Helena
Os meus dias na faculdade tem sido totalmente diferente de tudo que eu imaginava, totalmente diferente de tudo que eu sonhei e almejei nesses últimos anos.
Bom, nas matérias em geral eu tenho ido bem e entendido bem o que os professores passam, mas tem um professor em especial que parece estar de marcação comigo e não sei porque, mas ele parece não gostar nem um pouquinho de mim, o professor Felipe.
Desde que eu cheguei dez minutos, ou menos, atrasada no primeiro dia de aula, ele tem me encarado diariamente como se eu fosse a maior criminosa do mundo, tem feito uma marcação cerrada sobre mim e ele nem tenta disfarçar a sua infelicidade em me ver em sua classe... Eu sinto que ele acha que irá me abalar com isso, mas ele não vai! Ele não me conhece e não faz nem ideia do quão persistente eu sou... Eu entrei nessa faculdade e só sairei daqui com meu diploma de médica em mãos.
- Alunos, por hoje é só... Na próxima aula nós iremos discutir mais sobre esse assunto e eu passarei um trabalho que valerá ponto extra pra vocês.- Arthur, o professor avisou assim que a sua aula chegou ao fim.
Apesar dos pesares, eu tenho aprendido bastante por aqui e eu não desistir do meu maior sonho por causa de uma pedrinha no meu caminho, mas eu não vou mesmo!
- Helena, você entendeu alguma coisa do que ele falou? Eu não entendi nada.- Ruth, a minha colega de classe, me questionou assim que a aula chegou ao fim.
A sua pergunta me fez rir... As vezes eu também me sinto exatamente desse mesmo jeitinho, sem entender nada e totalmente perdida.
- Eu entendi sim, Ruth! E eu anotei tudo, caso você precise, eu te dou uma cópia.- Eu a respondi para tranquiliza-la.
Um sorriso amigável surgiu alí em seus lábios ao me ouvir falar e ela acenou com a cabeça como resposta.
- Vamos almoçar? Eu já estava faminta e ouvir o professor falar sem parar me deu ainda mais fome.- Ruth disse me fazendo rir e eu prontamente concordei com ela.
Eu também estou morrendo de fome! A última coisa que eu comi foi uma maçã e isso foi antes de sair de casa, então já estou completamente faminta.
Nós saímos juntas da sala e ao pisar no corredor, os meus olhos foram atraídos para aquele homem alto, loiro e de olhos azuis como o mar... O professor Felipe está conversando com Lívia, que também é uma das novas professoras, e pela sua cara, ele parece não estar nada feliz com o assunto e não faz questão de disfarçar o tédio visível alí em seu rosto.
Eu não sei porque, mas aqueles seus olhos me fizeram petrificar e eu fiquei parada alí por alguns segundos sem conseguir parar de olhar para ele e muito menos me mover.
Eu fiquei totalmente paralisada, feito uma estátua.O professor Felipe é um verdadeiro chato de galocha, isso todo mundo sabe, mas por outro lado, ele é um homem bonito, muito bonito mesmo... Ele é alto, a sua pele é bem branca como a neve, seus cabelos são loiros como os de um anjo e seus olhos são azuis da cor do mar... Eu nem sei o porquê de eu ter reparado tanto nele assim, mas há algo nele que me chama a atenção, eu não sei o que e nem porque, mas há.
- Helena, está tudo bem?- Ruth me questionou e aquilo me fez sair daquele transe.
- Sim, está tudo bem!- A respondi imediatamente e dei um leve sorriso para disfarçar.
Eu me obriguei a parar de olhar para aquele homem e caminhei pelo corredor indo em direção ao refeitório... Ao passar por aquele brutamonte, pude sentir um olhar sobre mim e ao olhar para trás, vi que ele me olhava atentamente... Ele só pode estar me xingando mentalmente, só pode ser isso... Esse homem me odeia e ele nem faz questão de disfarçar isso.
- A gente pode sentar alí, aquela garota é minha prima.- Avisei a Ruth.
