Sarah
Eu voltei a cortar a salada e eles a fazer a parte difícil. O macarrão já estava no fogo e o Philip estava fazendo o molho caseiro. Tenho que admitir?, até que estava divertido fazer isso com eles. — Deixa eu experimentar — Laurinha diz se referindo ao molho que o Philip fez. Ela pega o seu banquinho e leva para perto do fogão, fica em pé sobre o banco e espera seu tio te oferecer. — Só um pouquinho — ele diz dando a colher para ela experimentar. Ela abre a boca para provar o molho e faz uma expressão contente ao provar. — Igual o da vovó — ela diz. — Quer experimentar, tia? — Obrigada, meu amor — agradeço e nego com a cabeça. Ele pega a colher de madeira e enche de molho e vem até mim. — Não precisa ficar vermelha — ele diz sorrindo fraco. — Pode experimentar. Abri a boca e ele despeja o líquido da colher. E nossa, que molho maravilhoso. Fecho os olhos para saborear. Assim que abro meus olhos, tem lindos olhos castanhos me olhando, eles estão me fitando de tal maneira que não consigo não olhar. O Philip estava me olhando com expetativa, depois sinto sua expressão mudar. Nossos rostos foram se aproximando, involuntariamente, olho para sua boca. — Perdi alguma coisa? — ouço a voz de Mônica e me afasto do Philip. Fico sem graça com a cena que ela presenciou. Não acredito que iria beijar o Philip. Posso apostar que estou vermelha de novo. — Muita coisa — Laurinha diz sem deixar espaço de ninguém falar mais nada. — Os tios quase brigaram, mas aí eu e a tia demos um banho no tio Phil, a tia Sarah me deu banho, ficou cheia de água porque o tio deu um abraço todo molhado nela, e ajudei eles a arrumar a casa, agora estamos fazendo o almoço, mas a tia se cortou e o tio deu um beijinho para sarar rapidinho — ela diz tudo muito rápido, nem sei se sua mãe entendeu. — Não duvido — ela diz impressionada com as coisas que a Laura disse. — Esqueci de dizer, a Laura é bem fofoqueira — Phil diz implicando com sua sobrinha. Ela cruza os braços e faz um bico lindo, mas emburrado. — Bom, já que você voltou, tenho que ir para casa — digo limpando minhas mãos no pano que havia na cozinha. — Que isso, não precisa ir logo agora que eu cheguei — Mônica diz. — Não é por você, é que já atrapalhei demais a rotina de vocês, não quero mais incomodar. — Fica, tia — Laurinha pede. — Almoça com a gente. — Obrigada, mas quem sabe outro dia — digo. — Foi muito bom ficar com você — me despeço dela. Abaixo ficando da sua altura e lhe dou um beijo na sua testa. — Tem certeza que não podemos convencê-la? — Mônica pergunta. — Sim, tenho algumas coisas para fazer em casa — digo. Não era uma total mentira, tinha mesmo. — Tudo bem, mas está nos devendo um almoço— Mônica diz. — E eu estou te devendo por ter ficado com as meninas para mim. — Que isso, foi um prazer — digo para ela. —Sempre que precisar pode me chamar, e podem ir la em casa também, adoraria recebê-las. Ela sorri e me abraça de repente, me assusto, mas fico feliz com seu ato. Me despeço delas, e com um olhar para Philip, que não havia falado mais nada depois que disse que iria embora. Vou para o meu apartamento começar o quer havia planejado para o meu dia. — O que está acontecendo com você, Sarah? - brigo comigo mesma. Me pego pensando naquele par de olhos castanhos e seu sorriso carinhoso. — Só posso está ficando maluca — reviro os olhos percebendo no que estou pensando. — A gente odeia ele, Sarah! Me perco nos meus pensamentos e quase não ouço o meu celular tocar. Olho no visor e vejo que é uma chamada de vídeo da Samara. Chamada de vídeo on. — Oi Sami — digo ao atender. — Que desânimo é esse? — Nada, só um pouco cansada. — Como estão as coisas, conseguiu algum avanço? — Tá brincando? Eles nem me aceitaram ainda, quando chego eles se calam, quando falo eles fingem não ouvir, poucos me deram chance, tem quatro setores que estão acabando comigo de todas as formas possíveis. — Deixa eu adivinhar, o senhor bonitão e da loira metida. — Eu não te disse que ele era bonito. — E não é? — ela arqueia a sobrancelha. — Tá, ele é — reviro os olhos. — Está certa, eles dois e os outros dois, que apesar de serem gentis comigo, ainda assim não me ajudam a ajudar eles. — Você vai conseguir, não tem como alguém não gostar de você. — Você não conhece eles, me sinto uma intrusa. — Mas você é, eles estão há anos nisso, sem ninguém para supervisionar, aí você chega querendo mudar tudo. — Talvez tenha razão, o tempo pode mudar isso. — O tempo muda tudo. — Nem tudo... Ela não diz mais nada, só solta uma respiração pesada. — Me diz como estão as coisas, e minha afilhada favorita? — Você só tem ela — Samara revira os olhos. — Mas não deixa de ser