"Manu"
O tempo parece passar rápido de mais, o medo já me consome, estou entrando no sétimo mês de gestação, eles seguem me dando uma alimentação forte e saudável para mim e os bebês. Por qual motivo? Não faço ideia.
-Meri, pode pegar água pra mim. -digo sentando com dificuldade. Eles instalaram uma mine geladeira aqui, onde colocaram várias frutas e água, além de outras coisas.
Tudo por conta da gravidez. Vejo Meri levantar e ir até a geladeira pegar uma garrafa e me entregar. Bebo o conteúdo como se não bebesse água a pelo menos uns dois dias.
-Acho que alguém acordou com cede. -Meri ri do meu apavoramento ao beber a água.
-Meus filhos estão me sugando. -escuto barulho de chaves e passos fortes.
Depois de um tempo um senhor para na porta da cela e sorri, sua barba é grande, usa um óculos escuros e chapéu, está de terno e tem um sorriso macabro no rosto.
-Traga os outros dois para cá, coloque dois colchões, será melhor, tudo em família. -diz e ri. Um calafrio percorre meu corpo e me mantenho atenta aos seus movimentos.
Vejo os homens se afastarem e logo voltam com doia homens, abrem a cela colocando os dois pra dentro, depois voltam com dois colchões os jogando dentro da cela também.
Continuo sentada e Meri está na minha frente em forma defensiva. O senhor com os dois homens se afastam e os dois homens parados perto da grade se viram, um tem cabelos castanhos parecia ter uns dezessete anos, esta magro e veste uma roupa branca.
Assim que viu que não está sozinho na cela com o homem se afastou. Seus olhos castanhos se parecem com os de Meri, mas talvez seja só impressão minha.
-Quem são vocês? -pergunta o adolescente do canto onde se encontra.
-Primeiro, como podemos saber se não esta trabalhando com eles. Segundo essa cela era nossa até agora, nós fazemos as perguntas. -diz Meri e sorrio por sua ousadia, por dentro sei que ela esta com medo, mas eu tenho mais medo ainda, não por mim mais por meus filhos que ainda não nasceram.
-Pare com isso, como se ele fosse nos matar. Olá, sou Manuelly pode me chamar de Manu. -digo e ele finalmente me encara, seus olhos percorrem meu corpo e para em minha barriga. Engulo em seco e Mari se coloca entre nós tentando impedir seu olhar.
-Está grávida? -questiona horrorizado, sorrio triste e afirmo passando a mão na barriga.
O outro homem levanta o olhar e posso ver seu rosto claramente, cabelos claros e mau cortados, barba grande, vestido em uma jaqueta azul e bermudas, está descalço e os olhos são de um azul intenso e frio.
-Essa é Merinda, ela só está assim por medo de sermos atacadas, em minhas condições nem se eu quisesse poderia brigar com alguém. -digo com um sorriso fraco.
-Meri? -o homem mais velho questiona e vejo a surpresa no rosto dela, olho mais atentamente para ele, agora com o rosto na luz e me espanto.
-Caim? -ele me olha e seus olhos se arregalam ainda mais.
-Luiza? -diz e se aproxima pegando em minha mão.
-Manu, Luiza era um nome falso. -digo e ele senta ao meu lado passando a mão em meu rosto, depois seus olhos descem para meu pescoço e barriga procurando algo.
-Não sabe o quanto ficamos desesperados quando você sumiu, mas logo depois Meri sumiu, então vim parar aqui. O que esta contecendo? -pergunta perdido em pensamentos.
-Você conhece a Meri? -questiono e Merinda ainda encara o rapaz em choque.
-Sim, somos praticamente irmãos. Até temos o mesmo sobrenome, eu cuido de Meri desde que há encontrei em minha porta, acho que sou mais um pai que irmão. -passa as mãos pelo cabelo nervoso.
-Quase não te reconheço. Esse cabelo, barba. Tá muito diferente. -digo e Merinda finalmente se senta ao lado de Caim, dessa vez seus olhos estão marejados, eles se abraçam e conversam baixinho um com o outro enquanto ele tenta acalmar ela.
-Não vamos te morde rapaz. -digo me levantando e deixando Caim e Meri na minha cama. -Como se chama?
-Kaick. -pelo menos me respondeu, mesmo ele estando bem desconfiado.
Antes que pudesse falar algo um homem mau encarado veio até a cela e abriu, jogou dois cobertores no chão e fechou saindo em seguida deixando só o silêncio.
-Acho que seremos companheiros de cela. -digo, passo o olho pelo local vendo todos tensos e sérios. Será uma longa estadia penso enquanto me dirijo ao banheiro.
✔♥✔
"Diogo"
Um mês para conseguir informações, mesmo com a ajuda daquela garçonete que virou nossa protegida e até começou a morar com a gente.
