Permita que as mudanças aconteçam e que a vida lhe ensine a ser uma pessoa cada dia mais forte.
VEGA DIAZ
SEIS MESES ANTES | ESPANHA/MADRI
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Hoje tenho um grande evento beneficente no clube próximo ao hospital, minha ala médica está para receber algumas doações que finalmente vão me proporcionar um upgrade no meu setor.
Preciso de equipamentos de primeira linha para realizar as cirurgias mais complicadas que venho procedendo às cegas por não ter determinados aparelhos. Sou boa no que faço, mas preciso de melhorias, assim não vivo no fio da navalha a cada cirurgia complicada.
— Merda! Cadê essa bendita? — sai dos meus devaneios para focar no que realmente importa nesse momento.
Estou na correria para encontrar o sapatinho da Emma, esses dias ela anda bem esquecida e para variar não se lembra de onde colocou o sapato novo.
— Mãe! Vamos nos atrasar! Sabe onde está a sapatilha da Emma? — gritei em sinal de socorro, porque preciso chegar no horário.
— Mamãe, ta aqui, eu achei! — respirei aliviada quando ela veio toda sorridente até mim —, Estava no meu armário.
— Sua esquecida! — apertei seu narizinho perfeito — Vem, deixe-me colocá-la em você.
— Toma. — achei estranho ela não levantar o braço com a sandália.
— Me dá. — pedi esticando minha mão e senti um grande alívio quando conseguiu me entregar.
Olhei as horas pela milésima vez sabendo que se ficarmos em casa mais 20 minutos chegaremos atrasadas.
— Mãe! — gritei soltando as cordinhas da sapatilha de unicórnio da Emma — Vamos!
— Calma, Você é igual seu pai Vega, afoita e escandalosa. — revirei os olhos para a frase corriqueira, visto que ela sabe que não gosto dessa comparação — Vou te ajudar, já estou pronta.
Deixei que colocasse a sandália em meu lugar e foquei em terminar de me arrumar. Passei um batom e segui até minha caixinha de jóias para pegar um cordão.
— Tomara que os Fagundes doem uma boa quantia, preciso de 38 milhões para os novos equipamentos da cárdio. — murmurei sabendo que posso conseguir esse valor.
Ouvi um barulho estranho, ia me virar para ver o que era, porém o grito da minha mãe quase tirou minha alma do corpo: — Emma! — sua voz aflita me fez direcionar minha atenção para elas.
Prendi o ar em meus pulmões quando vi minha filha caída no chão convulsionando.
— Vega, ela revirou os olhos e agora está assim.
— Vire-a de lado, anda! Mãe. — peguei minha bolsa e fui em busca da minha lanterna clínica.
Respirei fundo tentando colocar meu papel de mãe de lado e deixei a médica profissional assumir o controle para checar suas pupilas.
A do olho esquerdo está em miose. Respirei fundo e me coloquei de pé.
A médica que estudou anos para ser quem sou, já tem um possível diagnóstico, contudo, a mãe que a carregou por 42 semanas sofridas, devido a um luto sem um último adeus, não quer aceitar que minha menininha esteja com algo tão grave.
Peguei as chaves do carro, coloquei um agasalho para ela na mochila e aguardei.
— Vamos levá-la ao hospital. — segurei minha mãe quando tentou pegá-la — Vega!
— Deixe-a parar, neste momento não podemos fazer nada. — expliquei admirando os espasmos intensos chacoalhando o pequeno corpo da minha filha — Ela vai parar, aguardarei para ver se terá outro, caso não, seguimos para o hospital.
— Por quê? Ela não está bem, filha! Não gosto de ver minha neta desse jeito. — neguei com a cabeça e tive que segurar suas mãos — VEGA!
— A formada em medicina aqui é quem? — ela piscou os olhos algumas vezes, se dando conta que sei o que estou fazendo — Convulsões acontecem por algum motivo, deixe-a parar que vou proceder como achar melhor, ok?
