Helena Hernandes
Senti meu corpo estremecer ao ouvir as palavras do General Cortez. Eu era mesmo uma idiota que não conseguia nem disfarçar ou se controlar na presença dele. Sinceramente, que vergonha que ele tenha percebido isso. Ainda bem que não tinha ninguém naquele corredor, se não, com toda a certeza, na manhã seguinte eu seria os motivos de cochichos e risadas no quartel.
Assim que entrei o banheiro, dei de cara com Miriam e outras duas soldadas. As cumprimentei com um “boa noite”, e elas me responderam educadamente e voltaram a conversar entre si.
Entrei no banheiro, ao fechar a porta, comecei a retirar minhas roupas. Liguei o chuveiro e a água estava bem gelada, mas não reclamei. Eu estava mesmo com calor, e ao lembrar do que aconteceu minutos, com o general me confessando: “Se quer saber qual é o tamanho, te confesso ser bem grande.”
Meu Deus! Era incrível como aquele homem conseguia me desestabilizar, porque naquela hora senti minhas pernas mais trêmulas que gelatina.
Suspirei fundo balançando a cabeça para levar para longe esses pensamentos impuros. Peguei o meu sabonete e comecei a me ensaboar me limpando toda. Após isso, lavei meu cabelo com shampoo e condicionador e foi quando escutei as gargalhadas das mulheres do lado de fora.
Miriam havia começado a falar sobre o general:
— Menina, e esse General Cortez? Que pedaço de mau caminho, gostoso demais.
O outra mulher confessou, rindo:
— Míriam, olha a sua boca! Se ele te escutar falando isso, vai te punir.
— Ah, amiga, se for uma punição bem gostosa, eu nem ligo! Hoje estava observando ele naquela farda, e como se ajusta no corpo dele. Céus, que calor me dá só de imaginar o tamanho do seu p…
A outra garota a repreendeu no mesmo instante:
— Míriam, para com isso! Se alguém te escutar, dará merda! Não se esqueça de que tem gente no banheiro também.
— Ah, não se preocupe com a baixinha, não falará nada. Do jeito que ela é lerda, nem deve ter reparado em nossa conversa. Mas voltando ao assunto, tenho que dar um jeito de me aproximar do general gato!
As duas outras garotas que estavam com ela sorriram.
Então ela me achava uma lerda? Eu iria dar o troco naquela loira sem sal, essa água de salsicha!
Após alguns minutos, o banheiro ficou silencioso, e percebi que as vacas foram embora. Só esperava não ter dor de cabeça com aquelas três e aquela loira falsificada da Míriam que se acha demais, tudo porque tinha um corpo bonito e aqueles olhos azuis. Se ela desse um jeito naquele seu nariz grande, talvez ainda fosse bonita.
Peguei minha escova de dente e comecei minha higiene bucal, esquecendo aquelas besteiras que ouvi naquele banheiro. Mas realmente, em uma coisa aquela loira oxigenada tinha razão, o general era um pedaço de mau caminho.
Já no meu quarto, me preparei dormir quando vi Luísa entrar toda sorridente. Pelo menos a noite havia sido boa para uma de nós duas.
Ao perceber minha presença, ela comentou ainda nostálgica ao deitar-se em sua cama:
— Ai, amiga! Minha noite valeu a pena hoje. — a olhei curiosa.
— Estou percebendo, viu o passarinho verde? – perguntei, estreitando os olhos.
— Ah, se fosse apenas ver, não estava nessa alegria toda. Não só vi, como peguei e beijei. — ela soltou uma risada contagiante.
Então comentei, me deitando:
— Bom, pelo menos a noite valeu a pena para uma de nós duas.
— E como foi a sua? Me conta. Esbarrou com o seu general gato hoje?
Suspirei pesadamente ao lembrar da cena de horas atrás.
— Se eu te contar o que aconteceu, você até vai rir.
Luísa sentou-se sobre a cama e eu comecei a contar sobre o fato, e de como ele ainda foi sarcástico me confessando o tamanho do seu membro.
Ela caiu na gargalhada, e falou maliciosamente, levantando uma de suas sobrancelhas:
— Bom, agora você já sabe o tamanho. Não precisa ficar fantasiando mais.
Peguei um dos meus travesseiros e joguei nela que sorriu.
— Você é terrível. Mas se eu te contar sobre aquela oxigenada da Míriam que falava sobre ele, e ainda me chamou de lerda… - comentei sem graça.
— Pensei que fosse só eu que não gostasse dessa loira nojenta e arrogante, ela se acha de mais, nariguda ridícula. — lhe lancei um sorriso.
