Capítulo 05

Sarah

Terminamos de comer e eu peço a conta.

Após pagar por nosso almoço, voltamos para o escritório.

Ela estava super tagarela, brincamos, cantamos e conversamos o caminho inteiro.

Acha que é cedo demais para me apaixonar por essa criança?

Ela me lembra a minha afilhada, tão esperta quanto ela. Que saudade dela.

Assim que chegamos ao escritório ela olha para mim com uma cara de dor.

— Tia, minha biga tá doendo — ela fala alisando a barriga.

— Vamos ao banheiro — digo pegando sua mão.

Quando chegamos ao banheiro ela vomita tudo o que comeu. Seguro seu cabelo e a ajudo a se limpar depois.

— Não deveria ter te dado macarrão, a Dani falou que você tinha passado mal na escola.

— Acho que tomei leite estragado no café da manhã — ela resmunga enquanto a limpo.

Coloco ela sentada no mármore da pia e limpo a sua farda que havia sujado de vômito.

— Acho melhor trocar de roupa — digo vendo que o cheiro da roupa não está nada bem.

— Só tenho essa roupa, tia.

— Tudo bem, vamos dar um jeito.

Sorri para ela, que me dá um sorriso amarelo.

Olhando para ela enquanto a limpo reparo que seu joelho está sangrando, tento tocar, mas ela puxa a perna com rapidez.

— O que foi isso?

— Cai na escola — ela diz dando de ombros como se não fosse nada.

— Vem, vamos para minha sala.

A coloco no chão novamente e fomos juntas para minha sala. Peço para alguém vim buscar a roupa da Laurinha e levar a lavanderia. Também peço o kit de primeiro socorros e limpo a ferida.

— A senhora é uma ótima mamãe — ela diz assim que dou um beijo no joelho.

— A minha mãe me ensinou que dá beijo onde dói faz sarar mais rápido a ferida.

Ela sorri e a visto com meu blazer.

— Ficou um pouco grande, mas é o melhor que consegui fazer.

— Tá lindo, tia — ela sorri agradecida. — Obrigada.

Sorri em retribuição.

Ela ficou comigo o resto da tarde, confesso que ela é uma ótima compainha.

No fim do dia a levo para o andar de baixo, mas não pude esperar seu pai aparecer, tinha bastante trabalho ainda.

— Tchau anjinho — dou um beijo no topo da sua cabeça

— Tchau tia — ela diz.

Logo depois volto para minha sala.

Engraçado como apenas uma menininha conseguiu mudar o meu dia totalmente.

Meus planos de revisar todos os papéis antigos foram por água abaixo. Agora terei mais trabalho acumulado que antes, mas em compensação, tive um dia leve com uma garotinha fofa.

Depois de mais algumas horas saio do escritório a caminho de casa, ou pelo menos, o que eu tinha no momento.

Assim que chego na minha casa, iremos chamar assim, ligo para o serviço de quarto. Benefícios de morar num hotel.

Peço meu jantar e vou direto para o banho.

— Dia longo — digo enquanto estou sentada na banheira.

Apesar do dia leve no trabalho, sei que a partir de amanhã as coisas irão se complicar.

Percebi que terei alguns desafios, mas não tantos quanto a Britany e o cara grosso dos olhos penetrantes.

Tento não pensar nisso e curto meus últimos minutos na banheira, pois logo o meu jantar chegaria.

Saio do banho procurando uma roupa para vestir. Não desfiz as malas, ainda não estou a vontade com a ideia de morar em um hotel.

Tirei apenas alguns itens e roupas, pois uso bastante, mas meu guarda-roupa inteiro estava na mala ainda.

Pego meu jantar e como, deliciando cada mordida. Que saudades de um cuscuz.

Não pude conter esse pensamento ao reparar que só aquela comida não me sustentaria.

Antes de dormir, ouço meu telefone tocar, e sei que é uma ligação da minha amiga.

Ligação on.

— Como foi o primeiro dia? — não demoro a atender, e ela já começa a falar.

— Oi para você também, Sam.

— Oi, Sarah. Como foi o primeiro dia?

— Péssimo, já posso voltar? — faço drama.

Se não fosse pela Laurinha, realmente, minhas palavras teriam mais verdade.

— Sabe que se fosse por mim nunca teria ido, mas já que aceitou, vai até o fim, e isso é o que você sempre faz.

— Bom saber que alguém tem esperança ainda, eu já estou desistindo. Eles me odeiam, sabem qual o meu apelido?

— Você já tem apelido? — ela diz segurando o riso.

— Medusa, é assim que eles me chamam.

Ela começa a rir, e não parece que não vai parar tão cedo.

— Samara!

— Tá, parei. Mas conta mais — ela diz ainda com lágrimas nos olhos de tanto da risada.

Respiro fundo e conto tudo que aconteceu hoje, até do pequeno anjinho que conheci.

— Pelo menos você já fez uma amiga — sorri.

— Ela é o mais perto de uma amiga que tenho no momento.

— Mas logo logo isso vai mudar, porque eles vão conhecer a Sarah que conhecemos, e vão pedir para que nunca mais vá embora.

— Não vamos exagerar — digo a fazendo rir. — Eu vou dormir que amanhã terei mais um dia longo. Obrigada por ligar.

— Te amamos, aguenta firme.

— Também amo vocês.

Ligação off.

Desligo a ligação e vou para cama.

Pelo menos amanhã já irei para casa onde ficarei hospedada, espero que consiga me sentir com a sensação de estar em “casa” lá.

Fico pensando no meu dia e nas coisas que aconteceram nesses dois dias. Além do Philip e da Laurinha, os dias tem sido normais e tranquilos, apenas trabalho, que é o que vim fazer aqui.

Espero que esses 5 meses passem voando, não vejo a hora de voltar para casa, que saudade dos meus amigos e da minha afilhada, depois de um dia cansativo sempre ia para casa deles, isso me ajudava a relaxar.

Com esses pensamentos acabo adormecendo

Continua...

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Beijos, Larissa.

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