Maria Eduarda
— O que você faz aqui? — questionei, assim que Andrés desapareceu do meu campo de visão.
— Meu local de trabalho! — falou, apontando para o prédio da frente.
— É seu?
— Sim! — Arqueou uma de suas sobrancelhas. — Pensou que eu estava te seguindo?
— Claro que não.
— Vamos? — Andrés voltou.
— Claro. — Olho para Caleb. — Até.
Não esperei por sua resposta e saí com Andrés.
— Tem certeza de que você não tem nada com esse cara? — Senti o meu rosto corar. — Fica linda assim! — Paramos um de frente para o outro, ainda conseguia ver Caleb nos observando. Andrés colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e encostou seus lábios aos meus.
Fiquei parada e não me movi.
— Desculpe! — falou, assim que percebeu que não tive reação.
— Podemos ir devagar? — pedi.
— É claro. — Ele sorriu e me abraçou, Caleb já não estava mais no mesmo lugar.
Passei a tarde toda com Andrés.
Assim que paramos em frente à minha casa, percebi termos visita.
— Até! — Andrés falou e encostou seus lábios nos meus. — Desculpe. — Ele fechou os olhos. — Mas eu não consigo resistir.
— Tudo bem. — Dei um sorriso meio sem graça. Queria só ver quando a Elisa soubesse disso. — Preciso entrar.
Saí do carro e Andrés foi embora, caminhei em direção à porta da minha casa, a abri e assim que entrei, me deparei com os meus pais, a Jenny e o nosso vizinho, acompanhado de uma loira sem sal, todos sentados no sofá, tomando vinho.
— Duda, isso são horas? — minha mãe perguntou.
— Deixe-a aproveitar, Mel. — Jenny tentou me ajudar.
— Ela não atendeu às minhas ligações. — Peguei o meu celular e percebi que havia acabado a bateria.
— Desculpe, a bateria acabou. — Ergui meu celular e mostrei que estava desligado. — E me perdi nas horas. — Olhei no relógio de parede da sala e já eram quase 21h. Caleb continuava me olhando, a loira sem sal estava com uma de suas mãos em cima da perna dele.
— Vá tomar banho, estávamos te esperando para o jantar. — Apenas concordei com a cabeça e subi as escadas, indo direto para o meu quarto.
Tirei minhas roupas, me enrolei na toalha e fui para o banheiro que fica ao lado do meu quarto. Nossa casa não era grande e nem pequena, poderíamos dizer que o seu tamanho era perfeito para nós.
Lembrei que havia me esquecido do meu sabonete íntimo, e quando saí do banheiro trombei com Caleb, com o susto, levei diretamente minhas mãos à boca para não gritar, e com isso, soltei a toalha que estava presa ao meu corpo.
Caleb me devorou com os olhos, não tive reação, fiquei congelada. Ele diminuiu a distância existente entre nós. Fechei meus olhos, podendo sentir o seu cheiro amadeirado, respirei fundo e me encostei na porta do banheiro, que estava fechada atrás de mim.
Abri meus olhos e ele se agachou para pegar a toalha, entregando-a a mim.
— Ob… Ob… — tentei falar alguma coisa, mas não consegui.
A única coisa que sabia dizer era que o seu olhar sobre mim era de desejo.
Ele continuou parado, me olhando, e por impulso, segurei-o pela nuca e o beijei, para minha surpresa, ele correspondeu.
Nosso beijo era urgente, delicado, e nada tinha de romântico. Ele começou a passar as mãos pelos meus seios, fazendo com que se enrijecessem aos seus toques.
— Hmmm… — Um gemido saiu por entre o nosso beijo.
— Caleb! — Ouvi alguém chamando por ele, tinha certeza de que era a loira sem sal. Empurrei-o com tudo, abri a porta e entrei no banheiro, trancando-a atrás de mim.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, é que está ocupado. — Ouvi-o respondendo. — Vamos?
Escutei os passos ficando cada vez mais distantes enquanto tentava recuperar o meu fôlego.
O que havia acabado de acontecer? Eu o beijei e ele correspondeu!
Liguei o chuveiro e deixei a água fria cair sobre o meu corpo, fiquei imaginando o que teria acontecido se a loira sem sal não tivesse aparecido.
***
Assim que terminei o meu banho, tirei o excesso de água do meu cabelo e coloquei um vestido preto curto que tinha um decote que valorizava muito os meus seios, minha roupa íntima era vermelha, toda de renda, o que dava contraste com o tecido de cima.
Assim que desci, todos já estavam à mesa.
