Helena Hernandes
General Cortez continuava a me observar de maneira intensa como se estivesse me estudando. Senti meu rosto ficar vermelho igual a um pimentão. Não sabia o porquê eu estava me sentindo tão vulnerável perto desse homem.
Respirei profundamente tentando acalmar meu nervosismo. Ele então abriu uma das gavetas de sua mesa, pegando uma pasta, a abriu enquanto analisava e depois se pronunciou:
— Soldada Hernandes, eu preciso que termine de preencher sua ficha. Está incompleta e não aceitamos isso aqui. Por favor, coloque seus dados bancários com o número do RG e CPF.
O olhei de forma surpresa e constrangedora.
— Claro, senhor! Poderia me emprestar uma caneta, por favor?
— Aqui está. Nunca se esqueça de colocar seus dados corretamente, soldada, ou como espera receber seu salário?
Me aproximei da mesa puxando uma cadeira, sentei na mesma e disse, enquanto assinava os espaços vazios:
— Me desculpe, senhor! Não irá se repetir, no entanto, pensei que essas coisas fossem a administração quem resolvesse.
— Nem tudo se resolve na área administrativa, muitas vezes essas responsabilidades são minhas!
Levantei meu rosto para observa-lo, o mesmo ainda me encarava com aqueles lindos olhos azuis. Agora é sério, eu sentia que meu rosto estava vermelho novamente, então pensei: “Meu Deus, preciso controlar melhor minhas emoções!”
— Está se sentindo bem? Está passando mal? — Ouvi o general perguntar ainda me olhando.
— Não, senhor. Por que a pergunta? — o vi passar a mão na barba, me olhando de maneira sedutora.
Caramba, estou começando a imaginar que meu chefe está me seduzindo. Céus, preciso parar de pensar nessas coisas.
Então ele comentou, sorrindo;
É sério? Ele sorriu? Meu Deus! Precisava sair logo daquela sala.
— Seu rosto está bastante vermelho, soldada. Tem algum problema de saúde?
— Não, senhor, estou apenas com um pouco de calor, é só isso. Bem, deixe-me terminar de assinar isso.
— Entendo, mas aqui, a Central de ar está ligada, aumentarei a temperatura. — ele respondeu se levantando e indo até sua cafeteira.
— Obrigada, mas não precisa, senhor, eu já terminei. Aqui está. — levantei-me, o entregando a pasta, ele a pegou analisando.
Ao ficar de pé, percebi que parecia aqueles anões de jardim perto daquela montanha de músculos. Não tinha como deixar de reparar nele. General Cortez era um pedaço de mal caminho em que qualquer mulher gostaria de se perder. Seu corpo musculoso bem trabalhado se ajustava perfeitamente ao uniforme, podia apostar que devia ter uma barriga e um peitoral incrível... Aquele homem era todo gostoso.
Meu Deus do céu! Eu precisava sair logo daquela sala. Aquele homem estava me fazendo pensar nesse tipo de coisas indecentes.
Sem perceber, meus olhos também analisaram suas pernas, a bunda e a região da frente... Será que também seria grande o…
General Cortez me chamou, estalando os dedos na minha frente, como se me acordasse de uma espécie de transe.
— Soldada Hernandes, penso que é melhor você passar na enfermaria, seu rosto está vermelho novamente. Bom, sua ficha está completa, já pode se retirar.
— Obrigada, senhor, mas volto a dizer que é só calor. Bem, deixe-me ir, com licença.
Retirei-me da sala, abanando o rosto, que calor era aquele? Esperava não ter que ficar novamente a sós com o General Cortez. A sua forma de olhar, de maneira intensa e penetrante me faz imaginar besteiras.
Eu estava sem ficar com ninguém há muito tempo, devia ser por isso. Foquei tanto em trabalhar que acabei me esquecendo de outros prazeres da vida.
Então, resolvi caminhar para o meu alojamento, e tomarei um banho e isso devia resolver por hora.
