Eu queria ele, precisava daquilo, mas não podia! O empurrei com força e só não lhe dei um bofetão na cara por tudo o que ele tinha feito por mim. — Perdeu a cabeça? Nós não podemos fazer isso! — gritei, pensando seriamente em descer do carro e ir andando até São Fernando. — Eu não estou casado com Carla, nem sou o pai do Felipe. — ele murmurou de forma calma, encarando o volante. — Não tenho mulher nenhuma Emily, nunca tive um relacionamento sério depois de você. — o final da frase saiu quase como um sussurro e eu fiquei estática encarando-o. Minha respiração estava acelerada, não sei se pelo beijo, ou por conta do que eu tinha acabado de ouvir. Ele não tinha ninguém, não trairíamos ninguém fazendo isso! Foi minha vez de agarrá-lo e beijar sua boca com toda a fome, todo o tesão que estava guardado e que ele reacendeu no lago. Desci minhas mãos por seu pescoço e arranhei sua pele, desesperada para ter mais. As mãos de Marcos seguravam minhas cintura e eu queria tanto que ele desces
Acordei com o carro estacionando na garagem da casa de Marcos, tinha dormido o caminho inteiro da volta no seu ombro. — Fui uma péssima companhia na volta, não fui? — murmurei, me espreguiçando e pegando minha bolsa no chão do carro, já preparada para pular fora. — Tirando seus roncos eventuais você foi uma ótima companhia. — Ele estava me provocando com aquele sorriso sacana no rosto que dizia "te desafio a vir até aqui". — Eu não ronco idiota. Obrigado por me trazer de volta. — agradeci, me afastando. — Boa noite Marcos. — Virei-me para ir embora, dando por encerrada nossa aventura, mas senti ele me abraçar por trás. Seus braços rodearam minha cintura e me mantiveram apertada contra seu corpo. Eu precisava ir, precisava me salvar dele, antes que tudo se complicasse ainda mais. — Onde pensa que vai mocinha? — perguntou, ao pé do ouvido já arrepiando meu corpo. — Te trouxe até aqui porque vai passar a noite comigo, do contrário estaríamos na porta da sua casa. — ele informou, e
Senti a cama afundar e então as mãos dele seguraram minha cintura, ajustando meu corpo melhor no colchão. O que ele estava fazendo, céus? Ainda estávamos pelados e Bianca estava em casa. — Marcos, por Deus sua irmã pode entrar aqui de novo! Vá pegar minhas roupas, para que eu possa ir embora. — resmunguei, me sacudindo, tentando me soltar do seu corpo preso ao meu e fugir do seu calor, já era difícil resistir a ele sem isso. Minhas mãos foram unidas junto a cabeceira da cama e agilmente amarradas com um pedaço do lençol. — Eu te disse que iria te amarrar aqui até não ter nenhum pensamento lógico ou conseguir ficar de pé. — murmurou, com a voz autoritária contra minha nuca, fazendo todo meu corpo se arrepiar novamente. — Não tem graça. — reclamei, tentando parecer firme e não me derreter ao seu toque. — Bianca ainda está em casa, ela pode ouvir. Nós dois precisamos sair desse quarto antes que as coisas fiquem pior. Todos os esforços de me fazer ser ouvida foram em vão. Ele desenr
Quando saímos do quarto não havia sinal nenhum de Bianca ou de Joshua, apenas nossas roupas que haviam sido dobradas e colocadas sobre o sofá. Tomamos um banho rápido e eu pulei na picape, estava faminta, sentia como se meu estômago fosse colar de tanta fome e queria colocar um pouco de distância entre nós, para que eu pudesse ao menos pensar em tudo o que tinha acontecido. Não havíamos conversado nada desde que nos levantamos da cama e eu estava agradecida por isso, não queria ter que pensar ou tomar decisões no calor do momento. Sabia que as coisas iriam mudar, mas não estava preparada para falar sobre elas, preferia deixar que acontecessem aos poucos. Mas desde que cheguei a São Fernando nada tinha se resolvido de forma calma, pelo contrário, as coisas pareciam estar se atropelando para ver qual iria me abater primeiro. — Eu sei que você está com medo. — Marcos falou me pegando de surpresa depois do silêncio estarrecedor. Ele ainda dirigia e graças aos céus não faltava muito par
