"Apartir daqui estará contando o presente."
"Diogo"
Entramos na lanchonete que está bem vazia para esse horário do dia, nos direcionamos ao balcão, uma moça loira dos olhos castanhos veio até nós.
-Olá, já sabem o que pedir? -perguntou olhando minuciosamente para cada um de nós, seus olhos estão vazios.
-Estamos procurando duas pessoas, Luiza Bonny e Miguel Olandes. -digo sem enrolar e vejo os olhos dela se arregalarem. Depois ele tenta voltar ao normal e disfarça passando a mão no avental.
-Nunca ouvi esses nomes senhores. -responde e respira. -Vão querer algo?
Ela parece nervosa, o jeito que segura a caneta, ou como olha para um ponto atrás de mim, me deixa intrigado.
-Poderia me emprestar a caneta e o papel, traga dois sucos por favor. -digo e ela sai deixando o bloquinho e a caneta quando volta com os sucos escrevo no bloquinho para que ela possa ver.
"Tem alguém lhe observando?"
Ela pega o mesmo e sorri, depois anota algo passando de volta pra mim, dou uma pisada como se estivesse flertando com ela, a mesma me devolve o bloquinho com uma resposta.
"Sim, me desculpe não posso ajudar"
-Qual é gata, só meu número de telefone, aceita aí! Te achei linda quando tava passando. -faço cena e ela sorri de lado.
-Desculpa, mas como anotei, sou comprometida. -diz mostrando a mão e pego para olhar a mão dela quando sinto um papel o tirando de sua mão.
-Quando seu namorado não atender as expectativas me liga...-anoto meu número no caderninho com o nome falso e vejo de relance um cara se levantar e sair pela porta. -Pra qualquer coisa pode ser, até mesmo coisas inusitadas.
-Não irei precisar. -diz e se afasta rápido.
Bebo o suco e até agora Geoge está calado só bebendo o suco, termino me levando e indo em direção a porta ele me segue sem dizer nada, só deixa uma nota grande no balcão.
-Que sena foi aquela? -pergunta assim que entramos no carro.
Entrego o papel pra ele, que assim que vê o pedido de socorro arregala os olhos e abre a boca em surpresa.
-Com toda certeza eles estão sendo ameaçados por alguém. Deixei meu número pessoal com ela, ela também me deixou esse endereço que creio ser do apartamento mais não podemos ir lá até ela ligar. -como o destino gosta de brincar com as pessoas, vou ter que esperar mais um tempo.
-Enquanto tu conversava com ela eu terminava de puxar a ficha dos tres que trabalhavam aqui, você não vai acreditar nas coisas que descobrir sobre eles. -diz e começamos a sair de perto da lanchonete.
✔♥✔
"Manu"
-A quanto tempo está presa aqui? -questiono a garota ruiva de olhos castanhos que agora divide a cela comigo.
Isso mesmo cela. Eles trazem comida regularmente por causa que estou grávida, mas nada dizem, não saio daqui desde que cheguei, agora estou até tendo uma conversa com minha nova colega de cela.
-Talvez um quatro meses, ou mais. Perdi a noção de tempo depois das primeria semana. -diz e da de ombros.
-Mas desde então ninguém para nessas celas a não ser o cara do lado, e um que está mais pra frente. -ela aponta pelas grades as duas celas e olho sem conseguir ver se tem alguém.
-Sei disso porque eles sempre trazem três porções de comida, uma para cada cela, agora com você trazem quatro, o que quer dizer que os dois continuam ali. -suspira e olha de volta pra mim.
-Como consegue ficar aqui sem surtar. Lembro que quando minha mãe me trancava no quarto eu ficava paranoica, eufórica, demorei a me abituar a ficar trancada. -seus olhos escuros me encaram e vejo curiosidade neles.
-Sei la, talvez porque eu tenha uma pequena esperança de que alguém virá me soltar. -diz e vai em direção ao mine banheiro da cela, até que esse lugar não é pequeno, tem quatro camas apesar de ser só nos duas, o pequeno banheiro com chuveiro privada e uma pia, é bem iluminada e até podemos apagar as luzes a hora que queremos.
-Oh. -exclamo ao sentir o bebê chutar, coloco a mão na barriga e sinto os chutes fortes.
-O que foi? Você tá bem? -a ruivinha se aproxima toda afobada.
-Sim, é a primeira vez que eles chutam depois de tempos, me assustei um pouco. -digo e vejo seus olhos castanhos relacharem. -Venha sentir. -puxo sua mão colocando em minha barriga.
