Maria Eduarda
Que homem era esse?
E, que voz!
Vamos Duda, você precisa reagir – pensei comigo mesma.
Então, me lembrei das suas últimas palavras.
— Como você prefere, em temperatura ambiente ou gelada? — É a única frase que consegui falar. Meu Deus, Duda, como você era burra.
— Pode ser gelada. — Ofereci água gelada sem saber se tinha. Fui até a geladeira e, para minha surpresa, tinha uma garrafa com água.
Comecei a procurar por um copo, ainda não sabia em qual lugar a minha mãe os havia guardado.
— Desculpe, é que ainda não sei onde minha mãe guardou as coisas — falei, e não olhei para trás, continuei olhando pelos armários. — Achei! — disse e me virei, percebendo que ele deu um meio sorriso, e que sorriso, hein!
Ele se aproximou e pegou o copo da minha mão, fiquei sem reação, não sabia o que fazer. Ele ficou parado me observando, os olhos azuis não pararam de me fitar.
— Água? — perguntei, sustentando o seu olhar.
— Claro. — Ele esticou o copo em minha direção, abri a garrafa e enchi o seu copo.
Ele levou-o até sua boca e começou a beber a água sem tirar os olhos dos meus.
— Vejo que já se conheceram. — Meu pai entrou na cozinha com tudo.
Não sabia se agradecia ou se ficava furiosa com ele.
— Ainda não nos apresentamos — o bonitão falou, me olhando novamente. Deixou o copo em cima da ilha e foi em direção ao meu pai.
— Caleb, essa é a minha pequena Duda. — Meu pai me apresentou com orgulho. — Minha Maria Eduarda.
— Prazer, Duda. — Caleb veio em minha direção e esticou sua mão, retribui o comprimento, sentindo um arrepio passar pelo meu corpo quando toquei sua mão.
— Ele é o meu chefe, filha. — O homem parecia ser bem mais novo do que o meu pai.
Ele tinha cara de ser um desses playboys, CEO, esses homens bilionários e possessivos, só pelo seu jeito de andar e falar. Deveria ter, no mínimo, 1,90 de altura, moreno, olhos azuis, cabelo curto, todo penteado para trás, e usava uma camiseta branca, calça jeans preta que marcava muito bem suas coxas e o volume na frente da sua calça, não consegui deixar de reparar, pois era muito grande.
— Já está pronto? — Minha mãe entrou na cozinha, perguntando sobre o bolo e o café. — Oi, Caleb! — ela falou em seguida.
— Oi, de novo, Melissa.
— Que isso, Caleb, pode me chamar apenas de Mel — falou e deu um beijo no meu pai. — Já podemos tomar café, Duda?
— Sim — falei enquanto me voltei para o forno, tirando o bolo. — Só vou preparar a calda.
— Nossa, que cheiro maravilhoso — meu pai falou.
— Sim, o cheiro realmente está maravilhoso. — Caleb concordou, mas senti que ele não estava se referindo ao bolo.
“Pare com isso Duda, um homem como ele nunca iria olhar para uma menina como você”, meu subconsciente me repreendeu.
Eles começaram a conversar enquanto preparava a calda do bolo e assim que a terminei fiz o café, e toda vez que olhava para Caleb, seus olhos estavam cravados aos meus, ele sempre me dava um sorriso de canto.
Fui para sala de estar e preparei a mesa para tomarmos o café.
— Está pronto — gritei, enquanto terminava de arrumar tudo.
Logo em seguida, os três entraram na sala e Caleb continuou sem tirar os olhos de mim. Todos nos sentamos à mesa, minha mãe ao lado do meu pai e eu de frente para o seu chefe.
Servimo-nos e começamos a comer.
Nesse momento, o meu celular tocou, recebi uma mensagem de um número desconhecido.
[Desconhecido]: Oi, Duda, tudo bem? Aqui é o Andrés, a Elisa me disse que você está por aqui.
[você]: Oi, estou sim.
[Andrés]: Se você quiser, posso te mostrar a cidade. O que acha?
[você]: Claro que quero.
[Andrés]: Me envie o seu endereço. Em dez minutos estarei aí.
[você]: Ok.
— Posso saber o motivo desse sorriso? — minha mãe perguntou, toda curiosa.
— É o Andrés.
— Seu namorado? — Caleb perguntou.
— Não, é só o irmão da minha melhor amiga. — Ele fez uma careta.
— O que ele queria? — meu pai perguntou.
