Sarah
Como todos os dias, acordo atrasada e saio correndo do meu apartamento, não poderia acreditar que iria me atrasar para uma reunião. Eu trabalho em uma das empresas mais conhecidas desse país, e aqui na cidade ela é grande o bastante, do tipo que dificilmente você consegue conhecer a todos, temos escritórios em quase todos os Estados do Brasil, eu particularmente trabalho e resido em Sergipe. Sou formada e atuo como administradora, e estou concorrendo a uma grande promoção, e esse será esse o motivo da nossa reunião hoje. Assim que chego no escritório, vou direto para sala de reuniões. Assim que entro vejo no relógio que estava no horário exato na reunião, nem um minuto antes e nem um depois. — Pontual como sempre — meu chefe diz. Apesar de sempre acordar tarde eu tinha a estranha forma de chegar no horário, acho que devo ter muita sorte. — Bom dia, senhor Gomes — o cumprimento e me sento junto ao mesmo. — Bom dia — fala o Antony ao adentrar na sala de reuniões, sorri em cumprimento. Antony era um grande amigo na empresa, e meu melhor amigo fora dela. Ele também está concorrendo ao cargo de Gerente, sei que se um de nós conseguir vou ficar feliz da mesma forma. — Eu chamei apenas o dois pois vocês são os mais fortes nesta disputa, e gostaria de fazer uma proposta. Nos entre olhamos e ele continuou. — Tenho apenas uma vaga, mas como sabem, estamos tendo problemas com alguns setores e esse será o desafio. — Como assim? — Antony pergunta. — Vou dar a responsabilidade de cuidar desses setores, em cinco meses desejo ver os resultados, e espero que sejam bons. O que tiverem números maiores ganham o cargo. — Perfeito — disse empolgada. — Quando começamos? — Quero ver ela continuar com essa empolgação quando souber para onde ela vai — a senhora Gomes fala adentrando na sala. — Bom dia! A senhora Gomes e senhor Gomes são os melhores chefes que já tive, ela é bem divertida e nem um pouco formal, diferente dele. — Espero não estar atrapalhando, mas não poderia perder a oportunidade de ver a cara da Sarah — ela retorna a falar. — Não a assuste — o marido a repreende. — Bem, o Antony irá ficar com a gestão temporária daqui, por ter família aqui acho difícil para ele sair, e só por isso, você irá para o Rio Grande do Sul. — Só por isso, não é? — a senhora Gomes fala divertida. Os senhores Gomes são amigos da minha família, e foi assim que consegui a entrevista, pois é uma das empresas mais difíceis de se entrar. Ele é o melhor amigo do meu pai, alguém que não falo há muitos anos, e por coincidência ou não, meu pai mora no Rio Grande do Sul. — Então, tudo bem pra você? — ele pergunta diretamente pra mim. — Tenho outra escolha? — eles negam. — Ok. Antony estava radiante com a proposta e eu, bem, não poderia reclamar, mas não estava feliz. Sempre tive uma relação complicada com o meu pai, mas acabei me afastando da família quando vim trabalhar aqui, foi onde conheci o Antony e ele virou minha família. Assim que acabou a reunião voltamos a nossa rotina diária. Como esperado, o resto do dia no trabalho foi difícil, pois estava apreensiva com o que me esperava nessa viagem. Depois do final de expediente, como de costume, fui para casa do Antony, onde estavam minha afilhada e minha comadre. — Olha quem apareceu Paulinha — a Samara, esposa do Antony, fala chamando a minha afilhada. — Dinda — ela fala e vem correndo me abraçar. A pego no colo e a encho de beijos como sempre faço. — Como você cresceu pequena, já está conseguindo alcançar as guloseimas no armário? Ela nega com a cabeça. — Mas eu subo no banquinho — ela cochicha no meu ouvido. Sorri com isso. Coloco ela no chão e cumprimento