Fernando Cortez
Os dias passaram rapidamente e retornei ao quartel na última semana. Foquei nas minhas atividades administrativas e em meus treinos. Mal encontrava meu grupo, pois eles sempre estavam muito ocupados com suas tarefas após seus treinos diários. Não voltei a encontrar a senhorita Hernandes depois daquele episódio embaraçoso no corredor, poderia apostar que ela estava me evitando após ter dito aquelas palavras.
Sabia o impacto que causava nas subordinadas daquele quartel, sempre pegava as próprias suspirando e com a soldada Hernandes, não seria diferente. Acredito que todas às vezes que chegava perto, ela se desestabiliza, ou pelo menos jurava que ela começava a imaginar coisas indecentes. Até tentava disfarçar, contudo, seu rosto lhe entregava e às vezes tinha vontade de rir do seu jeito.
Mas eu não era um homem que procurava relacionamentos ou mulheres para me envolver, não após ter passado por uma grande desilusão amorosa. Para mim, nenhuma mulher prestava. Elas só sabiam te seduzir e fazer você ficar completamente louco por elas para depois esmagar seu coração com a ponta de seus saltos.
Ninguém mudava minha opinião sobre isso, pois já havia provado o gosto amargo do veneno de umas delas. E com a soldada Hernandes não seria diferente, além disso, por ser bem mais nova do que eu, com toda certeza, no final ela me destruiria.
Na manhã seguinte estava preenchendo algumas fichas quando Klaus apareceu me atormentado a paciência. Confessou-me que Helena e Luísa estavam realizando um ótimo trabalho com os cavalos da infantaria e resolvi ir até os estábulos para conferir.
Ao chegar no lugar, vi Helena conversando com o seu colega de trabalho, e o próprio a convidava para um encontro. Aquilo me incomodou um pouco e acabei me pronunciando, e claro, acabou em discussões, porque a soldada tinha uma língua muito afiada para responder. No final acabei vencendo a discussão ao lhe dar uma bela punição. Ela pensava ser quem para me afrontar daquela maneira?
No dia seguinte lhe aplicaria um belo castigo. Ninguém naquele quartel jamais ousava me enfrentar. Sempre que dizia algo, eles rapidamente abaixavam a cabeça em sinal de respeito, entretanto, ela não; resolveu me desafiar e isso iria lhe custar caro.
Levantei às 03h30min da manhã apenas para colocar meu plano de vingança e punição em prática.
Tomei meu banho e logo, após colocar minha roupa de treinamento, passei na lavanderia procurando um balde e o enchi com água da torneira e verifiquei a temperatura. Estava bem gelada, e ótima para o que pretendia fazer.
Abri a porta do quarto observando Helena e sua amiga dormirem, não podia negar que ela era bonita. No entanto, saí do meu transe e despejei toda água em cima da mesma que pulou da cama assustada, tive vontade de rir, entretanto, me controlei.
Hernandes me olhava com ódio e os dentes trincados, porém, se controlou e suspirou, enquanto sua amiga me observava incrédula.
Informei que ela tinha cinco minutos para se vestir e trocar de roupa e me acompanhar para os seus treinos diários, em seguida, me retirei do quarto.
Encostei-me na parede do lado de fora contando os minutos no relógio que logo se passaram. Quando iria entrar novamente no quarto, ela surgiu vestida na sua roupa de treino e seu cabelo em um coque e disse, me olhando séria:
— Estou pronta, General Cortez, podemos ir.
Sorri sarcástico e disse:
— Ótimo! Espero que tenha acordado bem disposta para os treinamentos que te esperam.
Saí andando e ela logo atrás de mim. Quando chegamos ao campo de treinamento pude ver que ainda era muito cedo, pois o céu ainda estava muito escuro.
Me sentei no banco enquanto Hernandes me olhava séria, e disse a ela:
— Quero que dê quarenta voltas ao redor da quadra e depois repita a caminhada entre os pneus dez vezes.
Ela me olhou incrédula e falou indignada:
— Isso é um absurdo! Por que tenho que dar quarenta voltas nessa quadra imensa e depois caminhar dez vezes entre os pneus?
— Penso que ainda não entendeu, não é mesmo? Estou te aplicando uma punição, Hernandes! Quer que eu triplique seu castigo?
Olhei para ela de forma séria enquanto a mesma bufou e disse se alongando:
— Não precisa, eu já entendi, general. Vou começar meus treinos.