***
Assim que acordei, percebi que estava mais disposta, apesar de ter sonhado duas vezes com o General Cortez. E eu sabia que devia parar com isso, ele era meu superior, caramba!
Levantei-me indo até o banheiro, tomei um banho bem relaxante e voltei para meu o quarto. Coloquei minhas peças íntimas e vesti meu uniforme, após isso comecei a amarrar os cadarços das minhas botas, e foi quando minha colega de quarto comentou, retirando seu uniforme:
— Bom dia! Como foi ontem lá na sala com o general?
Luísa era direta, e nem escondia sua curiosidade, ainda bem que ela já havia me avisado desse seu jeito. Coloquei a última parte da farda antes de começar a pentear meus cabelos.
— Foi tranquilo, eram só alguns papéis da minha ficha que acabei esquecendo de preencher.
— Nossa, pensei que quem cuidasse disso fosse a administração.
Amarrei meu cabelo e respondi:
— Pois é, disse a mesma coisa ao General Cortez, porém, ele me disse que quem resolve os problemas da equipe é ele mesmo.
Enquanto ela começa a se vestir, diz rindo:
— Até imagino a maneira grossa que ele te deu essa resposta. Mas o que o general tem de arrogante tem de gostoso, percebeu?
— Se eu dissesse que não, você não acreditaria, mas é melhor pararmos com esse assunto.
Ela sorriu e comentou, me olhando maliciosamente:
— Seu rosto está vermelho... Imagino o efeito que te causou sozinha com ele naquela sala.
— Já chega, Luísa! Isso tá ficando constrangedor!
Luísa colocou sua boina e comentou:
— Tá bom, parei. Mas que o general é gostoso, isso é!
— Vou trabalhar, porque essa conversa não levará a lugar algum, vamos!
Ela me acompanhou ainda sorrindo.
Caminhamos até o refeitório para tomarmos nosso café. Na mesa nos juntamos a nossa equipe. Conheci Felipe e Carlos, os dois eram residentes do estado.
Felipe era um soldado bem atraente, tinha os cabelos castanhos, seus olhos pretos e os lábios rosados. Já Carlos, tinha uma mistura de baiano com goiano, ele era moreno claro e bem alto, além de ter um rosto bonito, me lembrava até aquele cantor de axé, Léo Santana.
Todos estavam muito empolgados para começar suas tarefas, menos eu. Eu estava tão exausta da viagem, havia sido absurdamente cansativa.
Observei o Tenente Klaus se juntar a nós na mesa, ele também era muito bonito. A parte boa de trabalhar no exército eram essas beldades, era cada homem bonito! O tenente tinha um aspecto de ser descendente de alemão, olhos verdes, cabelos loiros e um corpo atlético de deixar qualquer mulher babando. Percebi que ele não tirava os olhos de Luísa, enquanto a própria conversava tranquilamente com nosso colega Felipe.
Tomei um gole de café, quando ouvi e senti uma presença sentar-se a mesa.
Assim que vi de quem se tratava, senti o meu corpo estremecer ao ver o General sentado. Todos também têm olhares surpresos, inclusive o Tenente Klaus, que comentou de maneira incrédula enquanto beberica seu café:
— Bom dia, General Cortez! — Ele realizou o comprimento formal e nós fizemos o mesmo como forma de respeito.
— Bom dia a todos. Vocês não se importam se eu tomar meu café aqui, não é?
— De maneira alguma, senhor! — respondemos uníssono e percebi que ele me olhava de forma séria.
Queria acreditar que era muita paranoia da minha cabeça, contudo, comecei a pensar que esse homem estava me cercando por todos os lados. Eu fiquei tão sem jeito que desviei os olhos para o lado, e o Tenente Klaus disse, me olhando preocupado:
— Soldada Hernandes, está se sentindo bem? Seu rosto está vermelho.