- Você tem certeza? Aquela galera não parece ser tão receptiva.- Ruth diz com uma feição desconfiada em seu rosto e aquilo me fez rir.
Eu conheço bem a minha prima e posso afirmar algo com certeza, ela jamais teria a coragem de desfazer de mim só por estar com outras pessoas... Ela pode ter o seu jeito rude, mas ela é uma boa pessoa e sei que ela sente carinho por mim.
- Tenho! A Laura é minha prima, ela é muitos legal... Vem, eu vou te apresentar pra ela.- Eu disse pegando a sua não e logo a puxei em direção a mesa que a Laura estava sentada.
Assim que me aproximei, pude sentir o olhar da minha prima sobre nós e eu logo abri um sorriso ao vê-la... Estranhamente, Laura se levantou antes que eu dissesse algo e logo em seguida se aproximou de mim com uma feição estranha em seu rosto.
- O que você pensa que está fazendo?- Ela me questionou me deixando confusa.
Mas do que ela está falando? Juro que não estou entendendo.
- Nada! Eu só ia me sentar com você, eu quase não te vejo aqui pela faculdade.- Eu logo expliquei toda a situação para ela.
- Vamos conversar lá no banheiro... Eu preciso te explicar algo.- Laura disse e logo em seguida saiu na frente me deixando pra trás.
Por que ela está agindo assim? Eu não consigo entender! Nós duas sempre fomos tão amigas... Será que eu fiz algo para deixa -la triste? Para magoa-la? Se fiz, juro que foi sem intenção!
Fui atrás dela no banheiro e ao entrar alí, ela me encarou com um olhar mortal.
- Helena, me faça um favor, não fique tentando se aproximar de mim o tempo todo aqui na faculdade... Nós somos amigas, mas lá em casa, aqui é diferente. As pessoas vão estragar se me ver andando com você.- Laura disse e eu não consigo assimilar as suas palavras.
Como é que? Eu não estou entendendo direito!
- Olha, Leninha... Eu gosto de você, e eu gosto muito! Você sabe que eu adoro falar e desabafar com você, mas aqui é diferente, sabe? A gente pode continuar sendo muito amigas em casa, mas aqui eu já tenho toda a minha galera e vai pegar muito mal se eles me verem andando com você.- Laura continuou e naquele momento eu entendi o que ela falava.
Ela está com vergonha de mim, é isso! Agora eu entendo! Ela simplesmente não quer ser vista com a prima negra e podre. Está claro!
- Então eu sirvo para ser sua amiga em casa, mas aqui não?- Eu a questionei me sentindo realmente muita triste com aquilo.
Laura revirou os olhos ao me ouvir falar e balançou a sua cabeça em sinal negativo.
- Não é bem assim, Leninha, não é bem assim... É que você é diferente das pessoas dessa faculdade e se eu andar com você eu posso acabar me prejudicando... Eu nem te contei, mas acabei de conhecer um cara muito legal. Ele é rico, lindo e o pai dele é um grande empresário, se ele me ver com você e souber que você é minha prima, ele não vai querer ficar comigo... Leninha, você me entende, não é?- Laura me questionou se aproximando de mim e tentando pegar a minha mão, mas eu me afastei dela.
Ouvir tudo que ela acabou de me dizer, dói muito e é pior ainda saber que a sua prima e melhor amiga tem vergonha de você e de quem você... A minha única vontade é de chorar nesse momento, porque eu me sinto como a pior pessoa do mundo.
- Leninha, por fa...- Laura começou a falar, mas eu não quis mais ouvir.
Eu dei as costas naquele mesmo instante e saí daquele banheiro sentindo as lágrimas escorrerem involuntariamente por todo o meu rosto.
A Laura sempre foi a minha melhor amiga, e eu não fazia ideia que ela se sentia assim sobre mim... Me dói saber que eu só sirvo pra ser amiga dela as escondidas e que ela ache constrangedor ser vista comigo.
Corri até o estacionamento, que no momento é a área mais vazia da faculdade e me sentei em um cantinho desabando a chorar... Eu me sinto mal, muito mal!
