Capítulo 6

"Apartir daqui estará contando o presente."

"Diogo"

Entramos na lanchonete que está bem vazia para esse horário do dia, nos direcionamos ao balcão, uma moça loira dos olhos castanhos veio até nós.

-Olá, já sabem o que pedir? -perguntou olhando minuciosamente para cada um de nós, seus olhos estão vazios.

-Estamos procurando duas pessoas, Luiza Bonny e Miguel Olandes. -digo sem enrolar e vejo os olhos dela se arregalarem. Depois ele tenta voltar ao normal e disfarça passando a mão no avental.

-Nunca ouvi esses nomes senhores. -responde e respira. -Vão querer algo?

Ela parece nervosa, o jeito que segura a caneta, ou como olha para um ponto atrás de mim, me deixa intrigado.

-Poderia me emprestar a caneta e o papel, traga dois sucos por favor. -digo e ela sai deixando o bloquinho e a caneta quando volta com os sucos escrevo no bloquinho para que ela possa ver.

"Tem alguém lhe observando?"

Ela pega o mesmo e sorri, depois anota algo passando de volta pra mim, dou uma pisada como se estivesse flertando com ela, a mesma me devolve o bloquinho com uma resposta.

"Sim, me desculpe não posso ajudar"

-Qual é gata, só meu número de telefone, aceita aí! Te achei linda quando tava passando. -faço cena e ela sorri de lado.

-Desculpa, mas como anotei, sou comprometida. -diz mostrando a mão e pego para olhar a mão dela quando sinto um papel o tirando de sua mão.

-Quando seu namorado não atender as expectativas me liga...-anoto meu número no caderninho com o nome falso e vejo de relance um cara se levantar e sair pela porta. -Pra qualquer coisa pode ser, até mesmo coisas inusitadas.

-Não irei precisar. -diz e se afasta rápido.

Bebo o suco e até agora Geoge está calado só bebendo o suco, termino me levando e indo em direção a porta ele me segue sem dizer nada, só deixa uma nota grande no balcão.

-Que sena foi aquela? -pergunta assim que entramos no carro.

Entrego o papel pra ele, que assim que vê o pedido de socorro arregala os olhos e abre a boca em surpresa.

-Com toda certeza eles estão sendo ameaçados por alguém. Deixei meu número pessoal com ela, ela também me deixou esse endereço que creio ser do apartamento mais não podemos ir lá até ela ligar. -como o destino gosta de brincar com as pessoas, vou ter que esperar mais um tempo.

-Enquanto tu conversava com ela eu terminava de puxar a ficha dos tres que trabalhavam aqui, você não vai acreditar nas coisas que descobrir sobre eles. -diz e começamos a sair de perto da lanchonete.


✔♥✔

"Manu"

-A quanto tempo está presa aqui? -questiono a garota ruiva de olhos castanhos que agora divide a cela comigo.

Isso mesmo cela. Eles trazem comida regularmente por causa que estou grávida, mas nada dizem, não saio daqui desde que cheguei, agora estou até tendo uma conversa com minha nova colega de cela.

-Talvez um quatro meses, ou mais. Perdi a noção de tempo depois das primeria semana. -diz e da de ombros.

-Mas desde então ninguém para nessas celas a não ser o cara do lado, e um que está mais pra frente. -ela aponta pelas grades as duas celas e olho sem conseguir ver se tem alguém.

-Sei disso porque eles sempre trazem três porções de comida, uma para cada cela, agora com você trazem quatro, o que quer dizer que os dois continuam ali. -suspira e olha de volta pra mim.

-Como consegue ficar aqui sem surtar. Lembro que quando minha mãe me trancava no quarto eu ficava paranoica, eufórica, demorei a me abituar a ficar trancada. -seus olhos escuros me encaram e vejo curiosidade neles.

-Sei la, talvez porque eu tenha uma pequena esperança de que alguém virá me soltar. -diz e vai em direção ao mine banheiro da cela, até que esse lugar não é pequeno, tem quatro camas apesar de ser só nos duas, o pequeno banheiro com chuveiro privada e uma pia, é bem iluminada e até podemos apagar as luzes a hora que queremos.

-Oh. -exclamo ao sentir o bebê chutar, coloco a mão na barriga e sinto os chutes fortes.

-O que foi? Você tá bem? -a ruivinha se aproxima toda afobada.

-Sim, é a primeira vez que eles chutam depois de tempos, me assustei um pouco. -digo e vejo seus olhos castanhos relacharem. -Venha sentir. -puxo sua mão colocando em minha barriga.

Ela se aproxima cautelosamente e pego sua outra mão colocando ambas em minha barriga, os olhos dela se arregalam ao sentir o chute forte e respiro fundo pela dor.

-Isso é muito legal. -diz rindo e dou risada também, mesmo que seja um pouco desconfortável os chutes animados.

-Estou aqui desde ontem e ainda não sei seu nome. -digo e ela senta ao meu lado na cama, ainda sentindo minha barriga. -Eu sou, Emanuelly Silva digo olhando para ela e sorrindo.

Acabei falando meu nome verdadeiro, estou na toca dos leões e nada mais pode acontecer mesmo, pelo menos nada que fosse me impressionar mais que ser capturada.

-Merinda Jhonson. -diz mostrando os dentes brancos e alinhados em um grande sorriso.

-Muito prazer. Agora além de companheiras de cela, somos amigas. -fala inocentemente, essa é a primeira vez que faço uma amiga em um lugar tão incomum.

Essa é uma cena atípica, mas é ate que uma boa distração fazer amizade com ela, mesmo em tais circunstâncias, sorrimos uma pra outra.

-Estão escutando bebês, essa é a titia Meri, digam olá. -acaricio minha barriga e sinto o chute forte em resposta.

-Nossa, eles chutaram quando você disse meu nome, que demais. -Merinda fala animada e da um beijinho na minha barriga começando a falar com ela como se nos fôssemos amigas de longa data.

Dou risada da sua conversa doida com minha barriga, enquanto estamos nisso escutamos o barulho de chaves e olhamos pra porta vendo o cara que tras comida.

Ficamos em silêncio e Merinda vai até a porta receber a comida, ele nem sequer olha para nos só vira as costas e sai.

-Graças a deus esses caras são assim, morro de mede deles tentarem alguma coisa com a gente. -digo e Merinda me entrega a bandeja com comida. -Vamos comer agora bebês.


✔♥✔

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