Ao que tudo indica o namorado dela foi levado alguns dias depois da amiga, quando tentamos contato com ela quase que nos matam e perdemos nossa maior informante.
Mais depois de muita investigação chegamos a uma casa, ela é afastada da cidade, quase uma fazenda, mas ainda nos limites da cidade, tem até uma placa grande na frente.
O problema é que, como só há eu e George aqui não podemos invadir o local, temos que esperar e obter mais informações antes de atacar ou vamos perder feio.
Escuto alguém bater na porta e me levanto do sofá com George e a menina que se chama Lizandra. Pego minha arma e vou em direção a porta, abro olhando para a figura em minha frente.
Uma mulher de cabelos pretos, óculos, vestida toda de preto e um cara tatuado também de preto.
-Sabia que não tinha morrido. Você é esperto demais para morrer. -a voz me faz abrir mais a porta, não conseguia acreditar no que estou vendo.
-Falo o mesmo, Olivia. -ela tira os óculos e da risada, dou passagem para os dois e fecho a porta olhando os arredores.
-Não ganho nenhum abraço? -ela diz e abre os braços, ignoro ela voltando pra sala.
-Sabe que estou bravo com você certo, não irei lhe dar abraço. -quando vou passar por ela para pegar meu notebook, sinto a mão em meu pulso em seguida seus braços me envolverem.
-Achei que tinha perdido meu amigo, não me torture assim. -ela diz chorosa e a aperto em meus braços mesmo que ainda relutante.
-Quem é ele? Porque fingiu sua morte? E como me encontrou? -pergunto assim que me sento de frente para os dois.
George aparece com seu notebook e Lizandra logo atrás com outro e duas caixinhas de som.
-Esse é Dj, o cara que está me ajudando a acabar com uma pessoa, não fingi minha morte, a pessoa que quero acabar fez isso. Te encontrar foi coisa do Dj, sabia que você não iria morrer assim tão fácil então entramos em uma busca por você a dois meses. Assim que soubemos seu paradeiro nos dirigimos pra cá. -diz e o cara só confirma. -Temos informações importantes, vejo que vocês também. Vamos nos unir para acabar com a pessoa por trás de tudo. Dênis Silva, meu tio, pelo menos acho que esse é o nome dele.
Diz retirando a peruca e casaco, depois pega um pendrive passando para George que ainda está com um pé atrás.
Mas toda ajuda é bem vinda, não quero desperdiçar mais tempo com pouca coisa. Finalmente estamos chegando a algum lugar, depois de mais de seis meses.
✔♥✔
"Diogo"Olho atentamente Olivia sentada na minha frente junto do seu "amigo". Faz alguns minutos que George mostra a nós uma câmera de segurança onde Liza reconhece o tal Miguel seu namorado.-Isso é muito estranho, se ele estava no apartamento, porque não me recebeu? -Liza diz chorosa. -Depois recebi as ameaças, achei que iam mata-lo.-Talvez ele estivesse sendo ameaçado também, meu tio avó é um homem sem escrúpulos. -olho para Olivia sem entender.Assim como George e Liza, o único que continua normal é o tal Dj. Espero que ela continue, vejo ela respirar fundo antes de começar a falar.-Contarei a vocês um pouco da minha história de vida. Nasci em 1998 em Cuba, sou filha de Ruan Luiz Garbonera, líder do Cartel del Doces. -respirou fundo e fechou os olhos.
"Manu"Faz alguns dias que os Caim e Kaick estão em nossa cela, sempre vem comidas, sucos, coisas de higiene, tudo por causa de meus insistentes pedidos a mulher que vem me ver a cada três dias por causa da gravidez.-Temos mais um para fazer companhia a vocês. -escuto a voz grave do cara que sempre vem trazer as comidas, ele destranca a cela e larga um cara dentro da cela, vejo o sangue, o cabelo bagunçado. Coloco a mão na boca para conter a vontade de vomitar e o cara se afasta depois de deixar o outro jogado na cela.-Meri, Caim, Kaick. Acordem, por favor. -chamo e todos levantam assustados.É bem cedo mas os gêmeos não me deixavam dormir, sempre acordo nesse horário. Levanto com dificuldade por conta da barriga grande de oito meses, me aproximo do homem que parece desacordado.-Manu não chega perto, ele pode está
"Manu"Já fazia alguns dias que Miguel foi jogado na nossa cela todo machucado e desnutrido.Estou quase completando nove meses de gestação, não sei bem quando irei ganhar, pode ser a qualquer momento a partir dessa semana, estou com medo da minha vida daqui para frente, medo da vida que meus filhos vão levar.Me sento na cama e olho pelas grades, a única luz é a da nossa cela, todos dormiam, é bem cedo, mas os gêmeos estão bem agitados nesses últimos duas quase não me deixam dormir durante a noite.Suspiro alisando a barriga, poxa vida filhos, só queria dormir mais um pouco. Escuto barulhos estranhos, parecem tiros do lado de fora e se aproximando.-Pessoal, acordem. -chamo e vejo os rostos confusos abrindo os olhos. -Gente, escutem.Todos ficam atentos aos barulhos de tiros, logo escutamos algo se abrindo e passos rápido pelo corredor, um homem parece na porta da cela