Eu ainda estava sentada alí e chorava feito uma criança, quando senti um cheiro forte de cigarro e ao levantar a cabeça, eu dei de cara com ele, com o professor Felipe.
Ele está encostado na parede, virado em minha direção e fuma um cigarro com toda a tranquilidade do mundo.
Mas que ironia do destino, um médico fumando... Ele não deveria fumar! Ele sabe bem quais são os malefícios do cigarro.
- Então é por isso que você se atrasa para as aulas?- Felipe me questionou enquanto me olhava por cima.
Eu não me dei nem ao trabalho de responde-lo, apenas dei uma risadinha nervosa... Eu não estou nada bem e não quero discutir com esse homem logo agora. Ele me odeia e só me faria sentir pior.
- Chorar faz mal, garota... Da dor de cabeça.- Ele disse do nada e aquilo me fez rir.
É sério que ele está me dizendo isso? Só pode ser brincadeira!
Dei as costas para ele naquele exato momento e comecei a caminhar de volta para o refeitório... Esse homen sabe bem como tirar a minha paciência e a última coisa que eu quero é vê-lo nesse instante.
- Do que você estava rindo?- Pude ouvir a sua voz de repente e ao olhar para o lado, vi que ele caminhava junto a mim.
O que esse homen quer? Ele já deixou muito claro que não vai com a minha cara. Ele só pode estar querendo caçoar de mim, só pode ser isso!
- Da sua hipocrisia, Senhor Ávila! Eu ainda não tenho muito conhecimento medicinal, mas tenho certeza que as minhas lágrimas matam bem menos do que o seu cigarro.- O respondi sem ao menos encara-lo.
Eu mantive a minha cabeça baixa, mas pude senti-lo me encarar e posso afirmar que a sua cara nesse exato momento não é nada boa... Eu sentia o seu olhar arder alí sobre mim, mas eu não tinha coragem de me virar e muito menos de abrir a boca para falar algo com ele.
- Você é muito insolente, garota! Primeiro você chega atrasada no seu primeiro dia de aula e atrapalha a minha aula e agora quer ensinar um médico a cuidar da sua própria saúde? Mas quanta petulância, garota!- O professor Felipe disse e imediatamente eu o encarei começando a ficar nervosa.
- Você é...- Eu comecei a desabafar, mas graças a Deus naquele mesmo instante uma voz soou em alto e bom tom me fazendo calar a boca imediatamente.
- Felipe, eu estou atrás de você há um tempão... Preciso falar urgentemente com você!- Uma voz feminina soou e ao olhar para o lado, vi que se tratava de Lívia, uma das minha professoras.
Graças a Deus! Essa mulher me salvou! Sabe-se lá o que eu seria capaz de dizer pra esse brutamonte ranzinza.
- E você, garota... O que está fazendo aqui?- Ela me questionou enquanto me olhava de cima a baixo.
- Eu já estou indo para sala... Estou atrasada.- Foi tudo que disse e no segundo seguinte dei o fora dali.
O professor Felipe não é a pessoa mais simpática do mundo, a professora Lívia também não é nenhuma miss simpatia... Eu que não vou ficar aqui no meio desses dois.
Eu já estava quase entrando no refeitório, mas decidi olhar para trás uma última vez e naquele mesmo momento, o meu olhar se encontrou com o do professor e aquilo foi estranho pra mim... Muito estranho!
Por um instante pareceu que o professor Felipe não me odiava e aquilo me causou uma sensação tão, mas tão estranha... Me causou algo que eu nunca, nunca senti.