Não sabia como ele ia reagir, mas Marcos precisava saber de tudo o que aconteceu depois que deixei a cidade. Ele já tinha me contado um pouco do que tinha enfrentado, mas não fazia ideia de tudo o que passei. — Por Deus, não acredito que vão fazer isso aqui também! — Bruno gritou nos assustando e já pulando em cima de nós dois. — Nem acredito que estão juntos de novo, e logo aqui, isso é tão lindo. Vocês têm noção disso? — falou eufórico, me arrancando risadas. — Logo esse lugar que significa tanto para nós três. — Chega seu grande maluco. Me largue antes que eu tenha que acertar esse seu nariz horroroso! — Marcos grasnou brincando. — Vou me afastar apenas para olhar para essa gracinha aqui. — ele falou me esquadrinhando de cima a baixo. — Você está mais gata do que quando deixou essa cidade, acenando para nós mortais com sua bela bunda. — Bruno disse, se segurando para não rir, enquanto provocava Marcos. Ele sempre tinha sido o mais alto de todos nós, sua altura sempre o fazia s
O dia estava ensolarado, mas não como ontem com o sol escaldante. Não, hoje havia uma brisa, forte, que anunciava chuva para o fim do dia. Os vidros da picape estavam todos abertos, fazendo o vento atingir loucamente meus cabelos. Marcos sorriu me chamando atenção, apenas para eu notar que ele estava sorrindo de nada em particular. Quando nossos olhares se cruzaram sorrimos ainda mais, como duas pessoas com uma piada interna. A piada no nosso caso era toda essa felicidade que havia explodido bem em cima de nós. — Estou morrendo de medo — confessei quando ele parou o carro na entrada da minha casa. — Nada é assim tão perfeito por muito tempo. Seus olhos claros me encaravam com o mesmo brilho de hoje mais cedo, mas tinha uma sombra ameaçando cobrir toda aquela alegria. — Eu sei. Da primeira vez meu medo era que se cansasse do garoto pobre, agora o medo é de que qualquer coisa chegue e acabe com tudo — ele falou, pegando minhas mãos entre as suas. Mas eu as soltei e segurei seu rost
O clube estava cheio novamente e avistei uma banda no palco tocando animada. O rosto do meu pai parecia iluminado, apostava que fazia um tempo que ele não vinha até aqui. Achamos uma mesa longe da multidão que cercava o palco e não demorou muito para que Marcos viesse até nós, com um sorriso largo no rosto. — Boa noite, bom te ver aqui Senhor Miguel — ele cumprimentando meu pai como sempre. — Bom ver você também sumida — falou mais baixo ao pé do meu ouvido e me arrancou um arrepio, então segurou meu rosto e me beijou rapidamente. — Parece que faz uma eternidade que não te vejo. — Não seja exagerado, não faz nem dois dias que nos falamos por chamada de vídeo — retruquei, me afastando para poder olhá-lo por inteiro. Eu tinha sentido saudades também. — Onde estão os outros? — Bi está de plantão hoje, Joshua já voltou para o serviço e Carlos está na cozinha tentando convencer Bete a largar o emprego, tem sido assim durante toda a semana. — Ele me atualizou sobre as novidades. Então C
Marcos estava prestes a lhe puxar de cima do outro, mas não foi necessário já que ele me seguiu para fora do lugar quando me viu. — Filha desculpe, aquele cretino me provocou e eu perdi a cabeça — meu pai tentou se explicar, mas na verdade tudo o que eu queria saber era se ele tinha bebido. — Você está bêbado? — questionei na lata, sem lhe dar chance de explicar qualquer coisa. — O quê? Não, não tomei nenhuma gota. Pode perguntar a qualquer um lá dentro se não acreditar em mim — ele quase implorou, mas não era preciso. — Eu acredito em você. Não me importa o que aconteceu lá dentro. Se ele te provocou então mereceu cada soco, só é uma pena que tenha estragado o show da Carla — murmurei, me encaminhando para a o nosso carro, não voltaria lá dentro para me despedir de ninguém, Marcos viu o que aconteceu e sabia que o melhor era afastar esses dois brutamontes, por isso o estava levando para casa. Mas antes que eu saísse com o carro ele nos alcançou, veio correndo pelo estacionamento