Capítulo 5 - Onde ele está?

NEFERTARI AMBROGETTI

Assim que decidi adotá-lo, o que foi ontem, entrei em contato com meu advogado, que prontamente me atendeu. Mas me iludi, acreditei que seria fácil, o que deveria realmente ser, já que é a máfia que controla as coisas por aqui, mas alguém está dificultando as coisas, hoje pela manhã recebi uma mensagem do meu advogado dizendo que recebeu um email que afirmava que não poderia iniciar a solicitação que ele tinham mandado ao ministério, não informaram o porquê. Então vim até o Apolo, para que ele me explique.

-Eu vou adotar o bambino.- afirmo entrando em seu escritório. Nada vai mudar minha decisão, não agora que finalmente deixei os temores de lado.

-Sim, eu soube. - diz me olhando nos olhos, ele parece muito cansado.

- Ontem mesmo pedi ao advogado que iniciasse o processo, e hoje pela manhã ele disse que me foi negado, mas não faz sentido, eu pedi ontem, como posso já ter uma resposta? Aí eu pensei, isso só pode ser a máfia, ou estou errada?

-Não sorella, você está certa. O conselho não se agrada das suas últimas atitudes, de adiar incansavelmente o seu casamento. Eles entraram em contato, me informaram que você só poderá adotar essa criança quando se casar com Khalil. - tomo uma longa respiração.

-Desgraçados. Malditos! - eu sabia, mas agora tendo a confirmação fico com mais raiva. Eles não iriam perder essa oportunidade de me obrigar, não deixam passar nada!

-Eu avisei, você só piorou tudo, agora se decida, o que vem primeiro?

-Então agora é assim?

-Sim, ou você casa, ou esse bambino nunca será seu figlio. O que vai ser? - pergunta se sentando na poltrona, suspiro. Meu orgulho não me valerá de nada agora, não deixara aquele ragazzo feliz, ou o fará bem. Engulo todo meu orgulho, e quase tremendo de raiva respondo.

-Esse mês parece ótimo para um casamento. - as palavras saem quase que como brasa da minha boca. Apolo se limita a balança a cabeça positivamente, ele não está feliz, apenas conformado assim como devo ficar.

***

Ainda não acredito que esses miseráveis conseguiram o que queriam! Era para ser no meu tempo, quando EU quisesse, e não eles impondo. Deveria estar conformada, mas é de minha natureza não está.

Mas não posso deixar o formiga do jeito que está. Não posso deixar que ele sofra mais do que já sofreu, ainda não contei da minha decisão para ele, nem sei se vai gostar. Serei sua mãe, cazzo. Logo eu que prometi a mim mesma que não entraria nessa de maternidade, não depois de tudo que passei.

Mas a maternidade simplesmente invadiu minha vida, novamente. Estou entrando totalmente no escuro, e pela primeira vez depois de muito tempo sinto aquele medo voltando. Mas eu não sou mais aquela Nefertari. Não sou. Suspiro. E repito, para ver se assim as dúvidas me dão algum sossego.

-Figlia? Como foi sua conversa com seu fratello? - questiona mamma entrando na sala, estou de costas para ela. Viro-me e ela me olha atenciosa.

-O casamento será esse mês, pode preparar tudo? Eu sinceramente não tenha ânimo para isso.

-Nem precisava pedir, só irei precisar que faça a prova do vestido.

-Tudo bem. Mamma?

- Sì, amore?

-Acredita que posso esta cometendo um erro em adotar o Formiga? - questiono e ela suspira, depois sorri.

-Não, eu não acredito. Se dê uma chance minha piccola (pequena). E eu estarei aqui, para te ajudar, auxiliar no que precisar.

-Eu irei precisar mamma, depois do... eu nunca achei... não quero errar com o Formiga.

-Olhe para mim, você vai errar minha figlia, assim como eu errei, como todos os pais, porque não somos perfeitos, a maternidade é uma montanha-russa de emoções. Com o tempo tanto você quanto o Formiga vão se adaptando, e não vamos esquecer do Khalil. - suspiro.