Felipe Ultimamente os meus dias tem sido extremamente corridos... Eu sempre estou pela faculdade pela manhã, e alguns dias até mesmo durante a tarde e também tenho o meu trabalho no hospital, então mal me sobra tempo para aproveitar a vida, mas eu dou o meu jeitinho, eu sempre dou!- Eu estava com saudades de você, gato! Fazia tanto tempo que você não ligava pra mim, eu achei até que tinha esquecido de mim.- Uma voz soou próximo a mim e ao olhar para o lado, me deparei com aquela mulher deitada ao meu lado.Eu sempre estou muito ocupado com a minha vida, mas dou o meu jeitinho de me divertir e fazer o que mais gosto de fazer, e hoje foi um desses dias... O meu trabalho no hospital e na faculdade estava me deixando com a cabeça explodindo, então eu trouxe uma mulher do clube para passar a noite comigo e isso me aliviou, e muito.Eu precisava mesmo extravasar e me aliviar um pouquinho, então foi bom traze- la pra cá, mas agora chega... Eu só queria um pouco de sexo para esvaziar a cabe
Helena Finalmente o fim de semana chegou e eu não poderia estar mais feliz com isso... Eu tive uma semana puxada no trabalho e na faculdade também, então quero aproveitar o fim de semana para descansar e fazer as coisinhas que eu gosto.Geralmente nos fins de semana eu gosto de ficar na cama até um pouco mais tarde, de ficar enrolando no quarto o dia todo, assitir filmes melancólicos e comer besteira o dia todo e é exatamente isso que eu quero fazer no dia de hoje... Durante a semana a vida é tão corrida pra mim, eu acordo cedo, vou para a faculdade e depois ainda vou para o trabalho e é exatamente por esse motivo que eu gosto de descansar nesses dois dias que tenho livre.Eu ainda estava deitada em minha cama me sentindo totalmente sonolenta, quando a porta do meu quartinho foi aberta bem de repente e a minha tia adentrou pelo mesmo feito um furacão... Lá vem!- Você ainda está deitada, Helena? Pelo amor de Deus, garota! Isso aqui não é um hotel e muito menos um spa... Levante já de
FelipeSão seis e meia da manhã em ponto nesse exato momento e eu estou de baixo da água quente do chuveiro em busca de um pouco de tranquilidade e descanso.A última madrugada não foi nada fácil e não consigo parar de pensar em tudo que aconteceu nas últimas doze horas... Eu tive um longo e duro plantão e infelizmente nós perdemos dois pacientes em apenas uma noite e mesmo estando acostumado com tudo isso, é sempre duro ter que contar pra toda uma família que eles nunca mais irão ver um ente querido em vida.Nesse momento me encontro totalmente exausto em todos os sentidos, então tudo que quero é ir para o meu apartamento e descansar o máximo que eu puder.- Filho? Graças a Deus você ainda está aí! Eu estou atrás de você há um tempinho, até pensei que você já tinha ido.- A minha mãe "invadiu" a minha sala e desandou a falar.Ahh não! Eu estou com a cabeça cheia, eu estou cansado e morrendo de dor de cabeça e a última coisa que quero e ouvir alguém falar sem parar perto de mim... Eu
Helena Mais uma semana está se iniciando e eu estou totalmente animada com o que está por vir... Essa semana será muito, muito corrida, eu terei algumas provas, entregarei alguns trabalhos e terei um seminário, mas ainda assim estou muito animada com a minha semana.Eu gosto de dias cheios, assim não tenho tempo para pensar em coisas ruins e nem em lembrar das minhas dores do passado.Me olhei no espelho pela última vez e ao constatar que eu estava pronta, peguei a minha bolsa já saindo do meu quartinho.O fim de semana acabou, mas ainda há uma questão que eu não consigo tirar da minha cabeça... O que foi que aconteceu com o meu dinheiro? Eu não entendo! Eu juro que guardei dinheiro na carteira antes de sair de casa, mas aparentemente aquele dinheiro simplesmente sumiu, do nada... Eu vou realmente não sei como meu dinheiro foi sumir daquele jeito, mas vou descobrir. Ah, mas eu vou!Se não fosse pelo professor Felipe, eu realmente não sei o que seria de mim, aliás, eu sei sim... Eu ir