Soltei seus braços e fiquei próximo à Emma, contei os minutos que durou a convulsão. Assim que seu corpo parou por completo, chequei as pupilas que estão Anisocóricas.
Emma está despertando e aos poucos foi reconhecendo o lugar. Esperei que seus olhos focassem em mim.
— Mamãe! — sua voz baixa me trouxe um alívio instantâneo.
— Consegue se levantar? — disse que sim com a cabeça — Pega os ursinhos de unicórnio dela, mãe.
Pedi que saísse e não ficasse chorando no meu ouvido. Sorri para Emma e pedi suas mãos para lhe dar apoio, porém a esquerda não chegou até mim.
Sabia o que estava acontecendo, só não queria verbalizar.
— Quer saber? Deixa que eu te pego! — levantei seu corpo com dificuldade — Nossa, que criança forte, meu Deus! — fiz uma ceninha até ela sorrir.
— Mamãe! — ela gritou quando lhe fiz cócegas e juntas fomos para a cama.
— Você sabe o que acabou de acontecer? — perguntei alisando seu braço esquerdo.
— Não, cadê a vovó? — informei que foi buscar seus ursinhos.
Belisquei seu bracinho com firmeza e ela me olhou feio.
— Ai! Isso doeu. — começou a chorar e isso me trouxe alívio — por que fez isso, mamãe?
— Desculpa. — beijei seu bracinho várias vezes.
— Está doendo! — minha mãe veio com os unicórnios e ela mudou de feição sorrindo largamente — Me dá.
Sua animação voltou com força total. Me afastei um pouco deixando as duas na minha cama brincando e segui para ligar para o Diógenes.
— Cadê você? Os Fagundes estão loucos para saber em que vão investir e já adianto, vão custear toda a reforma da cardiologia. Depois que operou o coração do Antônio e o trouxe de volta, ele está louco para retribuir. — respirei fundo — Vega?
— Sei que desde quando virou chefe-geral do Hospital não trabalha mais na oncologia…
— Sua mãe está bem? — tentei segurar o choro, mas foi impossível — Alba está bem?
— É a Emma, possível…
— Respira — me interrompeu sabendo que é algo sério —, Vá para o Tavera agora mesmo que estou indo para lá, vou somente explicar aos Fagundes e estarei à sua espera.
— Vou esperar para ver se terá outra convulsão. — ele disse que tudo bem e que vai se adiantar.
Cinco horas depois, minha vida mudou bruscamente. Descobri que minha filha está com Astrocitomas de grau 1. O único problema é que mesmo sendo de crescimento desacelerado, a pessoa que podia realizar essa operação jogou um balde de água fria na minha esperança.
Diógenes afirmou ser muito perigoso devido à localidade, um mínimo toque fora do lugar pode prejudicar a qualidade de vida da minha filha e declarou que não tem coragem de operá-la, já que a única cura é a remoção.
SEIS MESES DEPOIS
Os meses seguintes foram um verdadeiro tormento, visto que fui atrás dos melhores neuros da Espanha e todos me deram a mesma resposta.
Nesse período vi minha filha se abatendo cada vez mais, porque não permiti que fosse mais à escola devido às convulsões e às dores de cabeça, tanto eu quanto minha mãe fizemos uma redoma de vidro imaginária envolta dela.
Acabei de chegar no hospital para um plantão de 24h, pois vivo trocando com meu colega de trabalho quando Emma não está bem.
Coloquei meus pés no dormitório e fui abordada por Diógenes.
— Vega, vem comigo. — não tive como negar e fui arrastada para sala dele — Toma, assine sua demissão.
— O quê? Não, que isso? — meu coração estava batendo em minha garganta e um chiado no meu ouvido esquerdo me anunciava um possível infarto.
— Calma! Você vai trabalhar no UNIVERSITY HOSPITAL MEYER em Florença na Itália. — permiti que meu corpo colidisse contra a cadeira devido ao grande susto — Olha para mim! — estalou os dedos na minha frente — Eu não tenho coragem de operar a Emma, mas o Dr. Mattiazzo sim.
