Caleb
Maria Eduarda, esse era o nome da minha mais nova perdição.
Quando a vi sorrindo daquela maneira para o garoto, algo dentro de mim não gostou do que estava acontecendo, ainda mais quando descobri que ele era um amigo e que apenas queria lhe mostrar a cidade.
É claro que seus pais prefeririam que eu lhe mostrasse a cidade e não um moleque.
Duda saiu com o garoto mesmo assim e, em seguida, recebi uma mensagem da Jenny dizendo precisar de ajuda com um contrato. Então, marquei de encontrá-la em meu escritório, e enquanto me despedia de Mel e Roger, recebi um convite para jantar com eles. É claro que o aceitei, pois queria ver sua filha novamente.
Sem ao menos me trocar, fui direto para o meu carro. Enquanto dirigia, meu celular começou a tocar, olhei no visor e contatei ser Geórgia. Já fazia alguns dias que a estava evitando e assim permaneceria.
Parei em frente ao edifício da empresa, entreguei as chaves para o manobrista e antes de entrar, olhei para trás e vi Duda com o seu amiguinho. Caminhei a passos largos, apenas para ter a certeza de que era ela.
Meu sangue ferveu quando vi aquele moleque com as mãos em cima das suas coxas, e até tentei me controlar, entregando-lhe um lenço que estava no bolso da minha calça, mas trocamos poucas palavras.
Enquanto me afastava, olhei para trás e notei que ela beijava o rapaz, a minha vontade foi de voltar lá e socar a cara dele, mas eu não tinha esse direito, aliás nem deveria ter ficado assim por uma garota que havia conhecido a menos de 24 horas.
Tentei manter o meu foco e fui para o meu edifício, ajudei Jenny com o contrato e aproveitei para revisar mais alguns documentos que estavam pendentes. Quando me dei conta, estava anoitecendo e me lembrei do jantar na casa dos Kunt, então, organizei minhas coisas e segui para minha casa.
***
Assim que estacionei na minha garagem, percebi que a luz da sala estava acesa, ou seja, Geórgia estava lá dentro e havia vindo sem me avisar.
— Merda — resmunguei enquanto descia do carro.
Caminhei a passos lentos, não estava a fim de brigar.
Geórgia foi um erro. Nos conhecemos alguns anos antes, ela era uma modelo internacional e viajava sempre, seus pais tinham uma empresa de marketing, o que ajudou muito no sucesso da filha.
Me agarrei a ela em um momento de fraqueza, pouco depois de Louise ter falecido no acidente de carro. Sabia que já havia um pouco mais de seis anos desde que tudo aconteceu, mas Louise havia sido a melhor coisa que me acontecera.
Abri a porta e ela estava sentada no sofá, mexendo no celular. Quando me viu, abriu um sorriso, deixando o celular em cima da mesa de centro e caminhando em minha direção.
— Oi?
— O que faz aqui? — perguntei, enquanto ela se enrolou em meu pescoço e depositou um beijo no canto da minha boca.
— Amor, estou com saudades — disse. — Não gostou da surpresa?
Respirei fundo.
— Hoje, jantaremos na casa do meu vizinho. — Avisei e tirei seus braços do meu pescoço.
— O quê? — Geórgia pareceu não entender.
— Vou tomar um banho e já desço. — Caminhei em direção às escadas e a ouvi afirmar:
— Vou junto. — Sabia que estava se referindo ao banho, então me apressei em concluir o assunto.
— Não, hoje não. — Realmente não queria sua companhia.
Após o banho, vesti uma roupa mais casual, desci e peguei uma garrafa de vinho, depois segui com Geórgia para a casa dos Kunt.
— Caleb. — Melissa sorriu e me cumprimentou, assim que abriu a porta.
— Melissa, trouxe essa garrafa — falei, entregando-lhe o objeto.
— Não precisava. — Retribuí o sorriso. — Quem é essa moça linda? — perguntou, dando-nos passagem para que pudéssemos entrar.
— Sou a Geórgia, namorada do Caleb — disse, dando um beijo de cada lado no rosto de Melissa.
— Seja bem-vinda. Vamos até a sala.
Jenny revirou os olhos quando percebeu quem estava me acompanhando.
Sentamo-nos na sala para jogarmos conversa fora e minha única preocupação era ver Duda novamente. Não precisei perguntar por ela, pois chegou minutos depois, ou seja, havia passado o dia com aquele garoto.
— Amor, o que houve? — Geórgia perguntou quando percebeu minha tensão.
— Não é nada — resmunguei, enquanto Duda se explicava para sua mãe.
Alguns minutos após Duda ter subido as escadas e sumido do meu campo de visão, não aguentei esperar, sentia necessidade de sair do lado de Geórgia.
