- POV LAYLA
Após a ligação meu pai retornou para a sala, e minha madrasta e eu disfarçamos as nossas expressões de quem odeia a companhia da outra e agimos normalmente, como se dois segundos atrás ela não estivesse me mostrando o dedo do meio e eu devolvendo com uma banana junto.
Gesticulou com um palavrão e eu até devolveria, mas meu pai adentrou na mesma hora.
— quem era querido? — pergunta interessada.
— era o meu chefe! Vou precisar ir até ela, provavelmente só voltarei para o jantar, ele ainda irá mandar uma empregada para cá, então Layla... a cozinha é toda sua filhota.— informa e não escondo o sorriso faceiro que se forma em meus lábios.
— urruuu! Valeu pai.— comemoro e lhe abraço calorosamente, e subo para o meu quarto, termino de arrumar minhas coisas no closet, quando ouço o clique na maçaneta.
— ei zoião!— chama.
— o que é?
— amanhã já começamos na escola.— avisa empolgada.
É o meu último ano, e estou tão alegre quanto alguém um professor de história tendo que dar aula para uma classe com quarenta alunos onde só cinco prestam atenção no que sai da sua boca.
— aê!— comemoro mostrando desinteresse, odeio escola, não gostava da minha que conhecia as pessoas, imagina essa que não conheço ninguém.
— qual é? Vai ser legal.
— se você diz, agora vem, que já terminei aqui, vamos lá para baixo, vou fazer nosso jantar.
Com a ausência da minha, papai é um ótimo cozinheiro e aprendi a fazer muitos pratos com ele
— oba! Adoro quando você cozinha... não conte ao papai, ele acha que é o meu fav.
— vou guardar o seu segredo peituda.
Vejo seu sorriso se transformar em uma carranca, e sorrio.
— você não sabe brincar.
Fala me dando língua.
— eu? Você que não sabe.
— vamos parar com essa brincadeira idiota?
Fala enfurecida.
— tá bem! Não está mais aqui quem falou.— falo erguendo as mãos em rendição.
— é melhor mesmo! E eu quero uma macarronada para o jantar.
— só se você cortar o queijo.— sugiro enquanto descemos para a cozinha.
— claro, vou logo pegar.— fala animada, e vai até a geladeira, pega o queijo e começa a corta-lo em pequenas fatias.
Pego o macarrão e o restante dos ingredientes, pronta para ser uma masterchef.
...
Ouvimos a porta abrir e vejo papai com um sorriso enorme nos lábios.
— nossa! Que cheiro bom!— elogia e agradeço com um sorriso.
— pai foi a Layla que fez, mas eu cortei o queijo, isso foi essencial para o prato.— Luiza comenta e ele morde os lábios antes de falar.
— claro que foi e você Layla, sempre foi a nossa master chefe.— comenta e eu gargalho.
— ah pai, você está sendo gentil.— falo e ele me encara sério, mas logo sorri, se aproxima e beijo minha testa outro na da luiza, em seguida sobe, creio que foi atrás da Antonela.
Papai desce com a sua namorada e começamos a nossa refeição, e acredite foi tudo embora num piscar de olhos, ele se oferece para lavar a louça, então eu e a Lu, subimos para os nossos quartos.
Decido tomar um banho demorado, visto uma camisola, e olho pela janela, e notei que agora a casa do patrão do meu pai, é ainda mais perto, por que a janela de alguém fica apenas a um muro de distância da minha.
Olho para o céu estrelado e sorrio, minha mãe era fascinada por astrologia, lembro-me que quando era pequena, ela desenhava algumas coisas relacionadas a isso.
Minha atenção foi tomada para a janela em frente, a luz do quarto foi ligada e avisto uma silhueta masculina.
Sinto que estou invadindo a privacidade de seja lá quem for o homem, assim que ele começa a tirar a camisa, balanço a cabeça em negativa e fecho a janela e me jogo na cama, fico ali perdida em meio aos meus pensamentos, e por fim acabo adormecendo.
...
Acordo me espreguiçando na beira da cama, tomo banho, me arrumo para o colégio e desço para tomar café, quando abro a porta, vejo Luiza me encarando.
— você está linda baby.
— obrigada peituda, você também.— agradeço dando uma piscadela para ela.
— tá legal! meu dia já começou ruim, se eu der um soco na sua cara sonsa, certeza que melhora.
— nossa! Eu também te amo! Agora vamos logo.
— sua sorte.
Papai e Antonela já estavam na mesa, nos juntamos á eles, tomamos café bem rápido e fomos direto para a escola, usamos o carro novo da Antonela, já que o do papai está quebrado.
...
Chegamos na escola, e logo vi o nome Braston High Eschool enorme em cima da grande escola á minha frente, com vários alunos em seus grupinhos de identificação.
Estaciono o carro e saímos, adentramos no prédio e de quebra recebemos muitos olhares curiosos, alguns comentários como "nossa só o que faltava patricinhas aqui em Braston" "aposto que são tudo nariz em pé "
Sempre odiei esse estereótipo de que nós da cidade grande somos pessoas fúteis e sem caráter, existem pessoas assim? Claro, mas Luiza e eu não éramos esse tipo, e isso me deixa furiosa e por isso estava pronta para destilar o meu discurso mas a minha irmã agarra firme o meu braço.