minha pessoa favorita. — Oii dinda, estou com saudades — a pequena diz aparecendo na câmera. — Também estou meu amor, com muitas saudades, jaja a dinda volta. — Promete que vai visitar a gente? — Prometo que juro Ela sorri pela forma que falei. — Estamos todos bem, incluindo o Paulinho, mas agora temos que ir, ainda não terminei o almoço e o seu melhor amigo é um esfomeado que não sabe esperar, jaja chega aí. — Tá bem, beijo e bom almoço. Ela sorri e se despede. Chamada de vídeo off. Depois da ligação e de ouvir ela falando de comida, lembro que acabei de perder de comer uma refeição caseira de verdade, talvez a melhor comida que já comi. Agora me bateu uma fome. Não tem nada para comer aqui, então, como última e única opção, decidi sair para almoçar em um restaurante. Falo com o porteiro e ele me indica um ótimo restaurante, segundo ele mesmo, que há poucas quadras daqui. Ele disse que havia ido apenas uma vez, mas era muito bem comentado na cidade. Vou caminhando para o tal restaurante, já que era perto não precisa ir de carro. Realmente não demorei muito para chegar. Paro na porta, assim que adentro o restaurante, e vejo no final do lugar uma das pessoas que estou evitando ver em todos os dias desde a minha chegada nesta cidade. Continua... - - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - - Beijos, Larissa.Philip Essa morena não sai da minha cabeça, além do mais, meus amigos não param de falar da Sarah, porque a Sarah fez isso, porque ela é linda, porque é muito inteligente. Ouço e vejo aquele rosto perfeito todos os dias, mas não esperava ver ela aqui no prédio. Não basta ser minha chefe, ainda mora no mesmo prédio, ou pior, ao lado do meu apartamento?Só pode ser uma piada. Aproveito que é final de semana e que não trabalhamos para correr um pouco, mas o que era para espairecer e me livrar desse mulher, teve efeito contrário, já que não parava de pensar nela. Ao invés de desocupar a mente, percebi que o melhor a se fazer é ocupar a mente com outras coisas diferentes dela.Quando cheguei em casa e vi a Sarah na minha sala com minhas sobrinhas quase que enlouqueço, só poderia está delirando, mas era ela.Percebi o rosto de alívio ao saber que eu era o tio da Laurinha e não o pai, me questiono o porquê, mas logo ela disfarçou. E coincidentemente, ela era a tal tia legal que a Laura nã
PhilipPenso no que dizer, não poderia contar a ela que penso nela quando estou sozinho, com pessoas, com a mente vazia, ou até com a mente cheia.— É... bem... — começo a gaguejar. Ela cruza os braços na altura do peito e fica me encarando. Do nada ouço um barulho, estranho e busco o lugar de onde veio, mas percebo que era ela assim que ela põe uma das mãos na barriga alisando. — Ainda não almocei — ela diz sem graça. — Ainda tem um pouco da lasanha da vovó — digo dando de ombros. — Vamos entrar que te sirvo.Digo e abro a porta do meu apartamento dando espaço para que ela entre. Ela parece relutante com a ideia, mas sua barriga ronca de novo a fazendo entrar. — Não quero incomodar — ela diz sem graça.— Está tudo bem, afinal, você também ajudou a fazer — pisco para ela, o que a deixa vermelha. Ela me segue para cozinha e senta na bancada.Coloco a lasanha que sobrou no microondas para ela. Ficou um silêncio constrangedor enquanto esperamos esquentar, mas logo ela o quebra. — S
Sarah Caminho até o restaurante com a barriga clamando por um pouco de comida, mas assim que entro no estabelecimento e vejo a minha tia, a fome some, e só penso em uma coisa: tenho que sair daqui.Logo eu dou meia volta tentando sair antes que ela me visse, mas já era tarde demais.— Oh, Sarah? — ela me vê e parece surpresa, mas não tão surpresa. Ela vem até a porta do restaurante, onde eu ainda estava.— Tia Safira — dou um meio sorriso tentando parecer surpresa em vê-la ali. Na verdade eu até que estava surpresa, mas uma parte de mim sabia que mais cedo ou mais tarde esse encontro iria acontecer.— Não faz essa cara comigo — ela diz e revira os olhos. — Você me lembra tanto a sua mãe, vem cá — diz ela me puxando para um abraço, ignorando totalmente o quão estranho era nos ver depois de tantos anos.A tia Safira sempre foi muito próxima da família, ela era irmã da minha mãe e depois que nossa mãe faleceu, a tia Safira se tornou o exemplo mais próximo de mulher para mim.— Por que
