22. Vinte e dois

A segunda vez que Vincent se lembrava de ouvir que não era um herói, foi cinco anos depois, quando ele tinha dezesseis. Estava no ensino médio, na época em quer ser um bom garoto significava não cheirar pó, roubar o carro do pai ou comprar bebidas com uma identidade falsa.

O telhado do alpendre havia sido consertado quando o pai colocou a casa a venda e eles se mudaram para a cidade ao lado, onde Vincent estudava durante o primário e passou a fazer o ensino médio. Ele já não tinha mais sua bicicleta vermelha ou os potes com moedas em baixo da cama. Invés disso trabalhava meio período como balconista em uma lanchonete e juntava o dinheiro do salário na esperança de ir embora, talvez começar uma faculdade. O trabalho não se resumia a apenas receber o dinheiro, ele também limpava mesas, recolhia pratos e acalmava as coisas quando os rapazes do time de basquete se excediam, indo sem convite para a mesa das garotas.

Seu pai tentou o convencer a entrar no time, Vincent tinha o porte atlétic
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