Ele me olha e depois para as meninas, a Liz estava no sofá, que agora estava limpo, e brincava com o seu mordedor. Claro que rodeada de almofadas para não cair. A Laura estava a minha frente, em pé onde decidíamos o que iríamos fazer agora.
— Devo ter entrado na casa errada — ele diz virando para sair. — Não seja bobo — Laurinha diz. Me admiro pela forma que ela fala com o pai. — O que está acontecendo aqui? — ele pergunta voltando a olhar para nós. — A Mônica, mãe das meninas, teve que sair e pediu para ficar com elas — respondi como se fosse óbvio. — Mas no meu apartamento? — ele aponta para si com a mão. — Ela ficou com medo do irmão dela chegar e não as ver aqui — digo. — Só esqueceu de avisar que o pai também era surtado - sussurro a última parte para apenas eu escutar. — Olha, arrumamos a casa — Laurinha fala quebrando o clima ruim que estava ali. — Falta a cozinha. Ele parece finalmente voltar a si. — Ficou muito boa — ele diz para a pequena. — A cozinha pode deixar comigo — ele pisca para ela. — Não, pode deixar que a gente arruma — diz a Laura. — Tenho certeza que a senhorita Sarah tem coisas para fazer em casa — ele fala. — Já pode ir, não queremos mais incomoda-lá. — Não é incômodo algum, irei ficar até a mãe das meninas voltar, assim como ela me pediu. — Iupe! — Laurinha grita e pula. Ele me encara com um olhar mortal. — Como quiser — ele diz simplesmente, em seguida, segue para a cozinha, e eu o sigo. A Laurinha vem atrás de nós e deixo a Liz na sala, onde posso vê-la perfeitamente. — Laurinha, pode ficar um pouco com a Liz? Quero ficar a sós com a senhorita Sarah — Philip fala e estranho. Ela sai nos deixando a sós. Lá vai começar a nossa rotina diária de insultos e brigas. Só queira um dia tranquilo, é pedir muito? — Está me seguindo? — ele pergunta e arquiei uma sobrancelha. — Que? — Na empresa, no elevador, na minha casa — ele começa a citar os lugares onde nos vemos. — Por favor, Philip — reviro os olhos. — O mundo não gira em torno de você, principalmente o meu mundo — digo e vou até o balcão, pegando a louça e a colocando na pia. — A bagunça é minha, eu arrumo — ele parece finalmente despertar dos seus pensamentos. — Já estou limpando, vai procurar outra coisa pra fazer que não seja me perturbar — digo enquanto lavo a louça. Ele ia responder, mas a Laurinha entra na cozinha. — Tia — ela diz. — Posso ajudar? — O seu pai parece precisar mais da sua ajuda que eu — digo a ela. — Pai? — eles falam em uníssono. Olho confusa com a reação deles. — Ele é o meu tio, tia — ela diz. — Mônica é minha irmã — ele diz como se me devesse alguma satisfação, como se aquela informação tivesse urgência em ser dita. Uma parte de mim gostou de ter ouvido isso. — Devo ter feito confusão então — digo sem graça. — Deste modo, veja com seu tio se ele precisa de algo. — Tio — ela ia falar algo, mas ele a interrompe. — Vamos ajudar a senhorita Sarah com a louça, a princesa não deve nem saber como se faz isso — ele diz. Reviro os olhos com o apelido. Não digo nada. Ele coloca a Laurinha sentada no balcão e vem me ajudar. — Eu seco — ele diz no pé do meu ouvido, como se soubesse que me afetaria. Fecho os olhos tentando me controlar e volto a lavar a louça. Passamos um tempo em silêncio até que a Laurinha começa a cantar e o Philip a acompanha na música. Ri com eles. Eles me fizeram lembrar da Samara, do Antony e da minha linda afilhada, Paulinha. — Acho que acabamos com a cozinha — digo depois de passar um pano nos móveis e chão da cozinha. — Agradeço pela ajuda, princesa — ele diz. Estava até levando