Adrielle Hale— Minha nossa! Vocês dois estão parecendo dois cachorrinhos que rolaram na lama! — Victor exclama, rindo levemente por ver os nossos filhos sujos. A sorte de Abby é que eu sempre carrego uma mochila com roupas limpas. Conheço a filha que eu tenho. E por falar nela, agora notou que Pedro chegou. Austin também, mas ele parece mais receptivo do que a minha filha. — Oi, tio Pedro. — Austin diz, enquanto acena e esboça um sorriso.Pedro parece voltar a realidade e posso ver quando engole em seco, tentando encontrar uma boa expressão para o garoto. Ele sorri levemente enquanto caminha em passos cuidadosos. — Oi, Austin. — Pedro acena. — O que estão fazendo aqui? Onde está o seu carro? — Lyla questiona ao marido, que se aproxima e se senta ao lado dela. Pedro ainda permanece distante, como se quisesse manter uma distância segura de Abby.— Você ficou preocupada? Eu estou bem, apenas deixei meu carro na oficina para uma revisão. — Victor responde, enquanto se encosta no sof
Pedro HernandezNão consigo desviar meus olhos de Adrielle. Não quero fazer isso e nem posso. Embora tenha tentado esconder, posso ver claramente uma marca vermelha em seu pescoço, me causando um calafrio tenebroso que caminha pelo meu corpo até chegar em minha nuca. Ele a machucou, eu sei! E quero muito encontrar Leonard porque assim poderei confrontá-lo e não vou me controlar se tiver que quebrar a cara dele. Mas, no momento, parece que Adrielle precisa de mim aqui, ao lado dela. Parte de mim sabe que preciso descobrir o que ele fez, mas a outra parte tem medo de questionar e acabar perdendo a cabeça por isso. Meu coração está palpitando forte, com raiva por ver o mal que Max colocou na vida dela. Ele fez tudo o que Amanda queria, deu a Leonard a chance de se aproximar de Adrielle como se ela fosse um prêmio que ele conquistou. E o prêmio se tornou um saco de pancadas que ele desconta sua frustração. Não sei o que o leva a ter esse temperamento, mas me lembro bem de Max dizer que L
Pedro HernandezQuanto amor uma mulher precisa receber para perceber que as atitudes falam mais do que palavras? Quanto amor é necessário para curar um coração quebrado? Será que não a amei o suficiente para que saiba em que posição deve ficar? Como alguém pode se sujeitar a um casamento tóxico, sendo machucada a todo instante, com palavras ou ações, quando pode receber um amor suave? Nada pode responder minhas perguntas. As ações de uma pessoa a leva a fases como essa, com pessoas ruins e dias de merda. Mas, como alguém, indiretamente, pode influenciar para que tenhamos caminhado até aqui? Meus olhos focam na mulher a minha frente e posso ver como ela está tão atingida pelas ações dolorosas, pelos machucados e hematomas que um homem que deveria a amar causou. Os olhos verdes de Adrielle focam em mim no instante em que retorna com uma mochila colorida, que considero ser de Abby já que Victor apareceu pedindo as roupas para a nossa filha. Imagino que ele não vá trocá-la, mas Lyla ou
Adrielle HaleLyla deixa as crianças em um canto mais afastado, com uma mesa dobrável colorida que ela ajeita e há brinquedos guardados no centro, como se fosse um baú. A governanta traz uma tigela em uma bandeja que carrega suco também. Posso ver que as duas crianças agora se deliciam com sucos e biscoitos. Os olhos de Adrielle também estão focados na mesma direção que os meus. Vejo de relance quando se vira para mim novamente e esboça um sorriso. Meu braço que estava apoiado no encosto do sofá recebe um leve carinho da sua mão e assim me viro para ela. — Abby adora biscoitos. — Diz, suavemente. — Mas uma das suas comidas favoritas é a torta de morango da Rosita. Ela se parece com você quando se trata de comer tantas besteiras. — Sua expressão é suave e há um pequeno sorriso ali. — A torta da Rosita é ótima, como não amar, Adie? — Pergunto, com um pequeno sorriso travesso. Ela ri levemente, antes de balançar a cabeça. Nós somos interrompidos por Lyla e Victor, que se aproximam e s