-Khalil? Como posso não o conhecer e já o odiar?

-Você não o odeia, você odeia a situação colocada, não se esqueça que ele também não escolheu esse casamento. - dou de ombros, eu sei que ele também não tem escolhas, mas isso não diminui minha irritação.

***

KHALIL IVANKOV ÖZÇIVIT

- Esse mês? - questiono surpreso, meu avô sorri animado.

-Sim, ela caiu em si e escolheu finalmente o mês para o casamento. E nós, escolheremos o dia. - diz feliz. - como hoje é dia 06, que tal dia 26? Daqui a 20 dias.

-Pode ser.- dou de ombros. Eu não me importo com o dia mesmo.

-Então, daqui a 20 dias. Irei informar ao Apolo. - vibra meu pai, Omã

-E eu irei para a Itália. Quero estar presente nesse momento, sem contar que adora a campainha da Atena. - minha mãe se levanta também animada.

- Vejo que já viraram melhores amigas. - comento, adoraria pode compartilhar dessa alegria, mas simplesmente não tenho o que comemorar, e não quero fingir.

-Algo do tipo. Atena, é uma das minhas, somos muito parecidas. Irei aproveitar e também ajudarei sua noiva com o vestido.

-Dia 26 acaba esse mistério em torno do rosto dela.- debocho.

-Filho, minha nora, ela é linda.

-Imagino.- me limito a responder.

***

Alguns dias depois:

NEFERTARI AMBROGETTI

Termino mais uma prova do vestido, quem escolheu o modelo foi mamma e minha sogra. Devo confessar que o vestido é bonito, gracioso, ele é estilo princesa, dá para acreditar? Princesa. Por hora aceitei, e me conformei, mas ontem me veio uma ideia, já que vou casar, me perguntei, por que não do meu jeito? Guardo uma surpresa para o grande dia. Me olho mais uma vez no espelho, esse lance de provar vestido é uma trabalheira. Saiu de frente do espelho e volto para o provador, só quero tirar isso, e só vê-lo no dia do casamento, que é daqui a cinco dias, menos de 1 semana. Cazzo. Ainda não acredito que isso vai mesmo acontecer.

Tiro o vestido com ajuda da vendedora, meu próximo compromisso é com o formiga. Hoje é o dia que ele vai sair do hospital, ainda não contei a ele sobre a adoção, não quero contar antes de ter algo concreto, jamais quero iludi-lo. E conheço muito bem o conselho, eles podem muito bem colocar novos empecilhos para a adoção, novos requisitos.

*** Chego ao hospital, ansiosa, nunca mais quero me afastar dele, e obviamente não perderia sua saída. Esse bambino já tem meu apego e carinho, uma coisa rara devido ao pouco tempo. Vou até o corredor de seu quarto, eu trouxe um pedaço de torta, ele me pediu ontem. Com um sorriso entro em seu quarto, mas ele não está. Esta apenas uma enfermeira.

-Onde está o Francisco? - pergunto e ela me olha confusa.

-Recebeu alta há duas horas. - meu sorriso se desfaz.

-Mas, me foi dito que ele só sairia a tarde.

-O médico veio e o deu alta mais cedo. - diz e sai do quarto.

Que estranho, por que não fui informada? Bem, ele só pode estar no instituto, é melhor eu ir para lá.

***

Chego ao instituto e já sou recebida pela Vânia, uma das mulheres que ajudam a cuidar dos bambini.

-E o Formiga? - pergunto e ela me olha estranho.

-O Formiga não está.

- Como assim? Ele ainda não chegou?

-Senhora, o Formiga foi transferido para outro instituto, sua mamma Atena, que cuidou de tudo. - minha mama? Mas que merda está acontecendo?

-Ah sim, claro. Eu tinha me esquecido, grazie. - respondo voltando para o meu carro. Transferido? Isso não faz sentido nenhum. Dio mio, onde está o formiga?

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