LC (Leandro Caio)
Eu sabia que essa pørra que a a Ingrid inventou não ia dar certo. Fazia umas horas que tinha chegado moradora nova e a primeira coisa que Ingrid fez foi ir conversar com a mina, o interesse dela foi enorme quando viu o espetáculo que Mirela é. Não deu outra e me apresentou no barzinho do Joca em um dia comum. A mina era uma perdição, gostøsa e muito simpática, nossa troca de olhares foi intensa desde o primeiro contato. Ingrid nos deixou sozinho ali e todo mundo já sabia que eu a traia, mas não comentavam nada tão na cara por mais que eu não me importasse com a fama de cornä dela, que só aumentava. Peguei um baldinho de cerveja e alguns petiscos para nos entreter durante a noite. O movimento do bar aumentava assim como nossa intenção, sentado do lado dela já tinha apertado sua coxa e subido a mão até sua calcinha aproveitando que estava vestindo uma mini saia. Comecei a reparar que ela não parecia nem um pouco desconfortável com a ideia de ficar com um homem casado, mermo não sendo daqui a mina já deveria ter um histórico porque não era normal as mina chegar desse jeito. Desconfiei que já sabia por outras pessoas que eu pegava as mina por fora do meu casamento com o consentimento da Ingrid. O bar começou diminuir o movimento e um ou outro chegava trocando ideia comigo, mas ninguém tinha coragem de falar qualquer coisa por eu estar com outra. Desde o início desse bagulho, comecei de leve e quando me senti a vontade, pegava as mina na porta de casa pra ir até nossa goma. Deixava tudo claro que minha mulher sabia e que curtia ver, as vezes até participava dependendo de quem fosse a mina. Provavelmente com Mirela ia querer se envolver também, já que a mina era gostosona e com uma cara de putinha safada. O clima já tava esquentando e não via a hora de comer ela que se abria toda deixando eu tocar sua buceta sem pudor algum. — Que tal pedirmos a conta? — perguntou com a respiração falhando e assenti sorrindo. Chamei seu Joca e paguei tudo que pedimos antes de sair dali, entrelacei nossos dedos quando se levantou sem um pingo de vergonha ao olhar de julgamento do senhor de meia idade que sabia o que acontecia cada vez que eu levava alguém até lá. Minha moto tinha ficado na outra rua e vim andando até o bar passando por um beco, a levei comigo entre conversar fúteis e risadas, mas a parei no meio do lugar escuro pela noite. — Quero falar com tu — parei repentinamente e grudei nossos corpos — Tu tá ligado que a Ingrid é minha mulher né? — ela assentiu sorrindo. — Ela contou quando disse que era para eu te conhecer, não me importo com isso... — a safada era pior do que eu imaginava. — Pra tu é suave se envolver com bandido ainda mais sendo casado? — ela deu uma risada e concordou. — Não sou daqui né macho, de onde eu vim já tinha essas situações e eu as vezes pegava um ou outro casado com a autorização das mulheres porque se não depois vem arenga e da problema pra mim, mas não vejo problema nisso já que o casado é você — não entendi o que significava arengar, mas entendi o restante. Mirela tinha uma cara de püta, mas por ser nova aqui não imaginei que fosse tão direta como foi. Tinha alguma coisa nela que mesmo mostrando que ia ser um grande problema na minha vida, me chamava atenção pra caralho e só por isso quis provar ela. — Nós temos algumas regras, se você quiser entrar nisso não tem como voltar atrás, só acaba quando eu ou Ingrid quiser, entendeu? — ela abre um sorriso de lado e confirma se aproximando mais. Sua mão com vai para meu ombro e sinto quando me arranha levemente olhando nos meus olhos. — E eu ganho o que com isso? — seus olhos demonstravam todo interesse que tinha em mim e eu tive que rir. — O suficiente para se manter bem e um pouco mais, se for como eu espero... — olho para seu decote que fazem seus peitos saltarem — Não é pra se acostumar sendo minha puta já que não duram muito e eu enjoo fácil — sou sincero. Seu sorriso é largo quando passa a mão em volta do meu pescoço aproximando sua boca da minha. Achei ela toda uma perdição, seus lábios bem desenhados me deixando tentado para saber qual o sabor dela. — Vou ser a melhor putinha que já teve... — sussura soprando em meus lábios e perco a pose. Grudo a mão com força em sua bunda e colo nossos lábios que já se entreabrem esperando para receber minha língua. [...] Uma semana depois... Eu estava ficando obcecado na Mirela e para o meu azar, Ingrid também estava cada dia mais apegada no nosso novo brinquedo sexual. Geralmente eu pegava as mina que ela decidia querer ver comigo, nunca neguei