— Venha, filha! — minha mãe chamou, para que eu me sentasse ao seu lado, e fiquei de frente para Caleb e para a loira, que estava sentada ao seu lado.
— Que linda a sua filha — ela fala. — Ela é bem jovem, não é?
— Tenho quase 18 anos. — O olhar do Caleb congelou quando falei minha idade.
Maria Eduarda— Você é muito madura para sua idade. — Ela sorriu e só então, percebi os seus traços, ela deveria ter, no mínimo, uns 25 anos, era bem loira, seu cabelo era curto, na altura dos ombros, seus olhos eram azuis, mas não tão lindos quanto os de Caleb. Ela usava uma camisa de manga longa na cor branca.— Obrigada. — Dei um sorriso sem graça.— Desculpe, ainda não me apresentei — falou, sorrindo para mim. — Sou a Geórgia.— Maria Eduarda. — Tentei retribuir o sorriso. — Vocês são namorados? — perguntei, olhando de um para outro.— Quase. — Geórgia respondeu toda empolgada. — Só falta o pedido.Caleb não me olhou, mas ficou incomodado com a minha pergunta. Ele apenas dirigiu a palavra para os meus pais, a Jenny e a Geórgia. Assim que terminamos o jantar, eles continuaram conversando.— Vamos à varanda — minha mãe convidou. — Venha, filha! — me chamou quando percebeu que não me movi.— Vou organizar as coisas por aqui.— Não precisa, amanhã eu te arrumo.— Claro que não, mamãe,
CalebMaria Eduarda, esse era o nome da minha mais nova perdição.Quando a vi sorrindo daquela maneira para o garoto, algo dentro de mim não gostou do que estava acontecendo, ainda mais quando descobri que ele era um amigo e que apenas queria lhe mostrar a cidade.É claro que seus pais prefeririam que eu lhe mostrasse a cidade e não um moleque.Duda saiu com o garoto mesmo assim e, em seguida, recebi uma mensagem da Jenny dizendo precisar de ajuda com um contrato. Então, marquei de encontrá-la em meu escritório, e enquanto me despedia de Mel e Roger, recebi um convite para jantar com eles. É claro que o aceitei, pois queria ver sua filha novamente.Sem ao menos me trocar, fui direto para o meu carro. Enquanto dirigia, meu celular começou a tocar, olhei no visor e contatei ser Geórgia. Já fazia alguns dias que a estava evitando e assim permaneceria.Parei em frente ao edifício da empresa, entreguei as chaves para o manobrista e antes de entrar, olhei para trás e vi Duda com o seu amigu
CalebNa mesa de jantar, me surpreendi quando Duda disse que tinha apenas 17 anos.Que porra foi aquela? Nos beijamos! Eu poderia ser preso.Apesar do susto, tentei não demonstrar como isso me abalou, mas foi em vão, a cada segundo Duda me olhava, sei que ela percebeu o que estava acontecendo.Eu teria que esperar por seis meses para poder tocá-la da maneira que desejava.Merda! Merda!***Estávamos no meu escritório e o expediente já estava terminando.— Não se preocupe, pode ir tranquilo. — Jenny tentou me confortar. — Vou ajudar Roger com tudo o que ele precisar.— O que seria de mim sem você? — Pare com isso, menino. — Ela se levantou e deu a volta em minha mesa, me puxando para um abraço. — Sabe que sempre estarei aqui para ajudá-lo.— Obrigado — agradeci, me envolvendo em seu abraço. Definitivamente, ela era como uma mãe para mim. — Posso lhe pedir um favor?— Claro.Saí dos seus braços.— Preciso do número da Duda. — confessei, um pouco sem jeito.— Maria Eduarda? — Arqueou um
Maria EduardaNão o respondi, apenas fiquei pensando se deveria ou não ir até sua casa. Por fim, coloquei uma blusa preta de capuz por cima do meu baby-doll e desci as escadas às pressas, decidindo sair pela porta dos fundos, já que era noite e com certeza Jenny estaria em casa, eu não podia correr o risco de ela me ver, por mais que a minha casa ficasse entre as duas.Saí ao mesmo tempo que começaram a cair algumas gotas de chuva, então, apertei o passo e, em alguns metros, estava parada à porta da casa dele. Percebi que ela só estava encostada, a luz da cozinha estava apagada, mas pude ver a luz da sala acesa. Respirei fundo e empurrei a porta.— Caleb? — chamei por ele. — Caleb?— Estou aqui. — Ouvi sua voz.Andei até a sala e lá estava ele, sentado no sofá, com as pernas cruzadas e mexendo no seu MacBook. Ele usava uma camiseta branca e um calção cinza de pano, seu cabelo estava todo bagunçado, o que me tirou o fôlego. E para piorar, usava óculos, meu Deus, que charme.— Achei
