Capítulo 4 Passado

No dia em que Laura acordou do último coma e descobriu estar grávida e no dia da suposta morte de Diogo.

-Manu-

Minha barriga já está bem aparente, estou de seis meses e meio e os gêmeos crescem bem, já não consigo me movimentar como antes então só atendo o balcão e fico somente até o horário do almoço.

-Ei bolinha, vamos? -vejo Miguel atrás do balcão me chamando, ele praticamente virou meu protetor e amigo, a alguns meses atrás ele terminou com a namorada que só sugava a vida do pobrezinho, quando ele disse que tinha terminado quase fizemos uma festa mas ele não deixou.

-Não me chame assim Miguel, quando meus filhos nascerem não irei deixar você pegar eles. -resmungo pegando minha bolsa e me dirigindo a saída, é assim a algum tempo, nesse horário Miguel me leva em casa e volta para encerar o dia e ajudar na limpeza.

-Sabe que você é a bolinha mais linda que já vi. -ele diz passando o braço por meus ombros. -Vamos indo que tenho que voltar em quinze minutos.

Estamos saindo quando escuto barulho de tiro, Miguel é tirado bruscamente do meu lado e logo um pano é colocado sobre meu nariz, tudo vai ficando escuro e não consigo saber o que está acontecendo.

-Vamos rápido com isso... -a última coisa que escuto antes de apagar completamente.

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Meus olhos pesam e me forço a abri-los, vejo o teto branco, viro o rosto encontrando uma parede preta e umas cortinas, me sento meia atordoada, onde estou? Como caralho vim parar aqui?

-Finalmente acordou. -escuto a voz de um homem e viro minha cabeça encontrando um senhor sentado em uma poltrona perto de uma janela. -Desculpe te trazer aqui dessa forma, mas você me pertence.

Olho para ele sem entender. Não sei onde estou, não sei quanto tempo dormi, nem quem é esse homem me encarando como se eu fosse algo valioso, mas ou mesmo tempo descartável.

-O que quer dizer com isso? Onde estou? Quem é você? -olho para todos os lados e quando vou me levantar vejo uma algema em meu braço e uma corrente ligada a cama.

Na hora me assusto, que merda ta acontecendo, tento me soltar mais não dá certo, meu coração bate forte o senhor só me observa sem fazer nada, levo a mão em minha barriga em instinto quando vejo seu olhar ir parar ali.

-Você foi vendida a mim, mas fugiu, estragou seu corpo ficando grávida e perdendo sua pureza, mas ainda vai servir como prostituta, mas se seus filhos nascerem bonitos você será minha mulher. -ele diz como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

-Vou m****r trazerem comida, depois alguém vira te soltar para que possa tomar banho, por enquanto não irei deixar você sair, mas depois, quem sabe se você for uma boa menina. -seu sorriso é macabro.

Ele se levanta vem ate mim passa a mão em meus cabelos e vai em direção a porta, vejo ele retirar uma chave do bolso da calça e quando sai escuto o barulho da porta sendo trancada e de seus passos se afastando.

Como isso foi acontecer? Depois de tudo que passei fui encontrada, o que será de mim agora e meus filhos, minha mente começa a girar com todos os tipos de coisa que podem me acontecer agora.

Estou em pânico, sinto meu corpo fraco, meus olhos vão se fechando e mesmo não querendo vou perdendo a consciência.


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"Logo depois do primeiro capítulo."

"Diogo"

Sabia que minha família ficaria sem chão por causa desse plano, mas preciso sumir para poder investigar melhor essa história da morte de Olivia, os ataques, Dênis Silva e todos os ataques a minha família.

Vou até Roma com outra identidade, vou dar um jeito de me manter somente com o dinheiro que peguei na conta da família a alguns minutos atrás, posso demorar meses, mas vou dar meu jeito.

-Cara, tem certeza que quer fazer isso? -George me pergunta pela quarta vez.

Já mudei a cor do cabelo, tirei a barba, cobri as tatuagens com uma tinta que durará uns dias para sair até que eu possa as cobrir de novo, estou vestido como uma pessoa normal indo viajar, um turista, meu nome falso é Leon Meres, sou estudante de literatura e estou a passeio em Roma.

-Cala boca e vamos logo pra um hotel. -digo e ele me segue, não sei porque aceitei que esse idiota viesse comigo. Cazzo, tinha que deixar George vim comigo já que ele é um gênio em informática e programação.

-Beleza, o hotel que a gente vai ficar é um bem ruinzinho, fica no subúrbio, ninguém vai nos reconhecer por lá. -ele diz baixo e seguimos até o lado de fora, vejo um táxi e aceno, teríamos que alugar um carro logo logo, porque ficar andando pra cima e pra baixo de táxi não vai rolar.

Agora que comece as investigações sobre Olivia Sentyl, Dênis Silva e tudo mais, tenho que descobrir porque todas essas merdas vem acontecendo, além de me manter informado sobre a família.


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O hotel onde vamos ficar é um de classe media baixa, um que qualquer estudante de literatura poça pagar e ainda dar um de turista por aí.

Deixei essas coisas para o George resolver, mas isso vai ser só pela primeira semana, depois nos vamos alugar uma casa para servir de base.

-Cara esse lugar é um porre, nem tem água quente. -escuto George resmungar depois de sair do banho.

-Lembra que foi você que escolheu. -digo olhando pela janela pequena do segundo andar.

-Mas foi você que me disse para ser econômico e passar despercebido. -fala fazendo drama.

-Tá bom, chega disso. -me afasto da janela quando vejo alguns caras mau encarados passar olhando pra cima.

Por mais que esse hotel fique em um bom lugar, atrás dele tem um beco que passa muitas pessoas suspeitas, por esse motivo dentre todas as opções que George sugeriu escolhe ficar com esse.

Podemos sair pela porta dos fundos, fazer o que temos que fazer e voltar sem que ninguém note.

Solto um suspiro alto passando a mão pelo cabelo, estou um pouco cansado, passei os últimos dias me escondendo e resolvendo os assuntos para poder vir.

Tudo que preciso fazer agora é dormir pelo menos umas cinco horas sem ser perturbado, me jogo na cama pequena já com os olhos fechados me preparando pra dormir.

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