Capítulo 05

Maria Eduarda

— Você é muito madura para sua idade. — Ela sorriu e só então, percebi os seus traços, ela deveria ter, no mínimo, uns 25 anos, era bem loira, seu cabelo era curto, na altura dos ombros, seus olhos eram azuis, mas não tão lindos quanto os de Caleb. Ela usava uma camisa de manga longa na cor branca.

— Obrigada. — Dei um sorriso sem graça.

— Desculpe, ainda não me apresentei — falou, sorrindo para mim. — Sou a Geórgia.

— Maria Eduarda. — Tentei retribuir o sorriso. — Vocês são namorados? — perguntei, olhando de um para outro.

— Quase. — Geórgia respondeu toda empolgada. — Só falta o pedido.

Caleb não me olhou, mas ficou incomodado com a minha pergunta. Ele apenas dirigiu a palavra para os meus pais, a Jenny e a Geórgia. Assim que terminamos o jantar, eles continuaram conversando.

— Vamos à varanda — minha mãe convidou. — Venha, filha! — me chamou quando percebeu que não me movi.

— Vou organizar as coisas por aqui.

— Não precisa, amanhã eu te arrumo.

— Claro que não, mamãe, aproveite seus amigos.

Ela me deu um beijo na testa e foi para a varanda. Então, tirei todos os pratos da mesa e levei-os para a cozinha, depois de colocar tudo de forma organizada na pia, comecei a lavar a louça.

— Então, quer dizer que você só tem 17 anos? — Fui pega de surpresa, Caleb me segurava pela cintura quando me fez essa pergunta.

— Po… por… pouco tempo. — Gaguejei, sua aproximação e o seu cheiro estavam me deixando de pernas bambas.

— Quanto? — Ele cheirou o meu cabelo e foi descendo o nariz pelo meu pescoço, enquanto eu continuava com as mãos cheias de sabão e de costas para ele.

—  6 meses. — sussurrei.

— Porra, Duda! — falou com os dentes semicerrados, me assuntando com suas palavras.

— Qual o problema? — Pisquei algumas vezes, esperando por sua resposta.

— Sabe o que estou fazendo agora? — Olhou fixamente para mim. — Poderia me mandar para a cadeia! — Fechou seus olhos, como se estivesse absorvendo o aroma do meu perfume e depositou um beijo no meu pescoço.

— Só se fosse sem o meu consentimento.

— Mas eu não posso. — Ele se virou e colou nossos lábios. — Isso seria errado.

Depois de dizer isso, simplesmente saiu. O que esse homem tinha na cabeça?

Me recompus, terminei de limpar a cozinha e fui direto para o meu quarto. Fiquei deitada me lembrando do que havia acontecido, Caleb estava me deixando confusa. Fazia menos de 24 horas que eu havia chegado à cidade e já tinha um homem me fazendo perder o juízo.

***

Os dias foram passando, comecei a sair com mais frequência com Andrés e, como eu já sabia que ia acontecer, Elisa não gostou muito da ideia.

— Duda, meu irmão não serve para você.  — Já devia ser a milésima segunda vez que ela me falava isso.

— Eu não estou levando a sério, estou apenas aproveitando — confessei. 

— E não vai, além disso, eu sei que é meu irmão, mas ele é um cachorro. — afirmou. — Já perdi as contas de quantas vezes ele já machucou alguém.

— Eu sei, vou me cuidar.

— Promete? — perguntou.

— Sim. — Me dei por vencida.

— Eu não o perdoaria se te machucasse. — sussurrou.

Obrigada, Lis. — agradeci. — Agora, eu preciso ir.

— Me liga à noite, te amo.

— Também te amo.

Eu sabia quais eram as intenções do Andrés, eu apenas sentia um carinho por ele e estava aproveitando.

**

Minhas aulas começaram, fiz amizade com Elena, que era um amorzinho e morava a duas quadras da minha casa, então começou a aparecer no lugar com uma certa frequência.

E não vi mais o Caleb depois do jantar, já que meus pais não paravam em casa e ele devia estar com a sua namorada.

