"Diogo"
Olho atentamente Olivia sentada na minha frente junto do seu "amigo". Faz alguns minutos que George mostra a nós uma câmera de segurança onde Liza reconhece o tal Miguel seu namorado.
-Isso é muito estranho, se ele estava no apartamento, porque não me recebeu? -Liza diz chorosa. -Depois recebi as ameaças, achei que iam mata-lo.
-Talvez ele estivesse sendo ameaçado também, meu tio avó é um homem sem escrúpulos. -olho para Olivia sem entender.
Assim como George e Liza, o único que continua normal é o tal Dj. Espero que ela continue, vejo ela respirar fundo antes de começar a falar.
-Contarei a vocês um pouco da minha história de vida. Nasci em 1998 em Cuba, sou filha de Ruan Luiz Garbonera, líder do Cartel del Doces. -respirou fundo e fechou os olhos.
-Até os meus doze anos morei com meu pai e minha mãe que era uma das prostituta do cartel, em uma das viagens de meu pai ele voltou diferente. Tudo que ele fazia ou falava era com apelo sexual, coisas que nunca haviam acontecido antes começaram a acontecer, ele passava a mão em mim, beijava meu pescoço, entre outras coisas que não preciso falar. Depois de algum tempo ele foi viajar de novo e voltou como se aquele que fez aquelas coisas fosse outro, achei que tudo tinha voltado ao normal, meu pai cuidava de mim com carinho, amor, deixava minha mãe fazer o que queria, éramos livres e felizes.
Suas mãos estão tremendo e vejo o tal Dj passando a mão em suas costas, ela respira, coloca as mãos no rosto e volta a falar com dificuldade.
-Uma certa noite estava sozinha em casa, só havia os empregados e me preparava para dormir quando ele chegou, naquela noite ele abusou de mim, pelo menos ate pouco tempo atrás continuei a achar que aquele era o meu pai. Contei tudo pra minha mãe e então começou o inferno em minha vida, dos doze anos até os vinte fui abusada, mantida presa, sofrendo várias coisas, até ser vendida a outros homens asquerosos. -ela já não controla seu choro lamentável.
-Durante oito anos, sofri várias coisas ate que finalmente fugi com minha mãe para Molrens, assim que conseguimos chegar na Itália encontramos com Laura em uma pensão, fomos morar as três em uma casinha no subúrbio, mas um ano depois descobrimos o câncer de minha mãe, ela sempre andava mau, tentamos a todo custo fazer ela parar de trabalhar mas não adiantou, certo dia estava trabalhando na lanchonete quando recebi um ligação dizendo que minha mãe sofreu um assalto e morreu por um tiro no peito. -ela para por causa dos muitos soluços e Dj o cara com ela tenta lhe acalmar, os dois parecem se dar bem.
-Fiquei desolada por um tempo, foi quando conheci seu irmão, estavamos nos dando bem, ele me pediu em namoro, estava feliz. Quando viajamos aquela vez pra resolver assuntos da empresa ele me pediu em casamento. Fiquei tão feliz, mas quando cheguei em casa havia uma encomenda pra mim, uma caixa com várias fotos e uma ameaça, ignorei e escondi para Laura não achar. Passou um tempo e seu irmão me pediu para vir a Roma com ele, seria quando anunciará oficialmente nosso noivado. Mas dois dias antes recebi outra caixa, essa com uma carta assinada com o nome do meu pai. Fiquei assustada e fui ao cemitério enterrei ao lado do túmulo, me preparei para o que estava por vir. Assim que cheguei aqui em Roma comprei um doce para mim e Lian, junto veio um bilhete que dava instruções do que eu devia fazer para que nada acontecesse ao Seb, fiquei desesperada e fiz tudo, na época nem desconfiava que vocês eram da máfia, dei o doce com sonífero ao Lian, chegando no quarto entreguei um ursinho a ele que fez bagunça e logo dormiu. Coloquei o mesmo no berço e tomei o comprimido que veio junto do doce, meu pesadelo veio me buscar assim como indicado. Só fiquei sabendo que fui dada como morta quando Dj me ajudou a soltar algumas pessoas e fugir. Desde então estamos atrás de resposta, tirei meus irmãos da gara do meu tio avó pensando que ele era meu pai, mas estava enganada, alguns meses atrás descobrir que meu tio avó tem se passado por meu pai, com a ajuda de um homem chamado Dênis Silva, depois as coisas só foram ficando piores, deixei meus irmãos com Laura a algum tempo atrás antes de vir atrás de você, sabia que eles ficariam seguros com ela, mas o que descobri me deixou atordoada."
Ela para de falar tomando fôlego e já não chora, mas seu rosto está vermelho, seus olhos azuis estão opacos sem vida e inchados.