Ela se aproxima cautelosamente e pego sua outra mão colocando ambas em minha barriga, os olhos dela se arregalam ao sentir o chute forte e respiro fundo pela dor.
-Isso é muito legal. -diz rindo e dou risada também, mesmo que seja um pouco desconfortável os chutes animados.
-Estou aqui desde ontem e ainda não sei seu nome. -digo e ela senta ao meu lado na cama, ainda sentindo minha barriga. -Eu sou, Emanuelly Silva digo olhando para ela e sorrindo.
Acabei falando meu nome verdadeiro, estou na toca dos leões e nada mais pode acontecer mesmo, pelo menos nada que fosse me impressionar mais que ser capturada.
-Merinda Jhonson. -diz mostrando os dentes brancos e alinhados em um grande sorriso.
-Muito prazer. Agora além de companheiras de cela, somos amigas. -fala inocentemente, essa é a primeira vez que faço uma amiga em um lugar tão incomum.
Essa é uma cena atípica, mas é ate que uma boa distração fazer amizade com ela, mesmo em tais circunstâncias, sorrimos uma pra outra.
-Estão escutando bebês, essa é a titia Meri, digam olá. -acaricio minha barriga e sinto o chute forte em resposta.
-Nossa, eles chutaram quando você disse meu nome, que demais. -Merinda fala animada e da um beijinho na minha barriga começando a falar com ela como se nos fôssemos amigas de longa data.
Dou risada da sua conversa doida com minha barriga, enquanto estamos nisso escutamos o barulho de chaves e olhamos pra porta vendo o cara que tras comida.
Ficamos em silêncio e Merinda vai até a porta receber a comida, ele nem sequer olha para nos só vira as costas e sai.
-Graças a deus esses caras são assim, morro de mede deles tentarem alguma coisa com a gente. -digo e Merinda me entrega a bandeja com comida. -Vamos comer agora bebês.
✔♥✔
"Manu"O tempo parece passar rápido de mais, o medo já me consome, estou entrando no sétimo mês de gestação, eles seguem me dando uma alimentação forte e saudável para mim e os bebês. Por qual motivo? Não faço ideia.-Meri, pode pegar água pra mim. -digo sentando com dificuldade. Eles instalaram uma mine geladeira aqui, onde colocaram várias frutas e água, além de outras coisas.Tudo por conta da gravidez. Vejo Meri levantar e ir até a geladeira pegar uma garrafa e me entregar. Bebo o conteúdo como se não bebesse água a pelo menos uns dois dias.-Acho que alguém acordou com cede. -Meri ri do meu apavoramento ao beber a água.-Meus filhos estão me sugando. -escuto barulho de chaves e passos fortes.Depois de um tempo um senhor para na porta da cela e sorri, sua barba é grande, usa um óculos escuros e chapéu, está de terno e tem um sorriso macabro no rosto.-Traga
"Diogo"Olho atentamente Olivia sentada na minha frente junto do seu "amigo". Faz alguns minutos que George mostra a nós uma câmera de segurança onde Liza reconhece o tal Miguel seu namorado.-Isso é muito estranho, se ele estava no apartamento, porque não me recebeu? -Liza diz chorosa. -Depois recebi as ameaças, achei que iam mata-lo.-Talvez ele estivesse sendo ameaçado também, meu tio avó é um homem sem escrúpulos. -olho para Olivia sem entender.Assim como George e Liza, o único que continua normal é o tal Dj. Espero que ela continue, vejo ela respirar fundo antes de começar a falar.-Contarei a vocês um pouco da minha história de vida. Nasci em 1998 em Cuba, sou filha de Ruan Luiz Garbonera, líder do Cartel del Doces. -respirou fundo e fechou os olhos.
