Fernando Cortez
O cheiro forte de café que senti ao estacionar meu carro em frente á minha casa, era maravilhoso. Eu já sabia que tinha a visita da minha mãe. Às vezes pensava que a velha adivinhava quando eu voltaria para casa. Dona Marcela sempre vinha uma vez por semana para avaliar como estava a minha casa e me dar puxões de orelhas por ser um bagunceiro desorganizado.
Dei um sorriso de lado ao lembrar-me de seus sermões. Abri a porta do meu carro o fechando em seguida, coloquei a chave na fechadura e quando entrei, deixei minha mochila em cima do sofá seguindo em direção a cozinha.
Como previsto, lá estava a dona Marcela, alegre e cantarolando uma de suas músicas antigas. Me recostei na parede a observando, ela se abaixava para retirar um bolo do forno. O cheiro familiar é irreconhecível, o meu favorito.
Incrível que mesmo já sendo um homem de barba feita, minha mãe ainda gostava de me mimar como se eu fosse um garotinho de 5 anos. Continuei a olhando desenformar o bolo de cenoura e em seguida passar a calda de chocolate.
Assim que ela percebeu minha presença, sorriu e comentou:
— Ah, meu querido! Pensei que sairia amanhã, já estava te deixando um mimo.
Ela se aproximou e me abraçou, enquanto eu depositava um beijo em sua cabeça. Em seguida comentei, olhando para o bolo:
— Obrigado, mulher da minha vida. Já posso comer ou tem que esperar esfriar?
— Ainda está quente! Por que você não vai tomar um banho, meu filho? Assim, quando vier já estará frio, bolo quente dá dor de barriga. — ela disse como sempre e do jeito dela.
Apenas sorri e disse, seguindo para o meu quarto:
— Está bem, já previa essa resposta. Bolo quente dá dor de barriga, é a mesma coisa de sempre!
— Fernando Cortez, me respeite! Pode está um homem feito e de barba, mas ainda te dou uma surra!
Revirei os olhos e respondi, sorrindo:
— Estou em minha casa, só para lembrar.
— E daí? Ainda sou sua mãe! Vá logo tomar seu banho antes que eu te dê umas vassouradas, seu moleque atrevido!
Continuei meu caminho rindo até o quarto. Assim que entrei, retirei o uniforme, ficando completamente nu e segui para o banheiro, precisava tirar o cheiro daquele quartel.
Após tomar meu banho, me olhei no espelho do banheiro e percebi que precisava aparar minha barba e assim o fiz. Quando finalmente terminei, fui até meu closet e procurei uma roupa confortável para vestir. Pendurei minha toalha e passei meu desodorante e perfume, em seguida retornei a cozinha.
Minha casa estava toda organizada e bem arrumada. Minha mãe sempre deixava tudo em ordem. Assim que entrei na cozinha, não a vi, apenas um bilhete na porta da geladeira
“Fui fazer as compras para o jantar”
Como sempre atenciosa. Se tinha algo que eu amava demais; era a comida de minha mãe.
Me virei e peguei uma garrafa de café, também me servi com um generoso pedaço de bolo e fui para sala. Liguei a TV para distrair-me com algum programa, após terminar de comer, deixei minha xícara e o pires na mesa de vidro e continuei assistindo um filme.
Me aconcheguei melhor no sofá, e então, comecei a bocejar e nem percebi quando adormeci.
Notei que estava em um salão ao lado de Klaus e outros colegas de serviço. A festa parecia ser de gala porque eu e os outros homens estávamos de ternos e as mulheres de vestidos deslumbrantes e elegantes.
Olhei para a faixa em cima do salão escrito “Bem vindos de volta, vocês são nossos heróis.” Pelo que percebi, tinha a ver com alguma missão que fomos escalados. Um homem falava ao microfone e lamentava algumas perdas. Fizemos um minuto de silêncio pelos que se foram e o evento continuou normalmente.
Observei que Klaus assim como os outros homens, olhavam fascinados para além de mim.
Me virei para trás, observando a soldada Hernandes em um belo vestido vermelho com um decote, mas não muito vulgar. Seus cabelos estavam presos em um coque, deixando apenas uns fios soltos de cada lado do rosto. Não pude deixar de notar que aquela roupa valorizava seu corpo, apesar de não ser tão alta. Ela estava linda naquela noite.
Ela então se aproximou de mim sorrindo e comentou:
— Me desculpe pela demora, tive um imprevisto no caminho.