a sério sua gentileza, até ele complementar a frase com o apelido que me deu. — A Mônica ainda não voltou, então não pense que se livrou de mim — digo. Ele revira os olhos bufando. — Tios, quero banho — Laurinha diz. — Claro, me mostra o banheiro que te ajudo — digo indo até ela. — Pode deixar, minhas sobrinhas, minha responsabilidade — ele me para e vai até elas. — Ela pediu para mim — faço birra. — Não tem problema, os dois podem me dar banho — Laurinha resolve o problema. Ele me fuzila com o olhar e finjo não ligar. Pego a Liz e sigo a Laurinha pela casa. — Pode me dá a Liz, ela dá mais trabalho no banho, você pode ficar com a Laurinha — ele diz, e dessa vez não tem deboche na sua voz. — Isso foi um pedido ou uma ordem? — Um conselho — ele diz e parece falar sério. Mesmo desconfiada entrego a bebê para ele. Entramos no banheiro delas, ele dá banho na Liz na banheira dela e eu fico com a Laurinha no chuveiro. A Laurinha pula, j**a água para todos os lados, canta e não para quieta um instante, enquanto a Liz não faz um som. Olho furiosa para ele, que babaca. Ele havia me enganado. Ele sai com Liz e vai colocá-la na cama para vesti-lá. — O que acha de fazer uma pegadinha? — sugiro para pequena. Ela sorri cúmplices comigo. Terminamos o banho dela e a enrolo na toalha. — Tio! — ela grita do banheiro. — O chuveiro quebrou, tá derramando muita água. Ela grita e ele vem correndo ver o que aconteceu. — Estava funcionando mais cedo — ele diz entrando no box para tentar desligar o chuveiro. Assim que ele estica a mão para desligar empurramos ele no chuveiro fazendo com que ele se molhe todo. Saímos correndo no banheiro em seguida. Rimos no quarto ouvindo ele reclamar da água fria. Ouvimos ele desligar o chuveiro e se aproximar. Ele aparece no quarto pisando forte, os seus sapatos estavam encharcados. Estava fumaçando de raiva. Seguramos o riso assim que o vejo se aproximar. — O que vai fazer? — pergunto percebendo que ele estava vindo em minha direção. — Acho que você é a única que está seca — ele diz antes de me puxar pela cintura. Ele me segura forte e me abraça, me molhando inteira. Depois balança a cabeça fazendo com que os pingos d'água do seu cabelo espalhe pelo meu corpo. — Me solta — peço depois de está toda molhada. — Você que começou, só te devolvi. Ele ia falar algo, mas a Liz resmunga na cama e ele finalmente me solta. — Babaca — digo a ele. Me viro e pego a Liz. — Calma princesa — ele diz e sai do quarto logo em seguida. Bufo. Coloco a Liz de volta na cama, e tento me secar com a toalha. Laurinha pega a sua roupa e me ajuda a vesti-lá. Depois arrumo a Liz e descemos as escadas voltando a sala de estar. Continua... - - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - - Beijo, Larissa.SarahFiquei com as meninas brincando na sala até o Philip voltar do banho.Seu perfume chegou invadindo todo o ambiente me deixando um pouco zonza. — Não ac... — espirro. — Acha que... — espirro novamente. — Está tudo bem? — ele pergunta preocupado.— Tá, é que... — mais uma onda de espirro. — Não parece bem, me deixe te ajudar — ele diz e se aproxima de mim.O cheiro do seu perfume ficou ainda mais forte quando ele se aproximou. Comecei a espirrar sem parar. — Foi a água que te deixou assim, não é? Acho melhor você trocar de roupa — ele diz.— Não... — espirro. — Seu perfume...— Você é alérgica? Não sabia — ele diz dando uns passos para trás. — Vou tomar banho de novo. — Não precisa — digo finalmente começando a respirar de novo. — É só ficar longe, o excesso vai já embora.Depois de falar isso, sinto que seu rosto muda de expressão, não estava mais preocupado, mas sim desapontado. — Ele ama perfume tia, a mamãe diz que ele exagera — Laurinha fala. — Acho que sua mãe tem raz
