"A parti daqui a história vai sendo contada no presente o que está acontecendo no agora, com Manu presa na e Diogo fazendo as investigações."
"Manu"
Já faz um mês que estou presa aqui, o senhor que veio aqui no primeiro dia para me receber não apareceu mais, meus dias se resumem a ficar no quarto e pela manhã uma moça e um homem vem até o quarto me pegar para caminhar e tomar sol, isso na propriedade é claro, estou de seis meses e meio, quase não consigo ver meus pés.
-Manuelly, levanta, nos vamos sair dessa casa. -a mesma mulher de sempre aparece, ela é médica pediatra e me trata super bem, mas com certeza absoluta ela não é uma mocinha, tem cara de vilã.
-Para onde vamos? -questiono já de pé, ela vem ate mim e solta a algema, sim fico algemada no quarto para não correr o risco de fugir ou tentar alguma gracinha.
-Não posso falar. - observo sua movimentação, vai até o armário e pega um vestido branco que não aperta minha barriga e é de alsinhas. -Coloque esse vestido, volto em alguns minutos com algo para você comer antes de ir, não tente nenhuma gracinha.
Concordo com a cabeça e tiro a roupa que usava, um pijama, visto o vestido e sento na poltrona para olhar pela janela, ate seria uma linda vista se eu não fosse prisioneira.
É uma casa bem grande pelo que pude notar quando saio do quarto, estou no terceiro andar, então da pra ver um extenso verde ao redor da casa.
Suspiro e passo a mão por minha barriga, o que será de mim e de meus filhos? Com toda certeza eles não vão me deixar ficar com os bebês, temo que os vendam ou pior.
Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos, respiro fundo antes de olhar novamente para fora, vejo uma movimentação pelo mato alto, parece alguém se arrastando.
Prendo a respiração quando vejo um dos guardas cair morto no chão, quando acho que ninguém percebe ouso uma sirene alta.
-Vamos logo Manu. -a mulher aparece com uma arma e uma roupa toda preta e colada, me levanto e ela me agarra pelo braço me puxando pelos corredores da casa.
Chegamos em um lugar onde tem uma escada enorme, mas nao é para fora da casa igual na frente, essa leva a um túnel, que só é iluminado por poucas lâmpadas no teto.
-Entra aí menina, não temos tempo. -ela me empurra pela escada e me forcei a descer, mesmo tomando cuidado.
Enquanto descia pude escutar alguns gritos, lamentos, engoli em seco e prendi a respiração, o corredor escuro estava mais perto que nunca e os gritos pareciam mais perto, já estava respirando ofegante mas a mulher não me deixaria parar.
Assim que alcançamos o fim da escada um cheiro ruim veio ao meu nariz, não conseguia enxergar muito bem, mas sabia que ali tinham celas, várias delas.
Andamos mais um tempo ate chegar a uma porta, ela abriu com um cartão e me empurrou para dentro, esse corredor é diferente do outro corredor, esse é mais iluminado e não tem cheiro ruim aqui, mas as celas continuam ali, ela passou por algumas e parou em frente a uma onde pude ver uma menina encolhida no canto.
-Trouxe companhia para você Meri. -a mulher diz abrindo a cela, a menina não diz nada. -Se comporte ou vai voltar para o outro corredor.
Concordo com a cabeça e ela me empurra pra dentro. Respiro fundo e vou em direção a outra cama do local, ja que a menina estava ocupando a outra.
-Vai ficar tudo bem meus amores. -assim espero, alguém vai nos salvar, tenho que ter fé que vou sair desse lugar.
-O que fez para estar aqui? Ainda por cima grávida. -escuto a menina perguntar.
-Nada, sou só uma pessoa que está sendo mantida presa. -respondo vagamente.
-Então você é uma das mercadorias. Te desejo sorte. -ela diz e continua quieta do mesmo jeito de quando cheguei.
-O que quer dizer com mercadoria? - não consigo ficar sem perguntar.
-Que será vendida, isso inclui seu filho ou filha. Não ficará aqui por muito tempo, ninguém fica. -ela diz e levanta a cabeça, posso ver seus olhos castanhos me fitarem e há algo enesprecivo em seu olhar.
Me deito na cama pequena, olhando o teto branco, essa vai ser uma estadia silenciosa mesmo tendo alguém aqui comigo. Fecho os olhos me entregando ao cansaço causado pelo estresse.
✔♥✔
'Diogo'
Um mês procurando, e nada, isso mesmo não encontrei nada, sem pista alguma que nos leve aos atentados a minha família ou a morte de Olivia.