boceta e agora que não o faria, mas com a morena dos olhos felinos tinha algo diferente. Meus parceiros diziam que era apenas uma fachada toda a delicadeza que ela tinha comigo, que por trás daquela Mirela doce tinha uma que não podia ver dinheiro. Eu bancava tudo que ela pedia ou precisava, nosso relacionamento era diferente dos que eu já tive nesse um ano com a Ingrid escolhendo mulheres para eu foder. Quebrei todas as regras que minha mulher impôs e tava pouco me fodendo pra ela agora que tinha uma preferida. Ingrid não queria que os outros chamassem ela de corna na rua, mas eu via o quanto que ela parecia gostar disso e em quatro paredes quanto mais humilhada fosse pelas garotas que escolhia, mais ela gostava. Então, comecei a não me importar onde pegava as mina e tentando não ficar dependente de Mirela, passei a comer todas as piranhas que me dessem moral. Meu dia era dividido entre: ir pra boca trabalhar, comer piranha na rua e levar Mirela pra minha casa. Meio dia era a mesma rotina, levava ela para almoçar no bar do seu Joca e depois comia ela no mesmo beco que aconteceu nossa primeira foda, aí sim levava ela para minha casa. Ingrid tinha acostumado naquela rotina, então esperava no quarto, toda pelada. Ela já sabia que sempre comia Mirela antes de vir, então como uma boa puta que é, vinha me mamar antes de assistir mais um round que eu teria com a morena. Na hora de finalizar sempre era na cara dela, nunca deixou que eu gozasse com outra se estivesse perto. Tava ficando foda manter meu relacionamento com Ingrid porque quanto mais eu saia com Mirela, mais eu queria ela no lugar da minha mulher. Não ia ter uma só mulher depois de saber que posso ter várias mermo sendo casado, mas queria que ela estivesse no lugar da Ingrid porque meu tesão era quase nulo na minha mulher e só conseguia foder com a morena de incentivo, conseguia fechar meus olhos para imaginar nós dois e então, gozava como louco. Eu escutava meus parceiros rindo dos menor que casava e não traia, diziam que queriam minha vida. Tinha uma mulher gostosa do meu lado e mais mil aos meus pés pra foder quando eu quisesse, ainda podia fazer qualquer bagulho sem chilique da mulher em casa. Ultimamente nem brigas tínhamos mais, mandava ela calar a boca e levava Mirela lá pra casa, deixava Ingrid só olhando sem poder gozar como castigo e isso resolvia. Duas putas submissas que eu tratava como queria só pra ter o gostinho de ver elas se humilhando. As vezes até queria que batessem de frente e que não obedecesse pra sair da merma rotina, mas com o jeito de todas assim, fui me transformando. Poucos tinham poder sobre mim e mulher, só minha coroa mermo porque de resto, tinha ninguém não. OZ e Marreta tinham minha confiança, tava ali por eles também e éramos uma equipe que trabalhava junto. Odiava tá sendo enfrentado, mas mantinha meu respeito com geral, foi assim que ganhei o respeito e o aprecio de todos os morador do Completo da Maré. Tinha acabado de deixar Mirela no salão da mulher do OZ para fazer as unhas e o cabelo para o baile que vai rolar amanhã, ela vai comigo de acompanhante ao lado da Ingrid também, mas diferente da minha mulher, ela eu deixo ir no salão. No segundo encontro que tive com Mirela sendo minha amante, ela me contou sua história. Tinha vindo do nordeste junto com sua irmã gêmea que estava trabalhando num shopping e ela riu dizendo que havia inventado sobre seu emprego num restaurante aqui do morro pra não bater de frente com a própria irmã que era irritantemente chata por querer controlar sua vida. Mirela não queria ter que conversar com ela e explicar que estava se envolvendo comigo, pelo o que disse a tal da gêmea dela é um tanto conservadora quando se trata de bandido. Fiquei putão quando contou que sua irmã dizia aos quatro ventos que odiava bandido e a típica frase dos cu azul "bandido bom é bandido morto", na merma hora quis descer na goma dela e tirar ela morta daqui do morro. Já peguei raiva dela no mermo instante que soube disso. Minha amante era bem fechada com certos assuntos pessoais, mas não me importei já que também preferia não me abrir muito. Fui de moto até a contenção falar com os menor que logo mais ia colar na SexyGirl, queria saber se vão também e pra resenhar um pouco já que terminei tudo que tinha pra fazer hoje. Quando tô descendo já na principal vejo uma branquinha, toda delicada subindo o morro a passos firmes e meu olhar gruda nela toda. Olhos castanhos, cabelo comprido na altura da bunda, corpo cheio de curvas e barriga fina, tipo panicat. Porra, que