a minha amiga. — Como vocês estão? — digo acariciando a barriga dela. Samara é a esposa do Antony, mãe da Paulinha e futura mãe do Paulinho. Nem comento mais da combinação de nomes, foi a Paulinha que escolheu. — Cansados e com fome de pizza — ela diz. — Que tal 4 queijos? — Perfeito — sorri pra ela. O Antony pediu a pizza e arrumamos a mesa. — O Antony falou da novidade — ela fala enquanto a ajudo a fazer o suco. — Tenho certeza que ele está muito feliz — digo. — E estou feliz por ele. — Mas e você, como é saber que vai voltar pra casa depois de tanto tempo? — Não estou indo para casa e sim trabalhar. — Você entendeu o que quis dizer. — Ainda não decidi o efeito que isso terá. — Você vai está na mesma cidade que seu pai, não pensa em ligar para avisar onde está ou algo assim? — Podemos mudar de assunto? — sorri gentil. — Claro — ela diz. — Mas vai ser bom pra você, vai que se encanta por um gaúcho. Ri dela. — É ruim eu me apaixonar — sorri negando com a cabeça. — Corro de relacionamento. — Veremos — ela sorri maliciosa. — Dinda — Paulinha me chama. — O papai disse que a senhora vai viajar para um lugar muito muito muito longe, mas que ia me ligar sempre para gente conversar. — É verdade, meu amor, mas é só por um tempo. — Não quero que vá embora — ela faz carinha de choro. — Eu ainda nem fui e vocês já estão sentindo minha falta — ri deles. — Amo vocês e vou ligar todos os dias, fiquem tranquilos que volto em 5 meses. A Samara olhou para o Antony e sorriu maliciosa. Olhei desconfiada, mas não disse nada. O resto da noite foi tranquila, com brincadeiras e risadas. Coloquei minha afilhada na cama e logo ela dormiu. — Tem certeza que vai aceitar a proposta? — meu amigo pergunta. — Já quer se livrar da concorrência? — brinco com ele. — Pelo contrário, quero ganhar de forma justa, lá você vai ficar distraída com sua vida pessoal, sem contar que é tudo novo. — Eu vou ficar bem e vou ganhar de você. — Você não precisa fingir que está bem — ele diz. — E nunca que você vai ganhar de mim. Ele debocha me fazendo rir. A verdade é que não estava nem um pouco contente com essa mudança, mas não poderia desistir da promoção, trabalhei muito pra isso. — Promete não me esquecer? — Como alguém conseguiria te esquecer? Te amo e estarei sempre aqui para o que precisar. — Também te amo — me despeço dele com lágrimas nos olhos. --♡-- Alguns dias depois eu fui embora de Sergipe, foi tão de repente, mas um sentimento novo surgiu, não medo ou ansiedade, era algo diferente, algo que me dizia que aquela seria a viagem que mudaria minha vida, ainda não sei como, mas com certeza ela vai mudar. Continua... - - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - - Primeiro capítulo postado com sucesso! Espero que comentem e curtam bastante. Preparados para conhecer essa cidade maravilhosa junto da nossa Sarah? P.S: Sempre tento fazer histórias nos Estados brasileiros, conta pra gente qual a sua cidade, aposto que posso fazer um personagem morando aí! 😉 Beijos, Larissa.SarahEstou tão cansada com essa mudança, que nem sai de casa, na verdade, nem sei se posso chamar isso de casa.Estou em um hotel, isso mesmo, um hotel!A empresa disse que não conseguiu nenhum apartamento para alugar por apenas 5 meses, como foi uma mudança rápida eles não conseguiram fazer tudo no período curto de tempo, e agora eu tenho que morar no hotel até eles resolverem este problema.Eu nem desfiz as minhas malas, não consigo me acostumar a morar em um hotel, é tão impessoal. Hoje é meu primeiro dia no trabalho e não posso me atrasar, por isso, assim que me arrumo, pego minha bolsa e chamo um carro pelo aplicativo. Ele não demora a chegar e seguimos até o escritório. Assim que paro de frente ao prédio fico parada do lado de fora admitindo. Depois de tanto tempo, e pensar que foi aqui que as coisas começaram a mudar.Me vieram várias lembranças a mente, o passado aqui é tão presente.Decido afastar esses pensamentos e entrar na empresa. Foco Sarah!— Bom dia, sou nova aqu