Ela inclinou-se, me dando um selinho enquanto eu a olhava, surpreso.
— Não acha que é um pouco informal fazer isso aqui no meio das pessoas? – perguntei.
— Na verdade, não! Você pode ser meu chefe, mas aqui é meu noivo, esqueceu?
Ela levantou mão me mostrando uma aliança de compromisso enquanto ainda a olhava sem entender.
Então, meu amigo Klaus comentou:
— Ele está bastante esquisito hoje, Helena. Teve amnésia, meu amigo? Você enfiou essa aliança no dedo dela na frente do batalhão todo, dizendo que ela era sua e agora não se lembra? Realmente você é um sádico
— Eu realmente não estou entendendo nada!
Ele bateu no meu ombro e disse, rindo perto do meu ouvido:
— Não se preocupe, Helena vai te fazer lembrar quando te der aquele chá.
— Mas que chá?
Klaus sorriu e se afastou, indo ao encontro de Luísa que lhe dei um selinho.
Realmente ainda não estava entendendo nada do que estava acontecendo ali! E desde quando Klaus estava com Luísa? E eu com Helena? Como não me lembrava de ficarmos noivos? Isso tudo era muito surreal.
Vi Helena se aproximando novamente com uma taça de espumante e alguém pegou em seu braço. Ela se soltou bruscamente, encarando quem a segurou daquele modo.
Andei até os dois e comentei, enraivecido não gostando da maneira que ele a segurava:
— Quer fazer o favor de soltar a minha mulher?! Não está vendo que ela não quer papo com você?
Ele se virou, e só então percebi que aquele era o filho da puta do Garcia. Ele me encarou sorrindo e confessou:
— Calma, Cortez! Só estava dizendo à moça que ela poderia estar com algo melhor.
Não me contive. Fechei o punho lhe dando um belo de um soco e alertei, segurando a mão de Helena:
— Você não perde essa mania, não é? De querer o que é meu! Seu invejoso. Pois fique sabendo que Helena não é a Rebeca e vou te avisar; fique longe dela para o seu bem.
Todos os convidados olhavam aquela cena surpresos, enquanto viam aquele idiota se levantar e limpar seu terno.
Peguei a mão de Helena, entrando em um corredor que mal fazia deia para aonde iria, mas queria sair de perto daquele homem.
— Fernando, para onde estamos indo? Que lugar é esse? – ela perguntou.
Parei, olhando para ela ao perceber que nos encontrávamos bem longe daquelas pessoas. Me aproximei, a encurralando na parede enquanto ela me encarava com aqueles lindos olhos castanhos.
Passei a mão em seu rosto e pressionei meus dedos sobre seus lábios carnudos a fazendo gemer ao meu toque.
Helena confessou, fechando os olhos:
— Porra, eu odeio quando você me tortura dessa maneira, sabe que eu detesto…
Sorri ao ver a sua expressão e comentei, depositando um beijo em seu pescoço:
— Não sabia ter todo esse efeito sobre você.
— Mas você tem! E nem imagina o quanto me faz ficar molhada só de me tocar desse jeito. Não sei o que você tem hoje, Cortez, mas está estranho.
Helena mordeu os lábios me olhando, então a carreguei em meu colo e disse, antes de beija-la:
— Nem eu, Hernandes! Mas estou louco para te beijar e estar dentro de você.
— Então me faça sua, Cortez! Só sua.
Com aquela afirmação, selei nossos lábios em um beijo avassalador e gostoso.
Helena direcionou suas mãos para minha calça e tirou meu cinto, enquanto deslizava a minha mão para baixo do seu vestido para retirar sua calcinha.
A carreguei contra parede e passei a mão sobre sua virilha, percebendo que ela estava molhada e confessei, sorrindo:
— Hum... Já está pronta para mim! Que delícia.
Comecei a acariciar e introduzi dois dedos em sua vagina e ela gemeu, enquanto beijava meu pescoço.
— Ah, porra de tortura! Me fode logo, Cortez!
— Já farei isso! Mas gosto de te torturar um pouco.
Levantei mais o seu vestido e a penetrei, a ouvindo gemer baixinho por conta do prazer. Helena tinha a buceta tão apertada e gostosa, que era impossível não soltar um gemido prazeroso também enquanto a estocava.
— Ah! Você é deliciosa, minha pequena!
— Você que é delicioso, meu general gostoso. — ela sussurrou no meu ouvido.