Maria Eduarda— Duda? — Minha mãe me chamou.— Estou aqui na varanda.— O que está fazendo aqui, meu amor. — Ela saiu e me abraçou.— Ouvi um gatinho miando. — Foi a única coisa em que consegui pensar.— Não estou ouvindo nada. — Acho que me confundi. — Dei um beijo em sua bochecha. — Como foi o jantar?— Foi perfeito, seu pai conseguiu mais uns investidores para a empresa.— Que bom, Caleb deve ficar feliz com a notícia.— Tenho certeza que sim.Entramos e meu pai veio todo feliz me contar a novidade. Ficamos algum tempo sentados na sala, conversando e, em alguns momentos, me peguei pensando no que teria acontecido se meus pais não tivessem chegado.***Era sexta-feira e Elisa viria passar o fim de semana em nossa casa, estava morrendo de saudade dela. Ainda não havia contado para ela sobre o Caleb.A preguiça de me levantar da cama era maior do que eu.— Bom dia, meu amor — minha mãe falou enquanto entrava no meu quarto.— Bom dia, mamãe.— Animada? — perguntou, conform
Maria EduardaAndrés morava em um apartamento pequeno, na verdade, ele dividia o apê com um colega da faculdade, uma vez, ele me contou sobre isso, mas nunca dei muita atenção.— Elisa — falei, assim que entrei na cozinha. — Como eu estava com saudades de você — disse enquanto a abraçava.— Duda. — Ela retribuiu o meu abraço.— Que cheiro gostoso — Andrés disse. — Comida de verdade.— Cansado de fast food, irmãozinho? — Elisa me soltou e coloco minha bolsa no chão, próximo à mesa.— Nem me fale.— Falta pouco.— Vou tomar uma ducha enquanto isso. — Andrés falou e já começou a tirar a camiseta.— Ok. — disse apenas, enquanto Andrés saía da sala. — E aí? Vocês estão juntos? — perguntou toda empolgada.— É claro que não.— Mas o Andrés me disse que vocês estão saindo. — Elisa pareceu decepcionada.— Sim, mas não é nada de mais, pelo menos, não da minha parte.— Então, tá.— Aliás, tenho novidades — falei, toda empolgada. — Você precisa conhecer o chefe do meu pai.— Ui, ele
CalebUsei o meu autocontrole para não quebrar a minha promessa, na noite em que Duda foi até minha casa, por um segundo, pensei que ela não aceitaria o meu pedido.Na manhã seguinte, recebi uma mensagem do Roger, me convidando para o café da manhã e é claro que aceitei.Duda foi quem atendeu à porta o gostei da maneira de como ela quis me provocar, me chamando de “Senhor”. No começo, não aceitei muito bem, mas entrei na sua.***Passei o dia no escritório ensinando algumas coisas para o Roger, pois, em alguns dias, iríamos para Toronto e ele precisava ficar a par de tudo.— No máximo, em uma semana, iremos para Toronto — avisei.Estávamos em minha sala, revisando alguns contratos e processos.— Certo, só preciso avisar a Mel — disse. — O que é isso?— Geórgia — eu disse, quando os gritos começaram a ficar cada vez mais altos.A porta se abriu com tudo, Geórgia adentrou e, em seguida, Ayza apareceu com o rosto muito contrariado.— Senhor Stone, me desculpa, ela…— Sem problemas, Ayza.
Maria EduardaAcordei com a claridade que vinha da janela e senti minha cabeça muito pesada. Inspirei, inalando um cheiro que não era meu, mas sabia muito bem de quem era.— Droga! — murmurei para mim mesma quando as cenas da noite passada começaram a passar pela minha mente como flashbacks.Definitivamente, estava na cama do Caleb. Me sentei e percebi que estava usando uma camiseta enorme.— Droga! — Me repreendi mais uma vez.Será que tínhamos transado? Mas ele disse que não iria tocar em mim. E se transamos e eu agi feito uma idiota? Ergui a camiseta e vi que ainda estava usando a mesma calcinha de ontem.Fiqui feliz e triste ao mesmo tempo.— Com licença. — Caleb entrou no quarto com uma bandeja. — Como está a sua cabeça?— Latejando — confessei.— Trouxe algumas aspirinas, um sanduíche natural e um belo suco de laranja. — Ele se sentou na beirada da cama e colocou a bandeja no meu colo.— Meu Deus, tenho que avisar à minha mãe, ela vai me matar — falei, enquanto tomava uma asp