"Diogo"Vários dias para armar um plano, encontrar pessoas de confiança pra ajudar na invasão, entre várias outras coisas que precisamos.Depois que Olivia e Dj apareceram e nos deram uma luz sobre com quem estávamos lidando, nosso pensamento principal é resgatar as pessoas sequestradas, elas tem alguma ligação e temos que descobrir qual é.-Di, a nossa última refeição está pronta. -Lisa diz na porta e dou risada, como se essa fosse nossa última refeição antes de morrer.Mesmo que tenhamos tentado convencê-la a ficar amanhã, ela não desistiu de resgatar seu amor. Aprendeu a atirar com Dj, a armar bombas com George e defesa pessoal com Olivia, comigo digamos que ela aprendeu a cozinhar e a fazer curativos.-Valeu aí pequena. -digo me levantando
"Diogo"Assim que chegamos no hospital Manuelly e os bebês foram levados, a enfermeira não me deixou ir atrás dos bebês, fiquei frustrado mas não posso fazer nada, ainda estou com minha identidade falsa.-Eai já tem notícias da menina? -George senta ao meu lado no chão.-Ainda não. -assim que termino de falar uma enfermeira aparece segurando uma prancheta.-Você que estava acompanhando a mãe dos gêmeos certo? -ela olha desconfiada para mim, acho que por estar somente de calça.-Sim, como eles estão? -ela sorri pra mim.-Estao bem. Preciso que venha até a recepção para preencher os dados deles. -droga em so sei o nome dela, mas nada.-Quero transfiri-la com os bebês para o hospital de Son Diogla, em Molrens. -digo e a enfermeira me olha. -O mais depressa possível, ninguém pode saber que ela esteve aqui.-Entendo. Vou conversar com os médic
"Manu"Abri meus olhos sem saber onde estou, levo a mão a barriga instintivamente. O desespero me bate quando não sinto ela grande, me sento vendo um fio indo ao meu braço, estou em um hospital tomando soro.Aos poucos as lembranças invadem minha mente. A porta do quarto foi aberta por uma enfermeira sorridente.-Meus filhos? -questiono tentando me levantar.-Não pode sair da cama, irei chamar seu acompanhate por favor volte pra cama. -ela diz calma.-Quero meus filhos. Por favor. -digo em desepero ela sai do quarto e eu começo a me mexer de um lado ao outro, será que eles estão seguros.A porta se abre de novo dessa vez vejo o cara que me salvou segurando um pacotinho rosa e uma enfermeira vindo com um azul. Eles são colocados nos pequenos bercinhos e tento me levantar para chegar perto deles mas o ca
"Diogo"Como é bom voltar pra casa. Assim que o jatinho pousou na minha cidade e respirei o ar quente, foi a melhor coisa que me aconteceu nesses últimos dias.Escuto o resmungo baixo da pequena em meu colo, praticamente veio o voo todo dormindo em meus braços. Não sei porque, mas gosto de ter ela juntinho comigo, esse bebê me mantém mais calmo.-Vamos enfrentar a fera maninho. -Maila diz ao meu lado.Olho para frente vendo meu pai, meu irmão e um homem moreno. Ele parece latino, com toda certeza não é daqui, desconfiado ando em direção a eles ainda com o pequeno bebê nos braços.-Você tem muito a nos explicar moleque. -meu irmão me abraça de lado mesmo brigando comigo. -De quem é essa bebê? Oi coisa linda.Ele já pega a bebê de meus braços e faço cara feia. Ela estava confortável aqui, porque tinha que mexer.-Uma das meninas que resgatei estava grávida
"Manu"Já faz dois dias que estamos em Roma, na casa de mafiosos. A família Wolker é como qualquer outra, cheia de brincadeiras e brigas, agitada e bagunceira.As mulheres da casa tem me ajudado muito com os gêmeos e tudo mais, me enchem de presentes para os dois e até pra mim.Mas o que vem me deixado meia encabulada é a demora para os exames de DNA que o senhor Ruan mandou fazer.Ele parece uma pessoa legal, gosta dos meus filhos, apesar de ser um gangster. As vezes me esqueço que essa família não é totalmente normal.-Menu? -aquela voz que vem atormentando meus pensamentos. Devo estar divagando de novo em meu mundo.-Manu. Tá tudo bem? -olho para o lado encontrando aqueles olhos azuis, minha respiração fica presa na garganta por ve-lo de tau forma.Usa uma bermuda e camisa regata, seus cabelos estão levemente bagunçados e há um sorriso em seus lábios.