— Quem? — ainda me recuperando do susto, esperei que me desse explicações.
— Ele vem fazendo sucesso nesses últimos dois anos e meio como o médico das possibilidades. Fizemos faculdade juntos e bom, não sabia da sua fama até um amigo em comum me pedir ajuda. — balancei a mão no ar para que continuasse.
— Lorenzo, veio me perguntar se tinha algum médico que falasse italiano fluentemente para ocupar a vaga de chefe da cárdio e em troca me mandaria outro, visto que ele vinha tendo problemas com um colega de trabalho. Como o Dr. Lucca é igual a você, digo, um excelente profissional, aceitei a troca, porque sei que fala italiano muito bem, devido ao Eliot.
A menção do meu falecido marido me fez lacrimejar os olhos.
— Bom, assine e vá para casa fazer suas malas, está com passagem só de ida para Florença, já que está com seu emprego garantido.
— Você falou da minha situação?
— Não, porém dará tudo certo, o Dr. Dionísio não recusa nenhuma cirurgia por mais difícil que seja, em seu currículo nesse curto período de 28 meses fez mais de 2 mil cirurgias e todas com sinais positivos e 100% de recuperação.
— Obrigada. Vou comprar passagens agora mesmo. — ele me deu o número do meu futuro chefe e me olhou de um jeito estranho.
— Não tive coragem, no entanto, fiz o que pude para não perder a esperança. Prefiro mil vezes que vá para longe de mim do que ter que lidar com outro luto junto contigo — me deu um abraço sincero — Assina que já deixei tudo preparado.
Conduzi como pediu. Após ser oficialmente demitida, segui para esvaziar meu armário. Durante o processo fiz algumas pesquisas de casas para alugar e encontrei uma, não é tão perto do trabalho, mas tem tudo que preciso.
Já fiz algumas viagens para Roma antes de ter a Emma, por ser 20 horas de carro optei por minha mãe ir dirigindo o meu e eu minha moto. Assim não tenho que vender os dois, somente a casa e o carro dela, mas isso Diógenes pode ver para mim.
Em casa, após contar as novidades, minha mãe correu para fazer as malas, dado que optamos por ir o mais rápido possível. Por mais que tenha quatro dias para chegar em Florença, quero ter tempo de me organizar, poder comprar móveis e abastecer minha despensa.
— Que esse Dionísio não tire de mim essa nova esperança! — murmurei fazendo minhas malas — Deus, por favor… — me ajoelhando para realizar mais uma das milhares preces que tenho feito diariamente — Toca o coração desse homem, ele precisa me ajudar, faça com que me enxergue.
Passei as horas seguintes idealizando os longos anos de vida da minha filha, entre um plano e outro pedia a Deus para Dionísio não me dar as costas.
No dia seguinte o caminhão da transportadora chegou bem cedo para pegar o que separamos, mesmo não levando móveis nem tudo deu no carro. Assim que o caminhão se foi, seguindo sentido a Florença, com Emma e minha mãe no carro e eu na minha moto.