Felipe Finalmente é sexta feira e eu não poderia estar mais feliz por isso... Eu gosto muito do meu trabalho aqui na faculdade e também lá no hospital, mas eu preciso de um tempo de descanso... Um tempo pra mim relaxar e colocar a cabeça no lugar.Essa semana me deixou exausta e ela demorou tanto pra passar que eu cheguei a pensar que estava preso em um looping infinito... Eu mal podia esperar para que o dia de hoje chegasse logo.- Hey! Você está animado para o fim de semana?- Uma voz familiar soou próximo a mim e ao olhar para o lado, pude ver que se tratava da Lívia.Lá vem!Eu aposto tudo que eu tenho que essa mulher vai tentar se incluir de alguma forma no meu fim de semana, mas ela não vai conseguir... Eu tenho planos melhores pra mim, bem melhores que aguenta-la falando sem parar na minha cabeça.Eu apenas acenei com a cabeça como resposta tentando não dar muita atenção para ela e fazer com que ela se tocasse e saísse logo daqui, mas parece que o meu plano não deu certo... A L
Helena Hoje é sexta, são nove horas da noite e eu estou parada na porta de uma balada... Eu não sei como, mas de alguma forma a Ruth me convenceu de vir pra uma boate.Eu geralmente não gosto desse tipo de ambiente, aliás, eu nunca venho pra esse tipo de lugar, mas a Ruth insistiu tanto que eu acabei vindo com ela, mas eu tenho uma ideia... Eu vim, mas vou ficar apenas um pouquinho e depois vou voltar para casa.A minha tia também não gosta nenhum pouco que eu saia a noite e muito menos que eu venha a baladas, então não quero dar motivos pra ela falar.- Helena, você vai amar esse lugar! Vem muita gente bonita pra cá e eu soube que é open bar, então a gente vai poder beber a vontade.- Ruth disse totalmente animada.Eu bem que queria estar animada igual a ela, mas eu judô que não consigo... Eu gosto de lugares mais calmos e tranquilos, e ver tanta gente a minha volta me deixa meio tonta.- Eu não bebo, Ruth... Só bebo água e suco, no máximo um refrigerante.- Brinquei.- Você não bebe?
Helena Um silêncio absurdo pairava sob aquele carro, o o professor Felipe não falava nada, eu menos ainda e aquela situação estava totalmente constrangedora, então eu não conseguia nem olhar para o lado, apenas mantia o meu olhar preso na avenida.Eu realmente ainda não sei o porque do professor Felipe ter me oferecido a carona e também não sei como eu aceitei, mas aqui estamos nesse momento e eu só consigo sentir um frio absurdo em minha espinha e o meu estômago embrulhar cada vez mais.Por um segundo, eu desviei o meu olhar daquela estrada e o encarei rapidamente, mas para a má sorte, ele também estava me olhando.- Você quer me dizer alguma coisa?- O professor me questionou enquanto voltava a encarar a pista.Parei de encara-lo imediatamente, eu balancei a cabeça e dei um sorriso sem graça... Eu não sabia o que dizer, muito menos como agir e me sentia nervosa feito uma adolescente.- Não, eu só queria agradecer o senhor por tudo mais uma vez...- Falei a primeira coisa que me veio
Felipe O meu corpo se encontra totalmente cansado nesse momento, eu passei as últimas doze horas de pé correndo de um lado para o outro, sem tomar um banho, dormir ou me alimentar, mas ao menos nesse plantão nós não tivemos nenhuma perda, então todo o cansaço valeu a pena, porque pra mim realmente não há nada pior do que ver um bebê ou uma criança partir.Fazem mais de cinco anos que eu atuo como cirurgião pediatra e eu me adaptei bem a essa área... Me lembro bem que na época da faculdade eu tinha dúvidas sobre qual área iria seguir, mas no meu primeiro dia de residência de pediatria cirúrgica, eu soube que era aquela área que iria seguir.Eu nunca fui fã de crianças, nunca tive sonho de ser pai e nem nada do tipo, mas eu me lembro bem que no meu primeiro dia de residência eu presenciei uma garota de três anos chorar copiosamente de dor devido a um câncer no pâncreas e eu me lembro bem que fiz uma promessa pra mim mesmo naquele momento, eu prometi que faria o possível e o impossível