mulher gostosa! Escuto a tiração dos cara com ela que está aparentemente desconfortável e assim que passo por ela já vou cheio de ódio neles que calam a boca na mesma hora que me veem. — Qual foi da ideia com a mina porra? Vocês tão maluco mexer com morador assim? — falo com minha raiva direcionada a todos eles. — Aí não dá né chefe, já tem um monte de amante e quer mais essa? — grudo ele pelo colarinho e aponto do dedo pra mina. — Não fala o que tu não sabe filho da puta, quero tu e ninguém mais mexendo com essa mina aí. Estamos entendidos? — Tierry assente e os outros também. Largo ele no chão com força e olho para saber se ela já sumiu de vista, sinto a frustração de nem saber quem é essa mulher quando percebo que já foi embora. Até penso em pegar a moto e subir atrás pra ver se acho, mas se for pra ser do pai aqui, uma hora nois se esbarra por aí. Nem quis continuar ali com os menor, desci direto no bar do Joca onde OZ e Marreta estavam pra assistir o jogo do mengão. Quando Mirela terminasse no salão ia levar ela pra ficar com Ingrid, depois ia descer sozinho mermo pra boate pra ver se eu distraia um pouco das mulheres que já tinha.Leandro (LC) Quatro anos depois... Pørra! Finalmente estava saindo desse inferno que é o presídio. Não via a hora de retornar para casa e voltar na atividade. Com certeza quem tinha me colocado lá dentro ia pagar por isso, não ia deixar barato assim. Esses anos foi me servindo de aprendizado, cada vez que meu advogado entrava pra falar comigo era um pedido negado que recebia para diminuir minha pena ou aceitarem uma prisão domiciliar, já que meus crimes foram somente o tráfico. Algum filho da püta tava de traição no morro para isso acontecer, tinha acabado de sair deixar Mirela em casa no final da noite quando a invasão começou. Aquele dia estava com meu carro descendo o morro para ir até uma pizzaria, do nada bati de frente com uma viatura e os fogos estouraram. Não tinha o que fazer, ou me entregava, ou morria. Preferi seguir intacto, mas para meu azar tava com maconha no carro, não era muito, só que bastou para ir preso no artigo 33. Naquela noite ainda na delegacia com meu
Milena Fernandes Eu estava me sentindo realizada nesses quatro anos morando aqui no Rio, não tinha amizades e evitava sair para evitar os olhares tortos que eu recebia sem motivo algum, mas me sentia feliz. Estudei muito para poder abrir meu salão de beleza, já tinha até em mente um ponto que eu queria comprar na favela mesmo. Ouvindo sempre minha irmã dizer que as "monas" iam muito se arrumarem em salão porque na comunidade tinha os "bofes do tráfico" que bancavam elas, isso me encorajou a abrir meu espaço aqui no morro mesmo sendo só eu para fazer atendimentos. Então, a ideia já tava fixa na minha mente que eu abriria meu lugarzinho no morro e o dinheiro que tinha ia ser uma parte desse meu sonho. Guardei 20 mil reias trabalhando direto, sem folgar muito e fazendo muitas horas extras como vendedora aqui no shopping. O meu trabalho era tranquilo com a equipe toda, mas os atendimentos começaram a cair drasticamente depois de um tempo e uma boa parte dos funcionários foram demiti
Mirela Fernandes Nada na minha vida foi fácil e eu sabia o tanto que me julgavam, mas ninguém esteve na minha pele em todos os momentos horríveis que passei. Aos quatorze anos quando era apenas uma adolescente que buscava estudar mais e mais para fazer cursinhos sofri meu primeiro abuso. Na época Milena estava estudando muito e conseguiu seu primeiro emprego, nunca tivemos exigência dos nossos pais para trabalhar ou estudar, só queriam nos manter por lá ao lado deles. Quando mainha começou a trabalhar fora e Milena também saia no mesmo horário, sobrava os afazeres da casa para mim fazer e eu sempre mantinha tudo em ordem, painho trabalha próximo de casa então vivia indo ver como estava tudo. Até que num desses dias eu estava saindo do banho enrolada na toalha depois de ter dado uma bela faxina na casa e quase morri do coração ao ver painho parado na porta do meu quarto me encarando. [...] Passado... Não aguentava mais limpar toda a casa. Tinha passado pano depois de esfregar
