1 Ano depois… SAMUEL ADAMS Um ano, são 365 dias de pura felicidade. A minha vida não poderia estar melhor. A minha mãe está ajudando a Sara com o projeto, cuida da área da saúde das crianças e suas famílias, ela adora o trabalho, principalmente porque pode atuar na área dela que é a enfermagem. A Sara agora é a diretora geral do projeto, que está crescendo cada vez mais, tanto que vão abrir mais dois espaços aqui no Rio de Janeiro e um em São Paulo. Eu nunca vi minha irmã tão feliz, nem mesmo antes do acidente ela tinha aquele sorriso e os olhos brilhando tanto. Neste último ano ela fez três exposições, as três com as telas dela e também das crianças, que fizeram o maior sucesso, tanto que receberam um convite para ir para o exterior, expor o trabalho em uma famosa galeria de Nova Iorque. Outro motivo para a felicidade da Sara é o Edu, ele a pediu em noivado, sim, eles agora estão noivos. Eu admito que no começo fiquei apreensivo quanto aos sentimentos do Edu, eu tive receio que nã
— Viu como estão — Daniel diz, após saímos da suíte, deixando o Jason e a Paola sozinhos. — O que aconteceu? Ontem, quando você falou parece que a situação estava um pouco menos ruim. — Pelo que eu ouvi, os pais da Paola vão fazer aniversário de casamento e ela quer ir, mas, sabemos que o meu padrinho não vai permitir. Ele jura que não, mas, ele já está de quatro pela novinha e morre de ciúmes dela com o ex, o filho do presidente. — Ele vai acabar cedendo, e aí, será a minha vez de zuar com a cara dele. Agora, vão deixá-los e vamos buscar nossas roupas, o noivo não pode se atrasar. Primeiro passamos no ateliê e depois seguimos para o hotel-fazenda, onde será o casamento. A Jules decidiu que queria um casamento tradicional e no campo, com espaço para os convidados e ar livre, então, encontramos um hotel-fazenda, que além de oferecer um espaço lindo, com árvores, jardins e muitos pássaros coloridos, cantando lindamente, também tem uma capela digna de um filme de romance, ficou tudo
SAMUEL MILLER — Você tem certeza que vai mesmo fazer isso, meu filho? — Minha mãe perguntou, ao me ver fazendo minhas malas. — A senhora sabe que sim, mãe — respondi, decidido — aqueles monstros merecem receber um castigo e a Sarah merece receber justiça. — Pela sua cara, eu sei que minha mãe não está muito satisfeita com minha decisão, porém eu não vou mudar de ideia. Dez anos, foram dez longos anos planejando a minha vingança contra aqueles assassinos covardes, e hoje eu finalmente vou começar a cobrá-los. Um por um, eu vou fazer todos pagarem, principalmente a chefe da turma, a Jules Montreal, aquela m*****a vadia* vai sofrer. Meu nome é Samuel Miller Adams, hoje uso só o sobrenome da minha mãe nos negócios, então sou conhecido como o CEO Samuel Miller, tenho trinta anos e moro em Nova Iorque com a minha família. Eu cresci em São Paulo, éramos eu, minha mãe e minha irmã, éramos felizes, mesmo depois da morte do meu pai, que morreu em serviço, ele era tenente-coronel da Marin
JULES MONTEZ— Anda, levanta dessa cama, hoje é a inauguração da nova loja da Santorine vinhos e você vai! — Ela puxou minhas cobertas. — Por favor, mamãe! Eu não quero ir! — Reclamei, mas foi em vão. — Eu não estou afim de sair e também estou sem ânimo até para levantar desta cama. Quero dormir mais, aliás, eu nem dormi ainda — murmurei, bocejando. — Jules, você não precisa ficar presa ao passado pelo resto da vida, isso já acabou — minha mãe acariciou minha cabeça.— Mãe, eu estou tentando, mas eu simplesmente não consigo parar de sonhar com isso! — Falei, pensando nos pesadelos que me atormentam. — Você precisa apagar aquele maldito vídeo e parar de olhar aquilo. Jules, você só faz isso para se torturar, você gosta de ter insônia, de ter pesadelos, ter crise de pânico, do contrário você não ficaria olhando aquela porcaria até hoje! Dez anos, dez anos já passaram, Jules! Está na hora de seguir em frente e perdoar a si mesma. Nós pagamos uma indenização milionária para a famí