SarahEu voltei a cortar a salada e eles a fazer a parte difícil. O macarrão já estava no fogo e o Philip estava fazendo o molho caseiro. Tenho que admitir?, até que estava divertido fazer isso com eles.— Deixa eu experimentar — Laurinha diz se referindo ao molho que o Philip fez. Ela pega o seu banquinho e leva para perto do fogão, fica em pé sobre o banco e espera seu tio te oferecer. — Só um pouquinho — ele diz dando a colher para ela experimentar. Ela abre a boca para provar o molho e faz uma expressão contente ao provar. — Igual o da vovó — ela diz. — Quer experimentar, tia? — Obrigada, meu amor — agradeço e nego com a cabeça. Ele pega a colher de madeira e enche de molho e vem até mim.— Não precisa ficar vermelha — ele diz sorrindo fraco. — Pode experimentar. Abri a boca e ele despeja o líquido da colher. E nossa, que molho maravilhoso.Fecho os olhos para saborear. Assim que abro meus olhos, tem lindos olhos castanhos me olhando, eles estão me fitando de tal maneira
Philip Essa morena não sai da minha cabeça, além do mais, meus amigos não param de falar da Sarah, porque a Sarah fez isso, porque ela é linda, porque é muito inteligente. Ouço e vejo aquele rosto perfeito todos os dias, mas não esperava ver ela aqui no prédio. Não basta ser minha chefe, ainda mora no mesmo prédio, ou pior, ao lado do meu apartamento?Só pode ser uma piada. Aproveito que é final de semana e que não trabalhamos para correr um pouco, mas o que era para espairecer e me livrar desse mulher, teve efeito contrário, já que não parava de pensar nela. Ao invés de desocupar a mente, percebi que o melhor a se fazer é ocupar a mente com outras coisas diferentes dela.Quando cheguei em casa e vi a Sarah na minha sala com minhas sobrinhas quase que enlouqueço, só poderia está delirando, mas era ela.Percebi o rosto de alívio ao saber que eu era o tio da Laurinha e não o pai, me questiono o porquê, mas logo ela disfarçou. E coincidentemente, ela era a tal tia legal que a Laura nã
PhilipPenso no que dizer, não poderia contar a ela que penso nela quando estou sozinho, com pessoas, com a mente vazia, ou até com a mente cheia.— É... bem... — começo a gaguejar. Ela cruza os braços na altura do peito e fica me encarando. Do nada ouço um barulho, estranho e busco o lugar de onde veio, mas percebo que era ela assim que ela põe uma das mãos na barriga alisando. — Ainda não almocei — ela diz sem graça. — Ainda tem um pouco da lasanha da vovó — digo dando de ombros. — Vamos entrar que te sirvo.Digo e abro a porta do meu apartamento dando espaço para que ela entre. Ela parece relutante com a ideia, mas sua barriga ronca de novo a fazendo entrar. — Não quero incomodar — ela diz sem graça.— Está tudo bem, afinal, você também ajudou a fazer — pisco para ela, o que a deixa vermelha. Ela me segue para cozinha e senta na bancada.Coloco a lasanha que sobrou no microondas para ela. Ficou um silêncio constrangedor enquanto esperamos esquentar, mas logo ela o quebra. — S