— Ele se ofereceu para me mostrar Nova Iorque.
— Eu também posso fazer isso! — Caleb falou, eu o olhei assustada e meus pais não pareceram ligar.
— Não quero incomodá-lo.
— Claro que não é nenhum incômodo.
— Sim, filha, Caleb já é um homem bem mais maduro e de confiança — minha mãe falou.
— Andrés já está a caminho, preciso me trocar — concluí e já saí da mesa, subindo para o meu quarto.
Troquei de roupa, vesti um shorts jeans preto de cós alto, um cropped amarelo com detalhes em renda, e uma rasteirinha, queria aproveitar os poucos dias de sol de Nova Iorque.
Ouvi alguém tocando a campainha, então, desci as escadas correndo. Quando cheguei à sala, meu pai já tinha atendido a porta.
— Aqui está você — senhor Roger falou quando me viu, já Caleb me lançou um olhar atravessado. — Andrés acabou de chegar.
— Duda! — ele falou e veio ao meu encontro, meu pai e Caleb me deram passagem para que eu passasse.
— Andrés, quanto tempo. — Nos abraçamos.
— Quem está aí? — Minha mãe surgiu do nada. — Andrés! Nossa, menino, como você cresceu.
Andrés deveria ter mais de 1,80 de altura, eu ficava uma anã ao seu lado, já que tenho 1,65m.
Ele era moreno, olhos castanhos claros e estava com a barba por fazer. Só de pensar que eu já fui apaixonada por ele me fez ficar com as bochechas coradas..
— Vamos? — falei e comecei a puxá-lo pelo braço, antes que começassem a fazer muitas perguntas.
— Comportem-se! — meu pai grita, conforme ficou na porta com Caleb.
Andrés veio de carro e abriu a porta para que eu entrasse, coloquei o cinto, olhei para a porta da minha casa e Caleb não parava de me encarar.
— Vocês têm alguma coisa? — Andrés me tirou dos meus pensamentos.
— Não. — Tentei disfarçar. — Ele é o chefe do meu pai, nos conhecemos hoje.
Realmente, a atitude de Caleb era muito estranha.
— Hmmm. — Andrés não pareceu convencido, mas o que eu havia dito era verdade. — Vamos! — E então, arrancou com o carro.
Ele me levou para conhecer o Museu de Artes e o Central Park. Eu gostei muito desses lugares.
— O que achou? — me perguntou, assim que saímos do Museu.
— É lindo!
— Achei que, com o tempo, você deixaria de gostar dessas coisas — falou e sorriu.
— Tem algumas coisas que nunca deixamos de amar. — Eu amava museus, literatura e tudo o que se relacionava a isso.
— Tudo bem, senhorita Maria Eduarda.
— O que anda fazendo por aqui, e a faculdade?
— Estou no primeiro ano de Direito. — disse — Estou com 21 anos — falou, enquanto seguíamos em direção a um carrinho de sorvetes. — E você, já sabe o que fazer depois do Ensino Médio?
— Queria ser escritora, como a minha mãe. — Ele pegou dois picolés e me entregou um de maracujá.
— E por que não tenta?
— Obrigada. — Agradeci quando peguei o picolé. — Ela demorou muito para chegar aonde chegou.
— Não custa tentar.
— Eu sei, mas…
— Mas? — me incentivou a continuar.
— Também queria fazer Direito, como meu pai.
— É uma profissão um pouco amedrontadora. — Rimos juntos.
— Assim você me assusta.
— Mas tem o seu lado bom.
— Ah é! Qual? — Nesse momento, sentamo-nos em um dos bancos que tinha por perto.
— Faça o curso e você saberá!
— Ah! Isso não vale, Andrés. — Dei um tapa no seu braço que o fez derrubar o seu picolé nas minhas pernas. — Aaah! Tá gelado.
Ele pegou o picolé com as mãos, encostando-as nas minhas pernas. Ficamos nos encarando por uma fração de segundos.
— Duda! — Reconheci a voz. — Posso ajudar? — Estendeu um lenço em nossa direção.
— Caleb? — Será que ele estava me perseguindo? Pare de pensar besteira, Duda, um homem como esse nunca iria me olhar de tal maneira - pensei.
— Pegue! — Ele continuou com o lenço estendido e fuzilando Andrés com os olhos, já que ainda estava com as mãos nas minhas pernas.
Aceitei o lenço e Andrés jogou o picolé derretido na lixeira ao lado.
— Já volto, vou lavar minhas mãos — Andrés falou, não esperando pela minha resposta e entrando novamente no Museu.