Estávamos tão entregues ao momento que mal nos importamos de sermos pegos no flagra, e eu também não me importava, desde que estivesse dentro dela ou com ela.
E foi nesse momento que me acordei assustado e completamente suado ao perceber que estava na sala da minha casa. Mas que porra de sonho foi esse? E com a Hernandes? Realmente eu estava precisando de uma mulher, já estava começando a fantasiar com a minha subordinada, isso era muita loucura mesmo.
Percebi então que seria difícil olha-la e não me lembrar daquele sonho muito quente.
Me levantei e percebi que meu pau estava duro feito ferro. Suspirei, e soube que precisava tomar um banho frio. Isso deveria resolver.
Helena Hernandes Havia se passado algumas semanas desde aquele episódio constrangedor com o general. Não cruzei mais com ele, o Tenente Klaus nos informou que nos orientaria enquanto o general se ocupava com outros assuntos pendentes junto ao Coronel Matias. Pelo menos nessa semana estava respirando aliviada, só pelo fato de não encontrá-lo. Á noite eu tinha cada sonho mais erótico que outro, sonhei até que ele me possuía em cima de sua mesa e só de lembrar, sentia minha virilha latejar. Eu realmente precisava dar um jeito naquela seca que me encontrava há três anos e meio sem transar. Se duvidar, eu estava virgem de novo. Naquele final de semana, Luísa e eu ficamos de procurar um apartamento para alugar quando não estivermos no quartel. Eu estava escovando um cavalo branco quando notei que Felipe estava ali me olhando e sorrindo. — Helena, acho tão bonito a maneira que cuida dos animais. - comentou Levei o cavalo para o seu lugar e respondi enquanto trancava a porteira: — Quê
Fernando Cortez Os dias passaram rapidamente e retornei ao quartel na última semana. Foquei nas minhas atividades administrativas e em meus treinos. Mal encontrava meu grupo, pois eles sempre estavam muito ocupados com suas tarefas após seus treinos diários. Não voltei a encontrar a senhorita Hernandes depois daquele episódio embaraçoso no corredor, poderia apostar que ela estava me evitando após ter dito aquelas palavras. Sabia o impacto que causava nas subordinadas daquele quartel, sempre pegava as próprias suspirando e com a soldada Hernandes, não seria diferente. Acredito que todas às vezes que chegava perto, ela se desestabiliza, ou pelo menos jurava que ela começava a imaginar coisas indecentes. Até tentava disfarçar, contudo, seu rosto lhe entregava e às vezes tinha vontade de rir do seu jeito. Mas eu não era um homem que procurava relacionamentos ou mulheres para me envolver, não após ter passado por uma grande desilusão amorosa. Para mim, nenhuma mulher prestava. Elas só sa
Helena Hernandes Há quase duas semanas, eu estava vivendo um inferno nas mãos do general Cortez. Realmente o que me disseram sobre ele era totalmente verdade; era cruel quando resolvia aplicar seus castigos em quem ousava o desafiar. Não foi diferente comigo. Diariamente ele surgia na porta do meu alojamento às 04h00min da manhã para começar os exercícios diários e depois escolhia os piores trabalhos para me colocar. Contudo, não me fiz de mole, uma vez que meu treinamento havia sido esse na escola militar, não era desistir. Fui uma das melhores da minha sala e não seria aquele infeliz que iria me dizer o contrário. Me sentei um pouco para descansar após terminar de limpar as sujeiras dos estábulos e Luísa me olhou preocupada e disse: — Amiga, estou preocupada com você, seu rosto demonstra o quanto está cansada. Esse homem está sendo cruel demais aplicando essa punição. Isso para mim, é abuso de poder. Respirei pesadamente e disse, passando a mão em meu rosto: — Não posso fazer
Fernando Cortez Eu estava terminando de assinar os últimos relatórios para mandar ao Coronel Matias, quando escutei os gritos do Tenente Klaus que chamava pelo nome de Helena. Sem entender o que estava acontecendo, me levantei para ir ver do que se tratava, ao sair da minha sala constatei vários soldados olhando para o andar de baixo. Me aproximei para olhar o que os outros subordinados estavam vendo. Senti um frio na espinha ao ver Klaus desesperado segurando a cabeça de Helena que parecia estar sangrando pela queda, pelo o que percebi ela havia rolado escada abaixo, além disso, o balde estava de um lado e a pequena escada do outro. Saí do meu transe quando ouvi Klaus dizendo: — Helena, abra os olhos. Por favor, acorde! Vocês saiam de cima, abram espaço para ela respirar melhor. A amiga de quarto ao perceber que se tratava de sua companheira, correu desesperada, se ajoelhando do lado de Klaus. — Meu Deus, o que aconteceu com ela? Como foi que ela caiu? — Avisei para ela descan