— Ótimo! É bom que você entenda de uma vez quem é que manda aqui!
Ela me deu as costas e começou a correr. Assim que completou primeira volta, parou, descansou tomando fôlego e novamente voltou a correr.
Quando finalmente terminou as quarenta voltas, foi para os pneus e começou caminhar entre eles. Tinha que admitir que a garota era dura na queda. Ela recuperou o fôlego e depois terminou a última corrida e se apoiando na parede, recuperando o ar.
Me aproximei e comentei maliciosamente:
— Bom trabalho. Agora quero que faça cem abdominais e cinquenta agachamentos, depois tem a escalada na parede com a corda ali.
Helena me encarou ainda ofegante e respondeu:
— Só preciso tomar água e depois continuo. Não demorarei.
Ela passou por mim e foi até o bebedouro. Após isso, terminou os últimos exercícios.
Helena não pediu arrego, pelo que eu via, era uma soldada bastante forte. Outros soldados não aguentariam e já teriam pedido perdão ou clemência, entretanto, ela não, mas queria ver até onde ela era durona.
Comecei a perceber que a própria iria me dar dor de cabeça, mas eu iria coloca-la no eixo. Nenhuma subordinada de cargo inferior pensaria que poderia cantar de galo para cima de mim.
Quando os treinos acabaram, percebi que ela estava bastante exausta, contudo, não reclamou e apenas me observou.
Seus olhos eram bastante castanhos, talvez pela claridade do sol que começara a surgir. Seu rosto estava vermelho pelos exercícios que fez. Também não deixei de olhar para suas pernas, não havia reparado direito antes porque estava escuro. Ela tinha umas pernas maravilhosas e as coxas bem torneadas, a cintura era perfeita, e os seios tão fartos. Não evitei de passar a língua entre os lábios.
A falta de sexo estava me fazendo enxergar aquela m*****a garota, atraente e gostosa, porque sentia vontade de arrasta-la até meu escritório e a foder com força, lhe aplicando uma punição maior e bem mais gostosa.
Suspirei, me levantando do banco enquanto ela se aproximava comentando:
— Já terminei meus exercícios, estou liberada?
Então eu disse, a olhando intensamente:
— Você já pode ir, mas sua função hoje será mais pesada. Quero que ajude nas limpezas dos carros.
— Tudo bem, só tomarei meu café e sigo para lá, mais alguma coisa?
Puxei uma lista de tarefas da minha prancheta e sorri diabolicamente. Ela me olhou indignada, mas não ousou me responder outra vez.
— Bom, com licença, general, meu dia será cheio.
— Tem toda, Hernandes. Que tenha um ótimo dia! - ironizei a última frase a fazendo me lançar um olhar de ódio e me dá as costas.
Senti vontade de gargalhar ao ver aquela cena, mas também não deixei de reparar que Hernandes tinha uma bela bunda que marcava o seu shorts. Nossa, que raba... Me imaginei até dando uns belos t***s nela.
Não sabia o que estava acontecendo comigo ultimamente. Hernandes conseguia me deixar perturbado ao olhar para ela, entretanto, sacudi a cabeça tirando esses pensamentos chulos.
Voltei à minha sala e tomei um banho.
Meu escritório tinha apenas uma vantagem; nele havia uma porta onde ligava ao meu quarto com um banheiro. Ter chegado ao cargo que estava, havia seus benefícios.
Lutei muito para chegar onde estava. Aprendi com o meu antigo superior que para chegarmos ao topo, temos que agir seriamente e colocar cada soldado no seu lugar para termos seu respeito.
Ao entrar no chuveiro novamente, as imagens de Helena surgiram em minha frente. Pensava que eu era um cara que sempre tinha autocontrole, contudo, minha vontade era a colocar de joelhos na minha frente e a fazer pagar as punições de outro jeito, uma delas era a fazer engolir e chupar meu pau até o talo na sua garganta. Outra, seria bater naquela bunda gostosa enquanto estivesse a socando por trás.
Céus, o que está acontecendo comigo? Fazia muito tempo que não sentia vontade de ficar com uma mulher, e desde que aquela novata chegara, não deixei de pensar nela. Até sonhos eróticos andava tendo.
A melhor coisa que tinha que fazer, era me afastar daquela garota. Já previa que ela era um perigo para mim, mas antes faria ela me pagar por aquela afronta.