Philip Acordo com uma gritaria no andar de baixo, e sei que as crianças já estão acordadas. Desço para ver o estrago da casa.Desde que a minha irmã e minhas sobrinhas vieram para cá, a casa de manhã cedo é uma zona, como esperando, havia comida espalhada pela cozinha e vários brinquedos no chão. É difícil estar acostumado a viver sozinho e na paz do meu apartamento, e agora ter três bagunceiras para desorganizar tudo. Mas as amo, e sempre ajudo quando precisam.Respiro fundo depois da minha pequena reflexão e vou até elas. — Bom dia, dorminhoco — diz a minha irmã segurando a bebê Liz. — Quando voltar arrumo tudo, vou deixar a Liz na creche, pode levar a Laurinha para a escola?— Claro — falo depois de ser bombardeado com tanta informação. — E bom dia.Me despeço da minha irmã e depois vou até minha sobrinha que já espera sentada no sofá. — Vou só tomar um banho, pequena — aviso antes de me retirar. — Quando voltar não quero um brinquedo no chão. Subo as escadas até o meu banhe
SarahAntes de ir ao trabalho passo na cafeteira perto do trabalho, sim, a cafeteira que ouvi meus novos colegas falando mal de mim. Peço um café expresso e um pão de queijo. Amo pão de queijo.— Aqui senhora — o atendente me entrega.— Grata — agradeço.Penso em apenas ir ao trabalho e comer lá, mas ao mesmo tempo, penso em ficar e socializar com as pessoas. Mas mudo de ideia assim que penso naquela garota falsa, Britney o nome dela. Reviro os olhos só de pensar.Vou ao trabalho, e lá realizarei minha refeição matinal, e dessa vez, tomo cuidado para não esbarra em ninguém.Assim que chego, subo ao meu escritório e sento na minha cadeira colocando o saquinho com o pão de queijo na mesa e o café no meu porta copos, na minha mesa também. Após me organizar, entre alguns goles de café, abro o saquinho onde o meu pão estava. Sorri logo que o vi.Uma curiosidade sobre o pão de queijo Sergipano. Ele é diferente a maioria dos pães de queijo do restante do país. Não digo todos, pois ainda n
SarahTerminamos de comer e eu peço a conta.Após pagar por nosso almoço, voltamos para o escritório. Ela estava super tagarela, brincamos, cantamos e conversamos o caminho inteiro. Acha que é cedo demais para me apaixonar por essa criança? Ela me lembra a minha afilhada, tão esperta quanto ela. Que saudade dela.Assim que chegamos ao escritório ela olha para mim com uma cara de dor.— Tia, minha biga tá doendo — ela fala alisando a barriga. — Vamos ao banheiro — digo pegando sua mão. Quando chegamos ao banheiro ela vomita tudo o que comeu. Seguro seu cabelo e a ajudo a se limpar depois. — Não deveria ter te dado macarrão, a Dani falou que você tinha passado mal na escola. — Acho que tomei leite estragado no café da manhã — ela resmunga enquanto a limpo. Coloco ela sentada no mármore da pia e limpo a sua farda que havia sujado de vômito. — Acho melhor trocar de roupa — digo vendo que o cheiro da roupa não está nada bem.— Só tenho essa roupa, tia. — Tudo bem, vamos dar um je
