Sarah
Antes de ir ao trabalho passo na cafeteira perto do trabalho, sim, a cafeteira que ouvi meus novos colegas falando mal de mim. Peço um café expresso e um pão de queijo. Amo pão de queijo. — Aqui senhora — o atendente me entrega. — Grata — agradeço. Penso em apenas ir ao trabalho e comer lá, mas ao mesmo tempo, penso em ficar e socializar com as pessoas. Mas mudo de ideia assim que penso naquela garota falsa, Britney o nome dela. Reviro os olhos só de pensar. Vou ao trabalho, e lá realizarei minha refeição matinal, e dessa vez, tomo cuidado para não esbarra em ninguém. Assim que chego, subo ao meu escritório e sento na minha cadeira colocando o saquinho com o pão de queijo na mesa e o café no meu porta copos, na minha mesa também. Após me organizar, entre alguns goles de café, abro o saquinho onde o meu pão estava. Sorri logo que o vi. Uma curiosidade sobre o pão de queijo Sergipano. Ele é diferente a maioria dos pães de queijo do restante do país. Não digo todos, pois ainda não visitei a todos os Estados. Em Sergipe, o pão de queijo é literalmente um pãozinho com queijo ralado por todo ele, uma massa de pão, não sei se tem queijo nela, e mais queijo encima do que ao redor. Tem pão de queijo recheado, geralmente o recheio é de queijão, o pão é molinho e apesar de terem a mesma cara. Tem sempre um mais gosto que o outro, dependendo do que o seu paladar mais gosta. E para os Sergipanos esse é o pão de queijo, e o só há outro tipo de pão de queijo, o mineiro. Porém, esse pão de queijo, que eles dizem ser mineiro, é o que comemos aqui em Rio Grande do Sul. Ao abrir o saquinho e ver o pão de queijo que comi a minha infância e adolescência toda, me causou lembranças felizes. Mas confesso que me acostumei a comer o pão de queijo deles. Com esses pensamentos termino rapidamente o meu café, e em pouco tempo já começo o meu dia. - - ❤️ - - A manhã passou voando, e quando vejo, já estava quase no horário do meu almoço. São tantas coisas para fazer e ler, que sinto que se não ficar olhando para o relógio, deixarei de almoçar algumas vezes. Estava revisando a papelada quando ouço uma movimentação do lado de fora. Saio da sala para ver o que está acontecendo, e se estava tudo bem com a Dani. — Sarah — a Dani sorri desconfiada ao me ver ao lado de fora. — Posso ajudar? Quando eu ia responder vejo que há uma menina atrás dela. — O que está acontecendo Danielle? — pergunto surpresa. Será que seria sua filha? Ou algum parente? — Desculpa, acontecendo um imprevisto — ela tenta se explicar. — Como assim? — pergunto ainda confusa. — Ela estava passando mal na escola e me pediram para cuidar dela enquanto terminam uma reunião. — Ela não é sua? — pergunto e sigo a olhando escondida atrás das pernas da Dani. — Não, é de um dos funcionários da empresa — ela diz por fim. — Prometo que ela não vai me atrapalhar, vou ficar com ela até ele terminar. — Mas seu horário já acabou — comento olhando para o relógio no meu pulso. — Eu sei, mas prometi cuidar dela. — Eu posso ficar com ela, no final do dia a deixo onde vocês combinaram — digo sem pensar muito. Onde está se metendo, Sarah? — Não, não quero incomoda-la, imagina — isso, sai dessa Sarah. Meu subconsciente suplicava, mas minha boca sempre foi maior que ele. — Tudo bem, Dani. Vai para casa que ela está sobre minha vigilância. — Não sei como te agradecer — ela diz espantada e visivelmente surpresa. — Indo pra casa, talvez — ela sorri e se despede da criança. Ela vai embora me deixando com aquela pequena menina. Disse poucas palavras em seus ouvido e partiu para casa. A pequena apenas me olha me analisando, então decidi dar o primeiro passo. — Tudo bem? — me abaixo para ficar da sua altura. — Qual seu nome? — Oi tia — ela sorri. — Pode me chamar de Laurinha — ela diz toda falante. — Que nome lindo, muito prazer — ela sorri. — Que tal almoçar? Já deve está com fome — sugeri ao ouvir minha barriga roncar. Ela balança a cabeça concordando. Pego em sua mão, que ela estende de bom grado, e vamos juntas para fora da empresa. Fomos para o restaurante que havia na esquina da empresa, era o único que tinha visto aqui por perto. — O que você quer comer? — pergunto para ela. — Macarrão — ela sorri empolgada. — Macarrão então — concordo com o pedido da mesma, e peço o mesmo para mim. — E dois sucos de laranja. O garçom anota e se afasta da mesa. — Laurinha, está gostando do dia na nossa empresa? — A tia Dani é muito legal e me deixou ficar desenhando, seu trabalho é bem grande. — Que bom, docinho - sorri para ela. — A mamãe não pode me levar para o trabalho porque a chefe dela é muito má. A mamãe brigou com o papai e eles não estão mais se falando, mas meu tio fala que eles jaja voltam a se falar, porque eles sempre brigam assim — ela fala tudo de uma vez, contando tudo sobre sua vida pessoal para uma completa estranha. Ser criança é tão descomplicado. — Então o seu tio deve está certo, não se preocupa que no final vocês vão ser muito felizes. — Sinto falta do papai — ela diz com uma voz desanimada. Ela faz uma carinha triste. Coitada da pequena, tão nova e já sofrendo com os problemas dos adultos. Pelo menos o pai dela vai sair da reunião e ela vai poder aproveitar um pouco. O almoço chegou e ela devorou o prato em tempo recorde, nem parecia a menina fofa de minutos atrás. Termino de comer e ela me espera sentada olhando ao redor, e balançando seus pés que não tocavam o chão. Tão fofa. Quem diria que passaria meu almoço acompanhada hoje. Sorri com esse pensamento. Continua... - - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - -♡- - - Beijos, Larissa.SarahTerminamos de comer e eu peço a conta.Após pagar por nosso almoço, voltamos para o escritório. Ela estava super tagarela, brincamos, cantamos e conversamos o caminho inteiro. Acha que é cedo demais para me apaixonar por essa criança? Ela me lembra a minha afilhada, tão esperta quanto ela. Que saudade dela.Assim que chegamos ao escritório ela olha para mim com uma cara de dor.— Tia, minha biga tá doendo — ela fala alisando a barriga. — Vamos ao banheiro — digo pegando sua mão. Quando chegamos ao banheiro ela vomita tudo o que comeu. Seguro seu cabelo e a ajudo a se limpar depois. — Não deveria ter te dado macarrão, a Dani falou que você tinha passado mal na escola. — Acho que tomei leite estragado no café da manhã — ela resmunga enquanto a limpo. Coloco ela sentada no mármore da pia e limpo a sua farda que havia sujado de vômito. — Acho melhor trocar de roupa — digo vendo que o cheiro da roupa não está nada bem.— Só tenho essa roupa, tia. — Tudo bem, vamos dar um je
SarahAcordo cedo e vou me arrumar, em seguida arrumo todas as minhas coisas na mala novamente. Faço check-out no hotel antes de sair.Vou fazer a mudança antes de ir trabalhar, para ter o privilégio de chegar em um lar depois do trabalho e descansar. Um lugar que realmente parecesse um lar, e não um hotel, onde tinha estranhos circulando os corredores, e pouco espaço no quarto para respirar.Meus chefes disseram que escolheram especialmente para mim, imaginei que seria perto da casa da minha família, mas não, para minha sorte era um apartamento próximo ao trabalho, o que iria me poupar tempo.Subo com as malas após pegar a chave com o porteiro do prédio. É um lugar bonito, tem apenas uma torre, o que significa que são menos vizinhos para circular no hall do prédio, e o meu apartamento fica no 12° andar. — Lar doce lar — digo ao abrir a porta. O apartamento está todo mobiliado, e a decoração é igual a da minha casa em Aracaju. Fico surpresa. Mais aconchegante que isso, só estendo
Sarah O dia passou bem lento hoje, apesar de ter trabalhado muito. Esbarrei algumas vezes com o Philip e todas as vezes são desagradáveis, apesar de ser um colírio para os meus olhos. Saio do trabalho indo ao mercado fazer compras, e claro que não vou comprar muitas coisas, já que não sei cozinhar. Escolho algumas comidas congeladas e produtos industrializados, é com isso que irei me virar nos próximos dias.Ando mais um pouco pelo mercado, e chego na sessão de doce, fico olhando para a lata de leite condensado. Eu e a minha irmã amávamos comer brigadeiro de colher e assistir filmes juntas. Sorri com a lembrança.Penso em pegar a lata, mas recuo como se aquela lata fosse a Savana. Não falo com a minha irmã desde que sai de casa para morar em Aracaju. Depois da briga com meu pai ela ficou do lado dele, tentou me ligar algumas vezes, mas depois de uns meses nunca mais tive contato. Apesar de ter acontecido há anos, ainda me afeta.Me desfaço dessas lembranças e vou pagar os itens qu