Após meu banho, coloquei meu uniforme e voltei às minhas tarefas diárias. Manter a cabeça ocupada era a melhor coisa que eu poderia fazer, assim não ficaria pensando naquela soldada petulante e sarcástica.
Não podia deixar alguém como ela me fazer perder o controle. E como dissera da primeira vez, ela era mulher, e sabia muito bem usar as armas certas para me seduzir e depois me destruir. Porém, não seria um alvo fácil, porque exemplo na cara, eu já tinha o suficiente.
Helena Hernandes Há quase duas semanas, eu estava vivendo um inferno nas mãos do general Cortez. Realmente o que me disseram sobre ele era totalmente verdade; era cruel quando resolvia aplicar seus castigos em quem ousava o desafiar. Não foi diferente comigo. Diariamente ele surgia na porta do meu alojamento às 04h00min da manhã para começar os exercícios diários e depois escolhia os piores trabalhos para me colocar. Contudo, não me fiz de mole, uma vez que meu treinamento havia sido esse na escola militar, não era desistir. Fui uma das melhores da minha sala e não seria aquele infeliz que iria me dizer o contrário. Me sentei um pouco para descansar após terminar de limpar as sujeiras dos estábulos e Luísa me olhou preocupada e disse: — Amiga, estou preocupada com você, seu rosto demonstra o quanto está cansada. Esse homem está sendo cruel demais aplicando essa punição. Isso para mim, é abuso de poder. Respirei pesadamente e disse, passando a mão em meu rosto: — Não posso fazer
Fernando Cortez Eu estava terminando de assinar os últimos relatórios para mandar ao Coronel Matias, quando escutei os gritos do Tenente Klaus que chamava pelo nome de Helena. Sem entender o que estava acontecendo, me levantei para ir ver do que se tratava, ao sair da minha sala constatei vários soldados olhando para o andar de baixo. Me aproximei para olhar o que os outros subordinados estavam vendo. Senti um frio na espinha ao ver Klaus desesperado segurando a cabeça de Helena que parecia estar sangrando pela queda, pelo o que percebi ela havia rolado escada abaixo, além disso, o balde estava de um lado e a pequena escada do outro. Saí do meu transe quando ouvi Klaus dizendo: — Helena, abra os olhos. Por favor, acorde! Vocês saiam de cima, abram espaço para ela respirar melhor. A amiga de quarto ao perceber que se tratava de sua companheira, correu desesperada, se ajoelhando do lado de Klaus. — Meu Deus, o que aconteceu com ela? Como foi que ela caiu? — Avisei para ela descan
Helena Hernandes Ver o general Cortez com aquele buquê nas mãos foi muito estranho e a maneira que tentou se desculpar foi mais bizarro ainda. Notei o quanto era desconfortável para o próprio pedir perdão, por isso não aceitei nada e muito menos aquelas flores coloridas e cafonas. Aquilo para mim, foi como uma afronta, não estava morta para receber flores. Suspirei pesadamente. Sentia que aquele homem ainda me daria uma grande dor de cabeça. Tentaria me manter sempre ocupada e se fosse possível, o mais longe dele. Cortez não era um cara fácil de lidar, o jeito que o rejeitei e não aceitei as suas desculpas, eu tive certeza que o deixou abalado, contudo, eu não me importava. Ele merecia carregar aquela culpa, uma vez que me mandou trabalhar como um animal sem descanso. As minhas mãos ainda estavam com calos pelo serviço pesado que fui obrigada a realizar nas hortas. Às vezes questionava-me o quão azarada eu era para ainda senti-me atraída por um babaca como ele. Saí dos meus dev
Fernando Cortez Duas semanas depois Havia se passado algumas semanas desde o acidente de Helena. Os olhares julgadores sobre mim no quartel pareciam ter acabado e tudo voltara ao normal novamente. Soube por Klaus que a soldada teve alta uma semana depois e estava se recuperando em seu novo apartamento que alugou com a colega de quarto, Luísa. Luísa continuava sempre a me olhar com ódio, mas disfarçava por temer a punição. Pelo menos ela sabia guardar o ódio para si, diferente de Hernandes que adorava me alfinetar. Após o beijo que dei em supetão no hospital, não voltei a procurar por Helena. Nem eu mesmo acreditava que havia feito tal coisa. Fazia muito tempo que não beijava os lábios de uma mulher, contudo, a bebida havia me dado uma certa coragem para realizar algo que desejava, mas negava a mim mesmo. Helena mexia comigo e, com toda certeza, tinha medo do que isso me causaria no futuro. Sempre me pegava pensando nela, lembrando-me de seus olhos castanhos me olhando timidamente
Helena Hernandes Cortez me beijava com tanta intensidade e desejo que não conseguia resistir e retribui, aceitando sua boca deliciosa sobre a minha. Deveria ser mais relutante e difícil, entretanto, não conseguia. Era como se o general tivesse um poder sobre mim que eu não conseguia ouvir a razão, como um feitiço que me prendia ao seu olhar sedutor. Céus, por que tinha que ser tão fraca diante daquele homem? Afinal, qual era a dele? Uma hora me desejava, na outra me odiava. Ás vezes eu tinha medo no que daria aquela atração toda. Ele me puxou para si, me carregando em seu colo. E continuava devorando meus lábios de maneira bruta. Tentei me afastar, contudo, ele não deixava. O beijo estava gostoso, mas o desconforto em minha perna não. Então virei meu rosto, o afastando, enquanto Cortez me olhava sério por eu ter parado o beijo e confessei com uma expressão de dor: — Olha, sei que o beijo está gostoso, eu não nego. Mas nessa posição, infelizmente não dá. Minha perna está doendo.
