"Se o hoje for o amanhã que desejei ontem, quero voltar ao ontem e desejar um hoje diferente.
-L. G. Coelho.-"✅✅♛✅✅
"No período do casamento de Laura e Sebastian."
"Manu"
-Querida pode atender aquela mesa ali? -Jhon me pergunta do balcão, pego o bloquinho e vou em direção a mesa, já faz dois meses desde que comecei a trabalhar nessa lanchonete, Jhon e a esposa já estavam cansados de tantas mesas para duas pessoas e me contrataram, mesmo em minha condições, grávida de dois meses e alguns dias e pessoas que não fala fluentemente o Italiano ou inglês.
-Olá, já escolheram o que vão pedir? -pergunto com meu inglês carregado, ainda sou muito ruim no italiano, o curso de inglês que fiz foi de grande ajuda, o de italiano ainda estou cursando e pagando com o dinheiro que roubei quando fugi, abri um sorriso e quando levanto o olhar vejo três homens grandes e mau encarados, um deles com tatuagem no rosto de um número em romano, parece ser o número cem, desvio o olhar para o outro que também tem tatuagens mas há mais pincers no rosto do que as tatuagens, olho para o terceiro que parece mais normal e então eles pegam o cardápio e dão uma olhada rápida.
-Quero um suco de laranja, batatas fritas, e um desses lanches mas sem tomate sou alérgico. -o dos pincers disse. -Ah e me trás um sorvete também. -sorri e anoto seu pedido em meu bloquinho.
-Trás três porções do que ele pediu. -o outro diz e concordo me afastando, os olhares deles me causam calafrios.
Assim que levo o pedido para que Caim possa preparar uma tontura veio forte e tenho que me apoiar no balcão.
-Lis, ajude aqui por favor, a Luiza tá passando mau. -ouço alguém dizer mas minha cabeça já está longe, tudo se escurece aos poucos, sinto alguém me amparar, mas antes de descobrir quem é apago por completo.
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"Diogo - antes de sua suposta morte-"
Ando pelos bares, bebendo e tentando achar um pouco de diversão, desde que fui atacado quando estava de moto a uns dias atrás não me deixam mais sair de moto, saio do bar e vou em direção ao carro preto esportivo, destravo e entro, encosto a cabeça no volante antes de ligar e partir sem rumo.
Pela manhã tenho que ir alugar um terno, o casamento do meu irmão vai ser pela tarde, no condomínio mesmo, minha mãe insistiu tanto que a cerimônia fosse em tema retrô que Laura acabou topando, mas acho que ela também acabou gostado de tudo aquilo.
Volto pra casa, já faz um bom tempo que não venho aqui, esse lugar me traz lembranças ruins, cheias de enganação, me lembram Evelyn que me enganou por um bom tempo, tropeço nos degraus da escada até chegar ao quarto, jogo meu corpo sobre a cama e acabo dormindo.
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Sinto uma queimação nos olhos, uma claridade bate em minha cara, abro devagar os olhos colocando o braço em frente aos olhos ate me acostumar com a luz, viro a cabeça e vejo uma fresta de sol entrando pela cortina, viro o rosto e mudo de posição na cama tentando dormir novamente mas não consigo.
Levanto com raiva, vou para o banheiro pra tomar banho, o relógio que há na parede perto da cabeceira da cama marca nove da manhã, suspiro frustrada enxugando os cabelos molhados após o banhos frio.
-Diogo??? Diogo? Você tá aí? -escuto alguém me chamar, é uma voz conhecida mas não sei quem.
-Preciso que me ajude com uma coisa. Diogo? -visto uma calça jeans rasgada e uma regata preta, calço um tênis qualquer e desço as escadas correndo.
-Oi? -vejo minha prima Jinger vindo da cozinha com um pacote de biscoitos.
-Oshe, quem te deu permissão pra entrar na minha casa sua nanica. -digo brincando, Jinger é a única que tem uma cópia da chave da minha casa, quer dizer sem contar minha mãe e eu.
-Ainda por cima come minha comida. Vaza já daqui seu pedaço de gente. -me aproximo puxando o pacote de biscoitos de sua mão e comendo um, ela envolveu minha cintura em um abraço e então começa a chorar baixinho em meu peito.
-Di, eu não sei o que fazer, me ajuda por favor. -diz fungando, passo a mão em seus cabelos tentando acalma-la.
-O que aconteceu? -a puxo para a sala e me sento no sofá colocando ela do meu lado virada de frente para mim.
Sempre fomos grudados desde pequenos, criamos uma amizade enorme e ela é tipo que uma confidente pra mim, assim como eu sou pra ela.