Meus amigos de equipe também estavam me olhando de maneira preocupada, menos Luísa que percebeu o motivo de eu estar assim. Então, respondi me recompondo:
— É apenas calor, senhor! Não se preocupe, estou bem.
— Novamente, soldada Hernandes? Ontem estava do mesmo jeito.
Meu parceiro de equipe Felipe, me olhou e sorriu comentando:
— Desculpe, soldada, pensei que você estivesse corando! Mas entendo que deva ser o uniforme que ainda não está acostumada a usar.
— Sim, mas irei me adaptar logo, assim espero!
Todos mudaram de assunto rapidamente, logo me esquecendo. Graças a Deus, que vergonha!
Entretanto, o General continuava a me observar discretamente enquanto trocava algumas palavras com o Tenente Klaus. Esse homem me fazia ficar com um calor fora do normal. Precisava sair o quanto antes daquela mesa.
Após terminamos o café, seguimos para os estábulos para cuidar dos cavalos. Enquanto Luísa escovava um dos cavalos, me questionou com um olhar malicioso:
— Me fala, o General Cortez te deixa quente, não é?
— Já disse para você parar com isso, Luísa! Alguém pode escutar e chegar aos ouvidos dele… — a encarei seriamente enquanto terminava de ensaboar o cavalo.
— Calma, Helena! Só estou brincando, porém, não tem como não perceber que você só fica assim na presença dele.
— Se ele olhasse para você da mesma maneira que olha para mim, também ficaria assim, parece que o homem está me vendo nua...
Ela caiu na gargalhada e confessou:
— Sei como é, já passei por uma situação parecida. Mas realmente, o general Cortez tem um olhar que faz qualquer calcinha molhar. Imagina se ele for bom de cama e saber como fazer uma mulher ir ao delírio?!
— Pelos céus, chega dessa conversa! Vamos trabalhar e parar de falar besteira.
— Seu rosto está vermelho, soldada Hernandes? Ah, claro, esqueci, é calor. — Luísa sorriu enquanto eu revirava os olhos e liguei a mangueira para tirar o sabão do cavalo.
— Vou cuidar do meu serviço que eu ganho mais do que ficar dando corda para você e suas loucuras!
Ouvi apenas sua risada enquanto ela voltava ao serviço.
Tentei não pensar muito no general, porque aquele homem não era para mim, já tive um exemplo suficiente no meu passado com Fred e não pretendia quebrar a cara novamente.
Continuei ocupando minha cabeça com o trabalho, era melhor do que ficar pensando naquela montanha de músculos.
Finalmente terminei de limpar o último canteiro de árvores. E eu estava completamente exausta. O dia havia sido cansativo. Foi tanto trabalho que às vezes pensava em como daremos conta, apenas tirávamos alguns minutos para descansar e voltávamos às tarefas.
Após finalmente finalizar o último dever, caminhei para dentro do quartel e segui até o alojamento para o meu quarto. Peguei um uniforme de dormir e segui para o banheiro. Andei de cabeça baixa e acabei trombando com alguém.
Meus pertences caíram, me fazendo abaixar para pegá-los, e foi quando escutei a voz da pessoa que evitei pensar o dia inteiro. Sem conseguir conter, estremeci sob aquele tom:
— Soldada Hernandes, preste mais atenção da próxima vez!
O olhei de forma envergonhada enquanto ele me encarava intensamente.
Meu Deus, por que aquele homem me olhava daquela maneira forma? Senti um frio na barriga e eu podia apostar que o meu rosto estava novamente vermelho.