Ele me olha e depois para as meninas, a Liz estava no sofá, que agora estava limpo, e brincava com o seu mordedor. Claro que rodeada de almofadas para não cair. A Laura estava a minha frente, em pé onde decidíamos o que iríamos fazer agora.— Devo ter entrado na casa errada — ele diz virando para sair. — Não seja bobo — Laurinha diz. Me admiro pela forma que ela fala com o pai. — O que está acontecendo aqui? — ele pergunta voltando a olhar para nós.— A Mônica, mãe das meninas, teve que sair e pediu para ficar com elas — respondi como se fosse óbvio. — Mas no meu apartamento? — ele aponta para si com a mão.— Ela ficou com medo do irmão dela chegar e não as ver aqui — digo. — Só esqueceu de avisar que o pai também era surtado - sussurro a última parte para apenas eu escutar.— Olha, arrumamos a casa — Laurinha fala quebrando o clima ruim que estava ali. — Falta a cozinha.Ele parece finalmente voltar a si.— Ficou muito boa — ele diz para a pequena. — A cozinha pode deixar comigo —
SarahFiquei com as meninas brincando na sala até o Philip voltar do banho.Seu perfume chegou invadindo todo o ambiente me deixando um pouco zonza. — Não ac... — espirro. — Acha que... — espirro novamente. — Está tudo bem? — ele pergunta preocupado.— Tá, é que... — mais uma onda de espirro. — Não parece bem, me deixe te ajudar — ele diz e se aproxima de mim.O cheiro do seu perfume ficou ainda mais forte quando ele se aproximou. Comecei a espirrar sem parar. — Foi a água que te deixou assim, não é? Acho melhor você trocar de roupa — ele diz.— Não... — espirro. — Seu perfume...— Você é alérgica? Não sabia — ele diz dando uns passos para trás. — Vou tomar banho de novo. — Não precisa — digo finalmente começando a respirar de novo. — É só ficar longe, o excesso vai já embora.Depois de falar isso, sinto que seu rosto muda de expressão, não estava mais preocupado, mas sim desapontado. — Ele ama perfume tia, a mamãe diz que ele exagera — Laurinha fala. — Acho que sua mãe tem raz
SarahEu voltei a cortar a salada e eles a fazer a parte difícil. O macarrão já estava no fogo e o Philip estava fazendo o molho caseiro. Tenho que admitir?, até que estava divertido fazer isso com eles.— Deixa eu experimentar — Laurinha diz se referindo ao molho que o Philip fez. Ela pega o seu banquinho e leva para perto do fogão, fica em pé sobre o banco e espera seu tio te oferecer. — Só um pouquinho — ele diz dando a colher para ela experimentar. Ela abre a boca para provar o molho e faz uma expressão contente ao provar. — Igual o da vovó — ela diz. — Quer experimentar, tia? — Obrigada, meu amor — agradeço e nego com a cabeça. Ele pega a colher de madeira e enche de molho e vem até mim.— Não precisa ficar vermelha — ele diz sorrindo fraco. — Pode experimentar. Abri a boca e ele despeja o líquido da colher. E nossa, que molho maravilhoso.Fecho os olhos para saborear. Assim que abro meus olhos, tem lindos olhos castanhos me olhando, eles estão me fitando de tal maneira
Philip Essa morena não sai da minha cabeça, além do mais, meus amigos não param de falar da Sarah, porque a Sarah fez isso, porque ela é linda, porque é muito inteligente. Ouço e vejo aquele rosto perfeito todos os dias, mas não esperava ver ela aqui no prédio. Não basta ser minha chefe, ainda mora no mesmo prédio, ou pior, ao lado do meu apartamento?Só pode ser uma piada. Aproveito que é final de semana e que não trabalhamos para correr um pouco, mas o que era para espairecer e me livrar desse mulher, teve efeito contrário, já que não parava de pensar nela. Ao invés de desocupar a mente, percebi que o melhor a se fazer é ocupar a mente com outras coisas diferentes dela.Quando cheguei em casa e vi a Sarah na minha sala com minhas sobrinhas quase que enlouqueço, só poderia está delirando, mas era ela.Percebi o rosto de alívio ao saber que eu era o tio da Laurinha e não o pai, me questiono o porquê, mas logo ela disfarçou. E coincidentemente, ela era a tal tia legal que a Laura nã
PhilipPenso no que dizer, não poderia contar a ela que penso nela quando estou sozinho, com pessoas, com a mente vazia, ou até com a mente cheia.— É... bem... — começo a gaguejar. Ela cruza os braços na altura do peito e fica me encarando. Do nada ouço um barulho, estranho e busco o lugar de onde veio, mas percebo que era ela assim que ela põe uma das mãos na barriga alisando. — Ainda não almocei — ela diz sem graça. — Ainda tem um pouco da lasanha da vovó — digo dando de ombros. — Vamos entrar que te sirvo.Digo e abro a porta do meu apartamento dando espaço para que ela entre. Ela parece relutante com a ideia, mas sua barriga ronca de novo a fazendo entrar. — Não quero incomodar — ela diz sem graça.— Está tudo bem, afinal, você também ajudou a fazer — pisco para ela, o que a deixa vermelha. Ela me segue para cozinha e senta na bancada.Coloco a lasanha que sobrou no microondas para ela. Ficou um silêncio constrangedor enquanto esperamos esquentar, mas logo ela o quebra. — S