-Me diz o que ouve? Sabe que derrubo o mundo para ajudar você. -afago suas costas, enquanto ele chora baixinho. Ela pega o pacote de biscoitos e começa a comer enquanto as lágrimas escorrem pelo seu rosto, vai parando de chorar e enxuga as lágrimas com as costas da mão.
-Eu estou... Grávida. -diz baixinho e arregalo os olhos ao ouvir a frase, Jesus amado, acho que escutei errado.
-Como assim pequena? Até alguns meses atrás você ainda era virgem... Quem é o pai? -ela me olha e levanta nervosa.
-Foi uma burrada, eu estava revoltada com meu pai, ai fui a uma das boates, encontrei um garoto lá, ele era legal, bebemos algumas e dançamos, ele me levou em casa e puxei ele para entrar comigo, tive a melhor noite da minha vida, mas quando acordei ele tinha ido embora. -olho seus olhos marejados.
-Nem sei o nome dele... estou grávida de um desconhecido... Ainda não tive coragem de contar ao meu pai. -abaixa a cabeça e coloca as mãos no rosto.
-Ei, não precisa ficar assim, pode contar comigo quando for contar a ele. Tenho certeza que sua mãe não vai deixar nada de ruim acontecer a vocês. Seu pai e seu irmão podem ficar um pouco chateados, mas depois eles vão te ajudar também. Agora vamos tomar um café da manhã digno de uma grávida, meu sobrinho ou sobrinha não podem ficar com fome. -puxo ela pela mão para a cozinha e começo a remexer nas coisas atrás de algo para fazer.
-Obrigado... Quero dizer, por não me julgar. -diz já com um sorriso travesso no rosto, quem sou eu pra jugar alguém.
-Sou seu amigo e seu primo favorito, não vou te deixar na mão. -lhe dou uma piscada e ela ri. Acabou que só tem cereal e leite, sou dou risada colocando a caixa na frente dela, a mesma ri também pegando duas vasilhas e colheres, então começamos a comer entre muitas brincadeiras e risadas.
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-Manu-A dois dias atrás passei mau no trabalho e fui parar no hospital desde então só estou atendendo no balcão, minha gravidez ainda é recente, o médico falou que até completar quatro meses tenho que tomar cuidado em dobro já que é uma gestação de risco por ser gêmeos e por minha idade ser pouca.Estou extremamente nervosa ultimamente por conta dos hormônios e tem alguns fatores que pioram a situação. Exemplo disso são as cantadas que os caras me lançam e que eu preferiria não escutar ou entender.Sorrio quando a porta anuncia novas pessoas entrando, a lanchonete de Jhon e Med é em estilo clássica americana, com direito a sininho na porta o que acho bem estranho pra falar a verdade.Levanto o olhar encontrando um homem tatuado, hoje está Lizandra nas mesas, Miguel lá atrás na cozinha e eu no balcão, coisa que é pouco comum, o homem senta no balcão e me aproximo.-Vai querer algo senh
No dia em que Laura acordou do último coma e descobriu estar grávida e no dia da suposta morte de Diogo. -Manu-Minha barriga já está bem aparente, estou de seis meses e meio e os gêmeos crescem bem, já não consigo me movimentar como antes então só atendo o balcão e fico somente até o horário do almoço.-Ei bolinha, vamos? -vejo Miguel atrás do balcão me chamando, ele praticamente virou meu protetor e amigo, a alguns meses atrás ele terminou com a namorada que só sugava a vida do pobrezinho, quando ele disse que tinha terminado quase fizemos uma festa mas ele não deixou.-Não me chame assim Miguel, quando meus filhos nascerem não irei deixar você pegar eles. -resmungo pegando minha bolsa e me dirigindo a saída, é assim a algum tempo, nesse horário Miguel me leva em casa e volta para encerar o dia e ajudar na limpeza.-Sabe que você é a bolinha
"A parti daqui a história vai sendo contada no presente o que está acontecendo no agora, com Manu presa na e Diogo fazendo as investigações.""Manu"Já faz um mês que estou presa aqui, o senhor que veio aqui no primeiro dia para me receber não apareceu mais, meus dias se resumem a ficar no quarto e pela manhã uma moça e um homem vem até o quarto me pegar para caminhar e tomar sol, isso na propriedade é claro, estou de seis meses e meio, quase não consigo ver meus pés.-Manuelly, levanta, nos vamos sair dessa casa. -a mesma mulher de sempre aparece, ela é médica pediatra e me trata super bem, mas com certeza absoluta ela não é uma mocinha, tem cara de vilã.-Para onde vamos? -questiono já de