Helena Hernandes Ver o general Cortez com aquele buquê nas mãos foi muito estranho e a maneira que tentou se desculpar foi mais bizarro ainda. Notei o quanto era desconfortável para o próprio pedir perdão, por isso não aceitei nada e muito menos aquelas flores coloridas e cafonas. Aquilo para mim, foi como uma afronta, não estava morta para receber flores. Suspirei pesadamente. Sentia que aquele homem ainda me daria uma grande dor de cabeça. Tentaria me manter sempre ocupada e se fosse possível, o mais longe dele. Cortez não era um cara fácil de lidar, o jeito que o rejeitei e não aceitei as suas desculpas, eu tive certeza que o deixou abalado, contudo, eu não me importava. Ele merecia carregar aquela culpa, uma vez que me mandou trabalhar como um animal sem descanso. As minhas mãos ainda estavam com calos pelo serviço pesado que fui obrigada a realizar nas hortas. Às vezes questionava-me o quão azarada eu era para ainda senti-me atraída por um babaca como ele. Saí dos meus dev
Fernando Cortez Duas semanas depois Havia se passado algumas semanas desde o acidente de Helena. Os olhares julgadores sobre mim no quartel pareciam ter acabado e tudo voltara ao normal novamente. Soube por Klaus que a soldada teve alta uma semana depois e estava se recuperando em seu novo apartamento que alugou com a colega de quarto, Luísa. Luísa continuava sempre a me olhar com ódio, mas disfarçava por temer a punição. Pelo menos ela sabia guardar o ódio para si, diferente de Hernandes que adorava me alfinetar. Após o beijo que dei em supetão no hospital, não voltei a procurar por Helena. Nem eu mesmo acreditava que havia feito tal coisa. Fazia muito tempo que não beijava os lábios de uma mulher, contudo, a bebida havia me dado uma certa coragem para realizar algo que desejava, mas negava a mim mesmo. Helena mexia comigo e, com toda certeza, tinha medo do que isso me causaria no futuro. Sempre me pegava pensando nela, lembrando-me de seus olhos castanhos me olhando timidamente
Helena Hernandes Cortez me beijava com tanta intensidade e desejo que não conseguia resistir e retribui, aceitando sua boca deliciosa sobre a minha. Deveria ser mais relutante e difícil, entretanto, não conseguia. Era como se o general tivesse um poder sobre mim que eu não conseguia ouvir a razão, como um feitiço que me prendia ao seu olhar sedutor. Céus, por que tinha que ser tão fraca diante daquele homem? Afinal, qual era a dele? Uma hora me desejava, na outra me odiava. Ás vezes eu tinha medo no que daria aquela atração toda. Ele me puxou para si, me carregando em seu colo. E continuava devorando meus lábios de maneira bruta. Tentei me afastar, contudo, ele não deixava. O beijo estava gostoso, mas o desconforto em minha perna não. Então virei meu rosto, o afastando, enquanto Cortez me olhava sério por eu ter parado o beijo e confessei com uma expressão de dor: — Olha, sei que o beijo está gostoso, eu não nego. Mas nessa posição, infelizmente não dá. Minha perna está doendo.
Fernando Cortez Enquanto caminhava em direção ao meu escritório, não deixava de pensar na noite anterior em que estive na casa de Helena, e de como conseguimos conversar de maneira serena e pacífica. Se bem que não sabia se podíamos chamar de conversa aquilo que estávamos fazendo. O problema era que eu não conseguia me concentrar em conversar com ela sobre qualquer coisa, com aquele mini pijama que Helena estava vestindo. Dava para ver seus seios perfeitamente, pois a parte do pijama era quase transparente e marcava seu corpo. Era muito tentador conversar e olha-la, e quando ela mordia aqueles lábios me deixava ainda mais louco. A imaginava me chupando com aquela boca deliciosa que a possuía. Então chegou uma hora em que não controlei meus instintos e a beijei. As trocas de carícias ficaram tão quentes que sentia a necessidade de me enfiar nela e saciar minha vontade. Mas minha felicidade durou pouco quando Helena afirmou que daquela maneira não queria, pois sua perna causaria muito