Eles chegaram até o endereço dado pela central, rastreado graças a ligação e o celular que o suspeito de ser o assassino em série havia mandado para Lenna. Era um armazém de materiais de construção, uma patrulha havia ficado de paisana no lugar, aguardando qualquer movimentação, quando obtiveram a confirmação, eles avisaram a central, que por sua vez ligou para Lenna.E lá estava ela e Max, saindo do carro como se fossem uma equipe. O pensamento era engraçado para Lenna, não se conheciam a mais de uma semana, mas fora as investidas de Max, ela apreciava a companhia dele como nunca tinha apreciado de mais ninguém.Ainda que eles precisassem conversar mais sobre o passado, bruxas e maldições. Lenna estava disposta a acredita nele, Max a fazia ter sentimentos e desejos que ela nunca sentira, o que era novo, inexplorado e excitante. Ela queria acreditar nele, porque sentia que precisava dele em sua vida."Quem é esse?" Perguntou um dos polícias, com desconfiança ao encontrar com Lenna em
“Você poderia ao menos fingir estar feliz por mim?”As palavras duras que romperam os mexericos das mulheres reunidas no interior da Adefild, uma loja de vestidos de luxo para casamentos, vinham de Rosalind Milton, a noiva pela qual toda a loja fora reservada. Rosalind era alta, magra e tingia os cabelos castanhos de loiro a cada três meses, tinha um sorriso perfeito e olhos verdes tais como o da irmã mais velha, Lenna Milton, para quem ela impiedosamente dirigiu a frase.Lenna que estava sentada em um dos cantos do sofá perolado com a cabeça apoiada em uma das mãos, não conseguiu evitar de bocejar diante da irmã que a fuzilava com o olhar. Não era tão alta ou magra quanto Rosalind, mas tinha o porte atlético e cabelos pretos com cílios igualmente escuros que ornamentavam seus olhos, no momento, cercados por olheiras profundas.“Me desculpe, eu não dormi bem essa noite. Estou cansada, Rosalind, e esse é o sétimo vestido que você experimenta” Respondeu Lenna de forma direta.Desde que
Já era o fim da tarde quando Lenna chegou em Road Villagi, 62, estacionando seu carro atrás das faixas amarelas de proteção da polícia. Um carro da patrulha e um caminhão do corpo de bombeiros estavam parados em frente ao posto de gasolina interditado. Sem sinais de uma ambulância ou da perícia, sem indicativos de que haviam vítimas ou, na pior hipóteses, indicando que Travis havia segurado o chamado para dificultar ás coisas para Lenna.Bernard Kingley, policial veterano e amigo de Lenna, estava conversando com um dos bombeiros, ele viu Lenna sair do carro e acenou para ela.“Qual a situação, Bernard?” Perguntou Lenna, passando por baixo da faixa para ir em direção dos dois homens.“Investigadora Milton, esse é o Tenente Cortez. O corpo de bombeiros foi o primeiro a chegar.” Respondeu.Lenna trocou um aperto de mãos rápido com o Tenente Cortez, que tinha estatura mediana, cabelos e olhos escuros.“Recebemos um telefonema do frentista preocupado que um animal selvagem estivesse preso
"Não foi fácil encontrar um lugar que atendesse aos seus requisitos, senhor Whitaker, ainda mais nessa parte da cidade." Disse a corretora de imóveis, cuja Max não sentira a necessidade de aprender o nome. Os requisitos aos quais ela se referia, eram privacidade total, paredes grossas e a falta categórica de vizinhos. Condições indispensáveis para que Max escondesse sua natureza amaldiçoada com sucesso. "Mas nós da Tompson e Galt temos o orgulho de dizer que nenhum cliente fica insatisfeito." Continuou, encaixando a chave na fechadura para abrir a porta do studio. "Vai notar que é um pouco rústico, mas tudo está funcionando corretamente. O encanamento foi refeito antes do proprietário disponibilizar o espaço para o aluguel." Ela abriu a porta e permitiu que Max entrasse para vistoriar o apartamento. Ele passou os olhos rapidamente sobre o ambiente, um espaço amplo sem muitas divisórias, além do banheiro e do balcão da cozinha, cortinas grossas nas janelas e alguns móveis fixados ao