SarahPassar a tarde com o Philip foi surpreendente bom, até que ele não é o gaúcho grosseiro que pensei, é até adorável. Acho até que ficar com meus vizinhos hoje foi o ponto alto do meu dia.Volto para casa assim que a Mônica volta, ela não parecia muito bem e não quero me intrometer na vida deles. Assim que consigo sair, venho para o meu apartamento.Olho ao redor e entristeço em perceber que estou sozinha de novo.Ligo a TV e nada está passando na TV aberta, nenhuma programação me interessa. Pego um livro para ler, mas passa um mosquito e logo me perco nos pensamentos de novo. Resolvo ligar para o Antony, falar com eles sempre é a melhor opção a se fazer.Ligação on.— Lembrou que tem família? — fala Antony ao atender o telefone.— E você lembra de mim quando? — questiono ao perceber que ele pouco me liga.— Vocês dois são uns desnaturados. Se não sou eu para ligar, a gente nunca se fala — Sami entra na conversa.— Oi Sami.— Oi Sarah, me conta as novidades do seu amigo bonitão d
SarahAssim que acabou o meu horário de expediente sai quase que correndo, para não ficar nem um segundo a mais ali. Depois de um mês intenso de trabalho, só quero minha cama, minha casa, meu cantinho para descansar.Chego em casa mais rápido que o comum, na verdade, nem sei como consegui chegar de tão cansada que estou. Chego já tirando os sapatos, casaco e a bolsa, depois vou direto para pia do banheiro e lavo as mãos, sem ao menos tomar um banho e trocar de roupa, vou direto para a cozinha.Hoje irei fazer um doce de leite, passei o dia desejando isso, ou seja, ou como esse doce hoje, ou ficarei até mesmo louca.Pego os ingredientes e começo a misturar. Não sou boa na cozinha, mas até que com doce eu sei me virar. Pelo menos, nunca me queimei ou queimei algo, quando estou fazendo meus doces.Não demorou muito para eu terminar, e quando vou colocar no recipiente para deixar descansando, ouço a campainha. Assim que ouço vou atender a porta. Sabia que iria ser um dos vizinhos, já q
SarahOuvimos um pigarreio nos tirando do transe.— Sinto que sempre os atrapalho, mas estou com fome, crianças — Mônica fala me deixando sem graça. — Tem razão maninha — ele fala um pouco chateado, e não parece está se referindo a fome. Ele sai de perto de mim e disca um número no celular, julgo ser da pizzaria. — Não disse — Mônica sussurra nos meus ouvidos. — Estão caidinhos um pelo outro.— Não exagera — reviro os olhos.— Pizza de que meninas? — Philip pergunta ainda no telefone. Passamos nossos sabores e ele faz o pedido, e logo em seguida desliga a ligação.Ele vai até Mônica e sussurra algo no ouvido da irmã, que sai em seguida avisando que vai ao apartamento buscar as bebidas. Ficamos a sós pela primeira vez, já estava constrangedor, depois da proximidade de minutos a trás, ficou ainda mais.— Ainda não tive a oportunidade de conversar com você, mas queria te dizer que nesse último mês pude perceber a evolução da empresa e além de gostar muito de você no ambiente profiss
Sarah Desperto de um sono profundo que eu realmente precisava.Trabalhar tanto e não descontrair, ou com sorte, se divertir na mesma proporção está deixando meu corpo estranho. Acho que estou acostumada a depois de um dia inteiro de trabalho ir para casa dos meus amigos e ficar jogando conversa fora, rir e até mesmo brincar com minha sobrinha, agora que estou aqui a minha rotina é apenas trabalho, trabalho, e trabalho.Então ontem foi muito bom pra mim, me sinto até melhor, mais leve. Porém, acordar ao lado de tanta gente foi um tanto estranho, estou acostumada a ir dormir e acordar sozinha todos os dias.Me levanto devagar para não acordar ninguém, logo depois vou fazer minha higiene matinal no banheiros. Precisei passar um tempo de olhos abertos para me situar. Logo saio do banheiro e sinto minha barriga roncar. Lembro que não tenho nada em casa e muito menos o que sei fazer. Então, como uma atitude desesperada, peço o café da manhã num aplicado de fast-food, porém, pedi a comida
SarahSolto o ar que nem sabia que segurava. Acho que não o conheço mesmo.— É um prazer, senhor — o cumprimento com um apertar de mãos. — Nada de senhor, se é amigo da família é minha amiga também, entrem — ele diz dando espaço. Entramos em seguida.— Achei que a Mônica viesse — ele diz e parecia querer dizer isso a tempos. Ele tinha urgência em falar dela, deu para perceber o quanto ele quer que falemos sobre a sua esposa.— Ela não pode vim, estava multi atarefada hoje, ser mãe solteira não é fácil — Philip provoca. Seguro o riso.— Mas somos casados — ele diz perdido em seus pensamentos por um tempo.Pobre Benjamim, não sabe o que sua vida vai se tornar agora com o Philip te provocando. — É, mas estão dando um tempo em casas diferentes, ela está tendo que fazer comida, levar para escola, colocar para dormir, da banho, arrumar a bagunça, trabalhar, estudar, e enfim, fazer todas as obrigações — Philip estava bem engraçado se quer saber. Falou tudo calmamente e não se abateu um mo