Adrielle HaleLyla deixa as crianças em um canto mais afastado, com uma mesa dobrável colorida que ela ajeita e há brinquedos guardados no centro, como se fosse um baú. A governanta traz uma tigela em uma bandeja que carrega suco também. Posso ver que as duas crianças agora se deliciam com sucos e biscoitos. Os olhos de Adrielle também estão focados na mesma direção que os meus. Vejo de relance quando se vira para mim novamente e esboça um sorriso. Meu braço que estava apoiado no encosto do sofá recebe um leve carinho da sua mão e assim me viro para ela. — Abby adora biscoitos. — Diz, suavemente. — Mas uma das suas comidas favoritas é a torta de morango da Rosita. Ela se parece com você quando se trata de comer tantas besteiras. — Sua expressão é suave e há um pequeno sorriso ali. — A torta da Rosita é ótima, como não amar, Adie? — Pergunto, com um pequeno sorriso travesso. Ela ri levemente, antes de balançar a cabeça. Nós somos interrompidos por Lyla e Victor, que se aproximam e s
Pedro HernandezFaço meu caminho para casa depois que Adrielle e Abby foram embora. Minha mente e meu coração estão inquietos, aflitos por pensar que Leonard poderia machucá-la novamente. Não sei se poderei dormir esta noite por pensar nisso, não terei descanso enquanto Adrielle não estiver ao meu lado, segura, distante dos danos que Leonard possa causar. É como se eu precisasse garantir que ela está bem a todo instante. Chego em casa as seis da tarde. O carro preto onde a equipe de segurança que Bruno contratou me segue até que eu entre em casa. Noto a mesma Mercedes Maybach de outra noite estacionada ali. Aquele homem está aqui outra vez? Estaciono meu carro ao lado do carro da minha mãe e desço. Não sei quantos segundos permaneço observando o carro do homem desconhecido que está em minha casa. Antes mesmo de entrar, ouço as risadas das pessoas ao lado de dentro. Na sala de estar, há quatro pessoas sentadas no sofá. Minha mãe, tia Margarita, tia Alejandra e Fernando Reyes. Não se
Pedro HernandezA cada degrau que subo, só consigo pensar em como foi bom sentir o toque de Adrielle e o seu beijo. Tenho ansiado por isso faz tantos anos. Está melhor do que eu costumava me lembrar. Mais gentil, mais doce, mais carinhoso. Parece que tudo nela melhorou ao longo desses anos. Entro em meu quarto com um sorriso nos lábios, sem disfarçar o que seu beijo provocou em mim. Tiro minha roupa e caminho ao banheiro para tomar um banho demorado. Não me apresso, apenas aproveito para deixar a água e a espuma levar todo o meu cansaço do dia. Que sexta-feira intensa. Pego minha toalha e me seco. Deixo o banheiro e sigo ao closet em busca de uma roupa mais casual. Decido usar bermuda hoje. Não tenho a intenção de sair de casa, de qualquer maneira. Estou vestindo uma camisa branca e uma bermuda preta de linho. Gostaria de poder ficar em meu quarto e descansar um pouco, mas acho que seria um tanto desrespeitoso com minhas tias que acabaram de chegar e nós não nos vemos faz mais de s
Pedro HernandezO aeroporto de Los Angeles está mais movimentado do que eu costumava me lembrar, há pessoas vagando de um lado para o outro com malas de todas as cores possíveis. Tenho dificuldade para atravessar o enorme salão para seguir ao lado de fora. O sol aqui parece ser mais forte, o que me causa a impressão de ser ainda mais quente. Talvez seja devido ao oceano na costa. Há táxis e outros carros de aplicativo parados no estacionamento. — É bom estar de volta, Bruno. — Comento.O meu fiel amigo e mordomo está ao meu lado, tentando conter suas emoções. Bruno é um homem sensível. Compreendo. Estou em casa após longos sete anos em Madri. Adoraria ver a cara de Max agora, depois de me controlar naquela cidade horrível por tantos anos, mas a sua sorte é que morreu antes disso.— Bem-vindo ao lar, jovem Pedro. — Diz, com um tom emocionado. Sorrio. É a primeira vez em anos que me sinto bem. Talvez seja a sensação de liberdade. — Venha, a senhora Sofia está esperando por você. — B