-Dênis Silva e Alexander Silva Garbonera, estão tentando a anos difamar a imagem de Ruan Luiz Garbonera meu pai biológico, o homem que acredita que fugi dele com minha mãe a dez anos atrás, ou seja vivi todas aquelas coisas na mão de outras pessoas que estavam se passando pelo meu pai. Isso não é tudo, tenho um irmão mais velho que meu pai acha que morreu no parto, mas desconfio que não seja só isso.
-Esta me dizendo que sabe quem devemos atacar. -respiro fundo. -Isso é muito bom. Temos quem investigar.
-Por isso vim atrás de você, faz exatamente seis meses que meu tio avó sumiu do mapa, só seu comparsa que aparece viajando por aí sem parar em um determinado lugar por muito tempo. Alexander Silva Garbonera sumiu sem deixar rastros.
Suas palavras entram em meus ouvidos e começo a pensar em todos os lugares para procurar esse cara, ele não pode ter evaporado. Passo as mãos no cabelo nervoso, vejo George concentrado em algo e em seguida um grito de vitoria .
-Consegui... -diz se lavantando e vindo ate mim com o notebook, o pendrive que Olivia trouxe continhas alguns dados que estavam criptografados, George está nisso desde quando ela entregou isso pra ele.. -Achei a localização onde levaram as pessoas sequestradas, graças ao Miguel que deixou algumas pistas para gente e também a você Olivia, temos o local, agora precisamos nos preparar para atacar.
Olho a tela sorrindo, vejo um imenso casarão cercado por mata, ao redor e em cima algumas pessoas armadas, finalmente chegamos a algum lugar.
É agora que o jogo realmente começa, vamos ver como eles vão se safar dessa vez. Estou louco pra descobri o porque de isso ter levado a nos atacar, pelo visto essa história nao é de hoje e nem vai se resolver tão facilmente. Vamos ter que correr para descobrir tudo e arrumar a bagunça que esse cara causou.
Nunca mais irei ficar de mãos atadas ou sem respostas, vou desvendar esse mistério ou não me chamo Diogo Wolker.
✔♥✔
"Manu"Faz alguns dias que os Caim e Kaick estão em nossa cela, sempre vem comidas, sucos, coisas de higiene, tudo por causa de meus insistentes pedidos a mulher que vem me ver a cada três dias por causa da gravidez.-Temos mais um para fazer companhia a vocês. -escuto a voz grave do cara que sempre vem trazer as comidas, ele destranca a cela e larga um cara dentro da cela, vejo o sangue, o cabelo bagunçado. Coloco a mão na boca para conter a vontade de vomitar e o cara se afasta depois de deixar o outro jogado na cela.-Meri, Caim, Kaick. Acordem, por favor. -chamo e todos levantam assustados.É bem cedo mas os gêmeos não me deixavam dormir, sempre acordo nesse horário. Levanto com dificuldade por conta da barriga grande de oito meses, me aproximo do homem que parece desacordado.-Manu não chega perto, ele pode está
"Manu"Já fazia alguns dias que Miguel foi jogado na nossa cela todo machucado e desnutrido.Estou quase completando nove meses de gestação, não sei bem quando irei ganhar, pode ser a qualquer momento a partir dessa semana, estou com medo da minha vida daqui para frente, medo da vida que meus filhos vão levar.Me sento na cama e olho pelas grades, a única luz é a da nossa cela, todos dormiam, é bem cedo, mas os gêmeos estão bem agitados nesses últimos duas quase não me deixam dormir durante a noite.Suspiro alisando a barriga, poxa vida filhos, só queria dormir mais um pouco. Escuto barulhos estranhos, parecem tiros do lado de fora e se aproximando.-Pessoal, acordem. -chamo e vejo os rostos confusos abrindo os olhos. -Gente, escutem.Todos ficam atentos aos barulhos de tiros, logo escutamos algo se abrindo e passos rápido pelo corredor, um homem parece na porta da cela
"Diogo"Vários dias para armar um plano, encontrar pessoas de confiança pra ajudar na invasão, entre várias outras coisas que precisamos.Depois que Olivia e Dj apareceram e nos deram uma luz sobre com quem estávamos lidando, nosso pensamento principal é resgatar as pessoas sequestradas, elas tem alguma ligação e temos que descobrir qual é.-Di, a nossa última refeição está pronta. -Lisa diz na porta e dou risada, como se essa fosse nossa última refeição antes de morrer.Mesmo que tenhamos tentado convencê-la a ficar amanhã, ela não desistiu de resgatar seu amor. Aprendeu a atirar com Dj, a armar bombas com George e defesa pessoal com Olivia, comigo digamos que ela aprendeu a cozinhar e a fazer curativos.-Valeu aí pequena. -digo me levantando