Maria Eduarda— O que você faz aqui? — questionei, assim que Andrés desapareceu do meu campo de visão.— Meu local de trabalho! — falou, apontando para o prédio da frente.— É seu?— Sim! — Arqueou uma de suas sobrancelhas. — Pensou que eu estava te seguindo?— Claro que não.— Vamos? — Andrés voltou.— Claro. — Olho para Caleb. — Até. Não esperei por sua resposta e saí com Andrés.— Tem certeza de que você não tem nada com esse cara? — Senti o meu rosto corar. — Fica linda assim! — Paramos um de frente para o outro, ainda conseguia ver Caleb nos observando. Andrés colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e encostou seus lábios aos meus.Fiquei parada e não me movi.— Desculpe! — falou, assim que percebeu que não tive reação.— Podemos ir devagar? — pedi.— É claro. — Ele sorriu e me abraçou, Caleb já não estava mais no mesmo lugar.Passei a tarde toda com Andrés.Assim que paramos em frente à minha casa, percebi termos visita.— Até! — Andrés falou e encostou seus lábio
Maria Eduarda— Você é muito madura para sua idade. — Ela sorriu e só então, percebi os seus traços, ela deveria ter, no mínimo, uns 25 anos, era bem loira, seu cabelo era curto, na altura dos ombros, seus olhos eram azuis, mas não tão lindos quanto os de Caleb. Ela usava uma camisa de manga longa na cor branca.— Obrigada. — Dei um sorriso sem graça.— Desculpe, ainda não me apresentei — falou, sorrindo para mim. — Sou a Geórgia.— Maria Eduarda. — Tentei retribuir o sorriso. — Vocês são namorados? — perguntei, olhando de um para outro.— Quase. — Geórgia respondeu toda empolgada. — Só falta o pedido.Caleb não me olhou, mas ficou incomodado com a minha pergunta. Ele apenas dirigiu a palavra para os meus pais, a Jenny e a Geórgia. Assim que terminamos o jantar, eles continuaram conversando.— Vamos à varanda — minha mãe convidou. — Venha, filha! — me chamou quando percebeu que não me movi.— Vou organizar as coisas por aqui.— Não precisa, amanhã eu te arrumo.— Claro que não, mamãe,
CalebMaria Eduarda, esse era o nome da minha mais nova perdição.Quando a vi sorrindo daquela maneira para o garoto, algo dentro de mim não gostou do que estava acontecendo, ainda mais quando descobri que ele era um amigo e que apenas queria lhe mostrar a cidade.É claro que seus pais prefeririam que eu lhe mostrasse a cidade e não um moleque.Duda saiu com o garoto mesmo assim e, em seguida, recebi uma mensagem da Jenny dizendo precisar de ajuda com um contrato. Então, marquei de encontrá-la em meu escritório, e enquanto me despedia de Mel e Roger, recebi um convite para jantar com eles. É claro que o aceitei, pois queria ver sua filha novamente.Sem ao menos me trocar, fui direto para o meu carro. Enquanto dirigia, meu celular começou a tocar, olhei no visor e contatei ser Geórgia. Já fazia alguns dias que a estava evitando e assim permaneceria.Parei em frente ao edifício da empresa, entreguei as chaves para o manobrista e antes de entrar, olhei para trás e vi Duda com o seu amigu
CalebNa mesa de jantar, me surpreendi quando Duda disse que tinha apenas 17 anos.Que porra foi aquela? Nos beijamos! Eu poderia ser preso.Apesar do susto, tentei não demonstrar como isso me abalou, mas foi em vão, a cada segundo Duda me olhava, sei que ela percebeu o que estava acontecendo.Eu teria que esperar por seis meses para poder tocá-la da maneira que desejava.Merda! Merda!***Estávamos no meu escritório e o expediente já estava terminando.— Não se preocupe, pode ir tranquilo. — Jenny tentou me confortar. — Vou ajudar Roger com tudo o que ele precisar.— O que seria de mim sem você? — Pare com isso, menino. — Ela se levantou e deu a volta em minha mesa, me puxando para um abraço. — Sabe que sempre estarei aqui para ajudá-lo.— Obrigado — agradeci, me envolvendo em seu abraço. Definitivamente, ela era como uma mãe para mim. — Posso lhe pedir um favor?— Claro.Saí dos seus braços.— Preciso do número da Duda. — confessei, um pouco sem jeito.— Maria Eduarda? — Arqueou um