Pedro HernandezSete anos antesAdie e eu estamos na casa de campo fora da cidade. Com o fim das aulas, conseguimos um tempo para nós. Tem sido dias corridos para ela por causa do semestre carregado de atividades extracurriculares do curso de medicina. Pensei em termos um fim de semana romântico para escapar das nossas obrigações na universidade. Ela está no terceiro ano de medicina, enquanto estou estudando administração. É o meu segundo ano e só estou fazendo isso por causa de Max. Ainda estava perdido quando terminei o ensino médio, eu não sabia no que poderia me formar, mas meu pai sempre me disse que deveria estudar para assumir a empresa, Industrias Max. Considero esse nome um tanto presunçoso, quem daria seu próprio nome a empresa? Bom, meu pai fez isso. As Indústrias Max não operam apenas nos setores industriais, temos uma porcentagem com empresas de carros elétricos, CIO, e com redes de cassinos espalhadas em muitas cidades, inclusive em Vegas, a cidade das apostas. Meu pai
Pedro HernandezAdie e eu ainda permanecemos na cama durante a tarde. Acho que nenhum de nós desejava sair da cama, mas foi preciso. Era necessário voltar para casa ainda hoje. Ela precisa estar na universidade bem cedo e não quero correr o risco de nos perdemos um no outro a ponto de que se atrase. Minha prioridade é ela, mas quero que sua prioridade seja a faculdade. Ao longo desses anos tenho visto ela se dedicar incansavelmente aos estudos. Seus pais, Joseph e Elizabeth, se orgulham dela, assim como seu irmão mais novo, Jackson. Adrielle é diferente de qualquer mulher que já conheci em toda a minha vida, quero que conquiste o que almeja e quero estar ao lado dela quando isso acontecer. — Tenho que ir, mas nos veremos amanhã. — Prometo, enquanto acaricio seu rosto. Adrielle nem ao menos desceu do carro e já está fazendo beicinho, como alguém que não deseja se afastar. É quase como uma criança quando fica sem o doce, embora de inocente, essa mulher não tenha nada.— Terei Anatomia
Adrielle HaleEstou no hospital geral de Los Angeles, em minha sala. Tenho visitado alguns pacientes durante essa manhã. Alguns passaram por cirurgias e precisam ter um acompanhamento estritamente meticuloso, não posso deixar que tenham problemas com acúmulo de coágulos ou bactérias. Gosto de fazer o meu trabalho direito e não quero ter problemas com nenhum paciente ou perder um deles. A porta da minha sala se abre e vejo Ross com um copo de café. Ela é a minha secretária. É amável e atenciosa. — Eu trouxe um café, doutora Williams. Do jeito que gosta. — Diz, sorridente, enquanto coloca o copo sobre a minha mesa. — Obrigada, Ross. — Digo, ao pegar o copo para beber. Sinto a temperatura quente sobre meus dedos, mesmo que haja uma embalagem de proteção ali. Ouço Ross suspirar enquanto se senta na cadeira a minha frente. Ela é um pouco relaxada em alguns dias da semana. Não posso culpá-la, tenho a sobrecarregado já faz dias com novos pacientes. — Há algum compromisso hoje, Ross? — Pe
Pedro Hernandez— Estou tão feliz que esteja em casa. Foram tantos anos, tanto tempo longe de você. O tom da minha mãe revela o quanto sofreu com minha ausência, embora não tenha sido a única. — Sim, foram. Mas estou de volta e Max não vai me tirar daqui outra vez. — Afirmo. Ela me olha, com os olhos marejados. — Você está tão bonito. Um homem forte e adulto. — Sua mão toca suavemente meu rosto coberto pela barba. — Me desculpe por demorar tanto tempo para trazer você de volta, mijo. Esboço um pequeno sorriso, na tentativa de confortá-la. Isso não é culpa dela. O único culpado é Maxwell Hernandez.— Como descobriu? — Ele nos deixou um vídeo explicando o que fez com você. — Seu tom é solene e pesado. — Também deixou algo para você, em um pen-drive. Não quis invadir isso, é assunto de vocês. Mas, quando eu soube onde você estava, enviei Bruno imediatamente. Eu aceno, em concordância.— Mesmo depois de sete anos, eu não consigo entender as razões para ele querer me afastar de Adri