"Apartir daqui estará contando o presente.""Diogo"Entramos na lanchonete que está bem vazia para esse horário do dia, nos direcionamos ao balcão, uma moça loira dos olhos castanhos veio até nós.-Olá, já sabem o que pedir? -perguntou olhando minuciosamente para cada um de nós, seus olhos estão vazios.-Estamos procurando duas pessoas, Luiza Bonny e Miguel Olandes. -digo sem enrolar e vejo os olhos dela se arregalarem. Depois ele tenta voltar ao normal e disfarça passando a mão no avental.-Nunca ouvi esses nomes senhores. -responde e respira. -Vão querer algo?Ela parece nervosa, o jeito que segura a caneta, ou como olha para um ponto atrás de mim, me deixa intrigado.-Poderia me emprestar a caneta e o papel, traga dois sucos por favor. -digo e ela sai deixando o bloquinho e a caneta quando volta com os suco
"Manu"O tempo parece passar rápido de mais, o medo já me consome, estou entrando no sétimo mês de gestação, eles seguem me dando uma alimentação forte e saudável para mim e os bebês. Por qual motivo? Não faço ideia.-Meri, pode pegar água pra mim. -digo sentando com dificuldade. Eles instalaram uma mine geladeira aqui, onde colocaram várias frutas e água, além de outras coisas.Tudo por conta da gravidez. Vejo Meri levantar e ir até a geladeira pegar uma garrafa e me entregar. Bebo o conteúdo como se não bebesse água a pelo menos uns dois dias.-Acho que alguém acordou com cede. -Meri ri do meu apavoramento ao beber a água.-Meus filhos estão me sugando. -escuto barulho de chaves e passos fortes.Depois de um tempo um senhor para na porta da cela e sorri, sua barba é grande, usa um óculos escuros e chapéu, está de terno e tem um sorriso macabro no rosto.-Traga
"Diogo"Olho atentamente Olivia sentada na minha frente junto do seu "amigo". Faz alguns minutos que George mostra a nós uma câmera de segurança onde Liza reconhece o tal Miguel seu namorado.-Isso é muito estranho, se ele estava no apartamento, porque não me recebeu? -Liza diz chorosa. -Depois recebi as ameaças, achei que iam mata-lo.-Talvez ele estivesse sendo ameaçado também, meu tio avó é um homem sem escrúpulos. -olho para Olivia sem entender.Assim como George e Liza, o único que continua normal é o tal Dj. Espero que ela continue, vejo ela respirar fundo antes de começar a falar.-Contarei a vocês um pouco da minha história de vida. Nasci em 1998 em Cuba, sou filha de Ruan Luiz Garbonera, líder do Cartel del Doces. -respirou fundo e fechou os olhos.
"Manu"Faz alguns dias que os Caim e Kaick estão em nossa cela, sempre vem comidas, sucos, coisas de higiene, tudo por causa de meus insistentes pedidos a mulher que vem me ver a cada três dias por causa da gravidez.-Temos mais um para fazer companhia a vocês. -escuto a voz grave do cara que sempre vem trazer as comidas, ele destranca a cela e larga um cara dentro da cela, vejo o sangue, o cabelo bagunçado. Coloco a mão na boca para conter a vontade de vomitar e o cara se afasta depois de deixar o outro jogado na cela.-Meri, Caim, Kaick. Acordem, por favor. -chamo e todos levantam assustados.É bem cedo mas os gêmeos não me deixavam dormir, sempre acordo nesse horário. Levanto com dificuldade por conta da barriga grande de oito meses, me aproximo do homem que parece desacordado.-Manu não chega perto, ele pode está
"Manu"Já fazia alguns dias que Miguel foi jogado na nossa cela todo machucado e desnutrido.Estou quase completando nove meses de gestação, não sei bem quando irei ganhar, pode ser a qualquer momento a partir dessa semana, estou com medo da minha vida daqui para frente, medo da vida que meus filhos vão levar.Me sento na cama e olho pelas grades, a única luz é a da nossa cela, todos dormiam, é bem cedo, mas os gêmeos estão bem agitados nesses últimos duas quase não me deixam dormir durante a noite.Suspiro alisando a barriga, poxa vida filhos, só queria dormir mais um pouco. Escuto barulhos estranhos, parecem tiros do lado de fora e se aproximando.-Pessoal, acordem. -chamo e vejo os rostos confusos abrindo os olhos. -Gente, escutem.Todos ficam atentos aos barulhos de tiros, logo escutamos algo se abrindo e passos rápido pelo corredor, um homem parece na porta da cela