Pedro HernandezFaço meu caminho para casa depois que Adrielle e Abby foram embora. Minha mente e meu coração estão inquietos, aflitos por pensar que Leonard poderia machucá-la novamente. Não sei se poderei dormir esta noite por pensar nisso, não terei descanso enquanto Adrielle não estiver ao meu lado, segura, distante dos danos que Leonard possa causar. É como se eu precisasse garantir que ela está bem a todo instante. Chego em casa as seis da tarde. O carro preto onde a equipe de segurança que Bruno contratou me segue até que eu entre em casa. Noto a mesma Mercedes Maybach de outra noite estacionada ali. Aquele homem está aqui outra vez? Estaciono meu carro ao lado do carro da minha mãe e desço. Não sei quantos segundos permaneço observando o carro do homem desconhecido que está em minha casa. Antes mesmo de entrar, ouço as risadas das pessoas ao lado de dentro. Na sala de estar, há quatro pessoas sentadas no sofá. Minha mãe, tia Margarita, tia Alejandra e Fernando Reyes. Não se
Pedro HernandezA cada degrau que subo, só consigo pensar em como foi bom sentir o toque de Adrielle e o seu beijo. Tenho ansiado por isso faz tantos anos. Está melhor do que eu costumava me lembrar. Mais gentil, mais doce, mais carinhoso. Parece que tudo nela melhorou ao longo desses anos. Entro em meu quarto com um sorriso nos lábios, sem disfarçar o que seu beijo provocou em mim. Tiro minha roupa e caminho ao banheiro para tomar um banho demorado. Não me apresso, apenas aproveito para deixar a água e a espuma levar todo o meu cansaço do dia. Que sexta-feira intensa. Pego minha toalha e me seco. Deixo o banheiro e sigo ao closet em busca de uma roupa mais casual. Decido usar bermuda hoje. Não tenho a intenção de sair de casa, de qualquer maneira. Estou vestindo uma camisa branca e uma bermuda preta de linho. Gostaria de poder ficar em meu quarto e descansar um pouco, mas acho que seria um tanto desrespeitoso com minhas tias que acabaram de chegar e nós não nos vemos faz mais de s
Pedro HernandezO aeroporto de Los Angeles está mais movimentado do que eu costumava me lembrar, há pessoas vagando de um lado para o outro com malas de todas as cores possíveis. Tenho dificuldade para atravessar o enorme salão para seguir ao lado de fora. O sol aqui parece ser mais forte, o que me causa a impressão de ser ainda mais quente. Talvez seja devido ao oceano na costa. Há táxis e outros carros de aplicativo parados no estacionamento. — É bom estar de volta, Bruno. — Comento.O meu fiel amigo e mordomo está ao meu lado, tentando conter suas emoções. Bruno é um homem sensível. Compreendo. Estou em casa após longos sete anos em Madri. Adoraria ver a cara de Max agora, depois de me controlar naquela cidade horrível por tantos anos, mas a sua sorte é que morreu antes disso.— Bem-vindo ao lar, jovem Pedro. — Diz, com um tom emocionado. Sorrio. É a primeira vez em anos que me sinto bem. Talvez seja a sensação de liberdade. — Venha, a senhora Sofia está esperando por você. — B
Pedro HernandezSete anos antesAdie e eu estamos na casa de campo fora da cidade. Com o fim das aulas, conseguimos um tempo para nós. Tem sido dias corridos para ela por causa do semestre carregado de atividades extracurriculares do curso de medicina. Pensei em termos um fim de semana romântico para escapar das nossas obrigações na universidade. Ela está no terceiro ano de medicina, enquanto estou estudando administração. É o meu segundo ano e só estou fazendo isso por causa de Max. Ainda estava perdido quando terminei o ensino médio, eu não sabia no que poderia me formar, mas meu pai sempre me disse que deveria estudar para assumir a empresa, Industrias Max. Considero esse nome um tanto presunçoso, quem daria seu próprio nome a empresa? Bom, meu pai fez isso. As Indústrias Max não operam apenas nos setores industriais, temos uma porcentagem com empresas de carros elétricos, CIO, e com redes de cassinos espalhadas em muitas cidades, inclusive em Vegas, a cidade das apostas. Meu pai