Nem mesmo com a ajuda de George, ele raquiou o computador do hotel e as câmeras de segurança, pegou tudo o necessário, mas parece que falta um pedaço da gravação que não conseguimos recuperar.
Nos mudamos para um bairro bem pobre de Roma, isso mesmo, compramos uma casa aqui, instalamos tudo necessário e desde então só saímos para comer no lanche que há aqui perto ou receber coisas dos conhecidos do George.
-Ei Leon, olha isso aqui. -ele me vira o computador e da play em um video, é uma câmera de segurança de algum lugar da cidade, um carro preto passa e estaciona poucos metros antes de uma loja, depois de um tempo uma menina de cabelos vermelhos e vestindo uma roupa bem fechada sai da loja, usa boné e sua cabeça está baixa, então um homem sai do carro e vai até a menina, ela tenta correr mas ele aplica algo em seu braço, o cara carrega ela até o carro e lhe coloca dentro dando partida e saindo.
-Isso aconteceu com mais três pessoas, todas em lugares diferentes. -ele coloca os quatro vídeos e em um vejo uma menina grávida.
-Todas essas pessoas tem algo em comum, nasceram no mesmo estado, com diferença de um ano, o último que foi levado foi esse cara, o mesmo que aparece na janela dessa lanchonete. Também tem esse rapaz que foi levado junto da moça, três de um único local, mas em dias e locais diferentes, fora essa menina que ainda não sei a ligação com os outros, todos os outros trabalham na mesmas lanchonete a Space Lanches, o mais incrível ainda é saber que essa lanchonete é aqui no bairro. -diz e sorri.
Ele me mostra a foto de um local que sempre passo na frente quando saio, isso deve ser brincadeira, Cazzo. Essa lanchonete é bem famosa por aqui.
Vamos investigar essa merda de lanchonete, com certeza acharemos algo, mesmo que os donos não sejam culpados as vezes estão sendo forçados a ficarem quietos sobre a situação.
Isso não tem nada a ver com os ataques a minha família, mas é estranho que aconteceram na mesma época em que começaram as coisas estranhas dentro da Famiglia.
Talvez investigando esses sequestros possamos encontrar algo que nos ilumine em nossa busca por respostas. Assim espero.
✔♥✔
"Apartir daqui estará contando o presente.""Diogo"Entramos na lanchonete que está bem vazia para esse horário do dia, nos direcionamos ao balcão, uma moça loira dos olhos castanhos veio até nós.-Olá, já sabem o que pedir? -perguntou olhando minuciosamente para cada um de nós, seus olhos estão vazios.-Estamos procurando duas pessoas, Luiza Bonny e Miguel Olandes. -digo sem enrolar e vejo os olhos dela se arregalarem. Depois ele tenta voltar ao normal e disfarça passando a mão no avental.-Nunca ouvi esses nomes senhores. -responde e respira. -Vão querer algo?Ela parece nervosa, o jeito que segura a caneta, ou como olha para um ponto atrás de mim, me deixa intrigado.-Poderia me emprestar a caneta e o papel, traga dois sucos por favor. -digo e ela sai deixando o bloquinho e a caneta quando volta com os suco
"Manu"O tempo parece passar rápido de mais, o medo já me consome, estou entrando no sétimo mês de gestação, eles seguem me dando uma alimentação forte e saudável para mim e os bebês. Por qual motivo? Não faço ideia.-Meri, pode pegar água pra mim. -digo sentando com dificuldade. Eles instalaram uma mine geladeira aqui, onde colocaram várias frutas e água, além de outras coisas.Tudo por conta da gravidez. Vejo Meri levantar e ir até a geladeira pegar uma garrafa e me entregar. Bebo o conteúdo como se não bebesse água a pelo menos uns dois dias.-Acho que alguém acordou com cede. -Meri ri do meu apavoramento ao beber a água.-Meus filhos estão me sugando. -escuto barulho de chaves e passos fortes.Depois de um tempo um senhor para na porta da cela e sorri, sua barba é grande, usa um óculos escuros e chapéu, está de terno e tem um sorriso macabro no rosto.-Traga
"Diogo"Olho atentamente Olivia sentada na minha frente junto do seu "amigo". Faz alguns minutos que George mostra a nós uma câmera de segurança onde Liza reconhece o tal Miguel seu namorado.-Isso é muito estranho, se ele estava no apartamento, porque não me recebeu? -Liza diz chorosa. -Depois recebi as ameaças, achei que iam mata-lo.-Talvez ele estivesse sendo ameaçado também, meu tio avó é um homem sem escrúpulos. -olho para Olivia sem entender.Assim como George e Liza, o único que continua normal é o tal Dj. Espero que ela continue, vejo ela respirar fundo antes de começar a falar.-Contarei a vocês um pouco da minha história de vida. Nasci em 1998 em Cuba, sou filha de Ruan Luiz Garbonera, líder do Cartel del Doces. -respirou fundo e fechou os olhos.