— Algum problema? — Perguntei.— Não, nenhum problema. Eu estou sozinho aqui, ao menos, por enquanto. Minha mãe e o resto da família estão em Nova Iorque, não gostam muito do Brasil — sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos.— Por quê? — Oi? — Perguntou. Ele pareceu meio distante agora. — Por que sua família não gosta do Brasil? — Fiz minha pergunta novamente. — É muito violento aqui. Eles não querem nem mesmo visitar. — Que pena — falei, sinceramente. — Realmente é uma pena. Eu tomei mais uma taça de vinho e senti minha cabeça começar a rodar, fazia tempo que não bebia álcool e acabei exagerando. — Eu acho que preciso ir ao banheiro — disse, enquanto me levantava. Eu tentei me manter ereta, mas falhei miseravelmente — me desculpe! — pedi, totalmente constrangida, pois tive que me apoiar nele para não cair de cara no chão. — Sem problemas — Sorriu, me estendendo a mão — eu ajudo você. O vinho em excesso já está fazendo efeito. —Disse, com um sorriso divertido. Eu s
SAMUEL ADAMS Durante minha conversa com aquela mulher, eu tive que usar muito autocontrole para não pegá-la pelo pescoço e extravasar todo ódio que sinto por ela, principalmente quando a vi sorrir tão animada. Felizmente eu tenho um autocontrole excelente, consigo seguir com meu plano perfeitamente. Mas, uma coisa é certa, eu vou ter o maior prazer em arrancar aquele sorriso do rosto dela e vou fazer isso lentamente, da forma mais dolorosa possível.— Então como foi tudo lá? — Daniel perguntou assim que entrei em minha sala. — Normal — respondi, girando a cadeira de um lado para o outro. — Normal, como assim normal? — Encarou-me, desconfiado. — É exatamente isso, foi normal, nada demais — dei de ombros. — Pode ir abrindo essa boca e me conta tudo, quero saber os detalhes desse encontro. — Disse, sentando-se na cadeira à frente da minha mesa. — Contar o que, cara?— Começa me dizendo o que achou da mulher, ela é tão bonita pessoalmente quanto é nas fotos? — Ela é bonita, mas n
JULES MONTEZ — É. Nos encontramos de novo, Samuel Miller — Respondi, com um sorriso. O homem na minha frente é a imagem da perfeição e elegância. Ele também estava sorrindo e me olhava de um jeito que fez todos os pêlos do meu corpo arrepiarem e, pela leve mudança em sua expressão, ele notou isso. — Então, já fez muitos negócios? Como é a sensação de estar em casa novamente? — Perguntei casualmente para tentar disfarçar o meu estado. Uma coisa é certa, esse homem me faz perder um pouco o equilíbrio. — Sim, fiz excelentes negócios. E você, Jules Montez, também está fazendo bons negócios recentemente? — Novamente ele disse meu nome daquele jeito…. Sei lá, é um jeito diferente, meio frio. Balancei minha cabeça, tirando esses pensamentos da mente, esse deve ser o jeito dele falar. Um homem que se estabeleceu nos Estados Unidos, é normal ele agir como as pessoas de lá, frias, meio distantes. Só estou sendo boba. — Algum problema? — Ele perguntou quando me viu calada e encarando-o.
— Jules, o cara é o homem do momento, é óbvio que está no centro das atenções e todos viram que assim que ele entrou aqui ele ficou olhando para você e depois chegou perto. Na festa também foi do mesmo jeito, é óbvio que ele gostou. Já você, eu te conheço muito bem e é visível sua cara de boba quando fala dele, ou quando está com ele. Eu estou tão feliz por você! — Ela comemorou.— Calma lá, Marina, não vamos colocar muita expectativa nisso — falei ao pensar em todos os problemas que tenho.— Por que não? Jules, você merece ser feliz, para de ficar enterrada em um passado que já foi. Esse homem é um deus grego, bilionário e como se tudo isso não fosse suficiente, ele também está caidinho por você. Aproveite, mulher! — Disse, com aquele jeito empolgado dela. — Como eu disse, não vamos criar muitas expectativas. Nós não sabemos se ele está realmente interessado, esse jeito dele conversar comigo pode ser algo natural dele, deve usar com todos. Marina, eu não preciso de mais frustração n