LC (Leandro Caio) Reunido com os caras no bar do Joca a resenha rolava solto final de tarde. Precisava ir ver a Ingrid, mas tava afim de me estressar agora não, o surto dela já deveria estar pronto com o tanto de mensagem e ligação que me fez. Só mandei o segurança da nossa casa não deixar ela sair até que eu chegasse e era isso que ia ser feito. Não impediria de que falar pra caralhø quando me visse, mas eu tava pouco me fodendo pra falação dela e queria mermo era uma buceta nova pra me tirar da seca de dias que estava desde a última visita dela e de Mirela. Falar nessa filha da püta já me subia o ódio, era do caralho o que tava fazendo com sua vida virando uma viciada em pó. Mandei o Foguinho ficar de olho nela pra não sair, e qualquer coisa me acionar, e pelo visto tava suave que ele nem me procurou. Oz e Marreta se juntaram a nós na mesa do bar, cada um era acompanhado de uma mulher. Oz estava com Juliana, sua fiel de anos, e Marreta tinha arrumado uma loira gostosa pra brinca
Milena Fernandes O morro está silencioso e é estranho para mim ver tudo assim parado, tem um único bar aberto no caminho que faço sem ninguém dentro. Deve ser pela invasão que teve mais cedo, da última vez que entraram aqui lembro que levaram alguém de cargo alto preso e não teve esse silêncio todo, penso que pode ter tido alguma morte importante para os traficantes para estarem assim. Ainda na metade do caminho vejo um lampejo de fogo alto e de repente gritos começam a serem ouvidos avisando que é realmente um incêndio, alguma casa acabou pegando fogo no meio da noite. Continuo caminhando e passam algumas motos por mim com homens armados em cima delas, sinto arrepios no meu corpo tendo um pressentimento ruim. Paro um pouco tentando entender o que está acontecendo quando duas garotas vem na minha direção. — Falaram que ele jogou o corpo dela lá em baixo, tá irreconhecível — uma loira diz para a amiga atraindo minha atenção. — Vamos lá ver antes que levem pra enterrar lá em cima
Milena Fernandes Uma semana depois... É a vida não te dava escolhas fáceis. Fui descobrir agora, nesse exato momento em que enviava o corpo de Mirela para Maceió onde meus pais receberiam o cadáver de uma das filhas. Não sabia como estava conseguindo enfrentar tudo isso, talvez tivesse sido o apoio que estou recebendo de Melissa. Ela me deixou ficar em sua casa, comprou roupas e sapatos para meu uso, até mesmo itens de higiene pessoal tinha comprado. Eu era grata por o que estava fazendo, mas hoje mudaria isso de algum jeito. Falar com meus pais não foi fácil, doeu mais do que imaginei olhar nos olhos de minha mãe por uma simples chamada de vídeo e cantar que minha irmã havia sido morta. Eles não conseguiram aceitar minha decisão de ficar aqui e eu não quis falar que fui roubada, achariam que a polícia resolveria o caso e sabemos que não. Consegui enrolar por uma semana, até poder mandar o corpo dela com meu próprio dinheiro. Dona Patrícia me pagou até a mais quando contei o q
LC (Leandro Caio) A vida continuava, mas não tava fácil não ficar sem o Oz no comando. Tudo é novo, tem coisas que não sei e é instantâneo pegar o celular para ligar pra ele, a ligação cai da caixa postal fazendo a ficha cair mais uma vez. Isso é várias vezes durante o dia. Sabe aquele papo que homem não chora? É um estereótipo ultrapassado pra caralhø, tem essa não pô. Tava geral de luto nesses dias que passaram. Ontem a noite depois da reunião que tivemos aqui no morro com o Vicente, chefe do comando, foi feito uma homenagem ao eterno Oz com salva de tiros e muita oração para que descanse em paz. Hoje era o oitavo dia após sua morte e já não aguentava mais ser o chefe, ainda tive que lidar com Tavin vindo aqui para falar do corpo da Mirela que a irmã queria mandar para casa do caralhø. Maior burocracia e ainda tirei do meu bolso pra pagar as despesas que o jato teve, a documentação falsa e a pørra toda porque a irmã dela tava sem grana. Fiz também porque não queria ficar com e
Milena Fernandes 6 meses depois...O meu luto já tinha passado, mas a saudade e a sede por vingança ainda estavam presentes em cada novo dia. A vida estava se tornando um fardo para carregar sozinha, não tinha vontade de viver como antes e nem sabia como tinha sobrevivia por todos esses meses sem desistir. Precisava de um emprego, mas nenhum lugar me dava oportunidade e o preconceito por morar na favela senti na pele, o desprezo era descomunal com os moradores daqui. Melissa me alertou sobre o preconceito lá fora, eu quis acreditar que não, por ter trabalho com dona Patrícia que é um ser humano bom, mas estava enganada, ela tinha sido minha sorte porque os lugares onde fiz entrevista eram desumanos. Eu tentei arrumar um emprego até mesmo aqui no morro, em salão de beleza, mercadinhos, padarias e até mesmo nos bares, todos negavam me empregar sem motivos, e precisando contratar alguém, que pelo visto não seria eu. Comecei a pensar que era coisa da Melissa para que eu aceitasse ir tr