O caso mais importante da cidade jogado para ela como se não fosse nada. Uma tremenda sorte para consolidar sua carreira, ou, se Lenna falhasse, para enterrá-la de vez. E ela não pensara duas vezes ao ficar com ele.Abriu a porta de casa carregando a pilha de pastas que Walt havia largado em sua mesa. Relatórios da perícia, foto das vítimas, depoimento dos familiares e tudo mais que pudesse somar trezentas páginas. Desde que o sistema virtual fora invadido no começo do mês passado, o departamento voltou a utilizar o bom e velho papel e caneta, para os casos com prioridade máxima ou segredo de justiça.Lenna tirou os sapatos e os deixou perto da porta, colocou as pastas em cima da mesa de centro e caminhou até o banheiro. Fora um dia exaustivo e tudo que ela desejava era um banho quente, um pijama confortável e alguns episódios da sua série favorita.Depois do banho ela tirou uma embalagem de comida congelada da geladeira e a colocou no micro-ondas. Ligou a TV que imediatamente começou
Lenna não sabia ao certo quando teve a ideia de ir para Okland, o bairro de classe baixa onde a última vítima havia sido encontrada e nem o porquê escolhera fazer isso durante a madrugada.Três equipes da perícia tinham sido enviadas ao local no momento que o corpo foi descoberto, os resquícios de fitas amarelas e marcadores estavam espalhados pelo projeto do que viria a ser um parque, mas que por ora, era apenas um terreno com armações de concreto e uma placa do prefeito Jerome Hilmes sorrindo com algumas crianças.Haviam fotos da cena do crime na pasta que Lenna recebera, tiradas durante o sol do entardecer, um delas capturando não só o projeto da construção do parque como a linha de árvores de um dos vários bosques da cidade.Ela não teria notado na imagem o elemento que a fez sair de casa, se não tivesse visto o padrão antes, no mesmo dia que recebeu o caso do posto em Road Villagi. Cinco linhas encravadas no chão, agora, cinco linhas encravadas na árvore.Lenna apontou a lanterna
Lenna sorveu o ar com dificuldade, pensando no motivo por continuar parada ali como uma estátua, sem tomar nenhuma iniciativa, como se o homem caminhando em sua direção não fosse um perigo a sua integridade. Verdade fosse dita, talvez ele não fosse, Lenna praticava artes marciais desde os doze anos de idade, uma medida imposta pelo seu pai para tentar controlar o ímpeto temperamental dela. Ela podia dominar um homem de um metro e oitenta, podia apagá-lo com um soco cruzado no maxilar ou um golpe na garganta e nos países baixos para incapacita-lo. Mas Lenna não fez nada disso, continuou parada vendo o estranho se aproximar com passos lentos, os traços dele ficando cada vez mais evidentes, cada vez mais atraentes. Ele não era meramente bonito, ser bonito era uma definição insuficiente para descreve-lo, a palavra certa, Lenna pensou, era másculo. Se suas amigas do ensino médio o vissem, elas certamente diriam que ele parecia um deus grego. Um deus grego feroz, dotado de um fogo quase a
Não era o seu distintivo que Lenna desejava pegar no carro, mas sua arma. Acreditar em um detetive recém rechegado a cidade estava dependendo bem mais do que um nome desconhecido."Me fale sobre a garota que está procurando, Max." Pediu. "O departamento costuma colaborar no que puder, posso ajudá-lo com isso.""Eu agradeceria, mas sinto que não está sendo sincera comigo, Investigadora Milton."E nem você, pensou Lenna, abrindo a porta do carro. Ela havia estacionado do outro lado da rua.Pelo reflexo no vidro da janela, ela viu Max mover a mão até o casaco, virou-se pronta para acerta-lo, mas ele defendeu o golpe com rapidez, sua mão sendo bem mais delicada do que a de Lenna, se ela tivesse o acertado. Na outra mão dele estava uma carteira, ele a abriu usando os dedos para desabotoar o feixe, na primeira guia estava sua carteira de motorista, na segunda sua identificação como detetive."Sinto muito se a assustei, pensei que estava tensa, por isso peguei minha carteira." Disse ele com