Capítulo XXX

O dia estava ensolarado, mas não como ontem com o sol escaldante. Não, hoje havia uma brisa, forte, que anunciava chuva para o fim do dia.

Os vidros da picape estavam todos abertos, fazendo o vento atingir loucamente meus cabelos. Marcos sorriu me chamando atenção, apenas para eu notar que ele estava sorrindo de nada em particular. Quando nossos olhares se cruzaram sorrimos ainda mais, como duas pessoas com uma piada interna. A piada no nosso caso era toda essa felicidade que havia explodido bem em cima de nós.

— Estou morrendo de medo — confessei quando ele parou o carro na entrada da minha casa. — Nada é assim tão perfeito por muito tempo.

Seus olhos claros me encaravam com o mesmo brilho de hoje mais cedo, mas tinha uma sombra ameaçando cobrir toda aquela alegria.

— Eu sei. Da primeira vez meu medo era que se cansasse do garoto pobre, agora o medo é de que qualquer coisa chegue e acabe com tudo — ele falou, pegando minhas mãos entre as suas.

Mas eu as soltei e segurei seu rost
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