***

— Duda! — minha mãe me chamou, me despertando do cochilo que estava dando no sofá.

— Hum?

— Acorda, trouxemos pizza. 

— Quê? 

— Venha.

Me levantei meio sonolenta e fui atrás dela. Para minha surpresa, o Caleb também estava lá, sem a Geórgia. Tentei recuperar o meu fôlego ao olhar para ele, fazia mais de duas semanas que não o via.

— O que foi? — minha mãe perguntou quando me viu parada à porta.

— Acho que vou trocar de roupa — disse um pouco envergonhada.

— Não precisa Duda, Caleb já é de casa.

Não sabia o que minha mãe tinha na cabeça, eu estava usando um baby-doll bem curto, cor de rosa com alguns detalhes em branco, e ainda estava sem sutiã. Não me julguem, eu estava em casa e não esperava que eles chegassem cedo, e muito menos, com Caleb.

— Sente-se. — Caleb puxou a cadeira para que eu me sentasse ao seu lado.

Não entendi qual era a sua intenção, já que havia sido ele que tinha dito que não podia se aproximar de mim, mas, tudo bem, se ele queria jogar, eu entraria nessa com ele.

Sentei-me ao seu lado. Ele começou a conversar com os meus pais e comecei a comer. Só quando senti o cheiro da pizza percebi estar com fome, aliás, com muita fome. Enquanto estava comendo, senti a mão de Caleb na minha perna, respirei fundo e continuei comendo, como se nada estivesse acontecendo.

—  Alguém quer refrigerante? —  perguntei.

—  Eu pego. — meu pai falou.

—  Pode deixar, eu pego, pai.

—  Quê? — Ele deu risada e se levantou, pois estava em frente à geladeira, e após pegar os copos, começou a nos servir.

—  Você não gosta? — perguntei quando Caleb não deixou o meu pai encher o seu copo.

—  Não, prefiro coisas naturais. —  Ele não disfarçou e continuou olhando diretamente para meus seios, já enrijecidos com suas palavras.

—  Não tem problema, tem suco natural. —  Meu pai se levantou para pega o suco para ele.

—  Obrigado Roger.

Eles voltaram a conversar e alguns minutos depois senti a mão do Caleb novamente na minha perna. Ele a deslizou para cima e para baixo, subindo e descendo, e eu já estava encharcada por conta de seu toque, mas ele não me olhava enquanto fazia isso, continuou sério, conversando com os meus pais. Até que sua mão chegou à minha virilha, ele passou de leve os seus dedos pelo local, fazendo meu corpo todo ficar arrepiado.

— Você está bem, Duda? — minha mãe perguntou, quando percebeu que estava de olhos fechados.

Não, mãe, não estava bem, estava quase tendo um orgasmo apenas com o toque do meu vizinho. É claro que não podia falar aquilo.

—  Estou com um pouco de dor de cabeça. —  Tentei fazer uma cara de dor, se é que aquilo seria possível com a mão do Caleb em mim.

—  Quer ir se deitar? —  O cachorro me perguntou, na maior cara de pau.

—  Talvez fosse melhor. —  Quando falei isso, ele começou a passar a mão mais para cima e entre minhas coxas, ele já havia descoberto o meu ponto fraco. Foi então que me levantei com tudo, assim que senti o seu toque no lugar certo, e sem perceber, virei o copo de refrigerante que estava à minha frente, que tombou e acabou me molhando, respingando também algumas gotas nele. 

—  Droga! — falei, assim que vi a bagunça que ficou.

Caleb apenas me olhava com aquela cara de safado, correndo os olhos de cima a baixo e mordendo o lábio inferior, meu corpo todo se arrepiou. Olhei para o meu corpo e percebi que meu baby-doll estava quase transparente.

—  Duda, tá me ouvindo? 

—  Oi? Mamãe.

—  Você está bem? — perguntou, enquanto limpava a bagunça.

—  Sim, vou me trocar.

Não esperei por sua resposta e subi as escadas às pressas. Entrei no meu quarto, fechei a porta atrás de mim e fiquei me lembrando do jeito que Caleb me olhava.

— Esse homem ainda vai me matar.

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