— se controle! Não vale a pena.
— tem razão.— falo e respiro fundo.
Antes de irmos para a sala, passamos na direção para saber onde eram as nossas classes, a diretora nos informa e seguimos para a mesma.
— oi eu sou a Katherine Caccini, mas podem me chamar de kate ou kat.— diz animada em nos conhecer.
— olá, sou a Maria Luiza, mas pode me chamar de Lu, Iza ou Malu, e está é a minha irmã, Layla mas pode chama-la de Layla, somos as Collins.
Ela nos abraça, nos pegando de surpresa pela sua atitude.
— bom senhoritas Collins ... eu vou mostrar toda a escola à vocês.
Fala pegando nos nossos braços e nos levando para os corredores, só espero não encontrar alguém que me faça odiar essa escola.
E não preciso gostar de garoto algum, e só o que me faltava, já estou bem ferrada do meu relacionamento anterior, não preciso de outro cara achando que é meu dono.
Alex foi um grande erro, e não pretendo repeti-lo aqui, e também não preciso que tenha uma abelha rainha, a patricinha que comanda a escola que namora o badboy e que tem as seguidoras fiéis dispostas a ouvir asneiras da mesma e estar junto só por causa da tal popularidade.
Mas como em toda escola raiz, esta não seria diferente.
- POV LAYLADepois de nos mostrar à escola, a kat nos levou até a sala da Maria Luiza, e nos apresentou a todos de lá, depois fomos para a minha, aconteceu a mesma coisa, todos foram gentis, menos uma garota, suponho que ela, deva ser a abelha rainha daqui, não sei quem é, mas já não simpatizei, depois das apresentações, fomos nos sentar e a raiva sentou-se ao meu lado.Não fiquei preocupada com a Maria Luiza, ela sabe se virar muito bem sem mim.As horas passaram voando, e quando finalmente chega a hora de ir embora, fomos barradas na porta da sala a abelha rainha, estava na porta encarando-me com um sorriso desdenhoso no rosto.— sei que é novata, então é bom saber, que quem manda nessa escola sou eu, se não quiser problemas, é melhor não pisar no meu calo e ficar longe do que me pertence.Avisa jogando meu caderno no chão, respiro fundo e conto até dez, mas estou irada demais para funcionar.É o meu primeiro dia caralho, que tipo de pessoa acha que tem direito sobre com que eu fa
- POV LAYLA— que foi?— Luiza me indaga, enquanto passa os braços ao redor do irmão da kat, e eu estou na minha quinta dose de tequila.— é... licencinha rapidinho, preciso dar uma palavrinha com minha irmã.Ele me encara confuso, e a Lu sorri, pego no seu braço e a levo até um cantinho mais reservado.— Maria Luiza Collins! O que a senhorita acha que está fazendo? Mal conheceu o garoto, e já está pendurada no pescoço dele?— você me conhece mesmo, mas eu e ele somos livres e desimpedidos, então eu vivo lá vida louca!— fala colocando as mãos na cintura e reviro os olhos.Ela se faz de durona, mas no primeiro pé na bunda ela chora e sobra para mim ter que inventar sabores novos de brigadeiros para agradá-la.Com a morte da mamãe eu meio que me responsabilizei por algumas coisas e a Luiza faz parte disso, não que meu pai não ajude na sua criação, longe disso, ele é maravilhoso, mas algumas coisas ela sempre conversa comigo, a primeira vez que menstruou foi para mim que ela contou e esta
- POV LAYLAAcordo com os primeiros raios de sol atravessando as minhas cortinas.Olho para o despertador e são seis da manhã, levanto e arrasto meu corpo para o banheiro, ignorando a dor de cabeça que estou sentindo.O poder da tequila.Depois tomar um banho, visto um vestido azul claro longo, e uma bota marrom.Seco meu cabelo depois o penteio o deixando solto, passo um rímel efaço um delineado, por fim finalizo com uma manteiga de cacau.Desço e encontro papai e Antonela na cozinha.— bom dia filha!— bom dia pai!— bom dia Layla, onde está a maluzinha ela ainda não desceu.Droga! A Luiza provavelmente ainda não veio da casa dos Caccini.Preciso ir até lá, mas antes tenho que arrumar uma boa desculpa.— ah ela saiu mais cedo.— que pressa né?— a pitom destila seu veneno, respiro fundo e reúno todo meu alto controle para não atirar uma xícara na sua face cínica.— sim! Tínhamos um trabalho na casa de uma amiga da escola, inclusive estou indo, ah, Antonela eu vou pegar o seu carro