Confie!Quando Deus quer, o mundo inteiro se ajeita.Rafa LimaDIONÍSIO MATTIAZZOITÁLIA/FLORENÇA | 3 DIAS DEPOIS───────•••───────Saí da sala de cirurgia com meus olhos ardendo. Tomei um banho e me deitei um pouco, visto que faltam 3h para acabar meu plantão. Estava cochilando quando Valéria me deu um susto ao se deitar na minha cama.— Dionísio, acorda! — virei de costas para ela, porque estou zero paciência para suas fofocas — Lorenzo está exigindo sua presença lá na sala de reuniões. Ele contratou uma médica nova para ser chefe da cárdio no lugar do Lucca e quer todos os chefes de plantão presente para recebê-la. — Diga que estou em coma. Não vou receber ninguém. — de olhos fechados estava, fiquei. — Vem comigo, a Dra. Diaz é linda e tem uma boca… — gemeu no meu ouvido ao falar isso —, Já tive devaneios eróticos com ela, acredita? — Claro que sim, você é despudorada! — exclamei tapando minha cabeça com o travesseiro — Deixe-me dormir.— Não! Vamos, não seja um pé no saco. — m
Não deixe que seus sonhos percam a vontade de voar.VEGA DIAZCASA DA VEGA | 21:00───────•••───────Mais cedo estive no hospital para assinar o contrato de modo a ser efetivada como chefe do meu setor. Peguei meu crachá e meus uniformes que são na cor preta, ganhei jalecos novos e todos contêm meu nome. — Tenho que acrescentar, Lorenzo é muito organizado. — murmurei colocando meus uniformes novos na máquina para lavar — Gostei muito dessa distinção de cores para cada setor, assim não tem confusão das enfermeiras em saber de qual área trabalhamos, já que é impossível em um hospital com sete andares particulares, mas a área de emergência e pública saber quem é quem!Acabei sorrindo ao lembrar do Lorenzo todo orgulhoso de comandar esse hospital sozinho e como ele mesmo diz; — Possuímos 1.700 leitos entre área pública e particular. — tentei imitar sua voz grave e acabei gargalhando.Peguei meus jalecos já secos e comecei a passar para deixar todos bem dobrados para não amassar. — Ele
VEGA DIAZ───────•••───────Às sete da manhã já estava de pé e como acordei primeiro aproveitei para agilizar o café da manhã. Minha mãe vem fazendo tudo sozinha porque Emma está um grude comigo. Aproveitei a disposição e passei a roupa que estava na máquina e já arrumei minha bolsa.Sabia que meu horário aos sábados é na parte da tarde e que meu primeiro plantão seria de dezesseis horas. Olhei minha agenda online para saber o que farei hoje. — Outra função muito boa, visto que minhas cirurgias são atualizadas em tempo real.Enquanto preparava os waffles, fiquei pensando que os plantões da noite devem ser mais tranquilos, afinal, Florença não tem cara de ser tão turbulenta quanto a Espanha no quesito traumas de emergência. Deste modo posso conversar com Dionísio, já que tive a maravilhosa notícia de que trabalhamos nos mesmos plantões.Parei de divagar e me empenhei, e adiantei tudo que podia, olhei as horas e não passava das 8 quando as duas levantaram.— Filha, as coisas aqui func
DIONÍSIO MATTIAZZOCASA DO THOMÁS | 06:40───────•••───────Estamos nas esteiras, eu correndo e Thom conduzindo sua caminhada.— Como anda as coisas com Cibele?— Na mesma, com ela a cada dia que passa criando uma intimidade absurda comigo. — quase caí da esteira quando parei para admirar seu rosto — Cuidado! — Isso significa que talvez também se sinta atraída por você. — comuniquei voltando ao ritmo de antes — Já pensou nessa hipótese?— Já, só que não vou me declarar, Dionísio!— Não precisa, do jeito que fala dela, deve deduzir que também está afim, Thom. — diminui a velocidade para caminhar como ele.— Talvez! — fiquei feliz que concordou comigo — No nosso primeiro dia trabalhando juntos fui pego admirando-a por meu pai, Gil e Antonella.— Tierry deve ter criado várias suposições. Se dê essa chance meu amigo.— Não dá! — senti tristeza em suas palavras — Contei que sou infértil, deixei que vissem meu corpo e minha prótese… a feição deles horrorizadas só deixou claro que Cibele ta