"Manu"Faz alguns dias que os Caim e Kaick estão em nossa cela, sempre vem comidas, sucos, coisas de higiene, tudo por causa de meus insistentes pedidos a mulher que vem me ver a cada três dias por causa da gravidez.-Temos mais um para fazer companhia a vocês. -escuto a voz grave do cara que sempre vem trazer as comidas, ele destranca a cela e larga um cara dentro da cela, vejo o sangue, o cabelo bagunçado. Coloco a mão na boca para conter a vontade de vomitar e o cara se afasta depois de deixar o outro jogado na cela.-Meri, Caim, Kaick. Acordem, por favor. -chamo e todos levantam assustados.É bem cedo mas os gêmeos não me deixavam dormir, sempre acordo nesse horário. Levanto com dificuldade por conta da barriga grande de oito meses, me aproximo do homem que parece desacordado.-Manu não chega perto, ele pode está
"Manu"Já fazia alguns dias que Miguel foi jogado na nossa cela todo machucado e desnutrido.Estou quase completando nove meses de gestação, não sei bem quando irei ganhar, pode ser a qualquer momento a partir dessa semana, estou com medo da minha vida daqui para frente, medo da vida que meus filhos vão levar.Me sento na cama e olho pelas grades, a única luz é a da nossa cela, todos dormiam, é bem cedo, mas os gêmeos estão bem agitados nesses últimos duas quase não me deixam dormir durante a noite.Suspiro alisando a barriga, poxa vida filhos, só queria dormir mais um pouco. Escuto barulhos estranhos, parecem tiros do lado de fora e se aproximando.-Pessoal, acordem. -chamo e vejo os rostos confusos abrindo os olhos. -Gente, escutem.Todos ficam atentos aos barulhos de tiros, logo escutamos algo se abrindo e passos rápido pelo corredor, um homem parece na porta da cela
"Diogo"Vários dias para armar um plano, encontrar pessoas de confiança pra ajudar na invasão, entre várias outras coisas que precisamos.Depois que Olivia e Dj apareceram e nos deram uma luz sobre com quem estávamos lidando, nosso pensamento principal é resgatar as pessoas sequestradas, elas tem alguma ligação e temos que descobrir qual é.-Di, a nossa última refeição está pronta. -Lisa diz na porta e dou risada, como se essa fosse nossa última refeição antes de morrer.Mesmo que tenhamos tentado convencê-la a ficar amanhã, ela não desistiu de resgatar seu amor. Aprendeu a atirar com Dj, a armar bombas com George e defesa pessoal com Olivia, comigo digamos que ela aprendeu a cozinhar e a fazer curativos.-Valeu aí pequena. -digo me levantando
"Diogo"Assim que chegamos no hospital Manuelly e os bebês foram levados, a enfermeira não me deixou ir atrás dos bebês, fiquei frustrado mas não posso fazer nada, ainda estou com minha identidade falsa.-Eai já tem notícias da menina? -George senta ao meu lado no chão.-Ainda não. -assim que termino de falar uma enfermeira aparece segurando uma prancheta.-Você que estava acompanhando a mãe dos gêmeos certo? -ela olha desconfiada para mim, acho que por estar somente de calça.-Sim, como eles estão? -ela sorri pra mim.-Estao bem. Preciso que venha até a recepção para preencher os dados deles. -droga em so sei o nome dela, mas nada.-Quero transfiri-la com os bebês para o hospital de Son Diogla, em Molrens. -digo e a enfermeira me olha. -O mais depressa possível, ninguém pode saber que ela esteve aqui.-Entendo. Vou conversar com os médic
"Manu"Abri meus olhos sem saber onde estou, levo a mão a barriga instintivamente. O desespero me bate quando não sinto ela grande, me sento vendo um fio indo ao meu braço, estou em um hospital tomando soro.Aos poucos as lembranças invadem minha mente. A porta do quarto foi aberta por uma enfermeira sorridente.-Meus filhos? -questiono tentando me levantar.-Não pode sair da cama, irei chamar seu acompanhate por favor volte pra cama. -ela diz calma.-Quero meus filhos. Por favor. -digo em desepero ela sai do quarto e eu começo a me mexer de um lado ao outro, será que eles estão seguros.A porta se abre de novo dessa vez vejo o cara que me salvou segurando um pacotinho rosa e uma enfermeira vindo com um azul. Eles são colocados nos pequenos bercinhos e tento me levantar para chegar perto deles mas o ca
"Diogo"Como é bom voltar pra casa. Assim que o jatinho pousou na minha cidade e respirei o ar quente, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos dias.Escuto o resmungo baixo da pequena em meu colo, praticamente veio o voo todo dormindo em meus braços. Não sei porque, mas gosto de ter ela juntinho comigo, esse bebê me mantém mais calmo.-Vamos enfrentar a fera maninho. -Maila diz ao meu lado.Olho para frente vendo meu pai, meu irmão e um homem moreno. Ele parece latino, com toda certeza não é daqui, desconfiado ando em direção a eles ainda com o pequeno bebê nos braços.-Você tem muito a nos explicar moleque. -meu irmão me abraça de lado mesmo brigando comigo. -De quem é essa bebê? Oi coisa linda.Ele já pega a bebê de meus braços e faço cara feia. Ela estava confortável aqui, porque tinha que mexer.-Uma das meninas que resgatei estava grávida