SarahAcordo cedo e vou me arrumar, em seguida arrumo todas as minhas coisas na mala novamente. Faço check-out no hotel antes de sair.Vou fazer a mudança antes de ir trabalhar, para ter o privilégio de chegar em um lar depois do trabalho e descansar. Um lugar que realmente parecesse um lar, e não um hotel, onde tinha estranhos circulando os corredores, e pouco espaço no quarto para respirar.Meus chefes disseram que escolheram especialmente para mim, imaginei que seria perto da casa da minha família, mas não, para minha sorte era um apartamento próximo ao trabalho, o que iria me poupar tempo.Subo com as malas após pegar a chave com o porteiro do prédio. É um lugar bonito, tem apenas uma torre, o que significa que são menos vizinhos para circular no hall do prédio, e o meu apartamento fica no 12° andar. — Lar doce lar — digo ao abrir a porta. O apartamento está todo mobiliado, e a decoração é igual a da minha casa em Aracaju. Fico surpresa. Mais aconchegante que isso, só estendo
Sarah O dia passou bem lento hoje, apesar de ter trabalhado muito. Esbarrei algumas vezes com o Philip e todas as vezes são desagradáveis, apesar de ser um colírio para os meus olhos. Saio do trabalho indo ao mercado fazer compras, e claro que não vou comprar muitas coisas, já que não sei cozinhar. Escolho algumas comidas congeladas e produtos industrializados, é com isso que irei me virar nos próximos dias.Ando mais um pouco pelo mercado, e chego na sessão de doce, fico olhando para a lata de leite condensado. Eu e a minha irmã amávamos comer brigadeiro de colher e assistir filmes juntas. Sorri com a lembrança.Penso em pegar a lata, mas recuo como se aquela lata fosse a Savana. Não falo com a minha irmã desde que sai de casa para morar em Aracaju. Depois da briga com meu pai ela ficou do lado dele, tentou me ligar algumas vezes, mas depois de uns meses nunca mais tive contato. Apesar de ter acontecido há anos, ainda me afeta.Me desfaço dessas lembranças e vou pagar os itens qu
Ele me olha e depois para as meninas, a Liz estava no sofá, que agora estava limpo, e brincava com o seu mordedor. Claro que rodeada de almofadas para não cair. A Laura estava a minha frente, em pé onde decidíamos o que iríamos fazer agora.— Devo ter entrado na casa errada — ele diz virando para sair. — Não seja bobo — Laurinha diz. Me admiro pela forma que ela fala com o pai. — O que está acontecendo aqui? — ele pergunta voltando a olhar para nós.— A Mônica, mãe das meninas, teve que sair e pediu para ficar com elas — respondi como se fosse óbvio. — Mas no meu apartamento? — ele aponta para si com a mão.— Ela ficou com medo do irmão dela chegar e não as ver aqui — digo. — Só esqueceu de avisar que o pai também era surtado - sussurro a última parte para apenas eu escutar.— Olha, arrumamos a casa — Laurinha fala quebrando o clima ruim que estava ali. — Falta a cozinha.Ele parece finalmente voltar a si.— Ficou muito boa — ele diz para a pequena. — A cozinha pode deixar comigo —
SarahFiquei com as meninas brincando na sala até o Philip voltar do banho.Seu perfume chegou invadindo todo o ambiente me deixando um pouco zonza. — Não ac... — espirro. — Acha que... — espirro novamente. — Está tudo bem? — ele pergunta preocupado.— Tá, é que... — mais uma onda de espirro. — Não parece bem, me deixe te ajudar — ele diz e se aproxima de mim.O cheiro do seu perfume ficou ainda mais forte quando ele se aproximou. Comecei a espirrar sem parar. — Foi a água que te deixou assim, não é? Acho melhor você trocar de roupa — ele diz.— Não... — espirro. — Seu perfume...— Você é alérgica? Não sabia — ele diz dando uns passos para trás. — Vou tomar banho de novo. — Não precisa — digo finalmente começando a respirar de novo. — É só ficar longe, o excesso vai já embora.Depois de falar isso, sinto que seu rosto muda de expressão, não estava mais preocupado, mas sim desapontado. — Ele ama perfume tia, a mamãe diz que ele exagera — Laurinha fala. — Acho que sua mãe tem raz