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Capítulo 06

Sarah

Acordo cedo e vou me arrumar, em seguida arrumo todas as minhas coisas na mala novamente. Faço check-out no hotel antes de sair.

Vou fazer a mudança antes de ir trabalhar, para ter o privilégio de chegar em um lar depois do trabalho e descansar. Um lugar que realmente parecesse um lar, e não um hotel, onde tinha estranhos circulando os corredores, e pouco espaço no quarto para respirar.

Meus chefes disseram que escolheram especialmente para mim, imaginei que seria perto da casa da minha família, mas não, para minha sorte era um apartamento próximo ao trabalho, o que iria me poupar tempo.

Subo com as malas após pegar a chave com o porteiro do prédio.

É um lugar bonito, tem apenas uma torre, o que significa que são menos vizinhos para circular no hall do prédio, e o meu apartamento fica no 12° andar.

— Lar doce lar — digo ao abrir a porta.

O apartamento está todo mobiliado, e a decoração é igual a da minha casa em Aracaju.

Fico surpresa. Mais aconchegante que isso, só estendo em Sergipe mesmo.

Sorri ao perceber que eles decoraram pensando nisso, me fazer se sentir em casa. Percebo que tinha um bilhete na mesa de jantar.

"Espero que se sinta em casa.

Com amor, Antony."

Sorri com aquilo.

Guardo aquele papel com a informação impressa, e agradeço a ele por tudo isso por mensagem. Já disse que tenho o melhor amigo do mundo?

Mas infelizmente não posso passar muito tempo, então já deixo as minhas malas e tenho que sair para o trabalho.

Quando estou saindo, ouço vozes no apartamento vizinho e olho involuntariamente para a porta do mesmo, onde percebo que a conversa acontecia do lado de fora.

— Mamãe, porque o papai não vai me levar para escola? — a garotinha que estava no meu trabalho ontem conversa com uma mulher, que parece, na verdade, suponho que seja a sua mãe.

— Já te disse Laura, seu pai está muito ocupado — a mulher diz, parece está bem cansada e triste.

— Tia! — a pequena Laurinha parece me ver e vem correndo me abraçar.

— Laura, o que já disse sobre falar com estranhos? — a mãe dela fala irritada com a menina.

— Mas ela não é estranha, mamãe.

— Bom dia — me aproximo mais delas e as cumprimento — Me chamo Sarah, ontem ela estava no meu trabalho e viramos amigas — digo para a mãe e menina sorri.

— Então você é a tia que a Laurinha tanto fala — a moça diz, agora com um sorriso mais gentil.

— Culpada! — ri fraco.

— E ela tinha razão, você é muito bonita.

Minhas bochechas ficam rosadas.

— Que isso, a sua filha é uma graça, posso ver que a beleza puxou da senhora — digo.

— Nada de senhora, se é amiga da Laurinha, também é minha — ela sorri. — Me chamo Mônica.

Sorri em cumprimento.

— Bem, temos que ir, mas podemos conversar mais depois? — ela pergunta com expectativa.

— Claro, estou morando aqui agora, pode bater na minha porta quando quiserem — sorri para ela. — E também estou indo na verdade, acabei de me mudar e só vim deixar as malas.

— Que ótimo — Mônica fala. — Fico feliz em ter uma vizinha gentil como você — sorri para ela.

Descemos juntas em uma conversa empolgante sobre a vida dela, ela me contou que tem outra filha, a Liz, e que todas elas estão morando temporariamente aqui. Não consegui conversa tanto com ela porque a Laurinha também queria falar, então tive que intercalar a atenção nelas. Foi uma conversa rápida, já que só durou até a porta do prédio.

Me despeço delas e vou para o trabalho.

--♡--

— Viram que a chefe chegou tarde hoje? Já deu o mal exemplo — ouço a Britney falar quando passo pelo seu setor.

— Bom dia — decido ir cumprimenta-lá. — Já que tem tempo de conversar, Britney, peço que passe na recepção e pegue uns casos novos que tem lá. Quero o relatório até o final do dia.