Maria EduardaNão o respondi, apenas fiquei pensando se deveria ou não ir até sua casa. Por fim, coloquei uma blusa preta de capuz por cima do meu baby-doll e desci as escadas às pressas, decidindo sair pela porta dos fundos, já que era noite e com certeza Jenny estaria em casa, eu não podia correr o risco de ela me ver, por mais que a minha casa ficasse entre as duas.Saí ao mesmo tempo que começaram a cair algumas gotas de chuva, então, apertei o passo e, em alguns metros, estava parada à porta da casa dele. Percebi que ela só estava encostada, a luz da cozinha estava apagada, mas pude ver a luz da sala acesa. Respirei fundo e empurrei a porta.— Caleb? — chamei por ele. — Caleb?— Estou aqui. — Ouvi sua voz.Andei até a sala e lá estava ele, sentado no sofá, com as pernas cruzadas e mexendo no seu MacBook. Ele usava uma camiseta branca e um calção cinza de pano, seu cabelo estava todo bagunçado, o que me tirou o fôlego. E para piorar, usava óculos, meu Deus, que charme.— Achei
Maria Eduarda— Duda? — Minha mãe me chamou.— Estou aqui na varanda.— O que está fazendo aqui, meu amor. — Ela saiu e me abraçou.— Ouvi um gatinho miando. — Foi a única coisa em que consegui pensar.— Não estou ouvindo nada. — Acho que me confundi. — Dei um beijo em sua bochecha. — Como foi o jantar?— Foi perfeito, seu pai conseguiu mais uns investidores para a empresa.— Que bom, Caleb deve ficar feliz com a notícia.— Tenho certeza que sim.Entramos e meu pai veio todo feliz me contar a novidade. Ficamos algum tempo sentados na sala, conversando e, em alguns momentos, me peguei pensando no que teria acontecido se meus pais não tivessem chegado.***Era sexta-feira e Elisa viria passar o fim de semana em nossa casa, estava morrendo de saudade dela. Ainda não havia contado para ela sobre o Caleb.A preguiça de me levantar da cama era maior do que eu.— Bom dia, meu amor — minha mãe falou enquanto entrava no meu quarto.— Bom dia, mamãe.— Animada? — perguntou, conform
Maria EduardaAndrés morava em um apartamento pequeno, na verdade, ele dividia o apê com um colega da faculdade, uma vez, ele me contou sobre isso, mas nunca dei muita atenção.— Elisa — falei, assim que entrei na cozinha. — Como eu estava com saudades de você — disse enquanto a abraçava.— Duda. — Ela retribuiu o meu abraço.— Que cheiro gostoso — Andrés disse. — Comida de verdade.— Cansado de fast food, irmãozinho? — Elisa me soltou e coloco minha bolsa no chão, próximo à mesa.— Nem me fale.— Falta pouco.— Vou tomar uma ducha enquanto isso. — Andrés falou e já começou a tirar a camiseta.— Ok. — disse apenas, enquanto Andrés saía da sala. — E aí? Vocês estão juntos? — perguntou toda empolgada.— É claro que não.— Mas o Andrés me disse que vocês estão saindo. — Elisa pareceu decepcionada.— Sim, mas não é nada de mais, pelo menos, não da minha parte.— Então, tá.— Aliás, tenho novidades — falei, toda empolgada. — Você precisa conhecer o chefe do meu pai.— Ui, ele
CalebUsei o meu autocontrole para não quebrar a minha promessa, na noite em que Duda foi até minha casa, por um segundo, pensei que ela não aceitaria o meu pedido.Na manhã seguinte, recebi uma mensagem do Roger, me convidando para o café da manhã e é claro que aceitei.Duda foi quem atendeu à porta o gostei da maneira de como ela quis me provocar, me chamando de “Senhor”. No começo, não aceitei muito bem, mas entrei na sua.***Passei o dia no escritório ensinando algumas coisas para o Roger, pois, em alguns dias, iríamos para Toronto e ele precisava ficar a par de tudo.— No máximo, em uma semana, iremos para Toronto — avisei.Estávamos em minha sala, revisando alguns contratos e processos.— Certo, só preciso avisar a Mel — disse. — O que é isso?— Geórgia — eu disse, quando os gritos começaram a ficar cada vez mais altos.A porta se abriu com tudo, Geórgia adentrou e, em seguida, Ayza apareceu com o rosto muito contrariado.— Senhor Stone, me desculpa, ela…— Sem problemas, Ayza.