Sarah Caminho até o restaurante com a barriga clamando por um pouco de comida, mas assim que entro no estabelecimento e vejo a minha tia, a fome some, e só penso em uma coisa: tenho que sair daqui.Logo eu dou meia volta tentando sair antes que ela me visse, mas já era tarde demais.— Oh, Sarah? — ela me vê e parece surpresa, mas não tão surpresa. Ela vem até a porta do restaurante, onde eu ainda estava.— Tia Safira — dou um meio sorriso tentando parecer surpresa em vê-la ali. Na verdade eu até que estava surpresa, mas uma parte de mim sabia que mais cedo ou mais tarde esse encontro iria acontecer.— Não faz essa cara comigo — ela diz e revira os olhos. — Você me lembra tanto a sua mãe, vem cá — diz ela me puxando para um abraço, ignorando totalmente o quão estranho era nos ver depois de tantos anos.A tia Safira sempre foi muito próxima da família, ela era irmã da minha mãe e depois que nossa mãe faleceu, a tia Safira se tornou o exemplo mais próximo de mulher para mim.— Por que
SarahPassar a tarde com o Philip foi surpreendente bom, até que ele não é o gaúcho grosseiro que pensei, é até adorável. Acho até que ficar com meus vizinhos hoje foi o ponto alto do meu dia.Volto para casa assim que a Mônica volta, ela não parecia muito bem e não quero me intrometer na vida deles. Assim que consigo sair, venho para o meu apartamento.Olho ao redor e entristeço em perceber que estou sozinha de novo.Ligo a TV e nada está passando na TV aberta, nenhuma programação me interessa. Pego um livro para ler, mas passa um mosquito e logo me perco nos pensamentos de novo. Resolvo ligar para o Antony, falar com eles sempre é a melhor opção a se fazer.Ligação on.— Lembrou que tem família? — fala Antony ao atender o telefone.— E você lembra de mim quando? — questiono ao perceber que ele pouco me liga.— Vocês dois são uns desnaturados. Se não sou eu para ligar, a gente nunca se fala — Sami entra na conversa.— Oi Sami.— Oi Sarah, me conta as novidades do seu amigo bonitão d
SarahAssim que acabou o meu horário de expediente sai quase que correndo, para não ficar nem um segundo a mais ali. Depois de um mês intenso de trabalho, só quero minha cama, minha casa, meu cantinho para descansar.Chego em casa mais rápido que o comum, na verdade, nem sei como consegui chegar de tão cansada que estou. Chego já tirando os sapatos, casaco e a bolsa, depois vou direto para pia do banheiro e lavo as mãos, sem ao menos tomar um banho e trocar de roupa, vou direto para a cozinha.Hoje irei fazer um doce de leite, passei o dia desejando isso, ou seja, ou como esse doce hoje, ou ficarei até mesmo louca.Pego os ingredientes e começo a misturar. Não sou boa na cozinha, mas até que com doce eu sei me virar. Pelo menos, nunca me queimei ou queimei algo, quando estou fazendo meus doces.Não demorou muito para eu terminar, e quando vou colocar no recipiente para deixar descansando, ouço a campainha. Assim que ouço vou atender a porta. Sabia que iria ser um dos vizinhos, já q
SarahOuvimos um pigarreio nos tirando do transe.— Sinto que sempre os atrapalho, mas estou com fome, crianças — Mônica fala me deixando sem graça. — Tem razão maninha — ele fala um pouco chateado, e não parece está se referindo a fome. Ele sai de perto de mim e disca um número no celular, julgo ser da pizzaria. — Não disse — Mônica sussurra nos meus ouvidos. — Estão caidinhos um pelo outro.— Não exagera — reviro os olhos.— Pizza de que meninas? — Philip pergunta ainda no telefone. Passamos nossos sabores e ele faz o pedido, e logo em seguida desliga a ligação.Ele vai até Mônica e sussurra algo no ouvido da irmã, que sai em seguida avisando que vai ao apartamento buscar as bebidas. Ficamos a sós pela primeira vez, já estava constrangedor, depois da proximidade de minutos a trás, ficou ainda mais.— Ainda não tive a oportunidade de conversar com você, mas queria te dizer que nesse último mês pude perceber a evolução da empresa e além de gostar muito de você no ambiente profiss