Fernando Cortez A semana que vem ali no quartel, seria bastante agitada, porque os novos recrutas que acabaram de se formar, seriam transferidos para ali, por isso o coronel mandou-me selecionar os novos soldados. Soltei um suspiro de frustração porque odiava realizar essa parte, isso deveria ser feito pela administração, mas como o Coronel Matias mesmo falava: “Nós somos pagos para desenvolver nosso trabalho direito. Você tem o cargo mais alto, entretanto, tenho a função de maior preparação das companhias para a Defesa da Pátria, além de administrar como leis internas do Estado-Maior no Exército.” Velho desgraçado! Como se ele fizesse algo a não ser dar ordens, com aquela bunda velha sentada o dia inteiro naquele gabinete. Não via a hora daquele homem se aposentar e parar de infernizar minha vida. Pedi ao Tenente Klaus para me ajudar, afinal, eram muitas pastas com fichas dos candidatos. Selecionei alguns rapazes pelo físico e sua boa saúde, um exemplo que tomávamos era sempre ter
Helena Hernandes Senti meu corpo estremecer ao ouvir as palavras do General Cortez. Eu era mesmo uma idiota que não conseguia nem disfarçar ou se controlar na presença dele. Sinceramente, que vergonha que ele tenha percebido isso. Ainda bem que não tinha ninguém naquele corredor, se não, com toda a certeza, na manhã seguinte eu seria os motivos de cochichos e risadas no quartel. Assim que entrei o banheiro, dei de cara com Miriam e outras duas soldadas. As cumprimentei com um “boa noite”, e elas me responderam educadamente e voltaram a conversar entre si. Entrei no banheiro, ao fechar a porta, comecei a retirar minhas roupas. Liguei o chuveiro e a água estava bem gelada, mas não reclamei. Eu estava mesmo com calor, e ao lembrar do que aconteceu minutos, com o general me confessando: “Se quer saber qual é o tamanho, te confesso ser bem grande.” Meu Deus! Era incrível como aquele homem conseguia me desestabilizar, porque naquela hora senti minhas pernas mais trêmulas que gelatina.
Fernando Cortez O cheiro forte de café que senti ao estacionar meu carro em frente á minha casa, era maravilhoso. Eu já sabia que tinha a visita da minha mãe. Às vezes pensava que a velha adivinhava quando eu voltaria para casa. Dona Marcela sempre vinha uma vez por semana para avaliar como estava a minha casa e me dar puxões de orelhas por ser um bagunceiro desorganizado. Dei um sorriso de lado ao lembrar-me de seus sermões. Abri a porta do meu carro o fechando em seguida, coloquei a chave na fechadura e quando entrei, deixei minha mochila em cima do sofá seguindo em direção a cozinha. Como previsto, lá estava a dona Marcela, alegre e cantarolando uma de suas músicas antigas. Me recostei na parede a observando, ela se abaixava para retirar um bolo do forno. O cheiro familiar é irreconhecível, o meu favorito. Incrível que mesmo já sendo um homem de barba feita, minha mãe ainda gostava de me mimar como se eu fosse um garotinho de 5 anos. Continuei a olhando desenformar o bolo de ce
Helena Hernandes Havia se passado algumas semanas desde aquele episódio constrangedor com o general. Não cruzei mais com ele, o Tenente Klaus nos informou que nos orientaria enquanto o general se ocupava com outros assuntos pendentes junto ao Coronel Matias. Pelo menos nessa semana estava respirando aliviada, só pelo fato de não encontrá-lo. Á noite eu tinha cada sonho mais erótico que outro, sonhei até que ele me possuía em cima de sua mesa e só de lembrar, sentia minha virilha latejar. Eu realmente precisava dar um jeito naquela seca que me encontrava há três anos e meio sem transar. Se duvidar, eu estava virgem de novo. Naquele final de semana, Luísa e eu ficamos de procurar um apartamento para alugar quando não estivermos no quartel. Eu estava escovando um cavalo branco quando notei que Felipe estava ali me olhando e sorrindo. — Helena, acho tão bonito a maneira que cuida dos animais. - comentou Levei o cavalo para o seu lugar e respondi enquanto trancava a porteira: — Quê