— Bom, temos algo em comum, agora ela têm duas que a odeia. A própria pensa que têm todos os predicados para conquistar o general, uma sonsa e ridícula. – confessei.
— Isso é ciúmes, Helena? — Luísa me encarou de um jeito divertido .
— Cala boca, Luísa. Eu e o general não temos a menor oportunidade, sem falar que ele é mais velho que eu.
— Idade é só um número, Helena!
Lhe lancei um sorriso amargo e disse:
— Duvido muito que ele perceba isso. Mas não ficarei me iludindo com algo que não é para ser meu. Já sofri muito no passado por gostar de um homem muito bonito.
— Poxa, amiga, eu não sabia. Me desculpa pela brincadeira.
Me cobri com meu lençol, apagando o abajur e comentei, me virando para o lado:
— Tudo bem, esquece isso. Vou dormir, estou cansada. Boa noite!
Luísa não falou mais nada e agradeci mentalmente, somente sussurrou um “boa noite” e se deitou.
Eu estava imaginando o que aconteceu nesses últimos meses na minha cidade natal. Decerto que Fred casou com a garota que ele estava namorando, minha amiga Cássia me confessou depois que ele era apaixonado pela garota desde o colegial. Quase três anos e meio se passaram, então muita coisa por lá mudou, entretanto, preferia nem me lembrar desse maldito passado.
Meus olhos começaram a pesar e então, adormeci profundamente.
Me encontrei em um lugar diferente. Que lugar era aquele?
Parecia um jardim. Logo que comecei a anda, vi um lago e as flores de ipê que davam um toque magnífico ao local. Percebi que se tratava de um parque Florestal.
Ouvi alguém me chamar e me virei.
— Helena? Finalmente, você demorou, meu amor! Pensei até que havia desistido do nosso encontro. — o General Cortez me olhava sorrindo.
O mesmo vestia uma roupa casual como calças jeans, que se ajustavam perfeitamente ao seu corpo, também usava seu blazer cinza e por baixo uma camisa vermelha. Aquele homem conseguia ser ainda mais lindo sem o uniforme militar.
Me recompôs e perguntei, timidamente:
— Encontro? Posso saber do que você está falando, General Cortez?
— Hum... Jogo de provocações? Mais tarde faço você pagar bem gostoso quando estivermos a sós… — ele sorriu maliciosamente, se aproximando e me puxando para si.
— Eu não estou entendendo mais nada! Afinal de contas, o que está acontecendo?
Cortez me encarou sério e confessou, quando me dava um beijo no pescoço e um selinho nos lábios, meu rosto esquentou no mesmo instante:
— Quem não está entendendo sou eu, Hernandes! Você está agindo como antigamente.
O olhei sem entender e ele me beijou de maneira intensa e avassaladora, e comentou soltando meus lábios:
— Só quero você corando quando estiver te fodendo com força debaixo de mim. Não gosto que outros homens vejam a delícia que você fica quando está vermelha, Helena!
— Isso só pode ser um sonho ou estou enlouquecendo…
Cortez sorriu e sussurrou no meu ouvido:
— Talvez eu seja aquilo que você mais oculta na sua vida e sonha na fantasia!
Ele então me beijou novamente, apertando minha cintura. Cortez tinha uma pegada tão boa e seus beijos eram viciante demais.
De repente, um clarão surgiu e eu acordei molhada de suor!
Olhei para o lado e percebi que minha amiga ainda estava dormindo. Observei o relógio da escrivaninha que marcava 05h30min. Passei a mão em meu rosto e percebi que estava suada, mas também sentia que minha calcinha estava encharcada. Me levantei, pegando outra roupa e fui até o banheiro. Quando retirei minha calcinha, a vi toda molhada. Meu Deus, gozei sonhando com aquele homem?
Realmente eu estava numa seca terrível, no entanto, o sonho parecia tão real. Aqueles enormes braços me envolvendo e me apertando de forma bruta e aquele beijo... Já estava imaginando iria o encarar após aquela sua confissão, imagina agora após aquele sonho.
Liguei o chuveiro e decidi tomar meu banho. Eu precisava esquecer aquele cara, não podia ficar fantasiando com algo que nunca aconteceria. O general não era o tipo de homem que parecia estar atrás de alguma mulher ou procurando um relacionamento. Ele era um homem focado apenas em seu trabalho e de poucos amigos, um lobo solitário!
Assim que terminei meu banho, voltei ao alojamento para começar mais um dia no trabalho. Me arrumei e saí primeiro que minha colega, não estava muito a fim de conversar naquele momento.