— Mel, onde fica o banheiro?
— Na parte de cima, Caleb. — disse.
— Com licença.
Subi as escadas às pressas, precisava saber o que tanto ela fez com aquele garoto, para chegar tão tarde em casa.
Mas as coisas acabaram tomando outro rumo, vê-la daquele jeito, nua, fez o meu pau ficar em alerta. Seu corpo era lindo, tudo na medida certa.
Ela seria a minha salvação e destruição.
Como sempre, Geórgia estragou tudo.
CalebNa mesa de jantar, me surpreendi quando Duda disse que tinha apenas 17 anos.Que porra foi aquela? Nos beijamos! Eu poderia ser preso.Apesar do susto, tentei não demonstrar como isso me abalou, mas foi em vão, a cada segundo Duda me olhava, sei que ela percebeu o que estava acontecendo.Eu teria que esperar por seis meses para poder tocá-la da maneira que desejava.Merda! Merda!***Estávamos no meu escritório e o expediente já estava terminando.— Não se preocupe, pode ir tranquilo. — Jenny tentou me confortar. — Vou ajudar Roger com tudo o que ele precisar.— O que seria de mim sem você? — Pare com isso, menino. — Ela se levantou e deu a volta em minha mesa, me puxando para um abraço. — Sabe que sempre estarei aqui para ajudá-lo.— Obrigado — agradeci, me envolvendo em seu abraço. Definitivamente, ela era como uma mãe para mim. — Posso lhe pedir um favor?— Claro.Saí dos seus braços.— Preciso do número da Duda. — confessei, um pouco sem jeito.— Maria Eduarda? — Arqueou um
Maria EduardaNão o respondi, apenas fiquei pensando se deveria ou não ir até sua casa. Por fim, coloquei uma blusa preta de capuz por cima do meu baby-doll e desci as escadas às pressas, decidindo sair pela porta dos fundos, já que era noite e com certeza Jenny estaria em casa, eu não podia correr o risco de ela me ver, por mais que a minha casa ficasse entre as duas.Saí ao mesmo tempo que começaram a cair algumas gotas de chuva, então, apertei o passo e, em alguns metros, estava parada à porta da casa dele. Percebi que ela só estava encostada, a luz da cozinha estava apagada, mas pude ver a luz da sala acesa. Respirei fundo e empurrei a porta.— Caleb? — chamei por ele. — Caleb?— Estou aqui. — Ouvi sua voz.Andei até a sala e lá estava ele, sentado no sofá, com as pernas cruzadas e mexendo no seu MacBook. Ele usava uma camiseta branca e um calção cinza de pano, seu cabelo estava todo bagunçado, o que me tirou o fôlego. E para piorar, usava óculos, meu Deus, que charme.— Achei
Maria Eduarda— Duda? — Minha mãe me chamou.— Estou aqui na varanda.— O que está fazendo aqui, meu amor. — Ela saiu e me abraçou.— Ouvi um gatinho miando. — Foi a única coisa em que consegui pensar.— Não estou ouvindo nada. — Acho que me confundi. — Dei um beijo em sua bochecha. — Como foi o jantar?— Foi perfeito, seu pai conseguiu mais uns investidores para a empresa.— Que bom, Caleb deve ficar feliz com a notícia.— Tenho certeza que sim.Entramos e meu pai veio todo feliz me contar a novidade. Ficamos algum tempo sentados na sala, conversando e, em alguns momentos, me peguei pensando no que teria acontecido se meus pais não tivessem chegado.***Era sexta-feira e Elisa viria passar o fim de semana em nossa casa, estava morrendo de saudade dela. Ainda não havia contado para ela sobre o Caleb.A preguiça de me levantar da cama era maior do que eu.— Bom dia, meu amor — minha mãe falou enquanto entrava no meu quarto.— Bom dia, mamãe.— Animada? — perguntou, conform
Maria EduardaAndrés morava em um apartamento pequeno, na verdade, ele dividia o apê com um colega da faculdade, uma vez, ele me contou sobre isso, mas nunca dei muita atenção.— Elisa — falei, assim que entrei na cozinha. — Como eu estava com saudades de você — disse enquanto a abraçava.— Duda. — Ela retribuiu o meu abraço.— Que cheiro gostoso — Andrés disse. — Comida de verdade.— Cansado de fast food, irmãozinho? — Elisa me soltou e coloco minha bolsa no chão, próximo à mesa.— Nem me fale.— Falta pouco.— Vou tomar uma ducha enquanto isso. — Andrés falou e já começou a tirar a camiseta.— Ok. — disse apenas, enquanto Andrés saía da sala. — E aí? Vocês estão juntos? — perguntou toda empolgada.— É claro que não.— Mas o Andrés me disse que vocês estão saindo. — Elisa pareceu decepcionada.— Sim, mas não é nada de mais, pelo menos, não da minha parte.— Então, tá.— Aliás, tenho novidades — falei, toda empolgada. — Você precisa conhecer o chefe do meu pai.— Ui, ele