Fernando Cortez Enquanto caminhava em direção ao meu escritório, não deixava de pensar na noite anterior em que estive na casa de Helena, e de como conseguimos conversar de maneira serena e pacífica. Se bem que não sabia se podíamos chamar de conversa aquilo que estávamos fazendo. O problema era que eu não conseguia me concentrar em conversar com ela sobre qualquer coisa, com aquele mini pijama que Helena estava vestindo. Dava para ver seus seios perfeitamente, pois a parte do pijama era quase transparente e marcava seu corpo. Era muito tentador conversar e olha-la, e quando ela mordia aqueles lábios me deixava ainda mais louco. A imaginava me chupando com aquela boca deliciosa que a possuía. Então chegou uma hora em que não controlei meus instintos e a beijei. As trocas de carícias ficaram tão quentes que sentia a necessidade de me enfiar nela e saciar minha vontade. Mas minha felicidade durou pouco quando Helena afirmou que daquela maneira não queria, pois sua perna causaria muito
Helena Hernandes Desde que Cortez entrou em meu apartamento, não me largou. Eu mal tinha tempo de respirar e ele me beija novamente. Segurei seu rosto com minhas duas mãos e o afastei para olha-lo. Ele me encarava com uma expressão confusa e perguntou: — O que foi? Estou te machucando ou te causando alguma dor? Fiz um carinho em sua barba e respondi, ainda sorrindo: — Não é isso. É que preciso tomar um ar, recuperar o fôlego. — Está bem, te darei uns minutos de descanso. Ele sorriu, levantou-se e se sentou no sofá enquanto eu fazia o mesmo. Ajeitei meu cabelo que devia está parecendo com o de uma bruxa e comentei: — Obrigada, general. Preciso de fôlego. Ele me olhou sério e pegou algo em cima da minha escrivaninha que eu nem havia percebido estar ali, e me entregou. — Comprei para você, espero que goste. Foram os mais caros. Cortez sorriu enquanto eu abria a embalagem de decoração sem saber o que era. Olhei, surpresa. Nossa, chocolates do Cacau Show. Sorri e comentei ent
Fernando Cortez Um mês depois… Havia se passado exatamente um mês que não via Helena ou sabia notícias dela. Após ter sido bastante grosso na frente de sua amiga sobre nós dois, não tive coragem de procurá-la. Mas eu percebi que a tinha machucado ao observa-la me olhar com os olhos tristonhos. Como sempre, conseguia estragar tudo que era bom na minha vida, agindo como um verdadeiro idiota. No dia seguinte ela estaria de volta para começar a trabalhar na administração e eu me sentia mais desesperado ao saber disso. Helena ficaria mais perto e seria impossível não encontrar com a própria por aqui. Mas eu tentaria evita-la a todo o custo. Não tinha coragem de encara-la, ainda não. Concentrei-me em trabalhar, era a única coisa que poderia fazer para ocupar minha cabeça e parar de pensar em besteiras. A semana havia passado rápido, e naquele dia, eu estaria de plantão. Só podia tirar uma folga no próximo mês. Eu estava terminando de assinar algumas documentações quando ouvi alguém bat