- POV LAYLA— estou aqui para ver a minha irmã, que por acaso estava na sua "casa"Enfatizo o casa, e ele me encara um pouco surpreso mas logo recompõe a carranca de ignorante.— como pode ver ela não está aqui, pode ir embora da "minha " casa.Cretino idiota.— tudo bem! Pode enfiar a "sua" casa no seu rabo.Falo sem lhe dar o direito de resposta, caminho de volta para o meu carro e já estava entrando quando avisto a safada da minha irmã, vindo toda serelepe em cima de um cavalo com o Thomas, e acenando para mim.— oii Layla, tudo bem?— tudo bem? ... Está tudo ótimo...perfeito.— ironizo.— calminha aí!— calma nada! Vamos embora agora, papai está procurando por você, e não venha me dizer que vai ficar, porque se quiser estará por sua conta.— esbravejo e ela parece surpresa, e agora o cara que estava servindo de apoio para a Maya vem em nossa direção.— maninho! Você saiu cedo em.— o cretino fala colocando a mão sobre o ombro do irmão.— é que a Malu queria ir conhecer a nossa viníco
- POV LAYLAAcordei e ainda são seis da manhã, me levanto tomo banho e me visto, desço para tomar café, e dou graças aos céus que a guinoma não resolveu fugir para casa dos Caccinis.— bom dia família.— falo me juntando à eles.— bom dia! Filha você está linda.— obrigada pai!— agradeço sem jeito e Luiza revira os olhos.Optei por usar um corselet rosa, com uma calça jeans, e um tênis branco.— ei! E eu?— ela pergunta brava e eu sorrio.— você também caçula.Ela manda um beijo para ele que devolve no mesmo instante.Peço para o meu pai me passar a garrafa de café, e noto um enorme chupão no pescoço da minha irmã, que por acaso está coberto por base, mas estou vendo daqui que é enorme.Danadinha ela, gostei!— meu subconsciente provoca e reviro os olhos.Danadinha é o nome do cinto que papai vai usar se ele ver isso.Terminamos o café e saímos no carro do papai que já voltou do conserto, porque Antonela saiu no dela.Ele também disse que daria um carro para nós duas usarmos, já que a Lu
- POV AIDEN— está tudo preparado?— questiono e meu irmão acena com a cabeça concordando.— sim, está no galpão a sua espera!— avisa e suspiro.— ótimo! Vamos logo.Pegamos os cavalos e seguimos para o galpão....Descemos dos cavalos e seguimos em direção a porta, cumprimentamos um dos meus homens que estava a espreita, vigiando para que ninguém entrasse ou cavalgasse nessa área.Fito o idiota audacioso que ousou me trair... odeio traidores eles sempre são mentirosos e sabem disfarçar.Assim que o mesmo nota minha presença, seu rosto fica ainda mais pálido e sorrio.— ora... ora... ora... o que temos aqui.— falo me aproximando dele.— senhor eu juro... não fiz nada!— se defende e curvo os lábios num sorriso.— não? Então me explique, como você foi até o Gonzales informá-lo sobre o nosso arsenal de armas, estava sonâmbulo?— questiono e ele engole em seco.— vamos... estou esperando a explicação.— afirmo fitando o seu rosto.— por favor, não me mate eu imploro, faço qualquer coisa.—
- POV LAYLADepois de voltar para casa, subi para o meu quarto e me espanto assim que papai entra de fininho.— oi filha, desculpe te assustar, está tudo bem por aqui?— questiona e parece um pouco ansioso, isso me fez arquear as sobrancelhas numa expressão desconfiada.— oi pai, tudo bem, só estava pensando longe.— falo e ele senta-se ao meu lado na cama.— você estava pensando na Marta?— questiona e sinto um aperto no peito, sei que meu pai faz de tudo para suprir a falta da mamãe e nunca tentou substitui-la, mas as vezes me pergunto como seriam nossas vidas se ela ainda estivesse aqui.— sim, tem momentos que nós garotas passamos e ter a mãe por perto é tão bom, não que não seja um bom pai ou bom ouvinte, não é nada disso, o senhor é maravilhoso, mais é algo inevitável papai, sinto muita saudade.— confesso deixando uma lágrima solitária escapar dos meus olhos e ele me abraça.— sei que não é fácil, eu também sinto a falta dela, Marta foi e sempre vai ser o meu primeiro amor, ningué
- POV LAYLA— ótimo.— Kat, diz empolgada e nos sentamos no carpete, formamos uma roda e a ruiva posiciona a garrafa no meio.— cadê aquela sua namorada?— Kat pergunta a Aiden e ele dá uma piscadela para a irmã.— mandei ela ir embora, não estava afim de brigar hoje.— responde e ela se contenta com a resposta e começa e gira a garrafa.E para entre ela e a minha irmã.— oba, eu pergunto!— Luiza comenta empolgada.— escolhe verdade ou desafio?— verdade.— ótimo, é verdade que você não tem mais o lacre?Aiden e Thom engasgam com a cerveja e nós sorrimos dos dois.— sim.— afirma sem preocupação alguma.— como é que é Katherine?— Aiden questiona e dá de ombros.— vocês trepam com garotas da minha idade e acham que eu tenho obrigação de ser virgem? — pergunta e ambos seguem em silêncio.— eu quem giro né?— pergunta e Luiza acena com a cabeça ela gira a garrafa e para entre ela e Thomas.— fala aí maninho, você escolhe, verdade ou consequência?— consequência.— responde cheio de malícia.—