Dito isso, saio e vou para os demais setores. Sem me importar com a cara dela enfurecida.

Estou tentando entender a logística da empresa para depois ver quais as mudanças devemos tomar.

Passo no setor do Jonathan e no da Rebeca, apesar dos processos estarem atrasados e lentos, pude ver que o que sai de lá está perfeito, sem nenhum erro.

Continuo para o setor do Philip, o cara grosso de ontem.

Respiro fundo já prevendo meu stress em dividir o mesmo ambiente que ele.

— Olha quem veio nos da o ar da graça — ele fala debochado quando me vê entrar na sala. Ele não tem limites mesmo.

Cumprimento a todos os olhares e sorrisos na sala, menos o Philip, para ele dei apenas um sorriso falso.

— A que devo a honra da sua visita? — Philip pergunta.

— Vim conhecer o setor — digo e continuo a percorrer. — O que fazem agora?

— Cálculo — ele responde simplesmente, sem dar muitos detalhes.

— Estamos fazendo a planta de um edifício, senhora — um outro rapaz fala. — Quero dizer, senhorita? Não vejo aliança em seus dedos — ele dá um sorriso galanteador.

— Obrigada — sorri pela resposta. — Pode me mostrar um pouco? — ignoro a pergunta dele.

O rapaz assenti e o Philip revira os olhos.

— Marcos, eu mostro para ela, pode voltar ao trabalho — ele diz autoritário.

O tal Marcos assente, mas não parece ter gostado nada disso.

Depois que ele sai o Philip se aproxima.

— Então a educação não é só comigo, ou melhor, a falta dela? — digo sarcástica.

— Olha princesa, o Marcos é o maior puxa saco e seduz muitas mulheres, só estava te protegendo de um babaca — ele diz como se eu realmente precisasse disso.

— Por que acha que preciso de proteção? Ainda mais sua, você também não é um babaca prepotente que acha que é o centro do universo? — pergunto irônica. Quem ele pensa que é para achar que iria cair na lábia dele, ou pior, quem disse que ele pode julgar os outros dessa forma.

— Posso até ser, mas não machuco corações de inocentes estagiárias — ele diz como se soubesse onde me afeta.

— Está falando da Dani? — pergunto com estranheza. — Ele fez algo com ela?

— Acho melhor falar com ela sobre isso, princesa — ele diz sério. — Ela não merece passar por nenhum sofrimento, é uma pessoa incrível.

Assinto apenas e continuo vendo o que ele me mostrava, mesmo não entendendo nada de arquitetura e engenharia. Ele até que é um supervisor muito prestativo já que ajuda até nas áreas diferentes da sua.

Depois do tour, volto a minha sala e chamo a Dani.

— Me chamou? — ela diz ao entrar.

— Sim, não é sobre trabalho, pode se sentar —peço é ela faz. — Não gosto de me meter na vida pessoal dos funcionários, mas gostei de você assim que a vi, algo chegou aos meus ouvidos e queria saber se pode e quer me esclarecer.

— Está me deixando nervosa senhora, fiz algo de errado? — ela parece apreensiva. Nego com a cabeça.

— Hoje conheci o Marcos, da arquitetura — ela parece ficar tensa quando houve o nome dele. — Me disseram que a fama dele não é muito boa.

— Sarah, não gosto desse assunto — ela diz desconfortável. — Já superei o que ele me fez.

— Dani, estou aqui com você, sou sua amiga — digo me aproximando dela. — Se ele fez algo deve ser punido.

— Eu vou te contar, na hora certa — ela diz. — Não estou preparada.

Assinto respeitando sua vontade.

Não vou tirar os meus olhos dele, de um jeito ou de outro vou descobrir o que ele fez.

Um tempo depois ela sai da sala e volto ao trabalho.

Só de pensar que ainda tenho uma mudança para terminar e não tenho nada na minha cozinha para comer, me dá um desânimo.

Tenho que passar no mercado ainda depois daqui. Não lembrava como mudanças davam trabalho.

Saio dos meus pensamentos e volto ao meu trabalho.

Continua...

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Beijos, Larissa.

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