O dia correu normal, não vi o general em parte alguma. O Tenente Klaus havia me informado que ele só estaria de volta na segunda-feira. Respirei aliviada por saber que não o encontraria pelo menos por dois dias.
Nos finais de semana trabalhávamos até o meio-dia e ficávamos o resto do dia de folga.
Aproveitei então, para falar com minha família já que o quartel possuía uma sala de informática. Precisava comprar um celular e faria isso assim que recebesse meu primeiro pagamento.
Liguei o computador esperando que alguém me atendesse e lá estava ela; minha amada mãe. Ao ver-me, ficou com uma expressão chorosa e meu pai se aproximou sorrindo orgulhoso, então comentei:
— Olá, família, que saudades de vocês!
Fernando Cortez O cheiro forte de café que senti ao estacionar meu carro em frente á minha casa, era maravilhoso. Eu já sabia que tinha a visita da minha mãe. Às vezes pensava que a velha adivinhava quando eu voltaria para casa. Dona Marcela sempre vinha uma vez por semana para avaliar como estava a minha casa e me dar puxões de orelhas por ser um bagunceiro desorganizado. Dei um sorriso de lado ao lembrar-me de seus sermões. Abri a porta do meu carro o fechando em seguida, coloquei a chave na fechadura e quando entrei, deixei minha mochila em cima do sofá seguindo em direção a cozinha. Como previsto, lá estava a dona Marcela, alegre e cantarolando uma de suas músicas antigas. Me recostei na parede a observando, ela se abaixava para retirar um bolo do forno. O cheiro familiar é irreconhecível, o meu favorito. Incrível que mesmo já sendo um homem de barba feita, minha mãe ainda gostava de me mimar como se eu fosse um garotinho de 5 anos. Continuei a olhando desenformar o bolo de ce
Helena Hernandes Havia se passado algumas semanas desde aquele episódio constrangedor com o general. Não cruzei mais com ele, o Tenente Klaus nos informou que nos orientaria enquanto o general se ocupava com outros assuntos pendentes junto ao Coronel Matias. Pelo menos nessa semana estava respirando aliviada, só pelo fato de não encontrá-lo. Á noite eu tinha cada sonho mais erótico que outro, sonhei até que ele me possuía em cima de sua mesa e só de lembrar, sentia minha virilha latejar. Eu realmente precisava dar um jeito naquela seca que me encontrava há três anos e meio sem transar. Se duvidar, eu estava virgem de novo. Naquele final de semana, Luísa e eu ficamos de procurar um apartamento para alugar quando não estivermos no quartel. Eu estava escovando um cavalo branco quando notei que Felipe estava ali me olhando e sorrindo. — Helena, acho tão bonito a maneira que cuida dos animais. - comentou Levei o cavalo para o seu lugar e respondi enquanto trancava a porteira: — Quê
Fernando Cortez Os dias passaram rapidamente e retornei ao quartel na última semana. Foquei nas minhas atividades administrativas e em meus treinos. Mal encontrava meu grupo, pois eles sempre estavam muito ocupados com suas tarefas após seus treinos diários. Não voltei a encontrar a senhorita Hernandes depois daquele episódio embaraçoso no corredor, poderia apostar que ela estava me evitando após ter dito aquelas palavras. Sabia o impacto que causava nas subordinadas daquele quartel, sempre pegava as próprias suspirando e com a soldada Hernandes, não seria diferente. Acredito que todas às vezes que chegava perto, ela se desestabiliza, ou pelo menos jurava que ela começava a imaginar coisas indecentes. Até tentava disfarçar, contudo, seu rosto lhe entregava e às vezes tinha vontade de rir do seu jeito. Mas eu não era um homem que procurava relacionamentos ou mulheres para me envolver, não após ter passado por uma grande desilusão amorosa. Para mim, nenhuma mulher prestava. Elas só sa
Helena Hernandes Há quase duas semanas, eu estava vivendo um inferno nas mãos do general Cortez. Realmente o que me disseram sobre ele era totalmente verdade; era cruel quando resolvia aplicar seus castigos em quem ousava o desafiar. Não foi diferente comigo. Diariamente ele surgia na porta do meu alojamento às 04h00min da manhã para começar os exercícios diários e depois escolhia os piores trabalhos para me colocar. Contudo, não me fiz de mole, uma vez que meu treinamento havia sido esse na escola militar, não era desistir. Fui uma das melhores da minha sala e não seria aquele infeliz que iria me dizer o contrário. Me sentei um pouco para descansar após terminar de limpar as sujeiras dos estábulos e Luísa me olhou preocupada e disse: — Amiga, estou preocupada com você, seu rosto demonstra o quanto está cansada. Esse homem está sendo cruel demais aplicando essa punição. Isso para mim, é abuso de poder. Respirei pesadamente e disse, passando a mão em meu rosto: — Não posso fazer
