Capítulo 10

Sarah

Eu voltei a cortar a salada e eles a fazer a parte difícil.

O macarrão já estava no fogo e o Philip estava fazendo o molho caseiro. Tenho que admitir?, até que estava divertido fazer isso com eles.

— Deixa eu experimentar — Laurinha diz se referindo ao molho que o Philip fez.

Ela pega o seu banquinho e leva para perto do fogão, fica em pé sobre o banco e espera seu tio te oferecer.

— Só um pouquinho — ele diz dando a colher para ela experimentar.

Ela abre a boca para provar o molho e faz uma expressão contente ao provar.

— Igual o da vovó — ela diz. — Quer experimentar, tia?

— Obrigada, meu amor — agradeço e nego com a cabeça.

Ele pega a colher de madeira e enche de molho e vem até mim.

— Não precisa ficar vermelha — ele diz sorrindo fraco. — Pode experimentar.

Abri a boca e ele despeja o líquido da colher. E nossa, que molho maravilhoso.

Fecho os olhos para saborear.

Assim que abro meus olhos, tem lindos olhos castanhos me olhando, eles estão me fitando de tal maneira que não consigo não olhar. O Philip estava me olhando com expetativa, depois sinto sua expressão mudar.

Nossos rostos foram se aproximando, involuntariamente, olho para sua boca.

— Perdi alguma coisa? — ouço a voz de Mônica e me afasto do Philip.

Fico sem graça com a cena que ela presenciou. Não acredito que iria beijar o Philip.

Posso apostar que estou vermelha de novo.

— Muita coisa — Laurinha diz sem deixar espaço de ninguém falar mais nada. — Os tios quase brigaram, mas aí eu e a tia demos um banho no tio Phil, a tia Sarah me deu banho, ficou cheia de água porque o tio deu um abraço todo molhado nela, e ajudei eles a arrumar a casa, agora estamos fazendo o almoço, mas a tia se cortou e o tio deu um beijinho para sarar rapidinho — ela diz tudo muito rápido, nem sei se sua mãe entendeu.

— Não duvido — ela diz impressionada com as coisas que a Laura disse.

— Esqueci de dizer, a Laura é bem fofoqueira — Phil diz implicando com sua sobrinha.

Ela cruza os braços e faz um bico lindo, mas emburrado.

— Bom, já que você voltou, tenho que ir para casa — digo limpando minhas mãos no pano que havia na cozinha.

— Que isso, não precisa ir logo agora que eu cheguei — Mônica diz.

— Não é por você, é que já atrapalhei demais a rotina de vocês, não quero mais incomodar.

— Fica, tia — Laurinha pede. — Almoça com a gente.

— Obrigada, mas quem sabe outro dia — digo. — Foi muito bom ficar com você — me despeço dela. Abaixo ficando da sua altura e lhe dou um beijo na sua testa.

— Tem certeza que não podemos convencê-la? — Mônica pergunta.

— Sim, tenho algumas coisas para fazer em casa — digo. Não era uma total mentira, tinha mesmo.

— Tudo bem, mas está nos devendo um almoço— Mônica diz. — E eu estou te devendo por ter ficado com as meninas para mim.

— Que isso, foi um prazer — digo para ela. —Sempre que precisar pode me chamar, e podem ir la em casa também, adoraria recebê-las.

Ela sorri e me abraça de repente, me assusto, mas fico feliz com seu ato.

Me despeço delas, e com um olhar para Philip, que não havia falado mais nada depois que disse que iria embora. Vou para o meu apartamento começar o quer havia planejado para o meu dia.

— O que está acontecendo com você, Sarah? - brigo comigo mesma.

Me pego pensando naquele par de olhos castanhos e seu sorriso carinhoso.

— Só posso está ficando maluca — reviro os olhos percebendo no que estou pensando. — A gente odeia ele, Sarah!

Me perco nos meus pensamentos e quase não ouço o meu celular tocar.

Olho no visor e vejo que é uma chamada de vídeo da Samara.

Chamada de vídeo on.

— Oi Sami — digo ao atender.

— Que desânimo é esse?

— Nada, só um pouco cansada.

— Como estão as coisas, conseguiu algum avanço?

— Tá brincando? Eles nem me aceitaram ainda, quando chego eles se calam, quando falo eles fingem não ouvir, poucos me deram chance, tem quatro setores que estão acabando comigo de todas as formas possíveis.

— Deixa eu adivinhar, o senhor bonitão e da loira metida.

— Eu não te disse que ele era bonito.

— E não é? — ela arqueia a sobrancelha.

— Tá, ele é — reviro os olhos. — Está certa, eles dois e os outros dois, que apesar de serem gentis comigo, ainda assim não me ajudam a ajudar eles.

— Você vai conseguir, não tem como alguém não gostar de você.

— Você não conhece eles, me sinto uma intrusa.

— Mas você é, eles estão há anos nisso, sem ninguém para supervisionar, aí você chega querendo mudar tudo.

— Talvez tenha razão, o tempo pode mudar isso.

— O tempo muda tudo.

— Nem tudo...

Ela não diz mais nada, só solta uma respiração pesada.

— Me diz como estão as coisas, e minha afilhada favorita?

— Você só tem ela — Samara revira os olhos.

— Mas não deixa de ser minha pessoa favorita.

— Oii dinda, estou com saudades — a pequena diz aparecendo na câmera.

— Também estou meu amor, com muitas saudades, jaja a dinda volta.

— Promete que vai visitar a gente?

— Prometo que juro

Ela sorri pela forma que falei.

— Estamos todos bem, incluindo o Paulinho, mas agora temos que ir, ainda não terminei o almoço e o seu melhor amigo é um esfomeado que não sabe esperar, jaja chega aí.

— Tá bem, beijo e bom almoço.

Ela sorri e se despede.

Chamada de vídeo off.

Depois da ligação e de ouvir ela falando de comida, lembro que acabei de perder de comer uma refeição caseira de verdade, talvez a melhor comida que já comi.

Agora me bateu uma fome.

Não tem nada para comer aqui, então, como última e única opção, decidi sair para almoçar em um restaurante.

Falo com o porteiro e ele me indica um ótimo restaurante, segundo ele mesmo, que há poucas quadras daqui.

Ele disse que havia ido apenas uma vez, mas era muito bem comentado na cidade.

Vou caminhando para o tal restaurante, já que era perto não precisa ir de carro. Realmente não demorei muito para chegar.

Paro na porta, assim que adentro o restaurante, e vejo no final do lugar uma das pessoas que estou evitando ver em todos os dias desde a minha chegada nesta cidade.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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