minha pal
*Capítulo retirado do livro do APOLO (livro 1) 1 ano e alguns meses antes em LAS VEGAS: NEFERTARI AMBROGETTI Passo um batom vermelho, e vejo meu reflexo no espelho. Estou pronta. Pego minha Glock e coloco em minha coxa. Estou com um vestido vermelho que possui uma fenda e um decote em V. Ajeito meus seios no decote, hora do show, já sinto a adrenalina correr em minhas veias, amo isso, que os jogos comecem. Saio do meu quarto, fecho a porta e ando vagarosamente pelo corredor indo até o elevador, adoro o fato que um vestido longo e um belo decote pode trazer quase uma nova identidade. Chego no corredor, aperto o botão e aguardo. Entro, seleciono o térreo, quando as portas estão fechando uma mão impede. Ergo minha sobrancelha direita quando as portas se abrem e um homem elegante entra. Não só elegante, ele exala luxúria e sexo, e pelo cabelo bagunçado aposto que era isso que estava fazendo. Ele me olha e sorri de lado, continuo seria. -Boa noite.- devolvo o cumprimento co
NEFERTARI AMBROGETTI Já no bunker pego um balde com água e jogo na cara dele, que enfim acorda. Em cada país que temos territórios e consequentemente sócios, temos bunker, não tão grandes como o principal da Itália, mas tão necessários quanto. -Até que enfim, bela adormecida.- ele me olha e depois olha para si, preso em uma cadeira que ele reconhece que é de tortura. Ele tenta se mexer. -Não seja tolo, sabe muito bem que não vai conseguir sair, você já é familiarizado com isso. -Quem é você? - questiona nervoso. -A pergunta certa séria o que eu quero. -E o que você quer? -Nada demais, só algumas informações. -Informações? -Yakuza.- ele ri. -Você só pode ser louca, prefiro morrer.- diz com o queixo erguido. Dando uma de corajoso, sorriu de lado. -Sabe, eu imaginei que fosse dizer isso. -Deixe-me adivinhar, vai me tortura? Vá em frente, fui treinado para isso.- cospe. -Torturar? Ah sim, claro que faremos isso, não se preocupe.- caminho pela pequena s
NEFERTARI AMBROGETTI Como muitos diriam, hoje é o grande dia. E minha contribuição para que realmente seja emocionante, está sobre a cama, embalado de maneira cuidadosa para não amassar. Irei me casar? Cazzo (porra), sim. Mas será do meu jeito. Sorriu malandra, hora do show. Agora estou sozinha no quarto, mas antes tinha umas 15 pessoas me ajudando a ficar pronta e me enlouquecendo! Após arrumarem meu cabelo e maquiagem, expulsei todo mundo, deixando um pouco de lado a educação que mamma me deu. Pego meu celular e mando uma mensagem para o Ramsés, ele é meu irmão gêmeo, tem a obrigação de me ajudar, ser meu cúmplice. Impacientemente o espero, e quase vibro de alegria quando ouço alguém bater na porta, é ele. Destranco a porta e ele entra. -Por que diabos eu estou aqui?- questiona confuso, cruzando os braços. -Porque vai me ajudar a colocar o vestido. - simplifico indo até a cama. -Eu? Mas tem uma mulherada lá fora, que inclusive estavam aqui dentro. -Elas não servem, quero surpr
KHALIL IVANKOV ÖZÇIVIT -Sim. - responde contrariada. -Khalil, você aceita Nefertari como sua legítima esposa, prometendo ser fiel, amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da suas vida. Até que a morte os separe? - nessa hora minha mente me faz pensar na Mine, era para ser ela aqui. Engulo em seco, merda não é hora para pensar nisso. Olho para a Nefertari. -Sim. - respondo firme e ouço meu avô, minha mãe e pai suspirarem aliviados. -Eu vos declaro marido e mulher, pode beijar a noiva. - finaliza, coloco as mãos em sua cintura e a beijo, nada muito grandioso, foi mais parecido com um selinho, todos presentes batem palmas. *** NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT Após a cerimônia na igreja, nos direcionamos para a recepção que é na mansão da família. Está tudo bem decorado, não escolhi nada, fiquei completamente inerte a tudo isso. Além da recepção, aqui também vai acontecer o juramente, sem ele é
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT Enfim a festa termina, não aguentava mais acenar e parecer feliz, com um sorriso estúpido no rosto. Eu não via a hora de tudo isso acabar e ver o Formiga, odiei cada minuto que fiquei longe dele. Continuo na mansão, no meu quarto, subi para trocar de roupa, tirar meu lindo vestido preto. Shantal e Jasmim vieram para me ajudar e claramente para fofocar, minha cunhada é a primeira a falar. -Devo admitir que você enganou a todos muito bem. - comenta olhando para o outro vestido que se encontra da mesma forma que o deixei de manhã, o contraste de cor dos vestidos chega a ser engraçado, um tão branquinho, parece que vai sujar se encosta em qualquer coisa. -Só deu pena que esse belo vestido não foi usado. -Eu tive um baita susto quando te vi, não só eu. -Uma entrada memorável? E quanto ao vestido, posso doá-lo. -Sem dúvida alguma. - respondem ao mesmo tempo, rimos. -Agora me diz uma coisa, os votos do Khalil deu a entender que vocês já se co
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT -E-eu, quantos anos ele tem? E qual é a história dele? - questiona realmente interessado, sua reação até que está sendo melhor que imaginado, e isso me deixou de certa forma... feliz? Não que sua opinião ou reação importasse, ninguém me impediria de adotar meu pequeno e criá-lo perto de mim. -Vou te contar tudo, mas antes vou pegar uma bebida, estou com a garganta seca. - me levanto indo até uma pequena adega presente na sala. Não seria minha casa se não tivesse pelo menos uma adega. -E antes que eu esqueça, tenho uma coisa para te entregar, aqui está. - diz retirando minha arma de sua cintura. - Sua Glock. - a coloca sobre a mesa de centro. -Obrigada. - agradeço, encho dois copos com uísque, e o entrego um, me sento e aliso minha querida arma. -Cuidei muito bem dela. - comenta e bebe um pouco da sua bebida. -Não fez mais que sua obrigação.- sorrimos, mas depois fico séria. Hora de contar tudo sobre o Formiga, e só de imaginar sinto um a
NEFERTARI AMBROGETTI IVANKOV ÖZÇIVIT -Tia Tari! A senhora demorou. - me aproximo dele e nos abraçamos. Se pudesse ficaria um bom tempo assim, abraçá-lo se tornou uma das minhas coisas preferidas. -Oi ragazzo (garoto). Você está bem? - sento-me ao seu lado, Khalil fica um pouco distante, apenas observando. Acho que não sabe muito bem como agir, o que imagino se normal. -Sim, o tio Apolo e a tia Jasmim me trouxeram café na cama. - comenta animado.- veio em uma bandeja e tudo, tinha bolo, frutas, tinha até um negócio lá que eu não lembro o nome, mas era muuuito gostoso. - dá ênfase no muito. - Nunca ninguém tinha me tratado assim, parece até que eu sou alguém importante. - sorri. - conversamos bastante, eles me avisaram que a senhora estava vindo. E o tio Apolo me ajudou a tomar banho. -Tio Apolo e tia Jasmim? Vejo que já gostou muito deles. - aperto seu nariz de leve em um gesto de brincadeira. -Muuuito! Mas não fique com ciúmes, a senhora continua sendo minha preferida. - Acho