Fernando Cortez Eu estava terminando de assinar os últimos relatórios para mandar ao Coronel Matias, quando escutei os gritos do Tenente Klaus que chamava pelo nome de Helena. Sem entender o que estava acontecendo, me levantei para ir ver do que se tratava, ao sair da minha sala constatei vários soldados olhando para o andar de baixo. Me aproximei para olhar o que os outros subordinados estavam vendo. Senti um frio na espinha ao ver Klaus desesperado segurando a cabeça de Helena que parecia estar sangrando pela queda, pelo o que percebi ela havia rolado escada abaixo, além disso, o balde estava de um lado e a pequena escada do outro. Saí do meu transe quando ouvi Klaus dizendo: — Helena, abra os olhos. Por favor, acorde! Vocês saiam de cima, abram espaço para ela respirar melhor. A amiga de quarto ao perceber que se tratava de sua companheira, correu desesperada, se ajoelhando do lado de Klaus. — Meu Deus, o que aconteceu com ela? Como foi que ela caiu? — Avisei para ela descan
Helena Hernandes Ver o general Cortez com aquele buquê nas mãos foi muito estranho e a maneira que tentou se desculpar foi mais bizarro ainda. Notei o quanto era desconfortável para o próprio pedir perdão, por isso não aceitei nada e muito menos aquelas flores coloridas e cafonas. Aquilo para mim, foi como uma afronta, não estava morta para receber flores. Suspirei pesadamente. Sentia que aquele homem ainda me daria uma grande dor de cabeça. Tentaria me manter sempre ocupada e se fosse possível, o mais longe dele. Cortez não era um cara fácil de lidar, o jeito que o rejeitei e não aceitei as suas desculpas, eu tive certeza que o deixou abalado, contudo, eu não me importava. Ele merecia carregar aquela culpa, uma vez que me mandou trabalhar como um animal sem descanso. As minhas mãos ainda estavam com calos pelo serviço pesado que fui obrigada a realizar nas hortas. Às vezes questionava-me o quão azarada eu era para ainda senti-me atraída por um babaca como ele. Saí dos meus dev
Fernando Cortez Duas semanas depois Havia se passado algumas semanas desde o acidente de Helena. Os olhares julgadores sobre mim no quartel pareciam ter acabado e tudo voltara ao normal novamente. Soube por Klaus que a soldada teve alta uma semana depois e estava se recuperando em seu novo apartamento que alugou com a colega de quarto, Luísa. Luísa continuava sempre a me olhar com ódio, mas disfarçava por temer a punição. Pelo menos ela sabia guardar o ódio para si, diferente de Hernandes que adorava me alfinetar. Após o beijo que dei em supetão no hospital, não voltei a procurar por Helena. Nem eu mesmo acreditava que havia feito tal coisa. Fazia muito tempo que não beijava os lábios de uma mulher, contudo, a bebida havia me dado uma certa coragem para realizar algo que desejava, mas negava a mim mesmo. Helena mexia comigo e, com toda certeza, tinha medo do que isso me causaria no futuro. Sempre me pegava pensando nela, lembrando-me de seus olhos castanhos me olhando timidamente
Helena Hernandes Cortez me beijava com tanta intensidade e desejo que não conseguia resistir e retribui, aceitando sua boca deliciosa sobre a minha. Deveria ser mais relutante e difícil, entretanto, não conseguia. Era como se o general tivesse um poder sobre mim que eu não conseguia ouvir a razão, como um feitiço que me prendia ao seu olhar sedutor. Céus, por que tinha que ser tão fraca diante daquele homem? Afinal, qual era a dele? Uma hora me desejava, na outra me odiava. Ás vezes eu tinha medo no que daria aquela atração toda. Ele me puxou para si, me carregando em seu colo. E continuava devorando meus lábios de maneira bruta. Tentei me afastar, contudo, ele não deixava. O beijo estava gostoso, mas o desconforto em minha perna não. Então virei meu rosto, o afastando, enquanto Cortez me olhava sério por eu ter parado o beijo e confessei com uma expressão de dor: — Olha, sei que o beijo está gostoso, eu não nego. Mas nessa posição, infelizmente não dá. Minha perna está doendo.