Lorenzo Rivera
Durante a madrugada uma notícia tirou minha alegria. Sarah, após telefonar tantas vezes sem sucesso, veio até o apartamento de Garcia, acabamos acordando com os gritos que vinham do lado de fora. O desespero da minha irmã me fez pensar que acontecera alguma coisa grave, talvez com Sibele, no entanto, não era devido à minha filha que ela estava daquele jeito, nosso pai havia infartado. Juntos fomos para o hospital, minha namorada não soltou minha mão em nenhum momento. O apoio dela conseguia tirar de mim um pouco daquela angústia.
— Amorzinho, seu pai vai ficar bem! — disse ela, tentando me acalmar. Meu pai era durão, mas era só um ser humano, e estava passando por uma cirurgia difícil.
Amira GarciaQuatro semanas desde o falecimento do meu sogro, após dias nebulosos pude voltar a ter esperança na recuperação do meu avô, ele havia dado sinais de estar acordando do seu coma, quase chorei quando ele segurou minha mão, foi uma surpresa e tanto. Eu poderia ter falado sobre o que tinha acontecido, no entanto, vivia um dilema entre contar ou não para o meu namorado, na dúvida optei pelo silêncio até as coisas melhorarem.O impacto da leitura do testamento deixado pelo meu sogro abalou bastante a família Rivera. Sarah não somente ficou com a empresa como com a maior parte dos bens do pai, mas, com certeza, o maior presente que ele poderia ter dado a Lorenzo foi um restaurante, um mega restaurante em uma das ruas mais movimentadas da capital. Ele nunc
Lorenzo RiveraSarah me fez comprar um anel de noivado e desde então, suas indiretas falando sobre casamento ficaram bem frequentes. O casamento era um grande passo, no entanto, Garcia e eu vivíamos como marido e mulher, não seria um pedaço de papel ou igreja que mudaria isso, a verdade era que esses eventos em especiais, eram feitos para agradar à sociedade, pensava exatamente assim. Precisei esconder bem o anel para que ela não encontrasse, não queria assustá-la, Amira a todo momento demonstrava ficar incomodada quando o assunto era casamento, minha intenção não era afastá-la de mim, tinha medo dela me dizer um grande não em resposta.— Sibele, gostaria de ter irmãozinhos? — perguntei, imaginando o futuro.
Amira GarciaDeixei todos os meus problemas de lado porque o momento era de felicidade. Após esperar dias e temer o falecimento do meu avô, ele milagrosamente provou o quanto queria viver. Não planejava estar sozinha naquele momento tão importante, enquanto me preparava para adentrar o leito, não conseguia evitar de pensar em Lorenzo e no quanto ele tinha agido estupidamente. Preferi ir sozinha até o hospital, apesar de Sarah ter oferecido sua companhia, recusei, pois, sabia que tínhamos algo incomum, e em aberto para resolver, concordamos que ela conversaria primeiro com o grandão, bem, e eu conversaria quando retornasse do hospital.Quando toquei na maçaneta do leito, senti minhas pernas fraquejarem, por um segundo hesitei, mas não tinha do que ter medo, talvez meu avô fosse simpático, pensei, adentrando e quase caindo em cima da lixeira. Alg
Lorenzo RiveraEram quatro da manhã e eu continuava sentado do lado de fora, esperando que a qualquer momento Amira chegasse. Não conseguia acreditar que ela havia ficado tão ofendida com nossa discussão, tivemos outras piores e nunca ela tinha desaparecido antes. Telefonei para o hospital meia-noite e disseram que ela esteve lá e logo foi embora. Onde ela poderia estar? Queria tanto pedir desculpas pelo que tinha feito. Sarah não era mais uma criança, conversamos sobre ocorrido, senti-me envergonhado, entendi que não deveria me intrometer daquele jeito na sua vida.Fernando ficou tão pálido acreditando que eu fosse demiti-lo, mas, na verdade, fui lhe pedir desculpas, não o conhecia para julgá-lo como um molestador. Mais não deixei de ameaç&aacu
Amira GarciaEstava na pior prisão que poderia existir, uma com a qual não conseguiria me defender. Subestimei a inteligência maligna de Miguel, contratar falsos policiais para me capturar foi longe demais. A van azul era realmente do meu tio psicopata, me entregaram em suas mãos, não sabia onde estávamos, porém, acreditava que bem longe de todos. O ferimento do meu pulso, causado pelas algemas, agravou-se nas minhas tentativas de escapar. Dentro da van sem nenhuma ventilação, aguardava pelo momento final, ele deixou claro que em poucas horas eu estaria a sete palmos do chão.Virei o rosto, fechando os olhos em seguida, depois de ouvi-lo abrindo a van. Novamente eu seria vítima de suas loucuras, durante horas passei não só por torturas emocionais, como
Lorenzo RiveraEstava ansioso pelo que estava para acontecer, quase não consegui dormir no dia anterior. Após contar os dias, tinha finalmente chegado, aquele dia em especial, sentia euforia e expectativa de tudo ser perfeito. A realização de um dos meus sonhos.— Amor, como estou? — perguntei, dando uma volta. Minha mulher estreitos os olhos e depois sorriu. Branco e vermelho seria o uniforme que usaria durante muito tempo.— Está um cozinheiro gostoso! — respondeu, agarrando minha cintura. Sorri satisfeito.Era a inauguração do meu restaurante, adiei por quase dois meses antes de inaugurá-lo. Passamos por muitas coisas desgastantes, como, por exemplo, o
Amira GarciaO que uma mulher poderia desejar? As outras não sei, mas eu, tinha tudo e um pouco mais. Após cinco anos sofridos finalmente tinha meu diploma na parede do quarto, destacando minha formação. Faltava bem pouco até meu escritório de advogacia ser aberto, contava os dias. Há três anos casei com o amor da minha vida em uma cerimônia simples para poucas pessoas. Sarah mudou-se para um apartamento e mora junto com seu noivo Fernando, os dois têm conquistado muitos sonhos juntos.— Querida! — disse ele, chamando minha atenção. Sorri para meu avô. Cada dia amava mais aquele velhinho que merecia ser amado pelo resto de sua vida.— Vov&o
Amira GarciaO cheiro forte do campo me trazia um pouco de tranquilidade, mas só eu sabia o quanto estava sendo difícil. Meus olhos permaneciam fechados, aquela era a minha despedida, eu já não poderia viver na minha cidade do interior, todas as lembranças não me deixariam seguir em frente.— Essa falsa paz não me fará esquecer aquela tragédia. — murmurei, olhando em direção onde ficava minha casa, antes de ter pegado fogo acidentalmente e tirado tudo de mim.Três semanas haviam se passado desde que tudo aconteceu, eu estava sendo abrigada por um dos amigos do meu pai, todos na cidade estavam com pena da pobre órfã que perdeu tudo. Já não tinha lágrimas para c