Fernando Cortez Os dias passaram rapidamente e retornei ao quartel na última semana. Foquei nas minhas atividades administrativas e em meus treinos. Mal encontrava meu grupo, pois eles sempre estavam muito ocupados com suas tarefas após seus treinos diários. Não voltei a encontrar a senhorita Hernandes depois daquele episódio embaraçoso no corredor, poderia apostar que ela estava me evitando após ter dito aquelas palavras. Sabia o impacto que causava nas subordinadas daquele quartel, sempre pegava as próprias suspirando e com a soldada Hernandes, não seria diferente. Acredito que todas às vezes que chegava perto, ela se desestabiliza, ou pelo menos jurava que ela começava a imaginar coisas indecentes. Até tentava disfarçar, contudo, seu rosto lhe entregava e às vezes tinha vontade de rir do seu jeito. Mas eu não era um homem que procurava relacionamentos ou mulheres para me envolver, não após ter passado por uma grande desilusão amorosa. Para mim, nenhuma mulher prestava. Elas só sa
Helena Hernandes Há quase duas semanas, eu estava vivendo um inferno nas mãos do general Cortez. Realmente o que me disseram sobre ele era totalmente verdade; era cruel quando resolvia aplicar seus castigos em quem ousava o desafiar. Não foi diferente comigo. Diariamente ele surgia na porta do meu alojamento às 04h00min da manhã para começar os exercícios diários e depois escolhia os piores trabalhos para me colocar. Contudo, não me fiz de mole, uma vez que meu treinamento havia sido esse na escola militar, não era desistir. Fui uma das melhores da minha sala e não seria aquele infeliz que iria me dizer o contrário. Me sentei um pouco para descansar após terminar de limpar as sujeiras dos estábulos e Luísa me olhou preocupada e disse: — Amiga, estou preocupada com você, seu rosto demonstra o quanto está cansada. Esse homem está sendo cruel demais aplicando essa punição. Isso para mim, é abuso de poder. Respirei pesadamente e disse, passando a mão em meu rosto: — Não posso fazer
Fernando Cortez Eu estava terminando de assinar os últimos relatórios para mandar ao Coronel Matias, quando escutei os gritos do Tenente Klaus que chamava pelo nome de Helena. Sem entender o que estava acontecendo, me levantei para ir ver do que se tratava, ao sair da minha sala constatei vários soldados olhando para o andar de baixo. Me aproximei para olhar o que os outros subordinados estavam vendo. Senti um frio na espinha ao ver Klaus desesperado segurando a cabeça de Helena que parecia estar sangrando pela queda, pelo o que percebi ela havia rolado escada abaixo, além disso, o balde estava de um lado e a pequena escada do outro. Saí do meu transe quando ouvi Klaus dizendo: — Helena, abra os olhos. Por favor, acorde! Vocês saiam de cima, abram espaço para ela respirar melhor. A amiga de quarto ao perceber que se tratava de sua companheira, correu desesperada, se ajoelhando do lado de Klaus. — Meu Deus, o que aconteceu com ela? Como foi que ela caiu? — Avisei para ela descan
Helena Hernandes Ver o general Cortez com aquele buquê nas mãos foi muito estranho e a maneira que tentou se desculpar foi mais bizarro ainda. Notei o quanto era desconfortável para o próprio pedir perdão, por isso não aceitei nada e muito menos aquelas flores coloridas e cafonas. Aquilo para mim, foi como uma afronta, não estava morta para receber flores. Suspirei pesadamente. Sentia que aquele homem ainda me daria uma grande dor de cabeça. Tentaria me manter sempre ocupada e se fosse possível, o mais longe dele. Cortez não era um cara fácil de lidar, o jeito que o rejeitei e não aceitei as suas desculpas, eu tive certeza que o deixou abalado, contudo, eu não me importava. Ele merecia carregar aquela culpa, uma vez que me mandou trabalhar como um animal sem descanso. As minhas mãos ainda estavam com calos pelo serviço pesado que fui obrigada a realizar nas hortas. Às vezes questionava-me o quão azarada eu era para ainda senti-me atraída por um babaca como ele. Saí dos meus dev