"Diogo"Assim que chegamos no hospital Manuelly e os bebês foram levados, a enfermeira não me deixou ir atrás dos bebês, fiquei frustrado mas não posso fazer nada, ainda estou com minha identidade falsa.-Eai já tem notícias da menina? -George senta ao meu lado no chão.-Ainda não. -assim que termino de falar uma enfermeira aparece segurando uma prancheta.-Você que estava acompanhando a mãe dos gêmeos certo? -ela olha desconfiada para mim, acho que por estar somente de calça.-Sim, como eles estão? -ela sorri pra mim.-Estao bem. Preciso que venha até a recepção para preencher os dados deles. -droga em so sei o nome dela, mas nada.-Quero transfiri-la com os bebês para o hospital de Son Diogla, em Molrens. -digo e a enfermeira me olha. -O mais depressa possível, ninguém pode saber que ela esteve aqui.-Entendo. Vou conversar com os médic
"Manu"Abri meus olhos sem saber onde estou, levo a mão a barriga instintivamente. O desespero me bate quando não sinto ela grande, me sento vendo um fio indo ao meu braço, estou em um hospital tomando soro.Aos poucos as lembranças invadem minha mente. A porta do quarto foi aberta por uma enfermeira sorridente.-Meus filhos? -questiono tentando me levantar.-Não pode sair da cama, irei chamar seu acompanhate por favor volte pra cama. -ela diz calma.-Quero meus filhos. Por favor. -digo em desepero ela sai do quarto e eu começo a me mexer de um lado ao outro, será que eles estão seguros.A porta se abre de novo dessa vez vejo o cara que me salvou segurando um pacotinho rosa e uma enfermeira vindo com um azul. Eles são colocados nos pequenos bercinhos e tento me levantar para chegar perto deles mas o ca
"Diogo"Como é bom voltar pra casa. Assim que o jatinho pousou na minha cidade e respirei o ar quente, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos dias.Escuto o resmungo baixo da pequena em meu colo, praticamente veio o voo todo dormindo em meus braços. Não sei porque, mas gosto de ter ela juntinho comigo, esse bebê me mantém mais calmo.-Vamos enfrentar a fera maninho. -Maila diz ao meu lado.Olho para frente vendo meu pai, meu irmão e um homem moreno. Ele parece latino, com toda certeza não é daqui, desconfiado ando em direção a eles ainda com o pequeno bebê nos braços.-Você tem muito a nos explicar moleque. -meu irmão me abraça de lado mesmo brigando comigo. -De quem é essa bebê? Oi coisa linda.Ele já pega a bebê de meus braços e faço cara feia. Ela estava confortável aqui, porque tinha que mexer.-Uma das meninas que resgatei estava grávida
"Manu"Já faz dois dias que estamos em Roma, na casa de mafiosos. A família Wolker é como qualquer outra, cheia de brincadeiras e brigas, agitada e bagunceira.As mulheres da casa tem me ajudado muito com os gêmeos e tudo mais, me enchem de presentes para os dois e até pra mim.Mas o que vem me deixado meia encabulada é a demora para os exames de DNA que o senhor Ruan mandou fazer.Ele parece uma pessoa legal, gosta dos meus filhos, apesar de ser um gangster. As vezes me esqueço que essa família não é totalmente normal.-Menu? -aquela voz que vem atormentando meus pensamentos. Devo estar divagando de novo em meu mundo.-Manu. Tá tudo bem? -olho para o lado encontrando aqueles olhos azuis, minha respiração fica presa na garganta por ve-lo de tau forma.Usa uma bermuda e camisa regata, seus cabelos estão levemente bagunçados e há um sorriso em seus lábios.
"Manu"Todos estão sentados na sala como se nada tivesse acontecido, os mais assustados com tudo isso sou eu, Meri e Liza, os outros agem normalmente.-Está decidido, Manu e os gêmeos vão pra minha casa com Jinger e Davi. -escuto a voz de Diogo e levanto o olhar, enclino a cabeça para olhar melhor o homem alto com um sorriso largo no rosto.-Seria melhor que meus filhos fiquem em minha casa, afinal quero me aproximar deles. -Ruan fala me encarando, estou dando de mamar para Apolo sentada em um dos grandes sofás de sala.-Vai poder ir ve-la quando quiser, só que ela vai pra minha casa e pronto. -eles se encaram como se fossem se matar. Laura e Sebastian seu marido tem sorrisos enormes nos rostos que considero suspeito.-Deixe ela ficar com meu irmão, fomos descuidados de deixar todos juntos, se fizer isso agora tamb&eacut