04

· dia seguinte ·

Eu não consegui dormir direito durante a noite. Minha mente vivenciava os momentos em que estava com a Emma. Toda vez que eu fechava os olhos, a via embaixo de mim, enquanto entrava em sua boceta apertada e ela gemia alto. E nisso, eu acabava de pau duro, visto que minha única opção era me masturbar.  

E sim, eu fiz.  

Mais vezes do que eu pensei que seria o necessário. E não foi o suficiente, minha mão não era nada comparado a estar dentro daquela mulher.

Bater punheta se tornou irrelevante depois disso.

Cacete! Eu estava exausto. 

Levantei-me da cama às seis da manhã. Tomei banho, vesti meu terno e arrumei o cabelo. Fiz minha refeição matinal com um café bem forte e peguei meus pertences para ir trabalhar.

Já era ruim olhar para a Emma depois da noite no banheiro, imagina agora.

Eu respirei fundo ao sair de casa e entrei no carro. 

Forças dos céus, por favor, me ajudem!

***

— Bom dia, Harry. — Isaac me cumprimentou assim que eu me sentei na minha cadeira.

— Bom dia, Isaac. — Mantive o tom casual, mas na verdade meu nervosismo estava maior agora que tinha entrado na empresa.

— Eu não te vi mais depois dos discursos dos Presidentes, por onde você andou?

— Hã… Eu… Eu fiquei andando por aí… — Comecei a balbuciar. — Eu estava muito cansado e resolvi ir para casa mais cedo. — A verdade era que assim que saí daquele bendito quarto na mansão, eu fui correndo para casa. Não teria coragem para encarar ninguém logo após ter feito o que fiz.

— Ah! — Meu amigo exclamou.

Sutilmente, olhei para a porta da sala da Emma. Meu coração deu um solavanco. Voltei minha atenção para o Isaac.

— Emma já chegou? — Perguntei, como quem não queria nada.  

— Sim.

— Ela não mandou me chamar? — Diz que não… Que sim… Que não.

— Não. 

Assenti. Era melhor assim.

Como eu não tinha cara de pau o suficiente para ir até a sala da Emma por vontade própria, iria esperar que ela me chamasse. Comecei a fazer o meu trabalho, atualizando a agenda da senhorita Bright para algumas reuniões que ela teria durante a semana e confirmar com os outros empresários. Em meio a atividade, meu computador notificou um novo e-mail. Quando o abri, era da Emma. 

Espero que não seja minha carta de demissão.  

De: Emma Bright

Para: Harry Snow

Assunto:  Preciso falar com você!

Snow,

Na minha sala.

Agora!

Fechei o e-mail e fui direto para a sala dela.

Orando para ter um ataque cardíaco, cair ali no chão e talvez morrer antes que ela aparecesse

Bati à porta com dois toques suaves.

— Pode entrar.

— Com licença. — Entrei na sala. Emma estava focada na tela do computador, seus dedos frenéticos estavam em movimento, como sempre.

— Emma… Hã… senhorita Bright. — O suor começou a escorrer pela minha nuca.

Bloqueei todo e qualquer pensamento sobre o que tivemos ontem. Tanto que nem me aproximei muito da mulher, por precaução.

— Aqui. — Ela estendeu um envelope para que eu pegasse, sem ao menos me olhar.

Como de costume. Pelo visto, ela sabia muito bem agir como se nada tivesse acontecido.

— O que é isso? — Perguntei, apenas para ter certeza. Meu subconsciente disse que era mais trabalho.

— Se você ler, vai saber. — Coice um. — Eu quero para hoje. Os três. — Ditou. — Revise toda a entrada e saída de dinheiro desta empresa desde que veio parar nas mãos do senhor Vegar aqui na Bright’s.

Arregalei os olhos.

Não achei seu pedido estranho, apesar de ser bem incomum. Transações de uma empresa só eram revisadas desde o começo se notassem algum erro de cálculo de repente. E meu antigo chefe nunca precisou disso.

O que me assustou realmente foi a exigência da Bright.

— Quer que eu termine os três hoje?

— Sim — respondeu tranquilamente.

Eu iria passar a madrugada na empresa.

— Não importa quanto tempo você tenha que passar aqui. É o seu trabalho, afinal. — Disse ela pausadamente, lendo meus pensamentos, ainda sem desviar a atenção do computador. — Se estiver insatisfeito, basta pedir demissão.

Era isso. O meu pesadelo estava de volta.

Bom, não era como se eu estivesse imaginando que ela iria começar a me tratar bem só porque eu a fiz gozar.

Quem me dera...

— Se já tomou sua decisão, saia da minha sala, já cansei da sua cara — completou a megera. 

Eu ia questioná-la, dizendo que ela nem sequer estava me olhando, mas eu não queria mais nenhum relatório para fazer.

— Sim, senhorita Bright — respondi, contendo meu rosnado.

Ao sair da sala, acabei batendo a porta com força. Sentei-me na minha cadeira e logo a tela do computador piscou de novo. Outro e-mail. 

De: Emma Bright

Para: Harry Snow

Assunto:  Seu salário

Eu acredito que você não quer pagar uma nova porta para minha sala com o seu salário. Então, tome cuidado da próxima vez.

  

Ela ainda gostava de provocar.

Movido por uma força que não era normal para mim, cliquei em responder. 

De: Harry Snow

Para: Emma Bright

Assunto:  Seu salário

Srta. Bright,

Tenho certeza de que o meu salário não paga nem uma parcela da sua porta estupidamente cara. Irei rever os meus conceitos sobre fechar portas.

Enviei. Cinco minutos depois apareceu outro e-mail. 

De: Emma Bright

Para: Harry Snow

Assunto:  Seu salário

Isso foi uma tentativa de pedir um aumento? Pois não vai funcionar.

Vá trabalhar, se ainda quiser receber alguma coisa no final do mês.

Relatório na minha mesa. Você não sai até terminar.

De: Emma Bright

Para: Harry Snow

Assunto:  Seu salário

Da próxima vez, pense vem antes de me interromper quando eu estiver perto de gozar.

O último e-mail sumiu, ele foi apagado. Mas tive tempo para ler.  

Então ela estava com raiva porque eu a provoquei? E estava usando o trabalho como punição? 

Que inferno! 

Ontem pareceu estar tudo bem e hoje isso. 

Optei por não responder, eu tinha muito trabalho para fazer.

Todavia, não posso negar que fiquei instigado a perguntar se teria realmente a próxima vez que ela citou. Só essa possibilidade deixou certa coisa na minha calça um pouco alegre.

Estou fodido!

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