Capítulo 04

Maria Eduarda

— O que você faz aqui? — questionei, assim que Andrés desapareceu do meu campo de visão.

— Meu local de trabalho! — falou, apontando para o prédio da frente.

— É seu?

— Sim! — Arqueou uma de suas sobrancelhas. — Pensou que eu estava te seguindo?

— Claro que não.

— Vamos? — Andrés voltou.

— Claro. — Olho para Caleb. — Até. 

Não esperei por sua resposta e saí com Andrés.

— Tem certeza de que você não tem nada com esse cara? — Senti o meu rosto corar. — Fica linda assim! — Paramos um de frente para o outro, ainda conseguia ver Caleb nos observando. Andrés colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e encostou seus lábios aos meus.

Fiquei parada e não me movi.

— Desculpe! — falou, assim que percebeu que não tive reação.

— Podemos ir devagar? — pedi.

— É claro. — Ele sorriu e me abraçou, Caleb já não estava mais no mesmo lugar.

Passei a tarde toda com Andrés.

Assim que paramos em frente à minha casa, percebi termos visita.

— Até! — Andrés falou e encostou seus lábios nos meus. — Desculpe. — Ele fechou os olhos. — Mas eu não consigo resistir.

— Tudo bem. — Dei um sorriso meio sem graça. Queria só ver quando a Elisa soubesse disso. — Preciso entrar.

Saí do carro e Andrés foi embora, caminhei em direção à porta da minha casa, a abri e assim que entrei, me deparei com os meus pais, a Jenny e o nosso vizinho, acompanhado de uma loira sem sal, todos sentados no sofá, tomando vinho.

— Duda, isso são horas? — minha mãe perguntou.

— Deixe-a aproveitar, Mel. — Jenny tentou me ajudar. 

— Ela não atendeu às minhas ligações. — Peguei o meu celular e percebi que havia acabado a bateria.

— Desculpe, a bateria acabou. — Ergui meu celular e mostrei que estava desligado. — E me perdi nas horas. — Olhei no relógio de parede da sala e já eram quase 21h. Caleb continuava me olhando, a loira sem sal estava com uma de suas mãos em cima da perna dele.

— Vá tomar banho, estávamos te esperando para o jantar. — Apenas concordei com a cabeça e subi as escadas, indo direto para o meu quarto.

Tirei minhas roupas, me enrolei na toalha e fui para o banheiro que fica ao lado do meu quarto. Nossa casa não era grande e nem pequena, poderíamos dizer que o seu tamanho era perfeito para nós.

Lembrei que havia me esquecido do meu sabonete íntimo, e quando saí do banheiro trombei com Caleb, com o susto, levei diretamente minhas mãos à boca para não gritar, e com isso, soltei a toalha que estava presa ao meu corpo.

Caleb me devorou com os olhos, não tive reação, fiquei congelada. Ele diminuiu a distância existente entre nós. Fechei meus olhos, podendo sentir o seu cheiro amadeirado, respirei fundo e me encostei na porta do banheiro, que estava fechada atrás de mim.

Abri meus olhos e ele se agachou para pegar a toalha, entregando-a a mim.

— Ob… Ob… — tentei falar alguma coisa, mas não consegui.

A única coisa que sabia dizer era que o seu olhar sobre mim era de desejo.

Ele continuou parado, me olhando, e por impulso, segurei-o pela nuca e o beijei, para minha surpresa, ele correspondeu.

Nosso beijo era urgente, delicado, e nada tinha de romântico. Ele começou a passar as mãos pelos meus seios, fazendo com que se enrijecessem aos seus toques. 

— Hmmm… — Um gemido saiu por entre o nosso beijo.

— Caleb! — Ouvi alguém chamando por ele, tinha certeza de que era a loira sem sal. Empurrei-o com tudo, abri a porta e entrei no banheiro, trancando-a atrás de mim.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não, é que está ocupado. — Ouvi-o respondendo. — Vamos?

Escutei os passos ficando cada vez mais distantes enquanto tentava recuperar o meu fôlego.

O que havia acabado de acontecer? Eu o beijei e ele correspondeu!

Liguei o chuveiro e deixei a água fria cair sobre o meu corpo, fiquei imaginando o que teria acontecido se a loira sem sal não tivesse aparecido.

***

Assim que terminei o meu banho, tirei o excesso de água do meu cabelo e coloquei um vestido preto curto que tinha um decote que valorizava muito os meus seios, minha roupa íntima era vermelha, toda de renda, o que dava contraste com o tecido de cima.

Assim que desci, todos já estavam à mesa.

— Venha, filha! — minha mãe chamou, para que eu me sentasse ao seu lado, e fiquei de frente para Caleb e para a loira, que estava sentada ao seu lado.

— Que linda a sua filha — ela fala. — Ela é bem jovem, não é?

— Tenho quase 18 anos. —   O olhar do Caleb congelou quando falei minha idade.

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