Lorenzo Rivera
Estava ansioso pelo que estava para acontecer, quase não consegui dormir no dia anterior. Após contar os dias, tinha finalmente chegado, aquele dia em especial, sentia euforia e expectativa de tudo ser perfeito. A realização de um dos meus sonhos.
— Amor, como estou? — perguntei, dando uma volta. Minha mulher estreitos os olhos e depois sorriu. Branco e vermelho seria o uniforme que usaria durante muito tempo.
— Está um cozinheiro gostoso! — respondeu, agarrando minha cintura. Sorri satisfeito.
Era a inauguração do meu restaurante, adiei por quase dois meses antes de inaugurá-lo. Passamos por muitas coisas desgastantes, como, por exemplo, o
Amira GarciaO que uma mulher poderia desejar? As outras não sei, mas eu, tinha tudo e um pouco mais. Após cinco anos sofridos finalmente tinha meu diploma na parede do quarto, destacando minha formação. Faltava bem pouco até meu escritório de advogacia ser aberto, contava os dias. Há três anos casei com o amor da minha vida em uma cerimônia simples para poucas pessoas. Sarah mudou-se para um apartamento e mora junto com seu noivo Fernando, os dois têm conquistado muitos sonhos juntos.— Querida! — disse ele, chamando minha atenção. Sorri para meu avô. Cada dia amava mais aquele velhinho que merecia ser amado pelo resto de sua vida.— Vov&o
Amira GarciaO cheiro forte do campo me trazia um pouco de tranquilidade, mas só eu sabia o quanto estava sendo difícil. Meus olhos permaneciam fechados, aquela era a minha despedida, eu já não poderia viver na minha cidade do interior, todas as lembranças não me deixariam seguir em frente.— Essa falsa paz não me fará esquecer aquela tragédia. — murmurei, olhando em direção onde ficava minha casa, antes de ter pegado fogo acidentalmente e tirado tudo de mim.Três semanas haviam se passado desde que tudo aconteceu, eu estava sendo abrigada por um dos amigos do meu pai, todos na cidade estavam com pena da pobre órfã que perdeu tudo. Já não tinha lágrimas para c
O despertador não parava de tocar, contudo, eu só queria dormir mais um pouco, porque no dia anterior caminhara bastante procurando trabalho. Quatro anos se passaram tão depressa, e minha tão desejada estabilidade financeira sempre estava mais distante. O emprego que havia passado mais tempo foi como caixa de um supermercado, durou seis meses, até eu ser expulsa mais uma vez devido ao meu jeito de agir impulsivamente, eu não poderia deixar ninguém abusar de mim como das outras vezes, precisei usar agressividade para me proteger. Meus traumas do passado não me deixavam nenhum momento, tinha noites que os pesadelos pareciam reais de mais, e eu não tinha ninguém parame consolar, me isolar das pessoas era o melhor que eu poderia fazer, assim evitaria me machucar. Tomei coragem e saí da cama, me alonguei antes de ir ao banheiro fazer minha h
Lorenzo RiveraQuando você tem tudo, ou, pelo menos, quase tudo, ser só mais um homem legal não faz diferença alguma, lá estava eu mais uma vez, sendo pressionado pelo meu pai, ele não era a melhor pessoa do mundo, e adorava se intrometer na minha vida.— Filho, assuma suas responsabilidades! — meu pai disse furioso socando a mesa, eu quase cuspi o café que estava tomando, foi um erro ter ido visitá-lo naquela manhã, estava arrependido, sabia como tudo acabaria e mesmo assim fui.— Não quero sua empresa! Por que não coloca a sua filha? Tudo que ela mais deseja é passar horas dentro daquele escritório. — ele sabia bem o quanto a empresa era importante para mi
Amira GarciaMeu destino era mesmo fodido, logo no primeiro dia de trabalho quebrara meu nariz. Não estava acreditando ainda na coincidência de ser justo o poste ambulante que trabalharia ao meu lado. Ele sentia repulsa de mim sem ao menos disfarçar.— Se você quer sobreviver nesse lugar, melhor não causar problemas! — olhei em direção a porta assustada. Quem era aquela mulher para falar comigo daquele jeito?— Sou uma vítima. Não está vendo? — resmunguei, franzendo o cenho.Sua gargalhada escandalosa quase me deixou surda. Cruzei meus braços encarando aquela mulher que se aproximava de mim, ela parou na minha frente, socando um uniforme no meu peito com brutalidade, me fazendo dar um passo para trás.
Lorenzo RiveraMinha casa era tão silenciosa que às vezes não suportava ficar sozinho, todavia, naquela noite só queria ficar no meu quarto. Olhei para o relógio na parede, era quase meia-noite. Eu estava estressado devido a uma mulher. Nunca tinha visto alguém como a Garcia antes. Uma mulher que falava sem pensar nas consequências, de certa forma, me deixou surpreendido porque apenas meu pai falava o que pensava de mim. Não pensei que estaria vivo para ver uma mulher como aquela falar sem medo o que pensava de mim. O que eu esperava? Esperava no mínimo educação, porém, ela deixou claro que não tinha.— Lorenzo, não pense mais nisso! — murmurei, sorrindo, enquanto recordava do quanto deixei a Garcia sem jeito. Por mais que ela tentasse desviar seu olhar, eu sabia muito bem pra onde estava
Amira GarciaUm pressentimento ruim estava me deixando triste, tentei não pensar ou querer entender o que poderia ser. Naquele dia cheguei um pouco mais cedo ao trabalho. Coloquei o uniforme e retornei para cozinha, para aguardar o babaca chegar. Infelizmente persentia que ele seria um problema e dos grandes pra mim.— Rivera chegou! — um garçom adentrou a cozinha gritando e todos ficaram em silêncio. Com um chefe como aquele conseguia entender a expressão de medo em seus rostos.Lorenzo entrou na cozinha indo diretamente para o trocador, não olhou para nenhum de nós. Minha convivência com ele seria bem difícil, um homem daquele amargo, não colocava medo à toa. Quando ele saiu feito trovão do trocador, em nossa direção, me assustei, algo não estava
Lorenzo RiveraMeu jantar do dia anterior com a minha irmã me fez refletir, Sarah tinha uma novidade, estava dedicando seu tempo as crianças abandonadas no orfanato, as histórias que ouvi me fizeram sair de lá envergonhado, senti vergonha porque sabia que não era diferente dos pais daquelas crianças. Um segredo escondido poderia mudar o jeito que minha irmã me enxergava, eu tinha uma filha que nunca quis ter, ela estava há alguns quilômetros de distância em um internato. Não lembrava do seu rosto, aquela criança era apenas uma bebê quando a deixei. O DNA foi feito duas vezes porque eu não queria aceitar aquele resultado. O que eu fiz? Chorei e entrei em desespero, estava me sentindo derrotado, porém, algo ainda poderia ser feito, pensando nisso paguei um bom advogado, e obtive a guarda def