DIONÍSIO MATTIAZZOUNIVERSITY HOSPITAL MEYER | 19:00───────•••───────Acordei com um chamado e às pressas saí do quarto colidindo com força contra a Doutora Diaz jogando nos dois no chão.— Porra! — reclamei do encontrão.Doutor Mattiazzo, por favor, compareça à entrada sul. Doutor Mattiazzo, por favor, compareça à entrada sul. Acidente de carro com possível traumatismo craniano. Repetindo: Doutor Mattiazzo, por favor, compareça à entrada sul.— Se nossos encontros forem sempre assim, vou comprar com capacete de futebol americano. — declarei ficando de pé e puxando-a pela mão para que faça o mesmo.— Você que não olha por onde anda! — lhe dei um sorriso para sua resposta abusada e saí deixando-a sozinha. Fui para a entrada e o paciente já tinha chegado, assim que meu viu, Penélope pegou a prancheta das mãos da Amélia. Fingi que não vi e testarei para saber se é esperta o suficiente para tentar me enrolar.— Me fala, o que aconteceu? — pedi explicações enquanto seguimos correndo para
A vida é feita de ilusões, escolha a sua e divirta-seVega Diaz───────•••───────Despertei com meu telefone tocando e atendi nervosa achando que era minha mãe.— Como estão as coisas aí, Vega?— É sério isso, Diógenes? 3h da manhã? — com meu coração batendo na garganta, exclamei. — Desculpa, achei que estava acordada. — me coloquei de pé, visto que estou com meu corpo tremendo — Vou desligar.Respirei fundo tentando acalmar meus nervos.— Estou bem! Quer falar comigo, me ligue de manhã, tarde ou de noite, mas de madrugada nunca mais, sabe o que estou passando, tem noção de como fiquei agora? — ele ficou mudo.Olhei à minha volta e vi Dionísio me analisando enquanto estava abraçado com a Valéria em uma cama ao fundo. De alguma forma isso me deixou incomodada.— Me desculpa. — me retratei e saí do quarto para não atrapalhar o sono deles.— Me perdoa, não sabia que ficaria assim. Falei com Lorenzo mais cedo e me disse como são as grades de horários, perguntei por você e comentou que fi
A gente quer dizer tanta coisa e acaba ficando calado.Dionísio MattiazzoUNIVERSITY HOSPITAL MEYER | 02:00───────•••───────Acordei com a Valéria deitada na minha cama e tive a certeza que essa mulher vem no cheiro. A Dra. Diaz está encolhida no canto da cama como tenho o hábito de dormir e mesmo assim me encontrou. Acabei perdendo o sono, como não tenho muito o que fazer, fiquei divagando enquanto embolo os cabelos ruivos e longos da Valeria. Olhei meu telefone pela milésima vez e uma hora já tinha se passado. — Meu corpo já estava doendo de tanto ficar deitado, vou dar uma olhada nos meus pacientes. — ia levantar quando o telefone da Diaz tocou.Seu desespero me chamou a atenção e decidi ficar para saber o porquê.— É sério isso, Diógenes? 3h da manhã? — não sei por que, mas saber que está falando com um homem me deixou bem incomodado, ainda mais com alguém que tem esse nome.Permaneci observando sua agitação e fiquei escutando. Pelo tom de voz, pode ser o marido. — grunhi devi
Pudera eu escolher o que sentir.DIONÍSIO MATTIAZZO───────•••───────Estava trocando de roupa quando a porta foi aberta.— Ué! — Valéria entrou e me pegou de cueca — Me esperou? — Não, já estou em casa, isso aqui na sua frente é um holograma. — recebi uma tapa forte por isso — Aí! Que mão pesada.— Palhaço. — estressada, abriu seu armário e pegou suas coisas — Vamos!terminei de me arrumar e notei seu cansaço enquanto me esperava escorada na parede, peguei sua bolsa e puxei-a para meus braços.— Se não tivesse que ir para Trento te levaria para minha casa, você mora muito longe. — se aconchegou ainda mais enquanto seguíamos para o estacionamento. Algumas médicas e residentes ficaram nos olhando e abracei ainda mais minha ruiva de cabelos embolados e pelo estrago que fiz Valéria terá que cortar seus longos cabelos.Beijei sua cabeça para abafar meu riso.— Você reclama das minhas atitudes e faz igual ou pior Dionísio. — ignorei suas palavras.— Está reclamando de quê? Nessa brincade