CalebUsei o meu autocontrole para não quebrar a minha promessa, na noite em que Duda foi até minha casa, por um segundo, pensei que ela não aceitaria o meu pedido.Na manhã seguinte, recebi uma mensagem do Roger, me convidando para o café da manhã e é claro que aceitei.Duda foi quem atendeu à porta o gostei da maneira de como ela quis me provocar, me chamando de “Senhor”. No começo, não aceitei muito bem, mas entrei na sua.***Passei o dia no escritório ensinando algumas coisas para o Roger, pois, em alguns dias, iríamos para Toronto e ele precisava ficar a par de tudo.— No máximo, em uma semana, iremos para Toronto — avisei.Estávamos em minha sala, revisando alguns contratos e processos.— Certo, só preciso avisar a Mel — disse. — O que é isso?— Geórgia — eu disse, quando os gritos começaram a ficar cada vez mais altos.A porta se abriu com tudo, Geórgia adentrou e, em seguida, Ayza apareceu com o rosto muito contrariado.— Senhor Stone, me desculpa, ela…— Sem problemas, Ayza.
Maria EduardaAcordei com a claridade que vinha da janela e senti minha cabeça muito pesada. Inspirei, inalando um cheiro que não era meu, mas sabia muito bem de quem era.— Droga! — murmurei para mim mesma quando as cenas da noite passada começaram a passar pela minha mente como flashbacks.Definitivamente, estava na cama do Caleb. Me sentei e percebi que estava usando uma camiseta enorme.— Droga! — Me repreendi mais uma vez.Será que tínhamos transado? Mas ele disse que não iria tocar em mim. E se transamos e eu agi feito uma idiota? Ergui a camiseta e vi que ainda estava usando a mesma calcinha de ontem.Fiqui feliz e triste ao mesmo tempo.— Com licença. — Caleb entrou no quarto com uma bandeja. — Como está a sua cabeça?— Latejando — confessei.— Trouxe algumas aspirinas, um sanduíche natural e um belo suco de laranja. — Ele se sentou na beirada da cama e colocou a bandeja no meu colo.— Meu Deus, tenho que avisar à minha mãe, ela vai me matar — falei, enquanto tomava uma asp
CalebNunca estive tão perturbado em uma viagem, como foi nessa última. A todo momento, a agonia de estar longe de Nova Iorque me invadiu a todos os momentos. Acho que, por querer estar a todo momento perto da Duda e seguir os seus passos, acabei ficando daquele jeito. Eu não via a hora de chegar em casa logo.Roger estava cuidando de tudo em Nova Iorque, era para ele ter vindo junto comigo, mas, como Jenny não poderia ficar de olho na empresa essa semana, preferi que ele ficasse em Nova Iorque.***Mal pousei no hangar e segui para casa, precisava de um banho, para depois ir à empresa, pois tinha uma reunião com Roger. Assim que cheguei na nossa rua, não acreditei no que estava vendo.A Duda estava em frente à minha casa com um sujeito que eu nunca vi em toda a minha vida. Eu havia ficado tranquilo, depois que vi Andrés com Vanessa, e pensei que não teria mais ninguém no meu caminho.E no momento, havia aparecido outro marmanjo para encher a minha cabeça de paranoias? O pior de tudo,
Maria EduardaEstou parada em frente ao espelho, após um banho gelado e nada demorado.Continuei pensando no que havia acontecido há pouco, meu coração ainda estava acelerado.Voltei para minha realidade quando meu estômago reclamou de fome e me lembrei de que precisava me vestir. Olhei meu guarda-roupa e optei por um vestido preto de alcinhas, é claro que não coloquei sutiã, mas para que não ficasse tão obvio, decidi usar uma calcinha, queria provocá-lo.Fiz um coque desajeitado e desci às pressas. O cheiro do hambúrguer invadia a casa, fazendo o meu estômago voltar a roncar.Fiquei parada à porta da cozinha e lá estava ele, preparando nossos sanduíches. Isso queria dizer que ele ficaria aqui?— Sente-se — disse em um tom sexy e autoritário, ao mesmo tempo.— Vai me acompanhar? — Ele simplesmente sorriu e me entregou o prato com o meu sanduíche. Então, se sentou ao meu lado. Já podia dizer que o meu corpo inteiro se arrepiou?Respirei fundo e comecei a comer. Fiquei observando enq