"Manu"Faz alguns dias que os Caim e Kaick estão em nossa cela, sempre vem comidas, sucos, coisas de higiene, tudo por causa de meus insistentes pedidos a mulher que vem me ver a cada três dias por causa da gravidez.-Temos mais um para fazer companhia a vocês. -escuto a voz grave do cara que sempre vem trazer as comidas, ele destranca a cela e larga um cara dentro da cela, vejo o sangue, o cabelo bagunçado. Coloco a mão na boca para conter a vontade de vomitar e o cara se afasta depois de deixar o outro jogado na cela.-Meri, Caim, Kaick. Acordem, por favor. -chamo e todos levantam assustados.É bem cedo mas os gêmeos não me deixavam dormir, sempre acordo nesse horário. Levanto com dificuldade por conta da barriga grande de oito meses, me aproximo do homem que parece desacordado.-Manu não chega perto, ele pode está
"Manu"Já fazia alguns dias que Miguel foi jogado na nossa cela todo machucado e desnutrido.Estou quase completando nove meses de gestação, não sei bem quando irei ganhar, pode ser a qualquer momento a partir dessa semana, estou com medo da minha vida daqui para frente, medo da vida que meus filhos vão levar.Me sento na cama e olho pelas grades, a única luz é a da nossa cela, todos dormiam, é bem cedo, mas os gêmeos estão bem agitados nesses últimos duas quase não me deixam dormir durante a noite.Suspiro alisando a barriga, poxa vida filhos, só queria dormir mais um pouco. Escuto barulhos estranhos, parecem tiros do lado de fora e se aproximando.-Pessoal, acordem. -chamo e vejo os rostos confusos abrindo os olhos. -Gente, escutem.Todos ficam atentos aos barulhos de tiros, logo escutamos algo se abrindo e passos rápido pelo corredor, um homem parece na porta da cela
"Diogo"Vários dias para armar um plano, encontrar pessoas de confiança pra ajudar na invasão, entre várias outras coisas que precisamos.Depois que Olivia e Dj apareceram e nos deram uma luz sobre com quem estávamos lidando, nosso pensamento principal é resgatar as pessoas sequestradas, elas tem alguma ligação e temos que descobrir qual é.-Di, a nossa última refeição está pronta. -Lisa diz na porta e dou risada, como se essa fosse nossa última refeição antes de morrer.Mesmo que tenhamos tentado convencê-la a ficar amanhã, ela não desistiu de resgatar seu amor. Aprendeu a atirar com Dj, a armar bombas com George e defesa pessoal com Olivia, comigo digamos que ela aprendeu a cozinhar e a fazer curativos.-Valeu aí pequena. -digo me levantando
"Diogo"Assim que chegamos no hospital Manuelly e os bebês foram levados, a enfermeira não me deixou ir atrás dos bebês, fiquei frustrado mas não posso fazer nada, ainda estou com minha identidade falsa.-Eai já tem notícias da menina? -George senta ao meu lado no chão.-Ainda não. -assim que termino de falar uma enfermeira aparece segurando uma prancheta.-Você que estava acompanhando a mãe dos gêmeos certo? -ela olha desconfiada para mim, acho que por estar somente de calça.-Sim, como eles estão? -ela sorri pra mim.-Estao bem. Preciso que venha até a recepção para preencher os dados deles. -droga em so sei o nome dela, mas nada.-Quero transfiri-la com os bebês para o hospital de Son Diogla, em Molrens. -digo e a enfermeira me olha. -O mais depressa possível, ninguém pode saber que ela esteve aqui.-Entendo. Vou conversar com os médic
"Manu"Abri meus olhos sem saber onde estou, levo a mão a barriga instintivamente. O desespero me bate quando não sinto ela grande, me sento vendo um fio indo ao meu braço, estou em um hospital tomando soro.Aos poucos as lembranças invadem minha mente. A porta do quarto foi aberta por uma enfermeira sorridente.-Meus filhos? -questiono tentando me levantar.-Não pode sair da cama, irei chamar seu acompanhate por favor volte pra cama. -ela diz calma.-Quero meus filhos. Por favor. -digo em desepero ela sai do quarto e eu começo a me mexer de um lado ao outro, será que eles estão seguros.A porta se abre de novo dessa vez vejo o cara que me salvou segurando um pacotinho rosa e uma enfermeira vindo com um azul. Eles são colocados nos pequenos bercinhos e tento me levantar para chegar perto deles mas o ca